Câmara da Vitória: protagonismo não é o seu forte!!!

Por entender que o nosso gentílico (vitoriense) não contempla sua finalidade, isto é: não nos identifica geograficamente de maneira única, resolvi,  em minha passagem pela tribuna da Câmara da Vitória, por ocasião do recebimento da honrosa condecoração (Título de Cidadão),  deixar  como sugestão à Casa, a adoção de um segundo gentílico, ou seja: “antonense”.

Aliás, é bom que se deixe bem claro: eu não inventei nada! Apenas, na qualidade de estudioso e pesquisador da história local, encontrei nos livros, revistas e jornais da nossa cidade autores –  proeminentes da nossa terra – explicando os motivos pelo quais devemos ser identificados como antoenses. Dentre os quais, destaco o nome de Nestor de Holanda. Uma espécie de “embaixador das artes”  da Vitória de Santo Antão. Nestor foi série “A” em tudo: na música, na literatura, na prosa, no jornalismo  e, sobretudo, na melhor imagem dos “Holanda” da nossa terra.

Pois bem, em ato contínuo, o vereador Doutor Saulo confeccionou um projeto (135/2024) e submeteu-o aos pares, no sentido da sua aprovação. Antes, porém, o referido edil, achando-me capaz,  pediu-me para comparecer à Câmara, no sentido de explanar sobre o projeto.  E assim eu fiz, na Sessão do dia 04 de dezembro. .

Com efeito, na tarde de ontem (11), após um novo convite do Doutor Saulo, juntamente com o presidente do Instituto Histórico e o diretor de patrimônio, Pedro Ferrer e Fernando Nascimento, respectivamente, acompanhei a votação do tal projeto (135/2024),  no Plenário da Câmara. Saldo geral: Projeto Reprovado!

Como todos sabem, o vereador André de Bau continua hospitalizado e se recuperando de enfermidade.  Os vereadores Carlos Henrique, Marcone da Charque, Gold do Pneu e Romero Queralvares não compareceram à Sessão de ontem (11). Lourinado Junior, na qualidade de presidente interino, só votaria em caso de empate.

Pois bem, dos 19 vereadores, apenas 13 se manifestaram   em plenário,  sobre o referido projeto que, sem prejuízo ao gentílico já existente (vitoriense), se aprovado, possibilitaria, também,  o uso do gentílico “antonense” de maneira oficial.

Dois vereadores votaram pela aprovação do Projeto: Doutor Saulo e André Carvalho. Três, sem manifestação oral,   optaram pela abstenção. Foram eles:  Novo da Banca, Beto de Bigode e Felipe Cezar. Sobre suas respectivas atitudes – participação passiva – só os mesmos poderão  emitir algum juízo de valor, até porque, como já falei,  eles não se pronunciaram,  elencando os motivos pelos quais não deram suas respectivas opiniões.

Dos oito vereadores que votaram contra o projeto, em que, se aprovado, oportunizava os conterrâneos a escolherem qual gentílico gostaria de usar,  seis não se pronunciaram. Apenas apertaram o  play no  botão do “não”. Foram eles: Edmilson de Várzea Grande, Josias da Militina, Celso Bezerra, Jota Domingos, Biu de Genário e  David Frutas.  Filosoficamente falando,  é  bom que se diga,  em todo silêncio há sempre um ato de inteligência. Ou seja:  quando calamos para não dialogar com os tolos ou quando estamos cientes de que não temos preparo para discutir sobre a matéria em tela. No último exemplo,  o “sim” ou o “não”  é o que menos importa.

Já os outros dois parlamentares que votaram  pelo “não”, mas que se pronunciaram  pelos microfones – Marcos da Prestação e Mano Holanda –, através dos seus argumentos, tecnicamente falando,  posso dizer que não acrescentaram absolutamente nada de  proveitoso  ou enriquecedor  ao  debate proposto. Falas que se configuraram numa espécie de “conjunto vazio”. 

Com relação às argumentações do vereador Marcos da Prestação, com quem tenho uma relação respeitosa, ficou difícil de aferir o seu  confuso entendimento,   pois o mesmo disse que o projeto “não traz mudança e ao mesmo tempo traz”. Disse, entre outras coisas, haver se aconselhado pela internet, com os seus seguidores para abalizar o seu voto.  Aliás, isso é algo  importante para todo político. Mas vale lembrar, também, que nas redes sociais existe “entendido” para tudo:  de parto de raposa à efeito colateral de vacina. E certamente,  há de ter,  também,   entre os seguidores do vereador Marcos da Prestação,  “entendido” para assuntos relacionados a gentílico e  filologia.

Já o vereador Mano Holanda, na sua fala,  em defesa do “não”, entre outros argumentos, se socorreu do fato  de nunca haver tido algum problema em ser vitoriense de Pernambuco. É possível, então,  que ele tenha viajado pouco para fora do nosso estado,  diferentemente  do do seu parente ilustre, Nestor de Holanda.

Esse,  nativo da terra de Santo Antão,  mas que circulava com desenvoltura pelo Rio de Janeiro, “dialogava” com o  Brasil e o mundo e estava sempre conhecendo  pessoas cultas de todo  território nacional,  foi uma das figuras de destaque que mais defendeu, nos seus diversos espaços de comunicação, à adoção do gentílico antonense. É possível, inclusive,  que o vereador Mano Holanda não tenha herdado dos “Holanda” o  salutar hábito da leitura, pois o mesmo,  aparentemente, desconhece até a obra do seu mais ilustrado  parente.

Nas imagens acima, apenas para ilustrar, seguem algumas citações,  entre tantas emitidas pelo versátil Nestor de Holanda, que insistentemente pugnavam pelo gentílico antonense, justamente por compreender que o “vitoriense” não nos contemplava, o que  ocorre até os dias atuais.  Na mesma direção, mas com outra sugestão e entendimento, também emitiu parecer o sempre respeitado editor do jornal “O Lidador”, José Miranda, quando sugeria o “santonese”.

Portanto,  para encerrar esse relato em que de maneira despretensiosa,  desinteressada e abreviada  contribui  para o melhor entendimento da história da nossa cidade, com a minha sugestão e explicação, quero acreditar  que o  “sim” ou  o “não” da Câmara, nesse momento, em nada muda à essência  dos fatos. Na qualidade de comunidade, continuamos capengas no que se refere ao nosso gentílico oficial. Quem sabe, numa outra legislatura, com parlamentares mais preparados e afeiçoados à leitura, não tenhamos um novo gentílico (antonense), ou mesmo a própria população, através do “costume da língua falada” num  proclame o “antonense”,  para sermos, definitivamente,  identificados  de maneira única e exclusiva. Isto é: Antonense das terras da Vitória de Santo Antão!!!”

Veja a Sessão completa aqui:https://www.youtube.com/live/tOA4lOz8OOA?si=JCo_R1vhXjpPhUof

Jorge Lafond – por @historia_em_retalhos.

Jorge Luiz Souza Lima, o Jorge Lafond, foi um comediante e bailarino, com estilo próprio, talento e muita presença de palco.

Decidiu adotar o sobrenome artístico “Lafond” em homenagem à atriz Monique Lafond, de quem era fã.

Preto, pobre e homossexual, precisou aprender cedo a enfrentar as barreiras do preconceito.

Aos 6 anos, já tinha a consciência de que era homossexual, escondendo dos pais essa condição.

Movido pelo sonho, estudou balé e, depois, teatro na UERJ.

Foi como bailarino que o artista começou a engrenar na carreira.

Fez parte do corpo de bailarinos do Fantástico, para, depois, estourar no Jô Soares, nos Trapalhões e na “A Praça é Nossa”.

Seu personagem principal era quase uma caricatura de si mesmo: Vera Verão.

Consolidado e com o trabalho reconhecido, Jorge talvez já não esperasse sentir de forma tão forte o impacto da indiferença e da crueldade das pessoas.

Mas isso aconteceu e foi no programa de Gugu Liberato.

No dia 10.11.2002, participava de uma competição integrando o time feminino.

Como de costume, a competição seria interrompida para dar lugar a uma atração musical e seria retomada depois.

Era normal que as equipes permanecessem no palco e até dançassem ao lado do convidado.

Porém, o convidado do dia, o padre Marcelo Rossi, fez uma exigência inusitada, com a conivência de Gugu: Lafond teria que ser retirado do palco.

Supostamente, o padre não queria estar no mesmo ambiente do comediante.

Sem reação, Lafond recebeu a orientação para retirar-se, enquanto o religioso apresentava-se.

Assim que o padre saiu, a produção tentou convencê-lo a voltar, mas ele não quis.

Já não dava mais.

Humilhado, voltou para casa.

O impacto foi muito grande, porque, além de tudo, ele era admirador do padre.

Coincidência ou não, uma semana depois, ele foi internado com complicações cardíacas.

Em 11.01.2003, após o agravamento do quadro, o comediante morreu, aos 50 anos, vítima de um infarto.

Nunca se saberá o grau de relação entre essa atitude do religioso e a morte de Lafond.

Porém, uma coisa é certa: mesmo que causada por outras razões, a sua morte foi, no mínimo, precipitada pelo preconceito.
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O Retábulo de Joana Carolina visto por 12 artistas pernambucanos – por Marcus Prado.

Poeta Mauro Mota, juiz de direito José Albino de Aguiar, Osman Lins, Professor Aragão – foto: Raminho Fotógrafo.

“Não é a própria realidade o resultado de uma interpretação?” (Hans-Georg Gadamer/Verdade e Método, volume 2, pág. 391)

O tema que inspirou a exposição “O Retábulo de Lins” (Museu do Estado de Pernambuco – 10 de dezembro de 2024 a 12 de janeiro de 2025), a dimensão estética da sua construção, teve como ponto de partida o conto “Retábulo de Santa Joana Carolina” integrante do livro “Nove, Novena”, de Osman Lins, publicado pela editora Companhia das Letras (1966).

A curadora da exposição, professora Elizabeth Hazin (UnB), mestra em Literatura Comparada, por muitos considerada uma das melhores estudiosas da obra desse autor, diz que a exposição faz conexões entre o texto literário e outras áreas artísticas, “a partir de uma abordagem transdisciplinar”.

Doze artistas plásticos pernambucanos “aliados a possíveis caminhos para as particularidades do texto” carregado de alta densidade poética foram convidados a traduzir em telas os doze “mistérios” que compõem o “retábulo” da personagem Joana Carolina. Os artistas escolhidos: Antônio Henrique Wanderley, Álvaro Caldas, Clerston de Andrade, Fabíola Pimentel, Jessica Martins, Maurício Arraes, Rikia Amaral, Roberto Ploeg, Romero de Andrade Lima, Tereza Perman, Timóteo, Vânia Notaro. Cada obra deveria ser executada em idênticos suportes de tela/painel, nas medidas de 1,20, por 0,80, no sentido vertical, não podendo ser abstrata, sendo obrigatório um conteúdo religioso, “para justificar a união dos doze trabalhos em um único retábulo”.

O primeiro da lista, Antônio Henrique Wanderley, escolheu o sétimo “Mistério”, talvez o mais desafiador do conjunto. “Os meus elementos estavam todos ali: Na parede do fundo, como elemento decorativo, um quadro oval emoldurado com um vidro frontal. A imagem, provavelmente uma estampa religiosa, extraída de algum cartaz da igreja, ou mesmo de uma “folhinha”, como se chamam os calendários pendurados nas paredes como enfeite, apresenta uma comovente cena doméstica de uma Madona sentada junto ao leito da filha, a quem vela e cuida de uma enfermidade, medicando-a com elixires caseiros, xaropes, emplastros e clisteres, preparados com as ervas e plantas do pequeno quintal”. O detalhe da folhinha do segundo plano, citado por Henrique Wanderley, me faz lembrar o quadro do genial pintor flamengo Jan van Eyck, “O Casal Arnolfini”, pintado em 1434: os detalhes de objetos simbólicos na parede de fundo, que se valorizam em amplitude e enigmas. A obra exibe o casamento do então rico comerciante Giovanni Arnolfini com Giovanna Cenami. (Galeria Nacional, Londres).

Do programa da exposição, no dia da abertura, consta uma apresentação da Orquestra de Câmera Criança Cidadã e um desfile de moda de Eliane Mello, estilista de Vitória de Santo Antão, com uma coleção inspirada em Osman Lins.

Marcus Prado – jornalista

1ª Corrida PSVA aconteceu domingo, no Pátio da Matriz.

Em sua primeira edição, aconteceu, na manhã do domingo (08) a Corrida de Rua PVSA, promovida pela Polícia Penal, vinculada ao Presídio da Vitória de Santo Antão.

O evento teve como ponto de concentração, partida e chegada o Pátio da Matriz. Em 6km de trajeto, o conjunto de atletas percorreu várias ruas centrais da cidade.  Ao final, frutas foram servidas a todos participantes. Aos que chegaram nas 3  primeiras colocações – masculino e feminino – troféus foram ofertados. Uma Boa Promoção!!!

AVLAC – último encontro do ano…..

Na manhã do domingo (08), em sua sede, no “Sobradinho”, localizado no bairro da Matriz, a AVLAC – Academia Vitoriense de Letras, Artes e Ciência – promoveu seu último encontro ordinário de 2024.

Na ocasião, além da pauta,  o presidente, professor Serafim Lemos, anunciou a programação do entidade para o ano vindouro. Em ato contínuo parte do grupo – “Imortais” –  seguiu para o Restaurante Carnes & Galetos,  para um almoço de confraternização de fim de ano.

Reginaldo Veloso – por @historia_em_retalhos.

Este é o ex-padre Reginaldo Veloso, símbolo da luta contra o autoritarismo durante a ditadura militar brasileira.

Altivo, sempre lutou contra a ortodoxia da igreja conservadora, ligada às estruturas de poder, aos senhores de engenho, aos políticos e aos militares.

Entendia que a igreja deveria abraçar pensamentos mais voltados para os pobres, para os camponeses e para as comunidades, defendendo que os trabalhadores não deveriam apenas obedecer, mas serem também agentes de transformação.

Após a publicação pela CNBB do documento “Eu ouvi os clamores do povo”, o regime militar passou a perseguir de maneira mais contundente os religiosos ligados à Arquidiocese de Olinda e Recife comandada por Dom Hélder Câmara.

Em 16 de junho de 1973, militares realizaram uma incursão na paróquia da Macaxeira e sequestraram o padre Reginaldo Veloso, que teve os seus olhos vendados e foi deixado apenas de cueca em uma jaula de dois metros quadrados.

Ao longo daquele dia, Dom Hélder e Dom José Lamartine rodaram os hospitais e foram até o IML, procurando pelo colega, que acabou solto ao final do dia.

Em 1978, Reginaldo tornou-se pároco da Paróquia Nossa Senhora do Morro da Conceição, passando a viver no morro.

Ali, aprofundou a sua atuação por uma igreja mais voltada para o povo: organizou associações comunitárias, liderou o movimento Terra de Ninguém, aproximou a Igreja Católica das religiões de matriz africana e até das pessoas sem religião.

Isso incomodou os conservadores.

Com a renúncia de Dom Hélder, em razão da idade, em 1985, a igreja mandou para o Recife o novo arcebispo, Dom José Cardoso Sobrinho.

Poucos lembram, mas, na eleição para governador de 1986, o novo arcebispo, seguindo a linha da ala conservadora da Igreja, manifestou apoio ao candidato José Múcio, desejando fazer uma clara contraposição à Ação Católica Operária (ACO), que declarara abertamente apoio ao ex-exilado político Miguel Arraes.

Após fechar o Seminário Regional Nordeste 2 e o Instituto de Teologia, Cardoso passou a expulsar padres engajados nas comunidades eclesiais de base e nas pastorais sociais.
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Logo após a Festa do Morro do ano de 1989, expulsou padre Reginaldo da paróquia e suspendeu a sua ordenação de padre, fazendo-o perder a batina.
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Após isso, vários embates sucederam-se entre a comunidade do morro e o arcebispado, tendo o seu ápice acontecido em outubro do ano de 1990.
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Naquela ocasião, a comunidade realizou uma ciranda, afirmando que não entregaria a chave da Igreja.
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De repente, o mais improvável: balões de gás hélio surgem no céu com a chave da igreja amarrada.
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Foi uma cena muito bonita e simbólica, que até hoje é lembrada pela comunidade do morro.
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A polícia acabou por arrombar o templo e processar o padre Reginaldo, além dos fiéis Helena Lopes e Josenildo Sinésio.
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Padre Reginaldo Veloso morreu no ano de 2022, mas a sua luta e a sua história jamais foram esquecidos no Morro da Conceição.
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Os 120 anos do Anjo da Vitória – a medalha do evento é uma Joia Histórica!!!

Monumento apreciado pelo gosto popular da nossa cidade, o Anjo da Vitória chegará em 2025 comemorando os seus 120 anos de surgimento. Inaugurado em 27 de janeiro de 1905, o mesmo é uma perene homenagem à vitória alcançada, em 03 de agosto de 1645, no Monte das Tabocas, em cima dos invasores holandeses.

Em décadas passadas, a cidade nutria o argumento de que no dia em ele tocasse sua trombeta o mundo se acabaria. Muitas crianças, do tempo pretérito, o temia mais dos que os castigos reais…..

Pois bem, quando maloqueiro, apesar de haver sido criado pelas bandas da Matriz, também andei “incomodando” o Anjo. Vez por outra, subia na sua base de cimento e tijolo.

Ao lado do meu pai, Zito Mariano, e de outras figuras importantes do nosso torrão, participei das festividades do seu Centenário, ocorrida em 2005.

Noutra ocasião, o mesmo (Anjo) também foi o tema central do desfile da nossa agremiação carnavalesca. Nessa homenagem, ocorrida em 2015, festejamos, inclusive com música,  composta por Aldenisio Tavares,  os seus 110 anos.

Uma década se passou e agora, em 2025, a 4ª Edição da Corrida e Caminhada da Vitória, evento por  nós promovido, irá celebrar, em suas medalhas e troféus, a passagem dos 120 anos do nosso “Anjo da Vitória”.

Portanto, aos atletas que irão participar da 4ª edição da Corrida da Vitória, na qualidade de  corredor ou caminhante, os mesmos terão direito a levarem para casa uma MEDALHA que se configura numa verdadeira JOIA HISTÓRICA.

Para participar, basta se inscrever no site ou presencialmente,  na Loja Monster Suplementos. Viva os 120 anos do Anjo da Vitória!!!

 

Gentílico Antonense: a Câmara de Vereadores segue discutindo e analisando!!!

Por ocasião do evento na Câmara de Vereadores da nossa cidade – Vitória de Santo Antão -, ocorrido em 08 de novembro de 2025, em que fui condecorado com o honroso Título de Cidadão Vitoriense, no meu momento de fala na tribuna, além de contar um pouco da história da minha família e agradecer aos parlamentares, principalmente ao vereador Doutor Saulo, pela indicação, também deixei uma sugestão ao Poder Legislativo. Ou seja: à inclusão do gentílico “antonense” à disposição dos  conterrâneos.

Naquela ocasião, inclusive, fiz uma pequena explicação técnica e historiográfica sobre o termo “vitoriense” e “antonense”.

Pois bem, em ato contínuo, dias depois, o vereador Doutor Saulo produziu um projeto e apresentou aos pares à inclusão do  gentílico “antonense”, sem prejuízo aos já existente. Isto é: “vitoriense”.

Assim sendo, na manhã de ontem (04) o referido parlamentar entrou em contato, convidando-me para fazer, à tarde (15h), na Sessão Ordinária da Casa,  uma pequena explanação na tribuna,  sobre o termo – antonense –  ao conjunto de vereadores, no sentido de ampliar e tirar dúvidas sobre o tema aludido, ou seja: o gentílico antonense.

Sem titubear, até porque o tema é relevante e merece a maior atenção de todos nós, compareci, no horário determinado, à Câmara e usei a tribuna para mais uma explicação. Após o “meu tempo de fala”, acompanhado atentamente pela maioria dos vereadores presentes, o presidente interino, vereador Lournaldo Junior, comunicou que o  tema segue sendo  debatido com os pares.

Abaixo, segue, o vídeo completo da reunião da Câmara que consta as minhas considerações sobre o tema: gentílico antonense.

Aqui:https://www.youtube.com/watch?v=bg2w2Lzre3g

 

Girafa 2025 – Vem Com Tudo!!!

Em clima de euforia, pela passagem dos seus 75 anos de fundação, a diretoria da Agremiação Carnavalesca “A Girafa” vem veiculando, nas mais variadas plataformas de comunicação,  mensagem de Boas Festas e  um Ano Novo com muita paz e alegria aos vitorienses e, sobretudo, aos girafeiros.

Na referida peça publicitária a diretoria também garante que para o carnaval 2025 o “pescoção” vem com tudo!!! Não é novidade para ninguém que na terra de José Marques de Senna a Folia de Momo se configura na mais festejada manifestação popular. Registros históricos apontam que desde as primeiras décadas,  da segunda metade do século XIX,  os antonesnes já se manifestavam através das suas respectivas agremiações carnavalescas. Atualmente, com 75 anos de história, “A Girafa” é uma das mais  expressivas e simbólicas  agremiações dos nosso carnaval. 

DR. AMAURY DE MEDEIROS: UM REVOLUCIONÁRIO DA MEDICINA – por Ronaldo SOTERO

Em um dia 3 de dezembro de 1928, falecia prematuramente, no Rio de Janeiro, aos 34 anos, o médico recifense, nascido no bairro de Parnamirim, em 7 de dezembro de 1893, DR. AMAURY DE MEDEIROS.

Aluno do Ginásio Pernambucano, formado em medicina no Rio de Janeiro.
Em 1917 chefiou os serviços da Cruz Vermelha Brasileira.

Convidado pelo sogro, na época o governador de Pernambuco, Sérgio Loreto para ocupar a diretoria do Departamento de Saúde e Assistência do Estado, procedeu uma revolução na medicina, saúde e higiene do estado. Mudou o sistema de atendimento de saúde na capital e interior. Reformou o Hospital Oswaldo Cruz e o Hospital da Tamarineira. Pioneiro na criação da inspetoria de profilaxia da tuberculose, anexando-a as áreas de saneamento rural no combate à malária, febre amarela, varíola e peste bubônica.

Teve passagem na vida pública como deputado federal. Passou a residir no Rio de Janeiro em 1927.

Propôs a criação do Ministério da Saúde e Assistência. É lembrado em Recife pelo Cisam. No Derby, uma rua o homenageia com seu nome. As cidades de Garanhuns, Gravata também o lembram com ruas.

Morto em acidente aéreo no Rio de Janeiro em 3 de dezembro de 1928, a bordo do avião que iria homenagear o Pai da Aviação, Santos Dumont (1873-1932) na chegada ao Brasil, jogando flores no convés do navio.

A fatalidade que levou precocemente esse verdadeiro revolucionário da medicina pernambucana não encerrou seu legado. Que seu exemplo inspire os novos profissionais e os veteranos de sua verdadeira razão de ser: a vida!

Ronaldo Sotero

Sessão no Senado – por @historia_em_retalhos.

4 de dezembro de 1963.

Aparentemente, aquele seria apenas mais um dia normal de sessão no Senado Federal.

Um episódio fatal, porém, marcaria para sempre aquela data.

Os senadores Arnon de Mello (foto), pai do ex-presidente Fernando Collor, e Silvestre Péricles (foto), ambos originários de Alagoas, desentendiam-se com frequência, numa tentativa de medir forças para ver quem era mais influente no estado natal.

A troca de farpas era frequente e o presidente da casa já dava sinais de preocupação com o clima de tensão.

Naquele dia, Arnon abriu os trabalhos com a seguinte frase:

“Senhor presidente, com a permissão de Vossa Excelência, falarei de frente para o senador Silvestre Péricles, que me ameaçou de morte”.

Esta provocação foi a senha para o início do conflito.

Silvestre não aceitou o desaforo e atacou verbalmente Arnon, que, enfurecido, sacou o seu revólver Smith Wesson 38 e disparou várias vezes.

Nenhum dos tiros atingiu Silvestre, que conseguiu jogar-se no chão e rastejar entre as poltronas com a sua arma em punho.

Lamentavelmente, os tiros tiveram um destinatário que não tinha nada a ver com a história.

Dois projéteis atingiram o senador José Kairala (foto), que chegou a ser socorrido, mas que não resistiu e morreu.

Pressionados pela opinião pública, os parlamentares aprovaram, por 44 votos a 4, a prisão dos dois colegas.

No entanto, menos de seis meses depois, tanto Arnon quanto Silvestre foram inocentados pelo Tribunal do Júri de Brasília.

A vítima Kairala, de apenas 39 anos, substituia, transitoriamente, o senador José Guiomard.

Eram as suas últimas horas no exercício da função, pois devolveria o cargo no dia seguinte ao titular.

Ele foi baleado na frente do filho, da esposa e da mãe, que haviam ido prestigiá-lo no seu último dia de trabalho.

Definitivamente, a mistura de violência e política é um desastre para a sociedade e só serve para dinamitar os alicerces da democracia.

Este crime prestou-se para os defensores do Golpe de 1964 o invocarem como uma justificativa, sob o argumento de que se vivia uma grave crise democrática com o fim do diálogo saudável entre os políticos.
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A 4º Corrida e Caminhada da Vitória homenageia a passagem dos 120 anos do Anjo da Vitória.

4ª Corrida da Vitória – 27 de abril de 2025.
Corrida 7km – Caminhada 3km – Concentração às 6h – Largada às 7h.
PREMIAÇÕES
Troféu – 1º ao 5º colocado – masculino e feminino.
Categorias: Geral – Local e Faixa Etária –
Primeira faixa etária: até 39 anos.
Segunda faixa: dos 40 aos 49 anos.
Terceira faixa: dos 50 aos 59 anos.
Quarta faixa: dos 60 aos 69 anos.
Quinta faixa: dos 70 em diante.
Troféu – Maior equipe (grupo) local e visitante.
OBS: NÃO HAVERÁ PREMIAÇÃO EM DINHEIRO!
Inscrições on-line: www.uptempo.com.br
Inscrições para grupos: 81-9.9420.9773
Inscrição presencial: Loja Monster Suplementos – Rua Valois Correia – 96 – Matriz – Vitória.
Valor da Inscrição no 1º lote
Kit completo – corrida ou caminhada – R$ 95,00
Kit sem a camisa – corrida ou caminhada – R$ 80,00

 

Um patrimônio histórico e suas capacidades evocativas – por Marcus Prado.

“Cancelar o passado é a única coisa que nem aos deuses havia sido permitido”. (Aristóteles). 

Pernambuco foi um dos estados pioneiros e mais contemplados na esfera Federal, a partir de 1937, com a criação do IPHAN, entidade que tem a finalidade de proteger o conjunto de bens móveis e imóveis históricos existentes no País, de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico e cultural.

Gilberto Freyre teve um papel relevante, raramente lembrado, na implantação desse organismo: tornou-se um dos pioneiros, ao lado de celebridades como Rodrigo Melo Franco de Andrade, Mário de Andrade, Graça Aranha, Carlos Drummond de Andrade, Abgar Renault, Oscar Niemeyer, Sérgio Buarque de Holanda, Vinícius de Morais, Lúcio Costa. Os pernambucanos: Airton Carvalho, Aníbal Fernandes, Aluísio Magalhães, Antenor Vieira, Leonardo Dantas, Rosa Bonfim muito contribuíram para a preservação dos valores fundamentais do nosso patrimônio cultural. Temos, entre os da nova geração pernambucana: Vera Millet, Amélia Reinaldo, Juliana Barreto, Jorge Tinoco, Marcos Galindo, Natália Vieira Araújo.

Sabe-se do esquecimento destas contribuições. Muitas arestas passam a protagonistas que convivem lado a lado com o olhar indignado da população. As conclusões apontam para um leque alargado de decepções, demoras, desvios de toda ordem, falta de continuidade de excelentes projetos interrompidos, que custaram uma fortuna (dinheiro do contribuinte) quando na mudança de gestões governamentais.
Enche de inquestionável importância para os que acompanham a trajetória do DP, a decisão do governo federal em tombar como Patrimônio Cultural do Brasil as coleções do DIARIO, desde o seu primeiro número, até os dias atuais. Já é um começo dos Anais dos 200 anos do Jornal da Pracinha.

Chegar aos 200 anos em plena atividade, reinventando-se e mantendo a essência e os valores definidos em sua fundação, do compromisso com o leitor à defesa da democracia e da liberdade de expressão, é bastante significativo. Dois séculos de páginas noticiosas, impressas, preservadas, é história que faz história, é testemunho não apenas no sentido vulgar de que o passado é o passado de seu presente. O Tombamento Federal releva a importância que está sendo dada na UFPE, à frente o professor Marcos Galindo, para digitalização das páginas seculares do DP. A ação tem o objetivo de proteção e a acessibilidade à coleção, que foi iniciada no século XIX.
Em tempos desafiadores para a Imprensa, o jornalismo não morreu, seja qual for o seu formato, o seu papel civilizatório será de eterna contemporaneidade.

Marcus Prado – jornalista. 

1ª Corrida do Full Body Studio foi um Show de Bola!!!

Após experiência gratificante no mundo da corrida de rua, com participação apenas dos próprios alunos, ocorrida em 2023,  o pessoal  do Studio – Full Body -, na manha do domingo (01), promoveu a   1ª edição da Corrida Full Body Studio.

O evento teve como ponto de concentração, largada e chegada o Pátio da Matriz. Bem cedinho, a partir das 6h, após o necessário e tradicional aquecimento, os corredores e caminhantes percorreram os 6 e 3km, respectivamente, pelas vias centrais da cidade.

Com a participação dos alunos do Studio, corredores da Vitória e de outras cidades, o evento cumpriu seu objetivo, ou seja: incentivar à prática da atividade física regular no sentido da busca pela vida saudável. Na ocasião, foram premiados com troféus os três primeiros colocados, masculino e feminino, em duas categorias: geral e aluno.  Parabéns aos organizadores….

“Conversando Com o Passado” – o podcast da turma do 9º E.

Após os primeiros contatos via WhatsApp, ocorridos há mais ou menos um mês, em que as conversas giraram em torno de uma entrevista para servir como tarefa escolar, finalmente, na tarde de ontem (28), o ato foi efetivado.

Os alunos do “9º E”, da Escola Josefa Alvares da Silva, sob a liderança do professor de língua portuguesa, Rafael Camelo Lins, realizaram o seu desafio, ou seja: gravar a primeira edição do Podcast “Conversando Com o Passado”.

O grupo com idade entre 14 e 15 anos,  formado pelos alunos Thamyres Victória, Ana Karolina, Syêndrilly Kethillyn, Maria Victorya, José Neume e Gerson Gonçalves se dividiram nas várias tarefas que envolvem uma ação dessa natureza. Ou seja:  roteiro, filmagem, entrevista, cenário,  direção e etc.

No conteúdo das gravações, rolou um pouco de quase tudo, por assim dizer. Um breve perfil do entrevistado, uma introdução sobre a rica história do nosso lugar, desde a sua fundação até os dias atuais e passando, inclusive, por questões políticas, sociais e  relativo à sustentabilidade.

Ao final dessa jornada  pedagógica, a turma saiu satisfeita. Fizemos uma self para marcar o momento e fica-nos, doravante,  a expectativa dos resultados da apresentação que deverá acontecer em breve,  no ambiente escolar.

Para concluir, reafirmo que o Blog do Pilako é o espaço mais visitado,  quando se trata de pesquisa na internet sobre a história dos nossos antepassados e do nosso torrão.

Professor Pedro Ferrer tomou posse como sócio do Instituto de Jaboatão.

O Instituto Histórico da vizinha cidade  do Jaboatão dos Guararapes promoveu na noite ontem (28) a 15ª edição do evento festivo “Famílias Tradicionais & Personalidades Jaboatonenses”

Dentro da programação da referida Sessão Solene constou, também, um momento especial dedicado à posse de novos sócios. Nesta lista, constou o nome do atual presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Vitória, professor Pedro Ferrer.

Ronaldo Sotero: uma mente brilhante!!!

Na medida do possível, diariamente, procuro enviar conteúdos qualificados para os meus contatos de WhatsApp, levando em consideração o interesse particular de cada sujeito. Isso faz parte da boa convivência na internet e “aperta”, também,  o chamado  “laço de amizade”.

Pois bem, após receber do  amigo Paulo Lima conteúdo sobre um fato curioso, envolvendo os efeitos da Segunda Guerra Mundial em solo brasileiro, ontem, acabei encaminhando o referido  material  para o  amigo e sempre atualizado, detentor de uma cultural geral agigantada, Ronaldo Sotero.

Em ato contínuo, na manhã de hoje, o mesmo (Ronaldo) me brindou com um texto extraordinário, digno de quem é um profundo conhecedor da matéria em tela. Ao que, em tom brincadeira, no zap, respondi: dando de lapada na IA.

Segue o texto:

NATAL: TRAMPOLIM DA VITÓRIA – Ronaldo Sotero. 

Quem ainda não sabe o papel que a cidade de Natal, Rio Grande do Norte representou para os Aliados na 2a Guerra Mundial precisa ler, de início, o excelente livro de Roberto Muylaert, de título 1943 -ROOSEVELT E VARGAS EM NATAL.

Sua localização estratégica foi um trunfo para os americanos que ali chegaram em 1942 para preparem as grandes operações aéreas e navais. Daí a cidade ter ganho o alcunha de TRAMPOLIM da VITÓRIA.

O Departamento de Guerra americano classificou Natal como um dos quatro pontos mais estratégicos do mundo junto com Suez, Gibraltar e Bósforo.

O Brasil passou a ser o quarto país a consumir Coca-Cola depois dos EUA, Inglaterra e Canadá, com a instalação em 1941 da primeira filial brasileira em Recife e, em seguida, em Natal, outra fábrica do refrigerante.

Em 1943, o presidente americano Franklin Roosevelt se reuniu com o presidente brasileiro Getúlio Vargas na capital do Rio Grande do Norte. Ali foi selada a adesão do Brasil com os aliados, demovendo o ditador Vargas de sua simpatia ao nazismo. Roosevelt, por sinal, teve quatro filhos alistados nas forças armadas americanas na 2a Guerra Mundial. Um exemplo de patriotismo.

O aeroporto de Natal foi o mais movimentado do mundo em 1944 com um avião em pouso, ou decolagem a cada quatro minutos, dia e noite. As super-fortalezas voadoras B29 eram vistas nessa base aérea de Parnamirim, quando iam para áreas de conflito no Pacífico ou voltavam da Índia e Ásia.

A logística da base durante a guerra movimentou cerca de 2.400 veículos, entre caminhões e jipes.

O deslocamento para o teatro de operações na guerra contra os alemães dos aviões americanos a localização de Natal favorecia, porque o mar ali está mais próximo da África que de São Paulo.

Uma ironia da guerra. Com o final do conflito, quem mais lamentou a partida dos americanos foi a população de Natal, que durante o período da permanência das tropas a cidade ganhou hábitos, desde a alimentação, a moda, a cultura (o interesse pelo inglês foi alto), namoros com os militares, que resultaram em casamentos.

A economia favoreceu a todos, com muitos empregos e circulação da moeda americana no comércio. Vários atores famosos de Hollywood chegavam a cidade para shows com o objetivo de levar ânimo aos soldados. Natal nunca mais foi a mesma.

LER PARA ENTENDER.

Intentona Comunista – por @historia_em_retalhos.

Em 23, 24 e 27 de novembro de 1935, eclodia, respectivamente, em Natal/RN, no Recife/PE e no Rio de Janeiro/RJ, a Intentona Comunista, um levante militar de inspiração marxista, liderado pelo capitão do Exército e líder tenentista Luís Carlos Prestes (foto).

Com o lema “pão, terra e liberdade”, o movimento tinha como pautas a luta contra as oligarquias e o autoritarismo, o não pagamento da dívida externa, a nacionalização de empresas estrangeiras e a reforma agrária.

A movimentação foi intensa e chegou a transformar o Rio Grande do Norte em um estado oficialmente comunista, por 4 (quatro) dias, com o afastamento do governador Rafael Fernandes e a dissolução da Assembleia Legislativa.

Este governo revolucionário provisório potiguar pode ser considerado o primeiro e único governo oficialmente comunista da história do Brasil.

Dos três levantes, o de Pernambuco foi o mais violento, com um tiroteio que durou 28 horas no Largo da Paz (foto), resultando em muitas mortes.

Segundo a professora Marly Vianna, doutora em história pela USP e autora do livro “Revolucionários de 35”, a versão de que os militares revolucionários teriam assassinado covardemente oficiais do governo Vargas, enquanto estes dormiam, não é verdadeira, tendo sido desmentida em um discurso do senador Jarbas Passarinho no Congresso Nacional.

Segundo a professora, esta versão foi criada por Filinto Müller, Chefe de Polícia de Vargas, com o objetivo de criar as condições políticas para a decretação do Estado Novo.

O historiador Hélio Silva diz o mesmo em seu livro “O Ciclo de Vargas: 1935 – A Revolta Vermelha”.

A questão, todavia, é controversa.

Há vozes em sentido contrário.
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MOSTEV – segue até o 1º de dezembro….

Promovido pelo Grupo Teatral Vid’Art desde 1998, a 27º edição da MOSTEV – Mostra de Teatro da Vitória -, iniciada no último dia 22, segue até o dia 1º dezembro. A  iniciativa envolve grupos da Vitória de Santo Antão e de outras cidades, inclusive da Capital pernambucana.

Os espetáculos seguem acontecendo no Teatro Silogeu José Aragão, em vários horários. Abaixo, portanto, segue programação completa.

 

Vida Passada… – Pinto Junior – por Célio Meira

Na paróquia recifense do Pôço da Panela, onde veiu, ao mundo, naquela casa de 7 janelas, o lírico Maciel Monteiro, e onde morou, dilatados anos, o democrata José Mariano, João José Pinto Junior, a 2 de fevereiro de 1832, no dia de Nossa Senhora da Saúde. Em junho desse ano, frei José Damásio, abade da Igreja de São Bento, o fez cristão, à pia batismal da igreja de São Sebastião, na terra olindense. E aos 18 anos, matriculou-se, o jovem Pinto Junior, na Faculdade de Direito de Olinda, recebendo, no Recife, em 1855, a carta de bacharel, pertencente à turma de Salustiano Orlando de Araújo Costa, o grande Orlando, do Código Comercial. Diplomado, abriu banca de advogado, e defendeu tese, ao lado de Liberato Barroso, ilustrado cearense, nascido no Aracati.

Exerceu o cargo de juiz municipal, na comarca do Recife. Inscreveu-se, em 1858, conta um “admirador”, em excelente biografia, num concurso, na Faculdade de Direito. Foram companheiro de Pinto Junior, nessa formosa batalha de inteligência e cultura, João Capistrano  e Aprígio Guimarães. Pinto Junior alcançou o 1º lugar, e Capistrano o 2º, que obteve a nomeação. No ano seguinte, voltou Pinto Junior, ao lado de Aprígio e de Pinto Pessoa, a pleitear a cadeira, na velha escola. Coube-lhe, ainda, a vitória, no primeiro plano. Não viu realizado, dessa vez, o sonho alcandorado. E entrou no 3º concurso. E com a mesma classificação, foi nomeado lente substituto, a 20 de agosto de 1859. Tinha 27 anos. Era o triunfo.

Em 1870, deu-lhe, o governo, a cadeira de professor catedrático de Direito Romano. E em 1855, agraciou-o, a Corôa, com o título de conselheiro. Jornalista, colaborou, em 1857, na “Regeneração”, à tribuna desassombrada de Jerônimo Vilela de Castro Tavares e, em 64, no  “Liberal”, a trincheira de Cunha Teixeira, servindo,  patrioticamente, às ideias dos liberais “históricos”. Fundou, e dirigiu a “Revista de Instrução Pública de Pernambuco”. E entre os nobres fundadores da “Sociedade Propagadora de Instrução Pública”, foi, Pinto Junior, a alma e o cérebro.

Escreveu, Pinto Junior, o “Curso Elementar de Direito Romano”, livro precioso, àquele tempo, e recomendado aos estudantes de São Paulo, por Américo Brasiliense, grande romanista. Dirigiu, duas vezes, interinamente, a Faculdade de Direito. Jubilou-se, em 1891, e morreu, dois anos depois, aos 61 anos de idade.

Professor de Direito, idolatrado pela mocidade acadêmica, homem de coração, no dizer de Clóvis Bevilaqua, paladino da instrução pública, defensor das tradições históricas do torrão nativo, pertence, Pinto Junior, à galeria dos pernambucanos preclaros. Seu nome, graças a Deus, tem resistido à ação destruidora do tempo. Está gravado na fachada de uma Escola, no Recife. E,  a mocidade de saia amarela e de blusa branca, na Escola Normal Pinto Junior, tem, na sua jornada, um destino histórico – o de glorificar a memória do Mestre.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.