Feriado da Independência: Vitória em festa cívica….

No dia festivo do feriado cívico da “Independência do Brasil”, em Vitória de Santo Antão, como tradicionalmente acontece, milhares de antonenses ganharam as ruas para acompanhar os desfiles,  promovidos pelas mais diversas instituições, com destaques para as escolas locais. Na foto, capturada pelas nossas lentes, uma jovem estudante, entusiasmada e contente por fazer parte do espetáculo local.

Ocorrido há exatos 202 anos, as circunstância em que se deu a nossa “independência”, na atualidade,  ainda é matéria de estudo. Ficamos “livres” de Portugal, mas comandos  pelos português.

Gerados por culturas distintas, o Brasil, hoje, é uma potência mundial, não obstante conviver com a mais perversa  desigualdade social do planeta, sem esquecer à chaga da corrupção crônica, aquilo que naturalizamos como o “jeitinho brasileiro”.

Fé no futuro, suor nesta e vamos em frente, até porque o brasileiro não desiste nunca…..

“Seu Orlando” cortou o bolo pelos seus 91 anos de vida…

Sempre animado, desde o tempo da mocidade,  “Seu” Orlando de Souza Leão ultrapassou as nove décadas de vida  mantendo-se  firme e atualizado,  numa das mais difíceis tarefas da vida modera, ou seja: preservando e ampliando a sua saúde social. Amigo dos amigos, ele nunca abriu mão dos seus princípios para agradar a quem quer que fosse, mas sempre agradou, justamente,  por ser leal,  fiel e coerente com todos.

 Na noite da sexta (06), véspera do “feriado da independência”, reuniu amigos e admiradores das mais variadas idades,  no Pátio da Matriz, para justamente cortar o bolo e apagar as velas, pela passagem dos seus 91 anos. Vida longa para “Seu Orlando do Engenho”…..

Veja o vídeo aqui: https://youtube.com/shorts/ZxeAIartDM8?si=B2J_LsYvK7dPJtP7

Independência do Brasil – por @historia_em_retalhos.

Às 16h:30min do dia 7.9.1822, ao aproximar-se do riacho do Ipiranga, Pedro I, com apenas 23 anos, declarava a independência do Brasil.

O que motivou a independência de um país dominado pelo analfabetismo, pobreza, latifúndio e tráfico negreiro?

Em verdade, o grito do Ipiranga foi uma consequência direta da fuga da Corôa para o Brasil, em 1808.

Ao empreender melhorias na colônia, D. João VI despertou ressentimentos nas cortes portuguesas, que culminaram na Revolução Liberal do Porto (1820).

Esta revolução impôs uma série de exigências, dentre as quais, o retorno da Corôa para Portugal.

D. João VI voltou, mas deixou o seu filho.

Pressionado pelas circunstâncias e, principalmente, temendo ver o seu poder esvaziado, Pedro I decide declarar a independência do Brasil.

As questões que nos impõem, porém, são muitas.

Um olhar atento demonstra que, na verdade, o imperador tornou-se um grande avalista de um pacto nacional em que a elite agrária escravista apoiava o trono e, em troca, recebia a garantia de que os seus interesses seriam preservados.

Isso explica porque o Brasil nunca fez uma reforma agrária, foi o último país da América a acabar com o tráfico negreiro e o último a abolir a escravidão.

Passados 202 anos, os nossos problemas congênitos mantém-se mais atuais do que nunca.

Jamais o país saldou a dívida histórica com o legado perverso da escravidão.

Simulou que resolveu o problema com a Lei Áurea, mas nunca se preocupou em incorporar a população negra à sociedade brasileira.

Sob um outro aspecto, é lamentável que a historiografia oficial negue-se a reconhecer os outros episódios sangrentos que custaram a vida de centenas de brasileiros, bem distantes do centro-sul do país, como a Revolução de 1817, em PE, a Batalha do Jenipapo, no PI, e o 2 de julho baiano.

Por fim, a triste constatação: em 2022, o país voltou ao Mapa da Fome.

Apesar de figurar entre as maiores economias globais, o Brasil enfrenta o paradoxo de ter milhões de pessoas vivendo em situação de fome.

Neste dia da Independência, vale a reflexão de Herbert de Souza, o Betinho: “a fome é política e quem tem fome tem pressa”.

Um bom feriado, gente!
.
.
.Siga: @historia_em_retalhos

7 DE SETEMBRO – por Sosígenes Bittencourt.

7 DE SETEMBRO
(Bacharel Mário Bezerra da Silva)
Isso foi no tempo de Coca-Cola à base de noz de cola, acondicionada em garrafa de vidro. Hoje, toma-se xarope gaseificado em ampola de alumínio.
Uma noite, eu presenciei a banda do Colégio 3 de Agosto executar a Marcha para a Cavalaria Ligeira, de Franz von Suppé, em frente à Igreja do Rosário dos Pretos. Um espetáculo!
Mário Bezerra me deu uma aula, no primeiro andar, sobre Análise Sintática, que nunca mais esqueci a diferença entre Sujeito e Predicado.
Reminiscente e patriótico abraço!
Sosígenes Bittencourt

Eleições 2024: minhas impressões dos primeiros 15 dias de campanha.

Hoje, sexta-feira, 06 de setembro, véspera do feriado nacional da independência, em 2024, também sublinha um  corte importante nas campanhas municipais em todo território nacional. Ou seja: dos 45 dias oficiais, determinados pela Justiça Eleitoral,  um terço (15 dias) já foi sepultado, restando, exatamente, dois terços, um mês ou 30 dias, como se queira grafar.

Na nossa Vitória de Santo Antão o processo segue sem maiores sobressaltos. Três candidaturas  estão postas: André Carvalho (12), Paulo Roberto (15) e Victor (40). Nas mais diversas plataformas de comunicação e também nas ruas,  cada qual vem se apresentando e dando o “seu recado”.

Sabemos que o processo político é complexo e requer das equipes as  melhores estratégias  para encaixar, de maneira natural,  o  potencial do candidato sem esquecer de atenuar,  discretamente,  às fragilidades. Sempre apresentando, evidentemente, uma segurança “inabalável” na vitória. Motivar os que estão no entorno próximo da campanha, sempre será uma atividade hercúlea.

Pois bem, no meu modesto entendimento, acho que das três candidaturas, até o momento, a que melhor vem conseguindo cumprir o seu script é a  da Coligação “Vitória Cuidada Com Amor”, liderada pelo prefeito Paulo Roberto. Entre outras ações, cuidou logo de “jogar” uma pesquisa na rua, através de órgão de imprensa confiável, para ratificar sua liderança numérica na disputa. Isso tem um peso e um  impacto significativo para tropa, para os eleitores indecisos e até para angariar os “eleitores interesseiros” – aqueles que gostam das vantagens que só os ventos do  poder pode ofertar…..

Para o candidato da Coligação Vitória Para Todos,  André Carvalho, que tem uma imagem consolidada na internet, talvez o seu “trabalho de formiguinha” não seja o bastante para, nos próximos 30 dias, fazê-lo “subir no mais alto espaço do pódio”. O tempo é curto! Seria necessário, imagino, tentar colocar o prefeito candidato  “nas cordas”, até porque capacidade, informação e um discurso coerente são ativos eleitorais que não lhes faltam.

Para o candidato Victor (Coligação Com O Povo No Topo),  que nesse pleito representa um grupo político com raízes profundas na nossa cidade, no atual momento, através das pesquisas de opinião, até aqui divulgadas, lhe é consagrado a vice-liderança.

Portanto,  ao que parece,  investir, apenas, em carreata, talvez não seja o mais produtivo, até porque, ele e o seu grupo sabem muito bem que quando o postulante disputa com as rédeas da “máquina na mão”, o mesmo dispõe de um “exército natural”,  que marchar  em causa própria. Contudo, se o grupo vermelho tiver realmente disposto a recuperar o “trono municipal, doravante, imagino, terá que “sacudir”  o prefeito,  candidato à reeleição,,   da sua zona de conforto, ou seja: precisa levantar fatos e informações que possam descontruir a sua gestão administrativa.

Essas seriam, portanto, algumas das minhas impressões relativas às campanhas eleitorais majoritárias na nossa cidade, até aqui. Na próxima postagem,  relativas ao pleito majoritário, ire trazer um exemplo de discurso da conveniência politica, em que quando um determinado ator político “joga” na oposição,  pensa de um jeito, mas quando está na situação inversa,  excuta exatamente  o  contrário…….

MINHA PRIMA SEMÍRAMIS – por Sosígenes Bittencourt.

Esta é minha prima Semíramis por volta dos 10 anos de idade. Era o tempo em fase de lapidação, o tempo artesão. A mim, não me parecia uma beleza brasileira; antes, uma escandinava, uma beleza setentrional, nórdica, talvez.

O meu tio Sócrates, familiarmente conhecido como Tuxa, tinha crises, justificadas, de ciúme. Daqui, pareço vislumbrar o seu sorriso de afirmação no limbo do horizonte eterno.

A beleza não é uma invenção humana, a beleza existe.

Sosígenes Bittencourt

Eleições 2024: patrimônio dos vereadores: alguns aumentaram, outros empataram e dois perderam, nos últimos 4 anos…

A Câmara de Vereadores da Vitória de Santo Antão –  Casa Diogo de Braga –, atualmente, possui 19 cadeiras. Para a próxima legislatura o número de assentos segue o mesmo. Valendo  salientar que,  por motivo de interesse próprio,  3 dos atuais parlamentares não estão disputando  a reeleição.

André Carvalho e Romero Querálvares estão disputando eleições majoritárias em Vitória e Pombos, respectivamente, e  Davi Frutas desistiu de entrar, oficialmente, no pleito.

Pois bem, nesse contexto, baseado nas informações prestadas à Justiça Eleitoral pelos próprios parlamentares,  apenas “jogaremos luz” à situação patrimonial  dos 16 vereadores que estão na briga para um novo mandato no parlamento municipal antonense.

Em rápido resumo, podemos dizer que 11 vereadores declaram possuir patrimônio e 5 confirmaram,  no item “Bens do Candidato”,  a seguinte expressão: “Não há bens a declarar”. Levando-se em conta as informações da eleição imediatamente anterior (2020), podemos dizer  que, nos últimos 4 anos,  9 vereadores  aumentaram o valor dos seus bens, 2 perderam dinheiro e 5 continuaram com os mesmos valores anteriores.

Levando-se em consideração informações disponíveis no Site do TSE, podemos dizer que o parlamentar que mais prosperou, do ponto de vista patrimonial, foi o vereador Felipe Cezar.

Felipe Cezar: (2020/ R$ 15.000,00) – (2024/ R$ 471.297,61) + (3.042%).

Beto de Bigode: (2020/ R$ 0,00) – (2024/ R$ 335.000,00) + (100%).

Jota Domingos: (2020/ R$ 0,00) – (2024/ R$ R$ 70.000,00) + (100%).

Mano Holanda: (2020/ R$ 452.763,18) – (2024/ R$ 851.533,71) + (88%).

Lourinado Jr: (2020/ R$ 193.691,96) – (2024/ R$316.907,57) + (63%).

DR Saulo: (2020/ R$ 817.424,21) – (2024/ R$ 1.238.787,00) + (51%).

Marcone: (2020/ R$ 1.038.372.28) – (2024/R$ 1.575.751,12) + (51%).

Biu de Genaro: (2020/R$ 157.000,00) – (2024/R$ 225.000,00) + (43%).

Carlos Henrique: (2020/R$ 965.035,16) – (2024/R$ 993.598,65) + (3%).

Os dois parlamentares, baseados nas informações TSE, que perderam patrimônio nos últimos 4 anos,  foram  os vereadores Edmilson de Várzea Grande e André de Bau.

 

Edmilson: (2020/R$ 24.000,00) – (2024/R$ 0,00) – (100%).

André de Bau: ((2020/ R$ 502.897,17) – (2024/ R$ 397.400,00)  – (21%).

Dos 5 vereadores que se mantiveram no mesmo patamar patrimonial, segundo informações prestadas pelos próprios candidatos ao Site TSE, apenas um disse  possui  algum patrimônio:  Marcos da Prestação.

Marcos: (2020/R$ 40.000,00) – (2024/R$ 40.000,00) = (0%).

Celso Bezerra: (2020/ R$ 0,00) – (2024/R$ 0,00) = (0%).

Josias de Militina: (2020/ R$ 0,00) – (2024/R$ 0,00) = (0%).

Novo da Banca: (2020/ R$ 0,00) – (2024/R$ 0,00) = (0%).

Gold do Pneu:  (2020/ R$ 0,00) – (2024/R$ 0,00) = (0%).

Com essa postagem, encerramos o nosso modesto “raio x” nas informações disponíveis no Site do TSE, atinentes ao “cadastro” de todas as postulações na cidade da nossa cidade. Em breve, iremos postar algumas curiosidades do pleito em curso.

Corrida Com História: locaute no açougue público!!!

No “Corrida Com História” de hoje,  quinta-feira, 05 de setembro de 2024, realizado defronte ao centenário Prédio do Açougue Público local, destacamos o fato, ocorrido no inicio da década de 1940, quando comerciantes da “carne verde”, os chamados marchantes, promoveram aquilo que seria o primeiro “locaute” da cidade.

Pois bem, no período da 2ª guerra mundial, por conta dos riscos da navegação, produtos de primeira necessidade à época,  tiveram seus preços tabelados pelo governo. Cabia, então, aos prefeitos,  essa fiscalização e o devido cumprimento da Lei.

Nesse contexto, governava a cidade da Vitória o senhor José Aragão, também conhecido como “Mestre Aragão”. Encurralado pelos marchantes,  às véspera da grande feira do sábado, por conta de um aumento de 10% nos preços, o prefeito não cedeu e foi obrigado, após os comerciantes entregar-lhes as chaves do açougue, providenciar uma solução para o problema.

Resumo ópera: o prefeito alugou um caminhão e foi ao Recife e se entendeu com maior fornecedor de carne da região. No sábado, o açougue abriu no horário de costume e com os produtos sendo negociados sem aumento. Como resposta, os marchantes enviaram um portador ao prefeito pedindo-lhe as chaves do estabelecimento, para voltar à rotina, sem aumentar o preço da carne verde.  Corrida Com História.

Veja o vídeo aqui: https://youtube.com/shorts/NLLR1i5R_tw?si=T5J7L3ggSwbA5dyF

UM PERIPATÉTICO CORRENDO PELA CIDADE – por Sosígenes Bittencourt.

Quem ensinava passeando, era o filósofo grego Aristóteles, 300 anos antes de Cristo. Aristóteles dizia que nunca existiu um gênio sem uma pitada de loucura.

No entanto, ninguém sonhava que um outro tresloucado peripatético surgiria, dando aula de História, desembestado pela cidade.

Ei-lo, portanto, Cristiano Pilako, o menino de Zito Mariano e Anita Garibaldi, justificando por que Dom Luís de Brito nomeia o popular Pátio da Matriz, a praça mais frequentada, inspiradora e emperiquitada da cidade.

Veja o vídeo aquihttps://youtube.com/shorts/Wh0Ra5ZRaaI?si=fPzZEAEl5KXQKcJ3

Sosígenes Bittencourt

Eleições 2024: as mais ricas e os mais ricos na disputa pela Câmara…

Mergulhando no oceano de informações,  repassadas à Justiça Eleitoral pelo conjunto das postulações (201 no total) à Câmara de Vereadores da Vitória de Santo Antão, podemos dizer que os números apresentados, no quesito patrimônio,  pelos homens e mulheres,  são parecidos, ou seja: cerca de dois terços do total afirmaram: “Não há bens a declarar”.

Mulheres: 65,6% (zero) – 34,4% possuem bens.

Homem:  64,8% (zero)  – 35,8% possuem bens.

Não qualidade de candidatos mais ricos da disputa, destacamos os dois vereadores, candidatos à reeleição, Marcone da Charque e Doutor Saulo, que são possuidores, respectivamente,  de mais de hum milhão em patrimônio:

Marcone Pedro da Silva – Marcone da Charque (22.555) – R$ 1.575.751,12 – valendo salientar que Marcone também foi o candidato que declarou (todos)  possuir mais dinheiro em espécie, ou seja: R$ 550.500,00.

Saulo Barros de Albuquerque – Dr Saulo (18.123) – R$ 1.238.787,00.

Já no campo das candidaturas femininas  (+ ricas )  as possuidoras de mais de meio milhão em patrimônio, segundo informações prestadas pelas próprias postulantes e disponíveis no Site do TSE, foram as seguintes candidatas:

Anna Elizabeyh Glaser Queralvares – Ana de Zé do Povo (40.123) – R$ 690.406,97.

Josefa Laurinda Santana de Araújo – Professora Jôzy (44.611) – R$ 650.200,00.

Ainda no conjunto das postulações das mulheres a candidata que declarou, no conjunto dos seus bens,  ser possuidora da maior quantia de dinheiro em espécie foi a  do Partido Avante, isto é: Ana Paula Bezerra e Silva – Ana Paula da Facol (70.777) R$ 420.000,00  (quatrocentos e vinte mil,  em dinheiro).

Curiosamente, no mesmo partido (Avante), o candidato Cristiano do Nascimento Silva – Cristiano Bassan (70.170) -, dentre todos os postulantes,  que declarou possuir algum patrimônio, foi o que apresentou à Justiça Eleitoral o menor valor: ou seja, R$1,00 (hum real).

Na próxima postagem, dentro do mesmo tema (patrimônio declarado), realçaremos algumas curiosidades atinentes aos  atuais vereadores.

 Ícones da cultura oral nordestina – por Marcus Prado.

Uma recente edição do Jornal da Universidade de São Paulo, criado pelo pernambucano do Recife, o professor e crítico literário João Alexandre Barbosa, quando diretor da editora da USP, nos traz a notícia da pesquisa de Mariana Ananias (Doutorado em Literatura Brasileira, em desenvolvimento na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – FFLCH/ USP), sobre o pioneirismo de Chica Barbosa, a repentista negra do sertão.

A forma de expressão do repente de viola (improviso e “duelo”) adquiriu seguidores, fama, ganhou respeito, notoriedade. São alguns desses estilos: sextilhas – um dos gêneros mais preferidos e usados pelos cantadores. São estrofes de seis versos (pés ou linhas) em que cada verso tem sete sílabas e as rimas ocorrem entre as linhas pares; martelo agalopado – ritmo mais acelerado.

Sabe-se que, na França, há universidades que possuem cátedras de estudo acerca desse rico universo da literatura oral, assim como há um grande interesse e tradição, em Portugal, pela Literatura de Cordel. É natural que as universidades brasileiras, na sua tríplice função de ensino, pesquisa e extensão, já preocupadas com a inteligência artificial (IA), coloquem em programas de pesquisa a literatura oral.

Lembro a recente tese de doutorado do professor Josivaldo Custódio da Silva, “Pérolas da cantoria de repente em São José do Egito, Vale do Pajeú”. Importante destacar a conquista da literatura oral, dos cordéis e cantorias, com o reconhecimento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), concedendo a esses gêneros o status de Patrimônio Cultural do Brasil.

Tenho ouvido muitos elogios ao grupo mulheres de repente, as glosadoras Erivoneide Amaral (Afogados da Ingazeira), Elenilda Amaral (Afogados da Ingazeira), Dayane Rocha (Tabira), Milene Augusto (Solidão), Francisca Araújo (Iguaracy), Thaynnara Queiróz (Carnaíba). Agora, Mariana partiu para a pesquisa sobre Maria Pangula, um ícone da cultura oral brasileira e considerada a rainha do repente, “primeira mulher repentista a se estabelecer na profissão no sertão oitocentista”. (…) “Sem nunca ter passado pela educação formal, ela aprendeu as cantorias e seguiu cantando e tocando até à velhice”. Essa postura da mulher que tem que chegar com muita garra para se impor naquele meio e ser respeitada.

Dentre as belezas de uma cultura oral que não se perdeu no tempo, um registro dos versos de Maria Pangula ainda ecoa no imaginário popular: “Sou Maria Pangula/ Nunca frequentei a escola/ O que a vida me ensinou/Trago tudo na cachola/O que você faz com a caneta/Eu também faço com a viola”.

Onde tiver cantador, violeiro, repentista, cada um com o seu estilo e sua forma de expressão, é ambiente acolhedor para soltar as rimas da imaginação. Antigamente, era na feira livre do Pátio de São José, (Recife) em duplas, hoje serão vistos no Alto da Sé (Olinda), no entorno do Observatório Astronômico, o mais belo belvedere da cidade, no Porto do Recife, quando chega navio de turistas, ou nas feiras livres das cidades do sertão.

Ficaria na memória de uma geração inteira, no Recife, a dupla Curió e Galo Preto. O Galo, Patrimônio Vivo do Estado, e Mocinha de Passira, também Patrimônio Vivo, com mais de meio século de estrada a desafiar qualquer repentista do pedaço. Em um mundo que se transforma em velocidade vertiginosa, as “pelejas” de cantadores continuam.

Marcus Prado – jornalista

A “farsa do Maracanã” – por @historia_em_retalhos.

Há exatos 35 anos, em 3 de setembro de 1989, o goleiro chileno Roberto Rojas protagonizava o episódio que entrou para história como a “farsa do Maracanã”, um acontecimento inimaginável, diante de mais de 100 mil espectadores.

Naquela edição das eliminatórias para a Copa do Mundo de 90, Brasil e Chile chegaram à última rodada empatados em números de pontos, mas os canarinhos tinham a vantagem do empate, devido ao saldo de gols.

Aos 4 minutos do segundo tempo, Careca abriu o placar para o Brasil.

O que parecia euforia pela iminente classificação, porém, passou a dar lugar à tensão.

Aos 23 minutos, um sinalizador da Marinha lançado pela torcedora Rosenery Mello caiu na área chilena.

O goleiro Rojas desabou em campo e rolou até próximo ao resto do fogo, dando a impressão de ter sido atingido pelo artefato.

O jogo foi interrompido, com os chilenos saindo de campo e, depois, pleiteando a vaga na Copa de 1990.

Graças às imagens capturadas pelo fotógrafo argentino Ricardo Alfieri, logo foi descoberto que o sinalizador tocou o chão sem atingir ninguém, muito menos Rojas.

Com as investigações, Rojas confessou ter se cortado com uma lâmina de barbear escondida em uma de suas luvas para simular um ataque dos torcedores brasileiros.

Disse, ainda, que o técnico chileno havia pedido a ele e ao médico da equipe que permanecessem em campo para forçar um escândalo, com o objetivo de desclassificar o Brasil da competição em favor do Chile.

Em 1990, o goleiro declarou à revista La Tercera:

“Me cortei com uma navalha e a farsa foi descoberta. Foi um corte na minha dignidade”.

Ao fim, a FIFA decidiu que Rojas deveria ser banido do futebol profissional (punição revista em 2001) e o Chile seria retirado das eliminatórias para a Copa de 1994, além de que o jogo seria considerado como vencido pelo Brasil com um placar de 2×0.

Já Rosenery Mello (foto) virou celebridade instantânea.

A “Fogueteira do Maraca”, como ficou conhecida, recebeu um cachê estimado em US$ 40 mil para estampar a capa da edição de novembro de 1989 da Playboy.

Até hoje, este é considerado um dos episódios mais vexatórios da história do futebol mundial.
.
Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/C_dH5GnORu5/?igsh=aXk2bzFpOTE4d2c4

Eleições 2024: 25% das postulações à Câmara não tem “Ocupação” definida.

No item “Ocupação”, declarado pelos próprios postulantes,  as 201 candidaturas ao cargo de parlamentar,  na Vitória de Santo Antão, como não poderia ser diferente, possuem indicações diversas. Por não ter uma atividade especifica,  25% do total, no item “Ocupação”, declarou “Outros”.

Pouco mais de 50% nesse item –  “Ocupação” (51,3%) –  nas 201 candidaturas, ficaram assim catalogadas:

Outros – 25%

Comerciante/empresário – 13%

Professor – 8,5%

Aposentado – 4,8%

Levando em consideração apenas às informações das postulações das mulheres os dados pouco se alteram:

Outros – 26,5%

Comerciante/empresário – 11%

Professor – 10%

Técnica de enfermagem – 6,5%

Aposentada – 3,1%

O restante das “Ocupação” das mulheres –  cerca de 40% – foi preenchido pelas seguintes categorias:

Advogada, agricultora, estudante, arquiteta, dona de casa, agente de saúde, servidora pública, vigilante e etc.

No conjunto das postulações masculinas, podemos dizer que praticamente dois terços (63,2%) o item mencionado –  “Ocupação” –  ficou distribuído em 7 categorias:

Outros – 23,2%

Comerciante/empresário – 15,3%

Aposentado – 6,5%

Agricultor – 6,5%

Vereador – 5,8%

Advogado – 3,7%

Policial militar – 2,2%

Fechando o restante, cerca de 37%, o item “Ocupação” foi preenchido com as seguintes profissões:

Médico, veterinário, engenheiro, engraxate, taxista, motoboy, motorista, locutor, barbeiro, eletricista, mecânico, vigilante, corretor, despachante, vendedor e etc.

Na próxima postagem, referente ao “raio x” nas candidaturas ao parlamentos local, realçaremos o patrimônio. Entre outras curiosidades, as mulheres e os homens mais ricos da disputa…

Eu e o Instituto Histórico – Memória de um tempo vitoriense – por Marcus Prado.

FUI, durante cerca de 40 anos, ligado ao Instituto Histórico dessa cidade.
FOI o meu primeiro emprego, levado pelo professor Aragão.

DESSA Casa recebi homenagens com os diplomas de Sócio Honorário e Benemérito, em gestões que antecederam à atual, “por relevantes serviços prestados”.

DEVO A ESSA CASA, no período em que fui servidor e sócio, à sua preciosa Biblioteca, o que iria influenciar na minha vocação para o jornalismo Cultural. Saí do IH para dirigir o Suplemento Literário do DIÁRIO DE PERNAMBUCO, durante cerca de 30 anos, numa parceria com o professo e poeta César Leal.

HAVIA UMA ESTANTE de livros doados pela família Andrade de valor cultural inestimável. Deram-me a oportunidade de conhecer, ao longo dos anos, os grandes clássicos da literatura universal em boa tradução.

QUANDO FUI DISTINGUIDO com a Medalha e Diploma da Ordem do Mérito Cultural, no Grau de Comendador, outorgados pelo presidente da República de Portugal, Mário Soares (1987), “por serviços prestados à cultura Portuguesa”, eu poderia receber a honraria na sede do Governo, em Lisboa, mas escolhi o Instituto Histórico de minha terra natal. A cerimônia foi presidida por Eunice Xavier, presidente da Casa, antes de instituições lusas sediadas no Recife, todos meus caros amigos. Essa honraria só foi concedida em Pernambuco a mim, ao Governador Miguel Arraes e a Ariano Suassuna. Fui a seguir, por esse motivo, homenageado pelo Clube Português, do qual me tornei diretor cultural (Gestão de Costinha), pelo Clube O Camelo, na gestão de Joel Neto e Lourdinha, com uma bela alegoria do seu Carnaval em minha homenagem.

GUARDO NA LEMBRANÇA os amigos que sempre me visitavam, para conversas sobre livros e autores, sobre nossas leituras, no IH: O professor Aragão, presidente da Casa, Ubirajara Carneiro da Cunha, um jovem mestre de muitos saberes, meu grande e saudoso amigo; Élbio Spencer, Manoel de Holanda, Homero Miranda, Giovani Carício Caldas, Margarida Ferrer, Jailton Carneiro da Cunha, Alice Cavalcanti, Osmar Rodrigues, Bartolomeu Oliveira, Evandro Costa, Neves Filho. Outra lembrança sempre presente é a do jornalista Waldemar Custódio de Lima, do Jornal O Progresso, onde publiquei meu primeiro artigo, um grande benfeitor da cidade, hoje infelizmente muito esquecido. Foi quando mais de uma geração de estudantes passou pela Casa do Imperador. Quando os saudosos escritores vitorienses Osman Lins e Nestor de Holanda visitavam a cidade, era no IH, na minha época, um ponto de encontro para mim gratificante.

Marcus Prado – jornalista

Pedro Ferrer – biólogo festejado e homenageado!!!

Hoje, terça-feira, 3 de setembro,  comemoramos o dia do biólogo. A categoria completa 45 anos de profissão, devidamente reconhecida e regulamentada. O Congresso Nacional – Câmara e Senado –  prestará  homenagem  aos biólogos. Entre os homenageados, de maneira justíssima,  encontra-se  o eminente  presidente do nosso Instituto Histórico, professor Pedro Ferrer, que foi membro atuante  e presidente do Conselho Federal de Biologia. Viva o nosso presidente!!

Eleições 2024: mulheres mais qualificadas…..

Por mais que reconheçamos que o parlamento é a “casa do povo”, sobretudos às câmaras legislativas municipais, uma espécie de “colcha de retalho” da sociedade, que no Brasil, em especial no interior da Região Nordeste, tem baixos índices de escolaridade, sempre devemos ficar atentos ao nível da capacidade intelectual dos seus membros,  para uma melhor apreciação, analise e encaminhamento das demandas, problemas e soluções da população.

Nesse contexto, realizamos uma espécie de “raio x” no item “Grau de Instrução” nas 201 candidaturas à Casa Diogo de Braga. É possível dizer que a cada pleito há um melhoramento nas postulações nesse item (grau de instrução), mas nem sempre, ao final, os escolhidos pelos eleitores reflete uma melhora efetiva na atuação legislativa.

Definidos  em 7 categorias, as informações prestadas à Justiça Eleitoral pelos próprios postulantes, no conjunto total das  candidaturas,  apresentaram os seguintes resultados:

Lê e Escreve – 1,4%

Ensino Fundamental Incompleto – 9,6%

Ensino Fundamental Completo – 7,7%

Ensino Médio Incompleto – 3,0%

Ensino Médio Completo – 40,5%

Ensino Superior Incompleto – 2,0%

Ensino Superior – 35,8%

Se levarmos em consideração apenas as candidaturas das mulheres, podemos dizer que o nível do item “Grau de Instrução”  sofre um melhoramento  bastante acentuado. Veja os números:

Lê e Escreve – 1,5%

Ensino Fundamental Incompleto – 7,8%

Ensino Fundamental Completo – 4,7%

Ensino Médio Incompleto – 3,1%

Ensino Médio Completo – 32,8%

Ensino Superior Incompleto – 0%

Ensino Superior – 50,0%

Isolando apenas as candidaturas masculinas podemos afirmar que praticamente a metade do conjunto é detentor do  “Ensino Médio Completo”, diferente do conjunto das mulheres que alcança esse percentual no grau “Superior Completo”. Veja os números:

Lê e Escreve – 1,4%

Ensino Fundamental Incompleto – 11,7%

Ensino Fundamental Completo – 11,0%

Ensino Médio Incompleto – 2,9%

Ensino Médio Completo – 48,2%

Ensino Superior Incompleto – 2,9%

Ensino Superior –21,9%

Levando em consideração o item realçado (Grau de Instrução),  observamos que as candidaturas das mulheres, em Vitória,  apresentam um nível mais elevado. Entre outras particularidades, há, nesse pleito (2024), uma expectativa factível que mais de uma mulher ascenda ao parlamento local.

Na próxima postagem sobre o “raio x” das candidaturas, realçaremos a profissão dos que que desejam uma vaga na Câmara.

27 de agosto de 1977 – por @historia_em_retalhos.

Há 47 anos, o Jardim Zoológico de Brasília vivia apenas mais um dia normal de visitações.

O 2.° Sargento do Exército Sílvio Delmar Hollenbach passeava com a esposa e os seus quatro filhos para comemorar a aprovação no vestibular de agronomia da Universidade de Brasília.

Quando já estavam de saída, porém, o sargento ouviu gritos desesperados vindos do recinto das ariranhas.

O garoto Adílson Florêncio da Costa, de 13 anos, havia se desequilibrado e caído entre os animais.

Em um ato de profundo heroísmo, disse o sargento “tem gente lá dentro” e saiu correndo para salvar o garoto, atirando-se entre as ariranhas que atacavam o menino.

Foram minutos de intenso pavor.

O garoto acabou salvo por Hollenbach, já este último não teve a mesma sorte.

Ficou internado no Hospital das Forças Armadas por três dias e terminou não resistindo às mais de 100 mordidas dos animais, sucumbindo a uma infecção generalizada, aos 33 anos.

Três aspectos dessa tragédia:

– As ariranhas normalmente são animais dóceis, não costumam atacar humanos, mas, neste dia, elas se sentiram ameaçadas em seu território, dada a presença de filhotes que acabaram de ter.

– O jornalista Lourenço Diaferia, em crônica intitulada “Herói. Morto. Nós” elogiou o ato do sargento, afirmando que ele era o verdadeiro herói e não, por exemplo, o Duque de Caxias, patrono do Exército. Lourenço foi preso pelo regime militar devido à sua crônica, considerada ofensiva às Forças Armadas.

– O menino Adilson Florêncio da Costa, salvo pelo sargento, foi preso 39 anos depois, em 2016, pela Polícia Federal, sob a acusação de integrar um esquema que desviou R$ 90 milhões dos fundos de pensão Postalis e Petros.

Após a tragédia, em uma medida acertada, o Zoológico de Brasília passou a chamar-se “Sgt. Sílvio Delmar Hollenbach”, em homenagem ao sargento-herói.

Há, também, um monumento no local.

No Recife, também há uma rua em homenagem ao sargento, no bairro da Imbiribeira.
.
Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/C_VflL-u_C7/?igsh=MXMwM3FycWRqempocQ%3D%3D

Eleições 2024: mais mulheres solteiras na disputa….

Jogando um pouco de luz no “estado civil” de todas as postulações à Casa Diogo de Braga, em 2024, segundo informações prestadas à Justiça eleitoral, o quadro geral ficou assim:

Solteiro: 45,2%

Casado: 38,4%

Divorciado: 12%

Viúvo: 4,6%

Quando isolamos às postulações do gênero feminino, as solteiras são maioria absoluta, chegando quase a 60% do total. Ou seja: de cada 10 candidatas a vereadora, 6 são solteiras.

Solteira: 57,8%

Casada: 21,8%

Divorciada: 14%

Viúva: 6,4%

Já na outra ponta, por assim dizer, os registros do gênero masculino são majoritariamente “casado”.

Solteiro: 33,6%

Casado: 56,2%

Divorciado: 7,3%

Viúvo: 2,9%

Já nos itens “divorciado” e “viúvo”, em simplificada analise, podemos dizer que no conjunto feminino os números são praticamente o dobro do masculino.

Divorciada: 14% –  Divorciado: 7,3%

Viúva: 6,4%        –   Viúvo: 2,9%

Em rápida e superficial leitura dos números, no que se refere ao “estado civil” das 201 candidaturas ao parlamento local (2024), podemos dizer que o perfil das candidatas ao cargo de  vereadora se mostra mais  “independente” no quesito estado civil. É importante lembrar, também,  que os dois  grupos analisados (gêneros masculino/feminino) possuem media de idade similares (46/47),

Na próxima postagem, dentro do tema, realçaremos o item “Grau de Instrução”. Adiantamos que o nível das candidatas é bem mais elevado do que o gênero oposto.