Orquestra Super OARA – Trio Asas da América
2º Lote: $115, à vista ou em até 3X no cartão, sem acréscimo!
Para mais informações: 9.9192.5094
Orquestra Super OARA – Trio Asas da América
2º Lote: $115, à vista ou em até 3X no cartão, sem acréscimo!
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Nasceu Auta de Sousa, no ano de 1876, na terra norte-rio-grandense. Vivei, na infância, no Colégio de São Vicente de Paula, situado na Estância, na cidade do Recife. Nesse estabelecimento de ensino, sob a vigilância maternal de religiosas francesas, Auta de Sousa começou a ler e a rezar, iluminado o espirito e formando o coração.
Era uma criança triste. Mas, “já na meninice, aos oito, escreve Mério Linhares, inspirado poeta brasileiro, sua inteligência despertava para as coisas superiores do sonho e da beleza espiritual da vida, e, no colégio, entremeava os deveres escolares com os primeiros surtos de seu estro”.
Trouxe, Auta de Sousa, na jornada da vida, destino de amargura. Aos 14 anos, órfão, e doente, não sorria no mundo. Vivia pensando na morte. E, na mocidade, escreveu lindos versos, repassados de tristeza, e cheios de doçura, iluminada pelas graças do céu.
Publicou, aos 24 anos, o “Horto”, o jardim de seus sofrimentos e de suas dôres, onde havia “balbucios de prece e espirais de incenso”, Fez, de sua poética, harmoniosa, e clara como as águas de uma fonte, a consolação de suas manhãs nubladas, de suas tardes, indecisas, e de suas longas noites friorentas, e sem estrelas. Doente, marchando apressada para o túmulo, peregrinou pelo sertão de sua terra natal, perfumada pelo “incenso agreste de jurema em flôr”, em busca da saúde perdida, da alegria de viver, e, desiludida, e mais tristonha, regressou a Natal, para reclinar a fronte cor de cêra, e quente de febre, na sepultura pequenina, coberta de lírios e de rosas. Adormeceu, sorrindo, na Eternidade, a 7 de fevereiro de 1901. Auta de Sousa tinha 25 anos de idade.
Quando ele morreu, a cidade de Natal, de luto, se ajoelhou, para assistir ao enterro da poetiza. Numa rua, narra Ezequiel Vanderlei, parou o préstito fúnebre. E um homem ilustre, político de prestigio, aproximou-se do ataúde de Rosa de Macaíba, e abrindo-o, beijou-o, chorando, a face fria, e iluminada por Deus, da princesa da poesia do nordeste brasileiro.
Era, esse homem venerado, o senador Pedro Velho. E esse beijo era a homenagem comovida do Rio Grande do Norte.
O espirito amado e fulgurante de Auta de Sousa, pelo muito que sofreu, deve andar, pela terra, consolando os aflitos.
Célio Meira – escritor e jornalista.
LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.
4ª Corrida da Vitória – 27 de abril de 2025.
Corrida 7km – Caminhada 3km – Concentração às 6h – Largada às 7h.
PREMIAÇÕES
Troféu – 1º ao 5º colocado – masculino e feminino.
Categorias: Geral – Local e Faixa Etária –
Primeira faixa etária: até 39 anos.
Segunda faixa: dos 40 aos 49 anos.
Terceira faixa: dos 50 aos 59 anos.
Quarta faixa: dos 60 aos 69 anos.
Quinta faixa: dos 70 em diante.
Troféu – Maior equipe (grupo) local e visitante.
OBS: NÃO HAVERÁ PREMIAÇÃO EM DINHEIRO!
Inscrições on-line: www.uptempo.com.br
Inscrições para grupos: 81-9.9420.9773
Inscrição presencial: Loja Monster Suplementos – Rua Valois Correia – 96 – Matriz – Vitória.
Valor da Inscrição no 1º lote
Kit completo – corrida ou caminhada – R$ 95,00
Kit sem a camisa – corrida ou caminhada – R$ 80,00
PARA MAIS INFORMAÇÕES: 9.9420.9773
Há 51 anos, São Paulo assistia ao 3.° incêndio mais mortal da história do país: a terrível tragédia do Edifício Joelma.
Foram 187 mortos e mais de 300 feridos.
Em número de mortos, o incêndio do Joelma fica atrás apenas das catástrofes do Gran Circus Norte-Americano em Niterói/RJ (503) – veja no nosso retalho – e da Boate Kiss em Santa Maria/RS (242).
Tudo começou com um curto-circuito em um ar-condicionado no 12.º andar, que se alastrou por materiais inflamáveis, como cortinas e carpetes.
Naquela época, o Joelma era considerado um marco arquitetônico da cidade e abrigava diversos escritórios.
Durante mais de 3 horas, o fogo destruiu 14 pavimentos.
Com o acesso pelas estreitas escadarias impossibilitado, os bombeiros tentaram fazer o resgate por helicópteros, mas havia enorme dificuldade de pousar no topo, porque este era coberto com telhas de amianto e não havia heliponto.
Mais de 60 pessoas que fugiram para o terraço morreram carbonizadas.
Era muito desesperadora a situação, visto que o calor durante um incêndio pode superar os 900° e, nessa temperatura, um corpo fica totalmente destruído, restando no máximo um quilo e meio de cinzas.
Se a água dos bombeiros chegar até lá, pode transformar tudo em lama, impossibilitando completamente o reconhecimento.
Desesperadas, várias pessoas tentavam se salvar pulando das janelas.
13 vítimas tentaram escapar por um elevador, mas o equipamento parou e todas morreram ali mesmo.
Seus corpos, não identificados, foram enterrados lado a lado no Cemitério São Pedro (foto).
O fato acabaria sendo inspiração para o chamado “Mistério das Treze Almas”, às quais são atribuídos diversos milagres até hoje.
Como único saldo positivo, a tragédia do Joelma trouxe à tona o debate sobre a importância da prevenção a incêndios, provocando a criação de uma regulamentação de segurança no Brasil.
Depois do Joelma, as coisas começaram a mudar.
Dedico este retalho de hoje à memória de meu irmão Ricardo da Costa Soares, engenheiro de segurança do trabalho que dedicou a sua vida profissional ao estudo e à difusão de sistemas de prevenção e combate a incêndios.
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Bem prestigiada pela comunidade carnavalesca antonense, a Prévia 2025 da Agremiação ETSÃO, ocorrida durante do dia do sábado, 08 de fevereiro, no Espaço de Ouro, em boa medida, sinalizou para um carnaval que se avizinha, bem animado.
Comandando a festa, o sempre animado Elminho Carneiro. Aliás, em 2025, a agremiação lhe prestará um tributo. Em linguagem simples: a criatura homenageado o seu criador.
Na ocasião, registramos as orquestras – Venenosa e Ciclone – e os bonecos em plena atividade. Veja os vídeos:
4ª Corrida da Vitória – 27 de abril de 2025.
Corrida 7km – Caminhada 3km – Concentração às 6h – Largada às 7h.
PREMIAÇÕES
Troféu – 1º ao 5º colocado – masculino e feminino.
Categorias: Geral – Local e Faixa Etária –
Primeira faixa etária: até 39 anos.
Segunda faixa: dos 40 aos 49 anos.
Terceira faixa: dos 50 aos 59 anos.
Quarta faixa: dos 60 aos 69 anos.
Quinta faixa: dos 70 em diante.
Troféu – Maior equipe (grupo) local e visitante.
OBS: NÃO HAVERÁ PREMIAÇÃO EM DINHEIRO!
Inscrições on-line: www.uptempo.com.br
Inscrições para grupos: 81-9.9420.9773
Inscrição presencial: Loja Monster Suplementos – Rua Valois Correia – 96 – Matriz – Vitória.
Valor da Inscrição no 1º lote
Kit completo – corrida ou caminhada – R$ 95,00
Kit sem a camisa – corrida ou caminhada – R$ 80,00
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ALÉM-MARES III. 3ª ANTOLOGIA LITERÁRIA INTERNACIONAL. PROJETO CHÁ DA VIDA BRASIL. ORGANIZAÇÃO: JONES PINHEIRO. EDIÇÃO: ALUMIÁ. 2024. ISBN: 978-65-83373-00-7. 388ª PARTICIPAÇÃO DE PIETRO COSTA EM OBRAS COLETIVAS. POMAS DE EXCLUSIVA LAVRA: “ELOGIO À TRANSITORIEDADE I”, “ELOGIO À TRANSITORIEDADE II”, “LÚDICO INTERLÚDIO” (PÁGS. 168-170).
O poeta, escritor, ativista e produtor cultural de Brasília/DF, PIETRO COSTA, com desmedido contentamento e muito honrado em participar da 3ª ANTOLOGIA LITERÁRIA INTERNACIONAL ALÉM MARES III, rejubila-se com os coautores e coautoras que com sua destemida verve promoveram o brilhantismo alcançado pela publicação em referência, sob o selo da ALUMIÁ e diligente organização de JONES PINHEIRO, com o valoroso apoio cultural do PROJETO CHÁ DA VIDA BRASIL.
O brasiliense se inscreveu com 3 (três) poemas de sua exclusiva lavra, a saber, ELOGIO À TRANSITORIEDADE I, ELOGIO À TRANSITORIEDADE II e LÚDICO INTERLÚDIO (págs. 168-170).
É a sua 388ª participação em obras coletivas.
O compêndio teve um magistral lançamento no Salão Nobre do Instituto Histórico e Geográfico de Vitória de Santo Antão, na data de 11/01/2025.
Digno de registro, ademais, o lançamento de garrafinhas com mensagens dos coautores ao mar, realizado a 7 km da costa da praia de Suape, no litoral sul de Pernambuco. Réplicas foram encaminhadas a cada um que se interessou, via Correios.
Merece destaque, igualmente, o plantio de uma muda de pau-brasil no bosque do Monte das Tabocas, sendo que sob suas raízes foi posta uma cápsula do tempo com textos de poetas, músicos e escritores, todos coautores da antologia, “simbolizando um legado cultural que transcenderá gerações” (https://www.blogdopilako.com.br/wp/2025/01/14/lancamento-da-antologia-alem-mares-iii-foi-um-sucesso).
No fecho, PIETRO COSTA aplaude a briosa tripulação de coautores e coautoras da Nau Literária ALÉM MARES III, capitaneada por JONES PINHEIRO, idealizador da Antologia e do PROJETO CHÁ DA VIDA BRASIL.
O poeta do Distrito Federal também felicita toda a COMISSÃO EDITORIAL, pela esplêndida parceria.
ASSESSORIA DE IMPRENSA – PIETRO COSTA
Por falar em “Camelo”, segue, abaixo, os últimos momentos do prédio da sua sede social, localizada no bairro do Livramento, que hoje abriga uma igreja. No passado, o local era reservado às celebrações mundanas. Atualmente, às celebrações de religiosas. Será mesmo que a troca valeu a pena?
Em um determinado quadrante da nossa história momesca, que teve inicio no final do século XIX, alguns jornais e informativos, com títulos sugestivos e com conteúdo e linguagem própria, circulavam no período da folia.
Abaixo, portanto, notícias do Clube Vassouras (O Camelo), no “Língua de Sogra”. Detalhes: um expressivo acervo desses exemplares encontram-se arquivado e preservados no nosso Instituto Histórico Geográfico.
Faltando pouco menos de um mês para vivenciamos mais um reinado de momo, em Vitória de Santo Antão, as agremiações, das mais variadas tendências e estilos, continuam se organizando para apresentar sua melhor versão.
Nesse contexto, a Agremiação SAUDADE, que desfilará em 2025 mais uma vez com a Orquestra Super Oara e o Trio Asas da América, oportunamente, estará celebrando o nome do Poeta Dilson Lira, por ocasião da passagem do centenário do seu nascimento.
“Seu” Dilson, em se tratando de carnaval, nos deixou um patrimônio único com as suas filmagens e registros do nosso carnaval. Ele começou em registrando a nossa folia em 1966.
Assim sendo, por uma questão de justiça, tributaremos o nosso desfile a esse grande antonense, Dilson Lira.
“Quando se quer mostrar que o passado tem presença tão intensa, não se deve mostrar que ele é passado, mas que está presente e forte”. (Anatol Rosenfeld).
Minha passagem na condição de conselheiro titular do Conselho Estadual de Cultura (CEC) levou-me ao estudo de autores que contribuíram significativamente para a formação de perspectivas e visões da preservação da Memória e seu desdobrar histórico preenchido de significados. Ao fazer leituras sobre a prática preservacionista, tanto na área do patrimônio edificado e memória da cultura, pude recolher ganhos e ensinamentos de autores de incomensurável valor hermenêutico. O percurso, com certeza, não seria possível sem a acolhida de pessoas incríveis como Antenor Vieira, José Luiz Mota Silveira, Rosa Bonfim, Vera Millet, Marcos Galindo, Juliana Cunha Barreto, Nazaré Vieira.
Tornou-se, para mim, fascinante, a questão do patrimônio intangível, o papel essencial de quem trabalha nessa questão cada vez que a experiência pessoal, motivadora, sobretudo da vertente jurídica e legal que envolve o tombamento, os seus fundamentos justificatórios. Serviram-me quando produzi o Relatório de Tombamento “como patrimônio de rigorosa preservação” do edifício sede do Diario de Pernambuco. (Conselho Estadual de Cultura/2018-Gestão de Márcia Souto e Aramis Macêdo).
Nunca perdi a minha simpatia e interesse pelos repertórios e salvaguarda do Patrimônio Imaterial de natureza intangível. Esses duram a eternidade, assumem uma função globalizante a um só tempo plural, variada e dinâmica.
É o caso recente do tombamento do jornal Diario de Pernambuco como patrimônio imaterial do Recife (Lei de autoria da vereadora Ana Lúcia, sancionada pelo prefeito João Campos).
A honraria, plena de significados, significa dizer que o DP nos seus 200 anos, faz parte da identidade profunda da cidade, não só do Recife, mas do País; que esse acervo impresso é valioso para a imprensa de idioma português. Os dados atuais da UNESCO informam que uma das caracterizações dos bens imateriais é sobre a comunidade local, sem esse grupo não existiriam os patrimônios.
“Fundado na comunidade, o património cultural imaterial deve ser reconhecido como tal pelas comunidades, grupos ou indivíduos que o criam, mantêm e transmitem.” As edições desse Jornal, o mais antigo em circulação em nosso idioma, hoje digitalizadas, são insubstituíveis nas pesquisas históricas e na (re)interpretação desses eventos não só de Pernambuco.
Por fim. não vejo a hora de se reunir numa publicação de amplo alcance e acesso, o que se tornou oficialmente reconhecido, em Pernambuco, sobre a riqueza do nosso Patrimônio Intangível.
O nosso DP, contemporaneamente, na prática profissional do jornalismo, exerce, como há 200 anos, papel de porta-voz da sociedade, guardião da agenda de grandes temas da população.
Marcus Prado – jornalista
Dentro da programação produzida pelo Instituto Federal, realçando a história do nosso reinado de momo, que terá como culminância um “grito de carnaval” nas dependências da instituição, na manhã de ontem (03), contribuímos com uma palestra sobre algumas passagens, transformações e curiosidades sobre nessa festa maior – Carnaval Antonense.
Direção, professores e alunos se juntaram para manter viva nossa história carnavalesca. Através da pesquisa e uma visita presencial ao nosso Instituto Histórico se apropriaram de conteúdo valioso para, em atividades escolar, formatar algumas peças e criar uma sinergia com a comunidade local. Parabéns aos envolvidos!
Para consumir ideias diferentes e beber noutras fontes históricas, na tarde do domingo (02), juntamente com parte do grupo da “Missão Cultural”, seguimos para a cidade de Olinda, local que exala de tudo um pouco, um espécie de caldeirão cultural.
Nesse período de inicio de ano até o reinado de momo, propriamente dito, Olinda é bom laboratório humano e social. Em se tratando de carnaval, como festa popular, para quem gosta, caminhar, subir e descer suas ladeiras, ao som do que rola por lá, sempre será uma boa experiência. Vale a pena conferir!!!
Mantendo a tradição de abrir a temporada carnavalesca antonense, no sábado, 1º de fevereiro, aconteceu a 12º edição da Feijoada da ABTV – Associação dos Blocos de Trios da Vitória. Bem prestigiada, o evento contou com a participação de políticos, diretores de agremiações, artistas, carnavalescos e foliões.
Patrocinado desde a sua primeira edição pelo Engarrafamento Pitú, a Feijoada da ABTV também congregou a imprensa da cidade para, em coletiva, em primeira mão, anunciar as novidades das respectivas agremiações atinentes ao reinado de 2025.
O evento realçou e condecorou alguns nomes: Elias Andrade, recentemente falecido, recebeu na categoria póstuma. Marconi Sandres como alegorista. “Mijo Dela”, “Pereirinha” e a Agremiação “Em Cima da Cama” também foram lembradas. Na ocasião, a passagem dos 75 anos da “Girafa”, os 25 do “Papaléguas” e os 15 do “Fera” foram sublinhados.
Comandando o palco, o consagrado artistas, Nildo Ventura, compartilhou sua apresentação com vários artistas que irão se apresentar nos blocos filiados a ABTV. Brindou a todos os presentes com os mais tradicionais frevo a Orquestra Ciclone, comandada pelo Maestro Givaldo.
Portanto, a 12º edição da Feijoada da ABTV cumpriu, mais uma vez, o seu papel que, entre outras coisas, atua para fomentar a nossa festa maior, ou seja: o Carnaval Antonense.
Orquestra Super OARA – Trio Asas da América
Para mais informações: 9.9192.5094
O dia 3 de março está chegando, data em que uma página negra da história de Pernambuco foi escrita, há exatos 80 anos, em 1945, com o tiro na cabeça de um jovem estudante da Faculdade de Direito do Recife, Demócrito de Souza Filho, quando discursava numa manifestação cívica na sacada do Diario de Pernambuco.
Ele tinha apenas 23 anos.
Sabe-se que Demócrito iniciara seu estudo na Faculdade de Direito em 1941, durante a ditadura de Getúlio Vargas. O fascismo estava em ascensão na Europa, com líderes como Benito Mussolini na Itália e Adolf Hitler na Alemanha. O governo Vargas mantinha relações diplomáticas com esse regime e chegou a elogiar Mussolini publicamente. Pense um jovem cheio de esperança e ardor cívico em busca da redemocratização do seu país, morrer tão de repente, de forma covarde, traiçoeira, brutal, dolorosa, violenta, numa época que a cidade era a capital do Nordeste, estava vivendo a efervescência de motivações para jovens, como ele, sobretudo de ideais políticos em seu tempo e espaço histórico. A bala passou pelas paredes duplas da sacada do Diario, quase raspando o peito do companheiro de campanhas pernambucanas, o escritor Gilberto Freyre. O impacto do tiro, certeiro, o fez cair no meio da redação do jornal.
O Recife inteiro ficou consternado ao saber desse crime encomendado, executado por um fanático do regime. (Policiais invadiram a redação do Diario de Pernambuco horas depois, destruindo as páginas já prontas da edição de 4 de março de 1945). Demócrito caiu como herói da Pátria, pela sua coragem de resistência contra o Estado Novo, contra as ideologias dominantes, carregadas de marginalizações históricas, quando um novo tempo brasileiro era motivação de ideais democráticos, querendo sair da escuridão de uma ditadura caracterizada pela centralização do poder e pelo autoritarismo. Com todos os meios de comunicação sob rigorosa censura. Tinha como setor fiscalizador o nefasto DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). As secretas investigações, no Recife, eram voltadas para Demócrito, temido porque tinha o poder da palavra, da liderança estudantil, da coragem, e para o Diretório Acadêmico da Faculdade, presidido por ele.
Demócrito, naquele 3 de março, saíra de sua casa vestido de branco, e deixaria nesse dia, para sempre, a sua mãe vestida de preto até a sua morte. Vestida da mesma cor ficaria a senhora Vicenta Lorca Romero, mãe dolorosa do poeta Federico Garcia Lorca (morto por uma patrulha do ditador Franco, da Espanha), praticamente reclusa, sem usar outra roupa, senão a de luto fechado, até sua morte. O escudo de aço era uma arma preciosa e emblemática como era vista na Antiguidade. (Na “Ilíada”, de Homero, o escudo que Aquiles usa em sua luta com Heitor). O escudo de Demócrito caiu sobre chão manchado de sangue. Mas ficou o seu legado no labirinto de novos caminhos neste imenso mar de esperanças.
Marcus Prado – jornalista
Por volta do meio-dia de ontem (29), na Praça da Restauração, casualmente, encontrei o jornalista José Edalvo. Como sempre, ao encontrá-lo, dedicamo-nos, por menor que seja, um tempo para breves, e não tão breves, atualizações. Para nossa grata surpresa, nesse ínterim, eis que surge o professor, poeta e pensador antonense, Sosígenes Bittencourt. Para concluir, na linguagem frívola das redes socais, poderíamos dizer: “encontro de milhões”. Noutra seara, poderíamos arrematar: “encontro de semelhantes diferentes”….
Naquele ano, duas figuras de gerações distintas encontravam-se nas dependências da Casa de Detenção do Recife: o lendário cangaceiro Antônio Silvino e o histórico militante comunista Gregório Bezerra.
Antônio Silvino nasceu em Carnaíba/PE e entrou para o cangaço aos 22 anos de idade, em 1897, para vingar o assassinato de seu pai, Pedro Rufino.
Também conhecido como “Rifle de Ouro”, Silvino já era um cangaceiro temido e conhecido quando nascia no Sítio Mocós, em Panelas/PE, em 1900, o líder revolucionário Gregório Bezerra.
Ambos, cangaceiro e revolucionário, tinham origem camponesa.
Iniciaram-se no trabalho no cabo da enxada desde os primeiros anos de vida, enfrentando um duro regime de exploração.
Ambos eram irresignados.
Gregório lutava contra as difíceis condições de trabalho do seu povo, enquanto Silvino rebelara-se contra o assassinato de seu pai a mando de um “coronel” da região.
Em 1917, Gregório tinha apenas 17 anos e encontrou na prisão um Antônio Silvino já maduro, com 42 anos, e já completamente fora da cultura da violência.
Gregório teve em Silvino um dos seus principais amigos no cárcere, chegando a registrar essa admiração em seu livro de memórias:
“Antônio Silvino foi o bandido mais famoso, mais popular e mais humano na história do cangaço”, disse Gregório, referindo-se ao espírito de valentia do cangaceiro, mas também reconhecendo a forma distinta com que tratava as mulheres, as crianças e os idosos.
Com o tempo, essa amizade aprofundou-se com Silvino sendo um verdadeiro conselheiro de Gregório e, ainda, um leitor das notícias que chegavam da Rússia revolucionária de 1917.
Em 1937, Silvino recebeu indulto de Getúlio Vargas e faleceu em 1944, em Campina Grande/PB.
Já Gregório, continuou em sua luta, amargando 23 anos de prisão ao longo da vida, a depender do momento histórico que enfrentava (década de 20, Estado Novo, anos 30/40 e golpe de 64).
Dezoito anos mais tarde, em 1935, eles voltariam a se encontrar na mesma Casa de Detenção do Recife.
Duas figuras icônicas de gerações distintas que o cárcere aproximou.
A quem interessar, recomendo o livro “Gregório Bezerra, Memórias”. 📖
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Promovendo e aquecendo o reinado de momo na República da Cachaça, a Radio Centro, dirigida pelo amigo Rômulo Mesquita, desde o raiar do novo ano (2025), vem recebendo diretores de agremiações carnavalescas das mais variadas tendências para da folia antonense 2025.
Convidado, ontem (29), também participei da empreitada. Na ocasião, falamos um pouco da história do nosso carnaval e aproveitei para alardear a movimentação da SAUDADE, que desfilará na segunda-feira de carnaval, às 21h, com a Orquestra Super Oara e Trio Asas da América.
Veja a entrevista aqui: https://www.instagram.com/reel/DFbIaLgvnij/?igsh=ZXdhejlxbnRpcHN1