LIVE 02 – AO VIVO – MONSENHOR MAURÍCIO DINIZ

Na LIVE de hoje, sexta-feira (07), recebemos o Mons.  Maurício Diniz, pároco da nossa Matriz de Santo Antão, para um bate-papo descontraído. Na introdução, quando perguntado, disse que preferia ser chamado apenas de “Padre”.

Natural do interior do vizinho estado da Paraíba, desde a infância, ele nos contou que sempre teve vontade de seguir a carreira religiosa. Depois de estudar em Roma, antes de chegar à Vitória, há cinco anos, passou por várias paróquias.

Em Vitória, após a morte do Monsenhor Renato da Cunha Cavalcanti, chegou para “um tempo de transição”. De maneira democrática, se posicionou diante da polêmica “Carta ao Povo de Deus” que foi endossada por mais de uma centena de bispos brasileiros.

Sobre a polêmica tatuagem,   recentemente anunciada pelo Padre Fábio de Melo, o Mons. Maurício não “jogou pedras”, mas disse “que não faria uma”. Ao ser indagado sobre o Papa que mais lhe marcou, foi enfático: “João Paulo II”. Disse ainda: “ sonhava com ele desde criança”.

Ao final, perguntei: quando o senhor passar dessa para a vida eterna, será que o senhor será nome de rua aqui em Vitória?

Portanto, acima, segue a entrevista completa com Monsenhor Maurício Diniz – Pároco da Matriz de Santo Antão.

ASSISTA A LIVE COMPLETA AQUI…

 

Boas Lembranças – por Marcelo José.

Como um texto ou uma imagem tem um poder de nos transportar a outra época. Essa matéria me trouxe lembrança desse festival do vinho que tinha no Camelo. Eu louco pra ir com os amigos mas não tinha permissão de meu pai, era muito jovem, tinha 15 anos na época (1984), mesmo assim comprei o ingresso e veio junto uma caneca personalizada com o nome do festival. Escondi a caneca em casa pra não dar bandeira e fiquei contando os dias para me esbaldar na festa. Mas o medo de ser dedurado e receber uma punição severa do velho me fez desistir de ir, fiquei frustrado por anos. Obrigado por me fazer resgatar essa lembrança.

Marcelo José

EDUCAÇÃO MUSICAL – Noções básicas de harmonização (PARTE 1).

Quando falamos em harmonização, estamos trabalhando a harmonia de uma peça musical. Vamos analisar alguns fatores que são bem simbólicos, no entanto, merecem a atenção de todos que tem o compromisso com a causa musical. Um dos fatores importantes, é justamente, o respeito pela obra escrita e, pelo compositor que a compôs. Qão importante é o fato de se tocar o primeiro carnaval? Qual foi o músico de sopro que, não se lembra do desafio encontrado em ensaiar peças de frevos, escritas com vasta notas agudas? Onde as vezes, seus instrumentos são compostos, por um bocal fundo ou, meio fundo? Estamos lidando com outro fator denominado: o bocal, seja do trombone ou do trompete! As vezes existe um fator muito interessante, possuímos um bocal importado de marca famosa, porém, não nos adaptamos, tem boa sonoridade para os médios/graves, e, nos agudos não temos segurança. Temos que considerar tudo que nos seja louvável para o bom aprendizado e, um outro fator também está entre os músculos Buco-Maxilo-Facial, onde já nos deixa com a noção da mecânica e da técnica de soprar. O princípio para que possamos entender melhor, está baseado no estudo, na pesquisa e na paciência. Partindo deste princípio, o aluno estagiário – aquele que não tem a noção de se tocar os frevos nos períodos carnavalescos – deve buscar a pesquisa matemática musical denominada de Intervalos. De repente, estamos tocando na rua em pleno sol quente, o regente para a orquestra de frevos, diz o nome do próximo frevo e, neste momento, vai entrar em ação o momento individual musical de cada componente da orquestra de frevo.

Bosco do Carmo

Ex-aluno e trombonista da antiga Euterpe Musical 03 de Agosto da cidade da Vitória de Santo Antão – PE, (1980; 1987-1994) do maestro Aderaldo Avelino da Silva – in memoriam – , Ex-aluno do maestro Nunes – in memoriam – da cidade do Recife – PE. (1991-1996).

EU E MEU MENINO NO TEMPO DELE MENINO – por Sosígenes Bittencourt.

Filhos são relógios que temos.
Quanto mais jovens, mais envelhecemos.

O menino: – Pai, estou com medo.
Eu: – Começaste a sentir a dor da alma.
O menino: – O que é alma?
Eu: Para ter alma, não precisa explicação.

O menino: – Pai, eu penso que quando o senhor era menino, o mundo era preto e branco.
Eu: – Cometeste o teu primeiro poema.

O menino: – Pai, eu estava com saudade.
Eu: – Saudade é um sentimento que não morre quando se mata. É a gente matando saudade e morrendo de saudade.

O menino: – Pai, uma menina me beijou.
Eu: – Cuidado, meu filho, eu ainda não estou na idade de ser avô.

Sosígenes Bittencourt

As Majestades do Carnaval da Vitória 2020!!

Na qualidade de “majestades” do carnaval vitoriense de 2020, marcaram presença na redação do Blog do Pilako o Rei, a Rainha e a Musa – Emerson, Micaelly e Angélica, respectivamente. Como acontece há vários essa promoção momesca é uma articulação da Agremiação Carnavalesca do Bloco “Rei Momo”, liderado pelo amigo Fernando Damásio.

A Musa, Angélica, é moradora do distrito de Pirituba e revelou se sentir muita alegre e prestigiada em fazer parte dessa brincadeira, por assim dizer. Micaelly, a Rainha, disse que está feliz: “foi uma coisa que eu sempre quis. Estou vivendo um sonho”.

Já o Emerson, o Rei, é pessoa que bem identificada com o carnaval e garantiu representar bem o seu “reinado” em 2020. Com a agenda cheia, desde a primeira vez que se apresentaram publicamente para o carnaval 2020, na 9ª edição da Feijoada da ABTV, o grupo tem participado dos mais diversos programas na mídia local, além de estarem “bombando” nas redes sociais. Assista o vídeo e saiba mais um  pouco das nossas majestades carnavalescas 2020.

Agora, é só carnaval……………

A partir de hoje, quarta-feira, dia 12 de fevereiro, até o domingo, último dia do mês, devido ao volume de atividades atinentes ao nosso carnaval e, em particular o desfile da SAUDADE, estaremos “quebrando” a rotina das nossas postagens. Iremos postar em horários diferentes dos habituais. Realço, porém, que o conteúdo, doravante, será basicamente só sobre carnaval. Assim sendo, espero a compreensão de todos internautas assíduos do nosso jornal eletrônico, intitulado Blog do Pilako.

MINHA FANTASIA – por Sosigenes Bittencourt.

A minha fantasia é original e não me custa um tostão. Estou fantasiado de coroa, e o alfaiate é o tempo. A música que canto, nos ambientes por onde passo, é a modinha de finado Capiba:

MODELOS DE VERÃO

Quanta mulher bonita
tem aqui neste salão
parece até desfile
de modelos de verão
até as viuvinhas
do artista James Dean
vieram incorporadas
hoje a noite está pra mim!
Eu daqui não saio,
eu não vou embora,
tanta mulher bonita
e minha mãe sem nora.

Sosigenes Bittencourt

Promotora Joana Cavalcanti comandou a reunião do “TAC” para o Carnaval 2020!

No sentido da construção do Termo de Ajustamento de Conduta, popularmente conhecido por TAC, visando às festividades carnavalesca 2020 na nossa cidade, aconteceu na manhã de hoje (06) na sede da promotoria um encontro envolvendo diversos atores que são diretamente responsáveis pela condução da nossa festa maior.

No comando dos trabalhos atuou a Promotora de Justiça Joana Cavalcanti. Além dos diversos órgãos ligados ao Poder Municipal, o secretário Marcos Rocha representou a prefeitura. Comandantes do Corpo de Bombeiro e do 21ª Batalhão de Polícia e entidade representativa das agremiações também fizeram parte do conjunto.

Após quase três horas de debates o acordo foi selado basicamente no formato do ano anterior. Ressaltemos, porém, que houve mudanças no horário para o encerramento  das festividades no período que compreende o chamado “pré” e “pós” carnaval. Para 2020 o horário limite será meia noite (12h). Já no período de carnaval propriamente dito, às 02h.

Já com relação aos “paredões clandestinos”, por assim dizer, àqueles que não tiverem   autorização para desfilar por um tempo e percurso pré estabelecido serão apreendidos pela Policia Militar.

Ao final, ficou estabelecido o conteúdo do documento (TAC) será  amplamente divulgado pelos mais diversos órgãos de comunicação para que toda população vitoriense tome conhecimento dos regramento para a folia que se avizinha.

Momento Cultural: A DANÇA DO VENTO – Por Valdinete Moura.

A dança do vento frenética não pára. E nessa
alucinação me envolve o corpo que treme e se
arrepia. Me desmancha os cabelos que entram
pelos olhos e penetram em minha boca, buscando
beijos úmidos de amor.

E o vento louco passa levando tudo para longe.
Tudo menos essa ânsia imensa, esse desejo
Insano de carícias e afeto.

O vento passa e leva tudo. Tudo mas deixa em
meu corpo a certeza da saudade e a imensidão
do desejo.

“Voz Interior”

Maria Valdinete de Moura Lima – professor e escritora 

O ESPELHO DA CASA DE GEUDA (Primeira parte) – por Marcus Prado

“O espelho estava naturalmente muito velho; mas via-se-lhe ainda o ouro” (Machado de Assis)

VOLTO AO PALÁCIO DE VERSALLES, não para rever as coisas e objetos já admirados em visitas anteriores; não para fotografar seus jardins, talvez entre os dez mais belos da França.  Na primeira vez, saí de lá com mais de 500 fotos das suas flores  encantadoramente rubras, mas que não se comparam com as espécies existentes na Mata Atlântica de Pernambuco, principalmente as tropicais plantadas por Vania  Grassano Caldas. Volto dessa vez para conferir  o trabalho de recuperação dos espelhos para muitos os mais belos do mundo, com exceção, para mim, do belíssimo espelho da sala de visitas da casa de Geuda, na Praça Diogo Braga (vizinha ainda hoje do Silogeu).  As molduras, o dourado, os bronzes o brilho: uma gigantesca obra de restauração foi feita na Galeria dos Espelhos de Versalles. Por coincidência, no dia em que estive lá, estava de plantão  o famoso Fréderic  Didier, arquiteto chefe dos monumentos históricos franceses, que coordenou os trabalhos. Elogiei o que fez, disse-lhe que a Galeria dos Espelhos recuperou seu esplendor original, e que estava linda. Mas, com certeza (para o espanto e surpresa de monsieur Fréderic), disse-lhe – visivelmente emocionado e saudoso de meu tempo vitoriense -, que não trocaria jamais o espelho da casa de Geuda por tudo o que estava diante de meus olhos naquele instante: os espelhos de sala mais visitada em toda a França desde 1678. A seguir faço reviver o diálogo que tivemos, o Monsieur Didier e eu:

– Quem era essa Geuda?  Que espelho de parede era esse, caro visitante, tão belo e tão importante para superar, uma só peça, o esplendor de todo o conjunto de peças únicas no mundo, de Versalles?

– Geuda era a mulher mais bela da cidade onde nasci: Vitória de Santo Antão.   Acho que a França inteira jamais teve outra mulher igual.  Nem a França de Simmone de Beauvoir (a quem fui levado a conhecer pessoalmente, quando a escritora esteve em visita no Recife na companhia de Sartre; nem a França de Edith Piaf, imortalizada no Brasil na genial interpretação teatral e musical de Bibi Ferreira, cantando: Des nuits d’amour à en mourir/Un grand bonheur qui prend sa place/Les ennuis, les chagrins s’effacent/Heureux, heureux pour mon plaisir); nem a França de Mirelle Matieux, que a vi cantar, no MUSEE MAXIM’S 3, rue Royale-75008/Paris: Dans ce vieux château, jamais aucun bruit L’histoire rapporte/Qu’une impératrice y passa la nuit /Et qu’elle en est morte/Quatre princes y sont nés/Et trois têtes couronnées/ Y furent assassinées/Mais il n’y a pas d’cabinets/Et pas d’robinets.”

– Começo a ficar curioso com essa senhora Geuda, exclamou o monsieur Fréderic.  Fale-me mais do espelho famoso de sua casa!

– O espelho de parede da sala de estar mostrava aos que passavam pela calçada, aos mais atentos,  belos  “lances” de pernas. Estava ela sempre à vontade na intimidade do lar, sempre vestida com pudor, geralmente  de saias curtas mas discretas, lendo seus livros prediletos, ouvindo noticiário ou novelas de rádio, ou numa conversa de família)

Víamos – na intencionalidade emotiva de nossos olhos juvenis e no despertar de nossa sexualidade -, os mais belos “lances” de perna , sem a bela mulher  jamais perceber ou desconfiar. Nas pernas de Geuda não  havia um só  enfraquecimento das fibras de sustentação dos tecidos.   Essa “peregrinação” , eu diria quase mística e  pagã, se daria  com maior freqüência, ao passar, na tela do Cine Iracema, o famoso filme ARROZ AMARGO,  com Silvana Mangano dando seus famosos “lances” de pernas, ao atravessar um rio do Vale do Sol.  Esta cena do famoso clássico do neorealismo italiano nos causou a mim e aos colegas do Pátio da Matriz uma grande emoção, aquelas primeiras emoções (inebriantes!) do despertar da sexualidade.  Joércio Lira de Andrade (filho do dono do cinema, que me deixava  entrar em todas as sessões, sem nada pagar ), Ubirasçu Carneiro da Cunha, que se tornaria um dos mais importantes poetas  da “Geração 60” do Brasil, que morreu ainda jovem, além de Jailton Andrade, outro saudoso e grande amigo que partiu.  Com a saída do filme em cartaz, ficamos todos sem saber o que fazer. “E agora, onde vamos encontrar  nesta cidade  pernas tão lindas como aquelas de Silvana Mangano?  Foi quando me lembrei da única alternativa naqueles dias inesquecíveis: O Espelho da Casa de Geuda!

Exigi de todos, ao passarmos lentamente pela calçada, na ida e na volta, muito respeito, discrição, e nada de “caboetagem”, prá que o evento não se vulgarizasse e que outros tantos colegas não encontrassem  a mina de ouro, que era só nossa e outros delas não tivessem competência para desfrutar.  Afinal, o que a gente queria, na verdade, não era ver o cruzar de pernas de Geuda, nisso  Geuda era  muito elegante e discreta. Nossa libidinagem  não chegava a tanto. Ela tinha muita classe no porte de vestir, no jeito de sentar. O que queríamos era ver as pernas de Geuda , as pernas que teriam dado nova versão ao famoso poema de Carlos Drummond de Andrade – Poema de Sete Faces – se o poeta  tivesse a sorte que tivemos  : “O bonde passa cheio de pernas:/pernas brancas pretas amarelas./Para que tanta perna, meu Deus,/pergunta meu coração./Porém meus olhos/não perguntam nada “.

A notícia do espelho da casa de Geuda, logo após as exibições do filme no Cinema de João Sabino e Lula Andrade, chegou aos ouvidos atentos de Manoel de Holanda, que ficou fascinado com a qualidade fílmica de ARROZ AMARGO. Cheguei a comentar com ele o filme, produzido pelo lendário Dino De Laurentis: A história em torno do triângulo amoroso formado pelo golpista Walter, sua amante Francesca e a inocente camponesa Silvana, tendo como pano de fundo a colheita de arroz feita por dezenas de mulheres no miserável Vale do Pó, no interior da Itália. Era no exato momento da colheita, que a atriz levantava a saia até no final das coxas. O resto já foi dito e contado. Sem falar o que não foi dito: o delírio da meninada do Cinema. Foi quando eu disse a Manoel de Holanda, que só havia uma alternativa viável e inofensiva  prá rever o filme já fora das telas do Iracema: o espelho da casa  de Geuda. Espelho que, de tão grande, parecia uma tela de cinema.

Discretos e até cerimoniosos, eis que saímos de braços dados, ele e eu (era assim que caminhávamos sempre pelo Pátio da Matriz) e fomos até à calçada da casa de Geuda.  CONTINUA…

Marcus Prado – jornalista