O Mal da Doença de Depressão e seus riscos

No último texto comentamos sobre a conscientização do cuidar da saúde mental, para isto, apresentei a campanha Janeiro Branco, que trouxe como proposta ações sociais com momentos de reflexões na luta pelo bem estar emocional. Dando continuidade ao tema vamos dialogar sobre o mal da doença de depressão e consequentemente seus riscos, vamos abordar também a importância do aceitar o processo de prevenção e quando diagnosticado como tratar.

Os processos depressivos, fóbicos, ansiosos entre outros transtornos de alterações do comportamento também podem ser colocados como alterações químicas no cérebro. Vamos alinhar nosso diálogo no contexto psicológico, mas sabendo que o leque que envolve a doença da depressão passa por mais de uma ciência quando precisa ser falada. A mesma situação ocorre na causa da doença, vários fatores podem desencadear a depressão, sendo todos eles motivados por momentos angustiantes deparados durante a vida.

Quanto aos riscos podemos pontuar alguns sinais que vão do grupo que a pessoa vive a idade e o sexo, os resultados em pesquisas apontam maior índice em mulheres. Convívio com pessoas em conflitos, perdas, seja de empregos ou pessoas próximas são fatores desencadeantes para início de depressão. Os riscos são os mais severos, amizades se distanciam, perda do emprego, uma vez que fica desorientado e descompromissado com suas atividades. Isola-se das relações, baixa a auto-estima, fica mais crítico consigo mesmo e com o mundo. Fazem uso de medicamentos severos, em muitos casos desenvolvem outras doenças como anemia, infecções, doenças cardíacas.

Para o depressivo é apresentado também à possibilidade de começar a fazer uso de álcool e outras drogas, ansiedade generalizada, pode também desencadear um quadro de doença mental, ou seja, enlouquecer e mais, ter um parente com depressão aumenta o risco de outra pessoa desenvolver, uma vez que o convívio social são um dos fatores que provoca a doença. O desinteresse por si e pelas questões sociais, o sentimento de desamparo perturba e pode levar o doente a indicadores maiores como o pensamento suicida.

Afinal, para a depressão o fazemos? Tratamento é a resposta. Não vamos falar em depressão maior ou menor, vamos falar de processos depressivos e isto é muito sério e precisa ser aceito como doença e precisa ser tratado como doença, procurar um psiquiatra e/ou psicólogo é o primeiro procedimento a ser adotado, nos primeiros sinais de tristeza profunda, seguida por perda de peso, mau humor, dores constantes nos ombros, chorar sem motivos aparentes, sente desesperado(a), e sem previsão de futuro, não tente enfrentar esta situação sozinho(a), se mostre forte e procure ajuda profissional. A doença de depressão se apresenta com estatísticas alarmantes e precisamos diminuir estes dados, mais uma vez; sofrimento mental é doença e precisa ser tratada.

Psicólogo Cleiton Nascimento

O psicólogo Cleiton Nascimento volta com sua coluna: “Dialogando Psicologia”.

Para tudo que façamos precisamos de dedicação e a pausa que aconteceu na Coluna Dialogando Psicologia deste blog passou por este viés, abordar um assunto em período sistemático, expor, dialogar com os leitores exige cuidado, pensando neste cuidado precisei pausar os abastecimentos, mas a partir deste mês a Coluna volta à ativa com o objetivo de apresentar temas do cotidiano relacionados a questões que envolvam aspectos do campo psicológico. Com textos simples e dinâmicos pretendo continuar contribuindo e com isto também atender aos pedidos para que a Coluna “acordasse”. Portanto, segue, abaixo o primeiro texto:

Sobre Janeiro Branco o que se faz?

Para conscientização da importância do cuidar da saúde mental foi desenvolvida a campanha Janeiro Branco, ações em espaços sociais são o grande foco da proposta organizada por grupos de psicólogos por todo o país. Inspirada no outubro rosa que buscava alertar a sociedade da importância da prevenção ao câncer de mama. No caso do Janeiro Branco o comprometimento é com a saúde mental. A campanha tem como filosofia o mês de janeiro como momento de reflexão e início de mudanças assim como a cor branca simbolizando a paz, ao mesmo tempo em que numa folha de papel em branco uma história pode ser escrita, possibilitando criar, realizar.

Na luta pelo bem estar emocional a campanha se estende também para esclarecer que a saúde metal não é privilegio de alguns e sim um dever do Estado para todos. Qualquer pessoa pode ser acometida de doenças que envolva a saúde metal, é uma doença invisível, mas gravíssima. O tratamento não é complexo, precisa passar por acompanhamento psicológico e dependendo do caso ajuda psiquiátrica.

Caso se perceba desajustado, se assisti confuso, triste, sempre cansado e irritado, ou por algumas vezes pessoas próximas sinaliza desajustes em seu comportamento é algum sinal de que sua saúde metal pode não estar bem. A promoção em saúde mental acontece em diversas esferas do convívio social, da mesma maneira que a campanha não apenas abraça a prática do profissional psicólogo, mas também profissionais de outras áreas como terapeutas ocupacionais, médicos, psiquiatras. A proposta do Janeiro Branco visa ações durante todo o ano e não apenas no mês de janeiro, como se trata de uma campanha preventiva e quando se fala também em saúde metal se sente a necessidade de ações constantes neste ângulo social.

– Aproveito para informar que volto a publicar na Coluna: Dialogando Psicologia, próximo mês vamos conversar sobre o mal da doença de Depressão.

Psicólogo Cleiton Nascimento

 

A CRIANÇA E A FAMÍLIA

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Núcleo de convivência, alicerce nas relações sociais a família assegura proteção, afeto e apoio. Uma criança educada em ambiente saudável e acolhedor cresce afetivamente mais estruturada e emocionalmente saudável. A comunidade família com seus atributos de interações auxilia no desenvolvimento crítico, material e histórico da criança que deve sentir em sua família um espaço imprescindível onde garanta bem estar e proteção independente das condições econômicas, socioculturais e religiosas.

Podemos observar nos últimos anos uma reconstrução familiar, alguns núcleos deste alicerce vêm passando por transições, independente da participação dos fenômenos culturais, como a revolução sexual, por exemplo, a maior fonte de segurança e afeto para a formação de uma criança precisa ter como base um lar saudável, inserindo influencias positivas, prevalecendo à comunicação e a verdade. Não podemos ver como negativa as novas configurações familiares, a falta de diálogo, relações escarças e ausência da expressão do sentimento de amor e companheirismo, isto sim, pode ser apontado como ruim, como negativo.

 

Cleiton Nascimento
Psicólogo
CRP02.14558

 

Um pouco da história e práticas da Psiquiatria, Psicanálise e Psicologia.

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Após algumas semanas sem postagens, volto e trazendo nova proposta. Minhas contribuições a cerca dos diálogos em psicologia passam a ser mensais, vou continuar trazendo discussões e materiais para trocas de conhecimento, sempre que o mês começar um novo texto se hospedará. Para este mês apresento as contribuições práticas de três especificidades da saúde mental a psiquiatria, psicanálise e psicologia, afinal como atua cada uma destas áreas? Vamos iniciar pela psiquiatria primeira área da saúde mental em seguida a psicanalise e por fim a prática do profissional psicólogo.

No século XVIII a psiquiatria entra numa fase de evolução adotando como campo de atuação a área da medicina, os tratamentos passam a ser mais detalhado, durante quase mil anos a psiquiatria sobreviveu sem o advento da medicina, apenas no início do século passado foi introduzido classificações para os transtornos mentais. Diagnosticar, reabilitar as doenças mentais como esquizofrenia, ansiedade e depressão é prática psiquiátrica tratada com medicamentos. O psiquiatra é o profissional responsável por prescrever medicamentos. Alguns transtornos mentais não tem cura, o impacto da pessoa com o cotidiano são alguns fatores desencadeadores de transtornos psíquicos. Atualmente diversas pesquisas estão em andamento na busca da cura dos transtornos mentais.

Para a psicanálise método desenvolvido pelo neurologista Sigmund Freud no final do século XVIII, busca a cura através da associação livre, ou seja, falar livremente dos conteúdos e sofrimentos reprimidos. O psicanalista ou analista interpreta o processo do inconsciente sendo este a base da prática psicanalítica.

Por fim, a psicologia, nasce na Alemanha em meados do século XIX, Wundt, filosofo e fundador da psicologia como ciência experimental, atuando nos processos intelectuais da conduta humana e concepções filosóficas foram os objetivos da psicologia daquela época. Nos últimos cinquenta anos a psicologia deu um salto e seu principal direcionamento é a tendência ao crescimento, é estimular o amadurecimento emocional. O psicólogo americano Carl Rogers trouxe estudos científicos a respeito da psicoterapia com isto contribuindo com uma psicologia que privilegia e permite a preservação da experiência vivida, simbólica e subjetiva da pessoa. O psicólogo trabalha junto ao seu cliente todos os recursos para autocompreensão, fazer suas escolhas, derrubar seus conflitos e fraquezas. Quadros de ansiedades, transtornos depressivos, angústias, medos ou quaisquer outros sintomas relacionados à saúde mental, o psicólogo ajuda, em casos mais graves aconselha fazer uso de medicamentos, como paliativos.

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Início de janeiro estamos de volta.

 

Cleiton Nascimento
Psicólogo
CRP02.14558

SOBRE DOENÇAS MENTAIS

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As doenças mentais, assim como qualquer outra doença apresentam consigo combinações como conjuntos genéticos e sociais, com isto, envolvendo o sujeito em situações de armadilhas. Seja por fatores hereditários ou não as doenças mentais demandam sofrimento psicológico.

A mente é afetada, o desconforto pessoal e alterações no comportamento são queixas frequentes caracterizadoras de doenças mentais. Geralmente olha-se para os portadores de algumas patologias psíquicas como sem cura, mas estas doenças quando tratadas a saúde é recuperada, e não podemos deixar de olhar para a ansiedade e depressão como uma doença que precisa de atenção e cuidados.

Independentemente da idade, da classe social, do emprego, as doenças mentais pode atingir qualquer pessoa, temos classificações para doenças mentais que afetam a inteligência, mas nada que o tratamento psicológico e medicamentoso não trate. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), vinte e cinco por cento da população poderá de alguma maneira, ao longo da vida, ser afetada por uma doença mental.

Até próxima semana.

 

Cleiton Nascimento
Psicólogo
CRP02.14558

Estresse, Depressão, Ansiedade: suas relações.

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Temos varias doenças mentais relacionadas ao estresse, neste texto vamos abordar duas destas doenças a depressão e a ansiedade levando em consideração o estressante em convívio com o cotidiano. O estresse não é curado com medicamentos, mas a constante participação de uma vida estressante pode desencadear doenças mentais e neste sentido em alguns casos necessitar de medicamentos. A depressão, por exemplo, é “dividida” em três níveis leve, moderada e grave, nos dois últimos níveis torna-se necessário fazer uso de medicamentos. A depressão atrapalha as atividades do cotidiano, faz pensar nada mais valer a pena e coloca a pessoa no mais profundo sentimento de impotência, diante da vida.

A ansiedade é outra doença que em muitos casos precisa da ajuda de drogas como ansiolíticos, para o tratamento, é necessário esclarecer que são medicamentos causadores de dependência, ou seja, o uso precisa ser o mais rápido possível, para isso associa-se acompanhamento psicológico. A falta de ar, coração acelerado, preocupação exagerada com as atividades do dia dia são reações que apenas o medicamento não irá resolver.

É possível observar melhorias entre três e quatro semanas de tratamento, mas não significa que a problemática esteja resolvida, interrompendo-o neste período fica provável que os sintomas voltem em dois a quatro meses e geralmente mais forte. Associar medicamentos com acompanhamento psicológico é a melhor maneira de ajudar a si mesmo, o estresse causado pela cobrança do dia dia pode levar a quadros depressivos e ansiosos assim como diversas outras doenças mentais. Utilizando o método da prevenção podemos recomendar atividades que tragam prazer e qualidade de vida. Percebe desconforto interior e com isto mudando seu comportamento com alterações no humor e memória? É hora de começar a repensar sua qualidade de vida.

Próxima semana continuaremos com o mesmo tema.

 

Cleiton Nascimento
Psicólogo CRP02.14558

Educação diferenciada, é possível?

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O projeto conhecido como Lei da “palmada”, agora batizada como Lei Menino Bernardo foi aprovada mês passado pelo senado, agora segue para sanção presidencial.  A proposta do texto aborda o direito das crianças de serem educadas sem tratamento cruel e degradante. Fala-seda proibição da palmada na educação dos filhos, com esta interpretação a proposta fica mal entendida, pois a lei não impõe, foi desenvolvida para evitar o uso da violência na educação das crianças e adolescentes.

Falando mais resumidamente: a lei quer mostrar que se pode criar e educar uma criança sem precisar bater, apenas isto, mas se o educador submeter crianças a castigos cruéis será encaminhado a tratamento psicológico, assim como programa de orientação.

Estamos falando de uma sociedade e as representações sociais não mudam tão rapidamente, estamos em processo de transição.A cultura de bater em crianças é frequente e muito antiga, mas que precisa ser defrontada, a partir de agora educar de maneira agressiva e violenta precisa ser pensada, quando um adulto levantar a mão para violentar uma criança, talvez, no espaço de tempo entre o levantar a mão e concluir a agressão surjam reflexões de que aquele comportamento não será necessário, ele pode encontrar outra maneira para educar.

Na verdade a Lei pode ajudar a amenizar a relação dos adultos para com as crianças buscando a tentativa de diminuição da violência, com isso, as próximas famílias venham com uma formação diferenciada; diferenciada como? Sem o uso da violência para educar.

Sabemos que não é aprovado o comportamento de bater em um idoso quando ele insistir com alguma situação, bater numa mulher por ter realizado alguma “traquinagem” também não é correto, quando uma criança que insiste ou faz “traquinagem” levar uma “surra”,isto não pode ser visto como sinônimo de educação é também uma ação desaprovada, bater sempre será um comportamento violento, conversar ainda é o melhor caminho.

 

Cleiton Nascimento
Psicólogo CRP02.14558

Doença depressiva realmente existe?

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A Doença depressiva é o mais comum dos transtornos de humor, para portadores destas limitações o quadro sempre atrai sofrimentos, insegurança e desconforto mental. A doença depressiva ainda é pouco reconhecida, até mesmo pelos portadores, é preciso um entendimento melhor quando se recebe o diagnóstico. Independente da idade (nos resultados de pesquisas o maior índice varia entre os vinte e oito, trinta anos, com incidência maior entre o sexo feminino), os transtornos depressivos surgem por diversos fatores como dificuldades crônicas, sociais, perdas, atividades laborais estressantes e ultimamente situações financeiras, estas são as principais causas do aparecimento de crises depressivas.

A depressão não é uma doença dos tempos modernos, o desequilíbrio do organismo, predominantemente “atingido” por um transtorno de humor foi identificado no século IV por Hipócrates, nesta época a nomenclatura usada era Melancolia, anos depois na tradução dos escritos o termo apresentado para o desequilíbrio do humor/Melancolia é mudado para Depressão. Um pouco mais adiante, no final dos anos 50 são estabelecidas classificações para a depressão. Para a OMS – Organização Mundial de Saúde, sendo entendida como desajuste psicológico, biológico e psiquiátrico.

Segundo dados estatísticos a probabilidade para os próximos quinze anos apontam a depressão como o maior problema da saúde pública, a doença depressiva causará prejuízos enormes em graus maiores que a dependência do álcool, diabetes, cardiopatias. A Depressão pode e deve ser tratada, precisa ser aceita e entendida como um diagnóstico que precisa de tratamento, não é fraqueza, não é incurável, também não é falta de fé, a depressão é uma resposta as situações do dia-dia, é uma interpretação dos conflitos e desânimos às mudanças e alternativas da vida, a depressão é a intensidade e interpretação que a pessoa sente.

Até próxima sexta-feira.

 

Cleiton Nascimento
Psicólogo CRP02.14558

Sobre a importância da literatura infantil

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Pensar que apenas no início do século passado as crianças começaram a serem vistas como tal, antes desta data criança era vista como pequenos adultos consumia o que tinha disponível para adultos. Com as mudanças sociais a literatura infantil começa a ganhar espaço nas prateleiras e hoje se observa que o gênero tem destaques nas livrarias.

E tudo isso é bastante satisfatório, principalmente quando pensamos no desenvolvimento infantil. Adquirir o hábito da leitura na infância abre horizontes, faz pensar e desenvolver a criatividade. A boa literatura infantil estimula o imaginário dando oportunidades para a inteligência “voar alto”. Nos primeiros contatos com a literatura a criança tem a curiosidade de conhecer os personagens, o final da história e de criar novas aventuras com a historinha que acabou de ler.

O contato com novas palavras ajuda na fala e escrita, durante a leitura a criança está concentrada, consequentemente auxilia a concentração.  Desperta o senso critico e a imaginação. A literatura infantil mesmo para crianças não alfabetizadas contribui para o desenvolvimento dos sentimentos e emoções, principalmente quando associado com momentos de prazer, não só na escola, mas também em casa. Outro fator importante é a criança ter modelo de leitores por perto, convívio com pessoas que visitam livrarias e biblioteca, e, se possível ganhar como presentes, livros.

Fica a pergunta: Como comprar um livro infantil? Não é uma atividade simples, mas também não é complexa. É preciso observar a idade da criança, até os oito anos as ilustrações são primordiais, depois desta idade os textos ganham mais atenção do leitor. Uma literatura “mastigada”, simplória, não seria uma boa leitura nem mesmo para uma criança de três anos, costuma-se pensar que livros infantis são simplórios, mas a especificidade da literatura infantil contém os valores exigidos dos textos literários escritos para adultos.

Neste caso, vai presentar uma criança? Um bom livro é a sugestão.

 

Cleiton Nascimento
Psicólogo CRP02.14558

Psicoterapia e Antidepressivos: contra a Depressão e Ansiedade

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Esta semana foi divulgada uma pesquisa onde aponta a relação dos antidepressivos e psicoterapia quando não associados. Os estudos mostram que para um resultado satisfatório a pessoa precisa passar por uma mudança e esta mudança apenas pode ser obtida com a psicoterapia.  Os medicamentos agem aumentando os níveis de serotonina no cérebro, começando a fazer efeito três semanas após iniciar o tratamento. O grande problema é que a maioria das pessoas não adere corretamente o uso dos medicamentos, com isso atrapalhando seu real efeito.

Situação semelhante acontece muitas vezes na psicoterapia, geralmente considerado um tratamento longo. A psicoterapia ou acompanhamento psicológico é a busca de Si mesmo, é organizar enquanto condição humana os relacionamentos interpessoais. É compreender-se. Apenas fazer uso de antidepressivos não é o suficiente o cérebro precisa está em conformidade com os desejos pessoais.

A ansiedade assim como a depressão não são situações reais para o cérebro, apenas o uso dos antidepressivos não surtem efeitos nestas situações. Quando associado com a psicoterapia os resultados são plausíveis, os sentimentos e desejos precisam está organizados, muitas vezes o ambiente e a situação na qual se encontra leva ao adoecimento, é no processo da psicoterapia que a mudança acontece, a pessoa se conhece mais, com o crescimento vem à disposição para lidar com as dificuldades e os conflitos.

Não podemos assegurar como tratamento eficaz o uso apenas com antidepressivos, o medicamento é um paliativo no conjunto da prática para combate da doença terapêutica. Geralmente depois de quatro a cinco semanas começam a surgir uma boa adesão e resultado do tratamento, mas, que jamais deverá ser abandonado ou pensar que está “curado”, o tratamento medicamentoso tem como finalidade uma plasticidade do cérebro e a psicoterapia uma estrutura e amadurecimento da personalidade, e para tudo isso acontecer, com algumas semanas ou meses não é possível.

Nos encontramos próxima sexta-feira

 

Cleiton Nascimento
Psicólogo CRP02.14558

“Má” ansiedade

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A ansiedade de antemão é um fenômeno que beneficia nosso dia-dia, agora vai depender da intensidade para observarmos como patológico ou não, ou seja, quando prejudicial as nossas atividades corporais é certo que psicologicamente já estamos afetados por uma “má” ansiedade. E o que é “má” ansiedade? Você sente constantemente a sensação de que algo ruim vai acontecer. Preocupações com o futuro, trabalho, falta de controle com os pensamentos, são alguns dos sintomas da “má” ansiedade. Para tratamento é preciso observar a condição clínica, geralmente é recomendado à combinação medicamentosa (sempre com um acompanhamento médico) e psicoterapêutica.

O tratamento da ansiedade necessariamente não precisa de medicamentos, ao menos que os sintomas envolva a pessoa de uma maneira á não ter domínio das situações corriqueiras, ou seja, quando o grau de ansiedade é muito grande ao ponto de não se perceber, escutar, atrapalhando sua rotina no trabalho ou em qualquer outra situação. Nestes casos os medicamentos (benzodiazepinos), entram auxiliando o tratamento juntamente com a ajuda profissional do psicólogo. A ansiedade é um sentimento universal, uma reação normal do organismo humano, o que eu trouxe para hoje foi uma “pincelada”, se podemos dizer assim, da “má” ansiedade, um dos sentimentos bastante presente em nossa sociedade.

Para finalizar uma pergunta: Esta “má” ansiedade tem cura? Como estamos dialogando emoções, não fazemos uso do termo cura, mas termos como melhorias, recuperação, assim como controle da ansiedade torna-se possível após tratamento. O primeiro passo para este controle da ansiedade é o reconhecimento de que precisa ser ajudado, aceitar que através da fala vai recuperar estruturas do Eu para enfrentar situações.

 

Cleiton Nascimento
Psicólogo CRP02.14558

Resenha psicológica do Filme: A Pele

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Foto divulgação

Após algumas semanas, volto ao blog, peço desculpas pela ausência. Como prometido trago a resenha do filme A Pele do Diretor Stevem Shainberg.

Nicole Kidmam interpreta a famosa fotografa americana Diane Arbus, o filme toma “alguns goles” da biografia da retratista, mas, pouco se preocupa com sua real história. Despindo-se de preconceitos temos uma ótima narrativa, apresentada num flashback.

Na vida real o pai de Diane Arbus era um comerciante de casacos de pele na cidade de Nova York, seria este o motivo dos desejos de Arbus por Lionel (Robert Downey), vizinho do andar de cima, portador de uma rara doença onde lhe crescem pêlos por todo o corpo, inclusive no rosto.

A Bela, mãe de duas meninas, vida pacata ao lado do esposo, também fotografo apaixona-se pela “Fera” numa busca incessante por aventura que se encontra por trás daqueles pêlos. Numa das falas de Leonel a Diane ele propõe um convite a mergulhar nos verdadeiros sentimentos, em seu Eu real, nas vontades e desejos que nela brotam, mesmo que neste mergulho encontre uma trágica história de amor.

O filme apresenta algumas cenas bizarras, mas que não deixam de ser excitantes, Diane Arbus passeia pela paixão, transformando-a por completo, vestindo uma nova Pele. Depois de invadir a casa do vizinho, permite que o teto de sua casa seja a porta para seres não tão comuns, mas, afinal o que é comum naquele contexto? Comum, seria um comportamento violento do esposo de Diane quando toma conhecimento da traição da esposa? Bizarro não seria torna-se um bicho irracional e sair batendo, espancando?

Quando o esposo de Diane deixa a barba crescer, surge uma tentativa de apresentar sua existência, “estou aqui”, e poder ser/ter o que a esposa procura. Uma possível cena antológica aparece quando a bela Diane Arbus depila a “Fera” Lionel, que por alguma razão, talvez o apelo do departamento de arte do filme não conseguiu unir a cena com a proposta inicial, mas mesmo assim, vale a pena, apreciar toda a passagem daquela narrativa onde tudo termina, ou começa?

Até próxima sexta-feira

 

Cleiton Nascimento
Psicólogo CRP02.14558

A Pele que Habito uma resenha psicológica

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Como prometido trago para esta semana uma resenha sobre o filme A Pele que Habito, uma narrativa do cineasta Pedro Almodóvar. A película apresenta um mundo cercado de imprevisibilidades e vinganças, uma enorme contribuição para o cinema. Temas como identidade, processo do luto, segredos, relações familiares, sexualidade e patologias mentais prende o telespectador até o último minuto do filme. O médico Robert interpretado por Antônio Bandeiras vive uma crise existencial por razões diversas como a traição de sua esposa com seu irmão, o acidente no qual se envolve e depois seu suicídio, assim como o desajuste mental e o suposto estupro da sua filha seguido também de suicídio fez de Robert um homem cada vez mais desestruturado.

Este espaço serve para provocar um interesse pelo filme, fica impossível expor toda a sua magistralidade em algumas linhas, mas não por isso vamos deixar de explorar no mínimo sua principal construção a vingança de Robert contra Vicente o suposto estuprador. O cientista que começa a usar pessoas como cobaias em seus experimentos, sequestra o rapaz que esteve acompanhando sua filha em um evento social, por meio de um confinamento que duraram seis anos, com o uso de cirurgias e transgenia transforma seu corpo numa imagem feminina. Em vários momentos chego a pensar na síndrome de Estocolmo, é quando o sequestrado conquista a simpatia do sequestrador, mas no filme não acontece, pelo contrario quando Vicente na tentativa frustrada de fuga passa a faca no próprio pescoço, estaria desistindo da escolha emposta para ele, a única fuga real é quando através da técnica da Yoga ele tenta adentrar em si mesmo.

Vicente vive um estado subjetivo Anti Estrutura, ou seja, psicologicamente a pessoa está no limite entre dois estados de existência, a transformação em “mutante” quando muda sua pele e sua estrutura genital, mas não mudando o seu Eu psicológico. A estrutura apresentada no filme expõe expectativas de gênero afrontando os papeis sociais e sexuais. Ao final do filme surgem diversas perguntas, mas uma não cala: Será que Vicente foi o único que não morreu? Bem, diante da originalidade e irreverencia das tramas do Almodóvar esta fica sem palavras.

A Pele de Steven Shainberg com Nicole Kidmam é a sugestão para este final de semana. Próxima sexta-feira nos encontramos.

A Pele que Habito

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Para esta semana estou fazendo diferente, indico um filme do cineastra Pedro Almodóvar com Antonio Banderas e Elena Anaya. A Pele que Habito, com classificação indicativa 16 anos. Próxima semana estarei apresentando uma resenha sobre esta película.

Um ótimo feriado.

 

Cleiton Nascimento
Psicólogo CRP02.14558

Pensamento

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Tramita no Congresso o projeto de Lei 7672/10. Este projeto altera o Estatuto da Criança e do Adolescente com a finalidade de garantir o direito de uma criança ou adolescente de ser educado sem o uso de tratamento degradante. Pensando neste tema trago um pensamento.

“Educar não é ensinar a obedecer é ensinar a refletir a exercer o diálogo. A criança tem como essência o bem, acontece que por muitas vezes o adulto não entende que uma criança passa constantemente por fases no desenvolvimento. Precisamos expandir nossas ferramentas incrementando o diálogo na hora de educar, muitas vezes a criança adquire atitudes e comportamentos mediante as experiências vividas. Não bater ainda é a melhor decisão, dialogar ainda é o melhor caminho.”

 

Cleiton Nascimento
Psicólogo CRP02.14558

Timidez, você tem?

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Todo comportamento é aprendido e a comunicação é um emaranhado de todos os conteúdos e experiências que tivemos desde a nossa infância. A timidez molda e transforma de maneira ineficaz as relações interpessoais, pessoas tímidas falam baixo, mas em momentos tensos acelera a voz, surgem bloqueios e gagueira. A timidez é um desconforto na comunicação pela razão da presença de alguém, de outra pessoa, geralmente alguém desconhecido ou com poucos contatos, isso ocorre por uma avaliação negativa que surge de maneira fantasiosa e equivocada do interlocutor. A timidez é apresentada de diversas maneiras e quase incapaz para uma definição plausível. A timidez éuniversal, quase todas as pessoas do mundo já passaram por um período de timidez, mais da metade da população brasileira apresenta um quadro de timidez.

Você lembra ter visto algum bebê chorar exacerbadamente quando no colo de alguém para ele considerado estranho? Pois bem, estudos apontam que bebês sensíveis a pessoas ou objetos estranhos reagem negativamente com a finalidade de afastamento daquele estimulo que lhe incomoda, numa situação como esta o bebê apresenta grande probabilidade a desenvolver uma timidez.Sabemos também que disposições apresentadas durante toda a vida da pessoa são fatores altamente “influenciadores” na organização da timidez. Pais tímidos, superprotetores, experiências negativas entre outras ações são comportamentos que alimentam numa criança características para um possível quadro de timidez.

O tímido tem dificuldades de se expressar, mas sente enorme necessidade de ser entendido, apresenta raciocínios alterados da realidade, tem dificuldades de iniciar amizades, mas quando conquistadas são considerados grandes amigos. Para a timidez não existe cura, afinal não é doença. O tímido precisa entender sua condição e adotar comportamentos considerado para si como saudáveis, ou seja, repensar e procurar novos caminhos para o processo de mudança e crescimento. A autorreflexão vai contribuir muito para este crescimento, assim como uma boa psicoterapia, ajudando a ampliar e amadurecer ideias.

 

Cleiton Nascimento
Psicólogo CRP02.14558

Cura gay existe?

Blog

O projeto de autoria do Deputado João Campos volta à tona, na última terça-feira (18), a Comissão de Direitos Humanos, aprovou o projeto de decreto legislativo, mesmo que em votação simbólica, falta passar pela Comissão de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça, mas não deixa de preocupar, o projeto em questão é conhecido como “cura gay”, ou seja, os profissionais psicólogos estariam autorizados ao tratamento da homossexualidade.

O presidente da CDHM (Comissão de Direitos Humanos e Minorias) da Câmara o deputado Marco Feliciano é pastor e bacharel em Teologia, a partir deste contexto surge à primeira dúvida: como legislar numa profissão sem nenhum conhecimento e respaldo? O relator do texto Anderson Ferreira, aprova o projeto justificando que a psicologia está em constante evolução e ricas correntes teóricas, com isto, sendo difícil determinar procedimentos corretos, ou não. E acrescenta: É direito do profissional conduzir sua abordagem conforme a linha de atuação, segunda dúvida: qual linha de abordagem aborda a “cura gay?”.

Na verdade a intensão destes políticos é seduzir eleitores de um determinado grupo, pode até manipular e conseguir votos, mas não vai conseguir pôr em poder para esta comunidade o que está proposto no projeto. O que Marcos Feliciano defende não se sustenta não se cura gay. A nossa campanha contra o projeto busca pela igualdade dos direitos para os homossexuais, eles não precisam deste Projeto de Lei, e mais, um bom profissional não fará efeito participativo neste circo de imposição e diminuição da dignidade do outro, neste caso dos homossexuais.

 

Cleiton Nascimento
Psicólogo CRP02.14558