
A 17 de fevereiro do ano de 1847, nasceu Luiz Caetano Pereira Guimarães Junior, na terra carioca. Iniciou sua vida acadêmica, na Faculdade de Direito de São Paulo, publicando Lírio Branco, linda novela, e anos depois, veio para o Recife. Castro Alves, Carneiro Vilela, Santa Helena Magno, Vitoriano Palhares e Franklin Távora eram, a esse tempo, as figuras de prôa, e luminosas, da vida literária. Formou, Guimarães Junior, na fileira desses espíritos irrequietos, na pena e na palavra, cavaleiros arrebatados de espora de ouro, e com eles viveu, e brilhou, nas tertúlias memoráveis, e em as noitadas ruidosas de boêmia famosa.
Publicou, em 1869, no Recife, o Corimbos, livro de versos, e nesse ano, diplomou-se em direito, na Faculdade do Recife, pertencendo à turma de Tobias Barreto, de Almeida Cunha, de Araripe Junior e de Regueira Costa, escritor pernambucano.
Regressando ao berço nativo, dirigiu, Guimarães Junior, em 1872, os primeiros passos, na carreira diplomática, alcançando o posto de adido à legação brasileira, na terra chilena, donde se transportou para Londres, a serviço da pátria. Alguns anos mais tarde, antes dos 30 anos de idade, viveu Guimarães Junior, em Roma, ao lado de Domingos José Gonsalves de Magalhães, visconde de Araguáia, grande poeta e eminente diplomata. Na cidade sagrada dos Pontífices, publicou, o jovem brasileiro, o Sonetos e Rimas, prefaciado por Fialho de Almeida, que era, já, uma das expressões culturais, na literatura portuguesa.
Obteve, depois, o cargo de secretário de legação, em Lisboa, donde partiu, vitorioso, para exercer, na Venezuela, o honroso cargo de ministro de país. Contista, diplomata, jornalista, e poeta, parnasiano, “melodioso quanto os mais consumados mestres do poetar”, no julgamento autero de Carlos de Laet, dedicou-se, também, ao teatro, esse carioca eminente, escrevendo dramas e comédias. Jornalista, escreveu, diz um de seus biógrafos, no Diário do Rio de Janeiro, e redigiu, com humorismo, o Mundo da Lua, jornal ilustrado. E morreu, Guimarães Junior, em Lisboa, em 1889, aos 51 anos de idade. Foi um dos grandes, servidor da Pátria. Pertenceu à Academia Brasileira de Letras. Não caiu, no esquecimento, o nome aureolado do poeta do Sonetos e Rimas. Repetem, ainda hoje, homens de pensamento, versos do cantor carioca:
“Como a ave que volta ao ninho antigo, depois de um longo e tenebroso inverno …”
Célio Meira – escritor e jornalista.
LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.
