O atual prefeito da Vitória de Santo Antão, Paulo Roberto, ratificou, ontem (06), nas urnas, os números elásticos anunciados pelas pesquisas eleitorais divulgadas, nas mais variadas plataformas de comunicação.
Fora dos padrões eleitorais locais, com disputas quase sempre bem apertadas, no pleito municipal de 2024, a chapa (Paulo/Edmo) atingiu a gigante marca de 64.589 votos (77,38%). Superando em 50.654 votos o segundo lugar. No conjunto, 16, dos 19 assentos da Câmara foram preenchidos por parlamentares da sua base política. Isso não é pouco.
Indiscutivelmente, Paulo Roberto, obteve, num só tempo, uma vitória política e eleitoral agigantada! Números que romperam com marcas de campanhas históricas na nossa cidade.
Para procurar entender tal fenômeno, no meu modesto entendimento, faz-se necessário conjugarmos elementos e variáveis nos três tempos: passado, presente e futuro.
Eleito prefeito da Vitória em 2016 com 30.935 votos (40.50%), numa disputa com o próprio Paulo Roberto, o grupo liderado pelo então deputado Aglailson Junior, na eleição municipal seguinte, 2020, recebeu da população menos voto de que quando estava fora do comando da prefeitura. Ou seja: 26.532 votos (36.16%).
Foi o primeiro prefeito da Vitória de Santo Antão a tentar uma reeleição e não conseguir.
Ou seja: em 4 anos, a gestão comandada por Aglailson Junior não conseguiu estabelecer com a população uma sinergia positiva. Perdeu para ela mesma, com baixos índices de acertos em quase todas as áreas, sobretudo no quadrante da comunicação.
O eleitorado antonense, naquela ocasião, ávido por mudança, até como forma de protesto, em pleno “baixo astral” do momento pandêmico, “jogou” as fichas no então oposicionista Paulo Roberto que, com faro político, encaixou um discurso de “prosperidades em 360º”, bradando, entre outras coisas: “Vitória Merece Respeito”.
Em ato contínuo, para 2021, primeiro ano de governo, a gestão entregou “tudo” que a população desejava naquele momento, ou seja: vacina no braço e a certeza de que a vida iria melhorar. Lembremos: Paulo foi o prefeito que viabilizou a vacina da covid.
No tempo presente – desenvolver da gestão –, Paulo “catucou” nos quatro cantos da cidade. Mesmo sem cumprir suas principais promessas de campanha (2020), sua gestão foi percebida como positiva e inovadora pela população.
Com sensibilidade aguçada, embelezou a cidade e avançou na questão da mobilidade urbana. No quesito comunicação, principal ponto negativo da gestão que lhe antecedeu, Paulo multiplicou o investimento na área para dá visibilidade as obras da gestão e os efeitos dos eventos locais, promovidos pela municipalidade, ganhando, definitivamente, o debate e à narrativa de que “cidade não poderia caminhar para trás”.
No campo político, Paulo “espremeu” a máquina o quanto pode para neutralizar as ações dos discordantes e, ao mesmo tempo, “abrigar” antigos adversários e ampliar o seu “exército”, no sentido de “engrossar” o seu cordão azul, para ser reeleito de maneira a não “tomar conhecimento” dos seus dois oponentes.
Para o tempo futuro, por assim dizer, Paulo segue com o desafio de equacionar questões inerentes a um governo de continuidade. Não é raro gestores serem reeleitos (bem) e amargarem baixos índices de popularidades ao “final dos tempos”. Isso é quase uma regra. Aquilo que os estudiosos da área chamam de “fadiga de material”.
Motivos não lhes faltarão para absorver futuras antipatias: desligamentos de pessoal para ajustar o quadro da máquina pública, desaceleração no ritmo das obras, acomodação da equipe e à abertura da “caixa de ferramenta” das maldades, operação que sempre aparece, num segundo mandato, por conta das rugas da campanha – traições e acordos não cumpridos.
Ainda para o tempo futuro, a “normalidade administrativa” ainda terá que passar pela turbulência eleitoral de 2026. Mesmo com sua absoluta e elástica vitória nas urnas, alguns dos atores políticos do grupo deverão tomar destinos eleitorais próprios, até por uma questão de sobrevivência e valorização do passe político.
Portanto, para encerrar essas linhas, em que conjugamos simples observações no campo político/administrativo/eleitoral, reunindo os três tempos – passado, presente e futuro –, podemos dizer que a caneta do prefeito Paulo Roberto está mais cheia que nunca. Resta-nos saber qual vai ser a verdadeira mudança, até porque “Vitória, Cuidar com Amor é a Diferença”.
Parabéns ao prefeito Paulo Roberto e ao vice-prefeito Edmo Neves, pela gigante Vitória em 06 de outubro de 2024.