4ª Corrida da Vitória: Rock In Roll na dose certa!

Prepare-se para um domingo de pura vibração, emoção e superação!
A 4ª Edição da Corrida  e Caminhada da Vitória  vem aí. E dessa vez, com uma energia ainda mais poderosa!

Além do esporte, vai ter rock’n roll de primeira  com a galera incrível do @projetorockclube,  mandando ver no som e levantando a vibe!

Anota aí:
Domingo, 27 de abril 
Corre, caminha, vibra e curte muito rock com a gente!

Posto Indígena Guido Marliére – por @historia_em_retalhos.

Em 1969, a ditadura militar brasileira mandou construir no antigo Posto Indígena Guido Marliére, no município de Resplendor/MG, um presídio só para indígenas: o Reformatório Agrícola Krenak.

Para lá, passou a enviar indígenas acusados de “causar problemas”, sem nenhuma acusação formal ou direito de defesa.

Era um autêntico regime de exceção, inexistindo garantias processuais, tipos penais ou sentenças definidas.

Segundo relatório da Comissão da Verdade de Minas Gerais, o Reformatório Krenak recebia indígenas de todo o país e dizia “reeducá-los”, mas, na verdade, funcionava como uma prisão para aqueles acusados de vadiagem ou que resistiam às expulsões de suas terras.

Comandado por um militar, o Capitão Manoel Pinheiro, o reformatório era um espaço de violações de direitos humanos, trabalhos forçados, torturas e terror.

Os indígenas que cometessem faltas eram brutalmente reprimidos e punições como chicotadas e confinamento em solitárias eram frequentemente aplicadas.

A proibição de falar o seu próprio idioma também era uma regra no reformatório.

Proibindo os Krenak de falarem a sua própria língua, buscava-se, em verdade, o apagamento gradual de sua identidade cultural, no processo denominado de genocídio cultural.

A negação de identidade dos indígenas foi uma estratégia muito utilizada no Brasil por fazendeiros.

Primeiro, negava-se a sua identidade cultural.

Depois, alegava-se a extinção daquele povo, para, por fim, tomarem-se as suas terras.

Um outro detalhe é que a detenção não tinha prazo definido, durando o tempo que os militares julgassem adequado.

Por isso, muitos sustentam que os indígenas estavam em um verdadeiro campo de concentração, em um regime jurídico paralelo.

Em 1972, o Reformatório Krenak foi fechado em Resplendor, sendo todos os presos transferidos para a Fazenda Guarani, em Carmésia/MG.

Em 02.04.2024, a Comissão de Anistia concedeu a 1.ª reparação coletiva da história do Brasil ao povo Krenak.

Ao final da análise, o presidente da Comissão, Eneá de Stutz, ajoelhou-se e pediu desculpas aos indígenas em nome do Estado brasileiro.

Perdão, povo Krenak.

Lembrar para nunca mais repetir.
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4º Edição da Corrida e Caminhada da Vitória: o dia “D” tá chegando….

E no feriado de ontem (21) teve  alinhamento com parte da equipe da organização da 4º Corrida e Caminhada da Vitória. A contagem regressiva já começou…

O evento, que congregará 1000 atletas, já se configura num do mais importantes movimentos do esporte amador da Vitória de Santo Antão e de cidades circunvizinhas.

Anota aí:
📅 27 de abril de 2025
📍 Vitória de Santo Antão
🛣️ Percurso de 7 km

Prepara o tênis, aquece o corpo e vem com a gente fazer história mais uma vez!
Vai ser lindo demais!

MENSAGEM URBI ET ORBI DO PAPA FRANCISCO SOBRE A PÁSCOA ÀS VÉSPERAS DE SUA MORTE – por Sosígenes Bittencourt.

 


” Do sepulcro vazio de
Jerusalém chega até nós um anúncio sem precedentes: Jesus, o Crucificado, «não está aqui; ressuscitou!» (Lc 24, 6). Não está no túmulo, está vivo! ”
Sem jamais haver repousado, durante todo seu pontificado, Francisco falece, em oração, sob o luzeiro de Esperança e Paz da Ressurreição.

Sosígenes Bittencourt

HOUVE UM TEMPO, LEMBRO BEM DELE…. – por Lucivanio Jatobá.

Em que a Semana Santa era um período de extrema tristeza, pois trazia à tona o sofrimento e o assassinato de Jesus Cristo. A partir da Quarta-feira Santa, e sobretudo entre a Quinta e a Sexta-feira ( santas), as rádios de Pernambuco, sem exceção, só tocavam musica clássica até a meia noite do Sábado de Aleluia.

As igrejas católicas ficavam sombrias, com os santos e santas envolvidos por um tecido roxo. Havia ainda pelas ruas das cidades a Procissão do Senhor Morto, uma procissão muito triste, que era iniciada por um som ritmado de uma matraca. Os sinos das igrejas ficavam tocando incessantemente, emitindo um som fúnebre.

Agora, vive-se um tempo de absoluta indiferença ao sofrimento e ao absurdo assassinato de Jesus Cristo. Um feriado prolongado permanece. E é usado para se tomar cachaça, ouvir “bregas” imorais e etc e tal… Sinceramente, deveria ser abolido o feriadão da Semana Santa. Os verdadeiros cristãos fariam as suas orações em igrejas ou praças públicas. Lembrariam da Paixão de Cristo. Feriado agora para quê, mesmo? Para alimentar o quê, mesmo? A fé? Que fé?

Lucivanio Jatobá

EU TENHO SÉRIOS POEMAS MENTAIS – por Sosigenes Bittencourt.

Vejo poesia em tudo, por isso ando pelo cantinho da calçada.
A diferença entre os efeitos da poesia e a embriaguez é que o poeta conhece o caminho da volta.
A diferença entre o louco e o que fala sozinho é que o louco repete.
A diferença entre o poeta e quem gosta de poesia é que o poeta fuxica a poesia.
A diferença é que os diferentes são sempre a minoria, e a maioria considera-se normal.
O pintor Salvador Dali dizia: A diferença entre um louco e eu é que eu não sou louco.
Contudo, só há algo igual entre os homens: todos são diferentes.

Sosigenes Bittencourt

Corrida da Vitória – entrega dos kits….

ATENÇÃO, ATLETAS!
A Retirada do Kit da 4ª Corrida da Vitória está chegando! Confira todos os detalhes para garantir o seu:

📍 Local:
Loja Joelma Sports

📌 Endereço:
Rua Doutor Aluísio de Melo Xavier, 75 – Centro
Vitória de Santo Antão – PE

🗓 Dias e horários de entrega:
* Quinta-feira (24/04) – ⏰ das 9h às 17h
* Sexta-feira (25/04) – ⏰ das 9h às 17h
* Sábado (26/04) – ⏰ das 9h às 12h

⚠️ Importante:
* Levar CPF e comprovante de inscrição
* Para retirar o kit de outro atleta, é necessário apresentar cópia da inscrição e dos documentos pessoais
* 🚫 Não haverá entrega de kits no dia do evento!

Desejamos a todos uma excelente prova!
BOA PROVA!
Vamos com tudo!

Organização

São João – Por Célio Meira (em 1977)

Crônica publicada na Revista do Instituto Histórico e Geografico da Vitória de Santo Antão – Vol. 7º – em 1977.

SÃO JOÃO – Meu pai, falecido há 30 anos, gostava da festa de Santo Antônio. Adorava festejos de São João. Era devoto fervoroso de taumaturgo de Lisboa de Pádua, que pregara os peixes. Acendia velas no santuário, nas noites de 23 e 24 de junho, iluminando a estampa colorida de Batista.

Parece que estou a vê-lo, quando era menino, no quintal de nossa casa, na rua do Meio, ensinando-me a fazer fogueira de barrica. Enchia-se uma barrica velha de lenha seca e ateava-se fogo com papeis embebidos em álcool ou querosene. Subiam as labaredas, ouviam-se estálidos da lenha, e, decorrido pouco tempo, tudo era braseiro. Retirávamos tições, e quando a cinza os cobria, nós os soprávamos, a plenos pulmões, até que o fogo se tornasse vermelho.

Começava, então, o brinquedo de fogos. Acendiam-se as “estrelinhas”, queimavam-se os “mosquitos” e besouros “quebra-canela”, soltavam-se, com a mão a tremer, “pistolas” de quatro e cinco “balas”, “rodinhas” presas com um alfinete numa flecha, “chuveiros de ouro e prata” e “cartas” de traques debaixo de latas e panelas. Riscavam-se caraduras encarnado e verde e ajeitava-se a subida de balões de papel, para que, aos caprichos do vento, eles cabeceassem, sem destino, dentro da alvoroçada noite sanjoanesca. Nas ruas e nas praças prosseguiam, fagulhantes, batalhas de busca-pés. Chegavam, amortecidos, na cidade, estrondos de bacamartes, disparados nas propriedades agrícolas.

Nestes últimos tempos, no São João da minha terra, depois de olhar fogueiras sem mamoeiro “macho”, sem cordões de bandeiras de papel; de conversar com meia dúzia de pessoas do meu tempo de rapaz, e de espiar gente moça e desconhecida a dançar, nos clubes, procuro repousar o espírito, nas horas de silêncio. E na meditação, parece que estou ouvindo, a descer de mundos siderais, a voz amada do meu pai:

 – Está muito diferente o São João da nossa terra. Já não existe a casa onde, no quintal, fazíamos fogueira de barrica. Não maldigas os tempos novos: são passagens renovadas da vida, são as leis divinas na evolução do mundo.

Célio Meira – escritor. 

Zuleika Angel Jones – por @historia_em_retalhos.

Esta é Zuleika Angel Jones, estilista brasileira que ganhou fama internacional por sua costura, ficando conhecida como Zuzu Angel.

No ano de 1971, o Brasil vivia o ciclo chamado “Anos de Chumbo” e a vida de Zuzu sofreu uma reviravolta.

O seu filho Stuart foi sequestrado e nunca mais visto.

Zuzu recebeu o relato de pessoas que viram a prisão, tortura e morte de Stuart e passou a denunciar no exterior as circunstâncias do assassinato de seu filho.

Usou da projeção alcançada por seus desfiles para fazer com que as denúncias chegassem à imprensa estrangeira, contribuindo para o desgaste da ditadura nacional.

A partir de 1975, começou a ser mais monitorada e a receber ameaças de morte.

Cerca de um ano depois, em 14 de abril de 1976, Zuzu faleceu, aos 53 anos, vítima de acidente automobilístico.

A versão oficial foi a de que o carro teria saído da pista e batido no viaduto, tudo confirmado pelo médico, à época.

Chegou-se a divulgar que a estilista teria ingerido bebida alcoólica, havia dormido ao volante ou que o carro teria problemas mecânicos.

A partir da análise no corpo de Zuzu, em 1996, e da reunião de testemunhos importantes, como o de Lourdes Lemos, que comprovou a revisão de seu veículo, bem assim o de Marcos Pires, que viu o acidente da janela de seu apartamento, as coisas começaram a mudar.

Uma das principais provas foi produzida pela CNV, no depoimento do ex-delegado Cláudio Guerra, no qual o agente identificou a presença do coronel do Exército Freddie Perdigão e afirmou ter ouvido do próprio Perdigão que ele havia participado do atentado que vitimou Zuzu.

Na verdade, o carro de Zuzu foi encurralado na saída do túnel Dois Irmãos, o que provocou a colisão contra a proteção do viaduto, fazendo com que o automóvel despencasse do barranco.

Pouco antes de falecer, a estilista enviou uma carta ao amigo Chico Buarque, na qual dizia:

“Se eu aparecer morta por acidente, ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho”.

Chico enviou 60 cópias dessa carta à imprensa, mas nada foi publicado.

Fica a certeza: a pior das violências será sempre aquela praticada pelo próprio Estado.

#ditaduranuncamais
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Carnaval do Sport ganhou as ruas no domingo…..

Organizado por um grupo de torcedores apaixonados pelo Sport Clube do Recife, no domingo (13), “o carnaval do Sport” ganhou as ruas da nossa cidade, para comemorar mais um título de “Campeão Pernambucano”. Em 2025 chegou para sua  45ª conquista.

Após concentrar no bairro do Livramento, com comes e bebes, seguiram, “puxados” pelo Trio Pileque II, que garantiu a folia, animados por várias atrações locais. Na ocasião da passagem pelo Pátio da Matriz, realizamos um pequeno registro. Veja o vídeo:

Carlos Alexandre Azevedo – por @historia_em_retalhos.

Este é Carlos Alexandre Azevedo, o prisioneiro político mais jovem a ter sofrido tortura física durante a ditadura militar no Brasil.

Prepare o seu estômago.

Carlos tinha apenas 1 ano e 8 meses quando foi trancafiado na sede do DEOPS, em São Paulo.

Seus pais, o jornalista e cientista político Dermi Azevedo (foto inferior) e a pedagoga Darcy Azevedo, eram acusados pelo regime de dar guarida a militantes de esquerda ligados à ala progressista da Igreja Católica.

O bebê foi capturado no dia 15 de janeiro de 1974, quando estava sob os cuidados de uma babá.

O seu pai já estava preso desde a madrugada do dia 14, quando a equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury chegou à casa em que a sua mãe estava abrigada, em São Bernardo do Campo, levando o bebê.

Os policiais derrubaram a porta e um deles, irritado com o choro do menino, que ainda não havia sido alimentado, atirou-o ao chão, provocando ferimentos em sua cabeça.

No DEOPS, Carlos ficou nas mãos do torturador Sérgio Fleury.

Foi torturado com pancadas e choques elétricos na frente da mãe, para fazê-la falar, passando mais de quinze horas sofrendo as sevícias da tortura.

Ainda menino, sofria alucinações nas quais ouvia o som dos trens que trafegavam na linha ferroviária atrás da sede do DEOPS, onde foi torturado.

O trauma trazido da infância deixou sequelas psicológicas que ele carregou pelo resto da sua vida.

Em 2010, o Estado finalmente o reconheceu como uma vítima da ditadura.

Na época, em entrevista à revista IstoÉ, ele revelou sofrer de depressão e de fobia social crônica, que trazia desde a infância.

Preso aos antidepressivos e antipsicóticos, o mais jovem torturado do Brasil vivia recluso, sem amigos, nem emprego.

Atordoado e sem prumo, suicidou-se em 2013, aos 40 anos de idade.

Ditadura mata.

E não pense que isso não seria problema seu porque acontecia apenas com “pessoas de esquerda”.

Muitas pessoas eram torturadas para dar informações sobre alguém que eventualmente conheceu, mesmo não tendo nenhuma atuação política.

A quem interessar, recomendo o livro “Travessias torturadas”, de Dermi Azevedo.

Um bom sábado, gente.

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Antão Borges Alves – por Pedro Ferrer.

O dia 5 de novembro de 1866 surgia em nossa cidade o primeiro jornal, “O Vitoriense”. Seu criador, Antão Borges. Filho de Paulo Borges Alves e de Antônia Borges Cunha, nasceu o menino Antão em setembro de 1844. Remarque-se que Antão tinha quinze anos por ocasião da visita da Família Imperial. Essa visita marcou seu espírito.

É lugar comum os biógrafos afirmarem que seus biografados eram alunos dedicados, inteligentes, que tinham pendores pelas artes e a que a veia poética aflorava em todos seus escritos.

Com Antão Borges, não quero cair nesse lugar comum. Antão Borges provou seu amor às letras, quando ainda jovem, já casado, com apenas 22 anos, juntou uns trocados e partiu para Recife para as compras.

O que pretendia comprar aquele jovem?

Compras, nada comum, a um jovem de sua idade e de sua época, que procuraria por uma cartola, uma bengala de marfim, um broche de ouro para gravata, sapatos italianos, lenços de seda…

E que compras tão curiosas foram essas?

Uma impressora e tipos tipográficos. Seu sonho de adolescente tomava forma, imprimir um jornal. Um jornal com oficina própria, independente. A estrada de ferro ainda não existia. Tudo  transportado em lombo de burro.

No dia 5 de novembro de 1866 fazia Antão Borges circular na Vitória “O Vitoriense”. Seu pequeno jornal era um semanário noticioso e comercial, custando a assinatura anual 12 contos de reis. Em 1870 substituiu “O Vitoriense” pelo “Correio de Santo Antão” que permaneceu no prelo até 1875. No ano seguinte voltou a imprimir “O Vitoriense”. Sua edição foi interrompida com a partida de Antão Borges, em 1878, para Glória do Goitá, onde foi exercer o cargo de Tabelião Público. Quando ainda residente na Vitória ocupou uma cadeira na Câmara Municipal pelo Partido Liberal.

Na cidade da Glória do Goitá continuou sua lida jornalística. Tratou de montar sua pequena tipografia e publicou no dia 8 de fevereiro de 1879 “O Goitaense”, primeiro jornal da cidade, periódico imparcial que tinha como um dos seus objetivos alfabetizar a população. Do seu casamento com Antônia Donata teve vários filhos, entre eles o coronel Antão Borges Júnior, coletor fiscal e prefeito da Glória do Goitá nos anos 1920-1924.

Antão Borges, o bravo vitoriense, falecido em agosto de 1918, na cidade da Glória do Goitá, deixou-nos um magnífico legado. Só os iniciados na cultura vitoriense têm a sensibilidade de conhecer o extraordinário trabalho realizado por Antão Borges Alves e os benefícios à cultura vitoriense, atrelados à criação do “O Vitoriense”.

Pedro Ferrer – presidente do IHGVSA.