MENSAGEM DE DESPEDIDA – por Mons. Maurício Diniz.


Neste dia 31 de janeiro de 2022, aqui da Cidade Eterna, vizinho aos túmulos dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, deixo o meu último adeus aos meus queridos paroquianos da Paróquia de Santo Antão, como também aos irmãos clérigos e leigos do Vicariato Vitória.

No próximo dia 7 de fevereiro estarei partindo para outra Paróquia, um novo Vicariato e uma nova missão pastoral. É indescritível a dor da partida, “pois mudar é morrer um pouco”, porém, a esperança faz ressurgir em nós a força para recomeçar nosso trabalho, na alegria da ressurreição do nosso Salvador. A separação dos amigos, das famílias e dos locais exige de nós renúncia e resignação. Contudo, no horizonte arquidiocesano, vejo uma sublime luz que me guia até Olinda e lá, continuarei a carregar a minha cruz, seguindo os passos de Jesus.

Da paróquia e do Vicariato Vitória, terei muita gratidão, de tudo o que vivenciei neste período que estive como pároco e vigário episcopal. Ao mesmo tempo, aos que ficam, os exorto a acolherem com carinho e amor os dois novos sacerdotes que chegam para continuar a ação evangelizadora nesta estimada paróquia.

Obrigado Senhor por me proporcionar uma experiência maravilhosa na cidade de Vitória e que Deus me ajude a ser perseverante ao santo serviço de amar, servir e santificar o povo de Deus que está em Olinda.

Fiquemos sempre unidos na fé e na oração. Que Deus os abençoe!

Mons. Maurício Diniz

Quem foi Vicente Maria de Holanda Cavalcanti? – por Walmar de Holanda.

Vicente Maria de Holanda Cavalcanti foi um político e comerciante que viveu de 1851 a 1928 em Vitória de Santo Antão, onde foi Prefeito e Presidente da Câmara de Vereadores.

É tio-avô do professor José Aragão, do ex-prefeito Manoel de Holanda, da escritora Martha de Holanda e do poeta Henrique de Holanda, todos netos de sua irmã Maria Alexandrina.

Vicente Maria teve 13 filhos, incluindo o ex-presidente da Câmara de Vereadores José Bonifácio de Holanda Cavalcanti, o jornalista Simplício de Holanda Cavalcanti e o capitão Manoel de Holanda Cavalcanti.

Sendo o mais velho dos sete filhos do antigo subprefeito Alexandre José Maria de Hollanda Cavalcanti (1830-1894), acompanhou o pai nos negócios da loja Relógio Grande (Avenida Barão do Rio Branco, número 23), no Engenho Canavieira e na política local. Ambos estiveram juntos durante o conflito conhecido como Hecatombe do Rosário (1880).

Na época do Brasil Império, filiou-se ao Partido Conservador e participou da política local. Com a chegada da República, filiou-se ao Partido Republicano e se transferiu brevemente para Glória do Goitá, onde foi delegado suplente em 1889 e membro do conselho de intendência em 1890.

Retornou anos depois a Vitória de Santo Antão, onde foi conselheiro da Câmara Municipal nos mandatos de 1901-1904, 1904-1907, 1907-1910 e 1910-1913.

Vicente Maria presidiu a Câmara de Vereadores de Vitória de Santo Antão e chegou a assumir a prefeitura por um breve período de janeiro a março de 1912, quando houve renúncia coletiva do prefeito Henrique Lins Cavalcanti de Albuquerque, do vice João Tavares de Lima e do presidente da Câmara, Antônio de Melo Verçosa.

Foi eleito subprefeito de Vitória de Santo Antão em 1919, sendo empossado no ano seguinte. Acabou renunciando ao mandato em janeiro de 1921, junto ao então prefeito Antônio de Melo Verçosa (marido de Emiliana de Holanda Leite, cuja ascendência na família Holanda é desconhecida).

Viúvo de Belarmina Alexandrina Cavalcanti de Albuquerque desde 1926, Vicente Maria faleceu de gripe pulmonar no dia 31 de dezembro de 1928, aos 77 anos, em Vitória de Santo Antão. Na ocasião, nove de seus treze filhos já haviam falecido antes do pai.

Em sua homenagem, desde 1951 a Rua Jatobá em Vitória de Santo Antão passou a se chamar Rua Vicente de Holanda.

A foto e o recorte de jornal foram deixados por seu neto, o procurador Olavo de Holanda Cavalcanti, falecido em fevereiro de 2021 vítima da covid-19.

Walmar de Holanda Cavalcanti. 

 

Um honroso prêmio para o paisagismo brasileiro – por Marcus Prado.

 

Nove dias antes da data do aniversário de Roberto Burle Marx, que se comemora no dia 4 de agosto, quando o maior paisagista do século em que viveu continua sendo lembrado dentro e fora do Brasil pelo gigantismo de sua obra, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) concedeu a sua honraria máxima ao sítio criado por ele, numa área distante do centro do Rio de Janeiro, em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste. Nessa data, o Brasil comemora também a conquista da mais cobiçada honraria no plano da cultura e do patrimônio histórico construído, o título de Patrimônio Mundial da Humanidade, o sítio que representa o maior e ambicionado sonho do genial jardineiro-poeta, que abriga uma coleção com mais de 3.500 espécies de plantas tropicais e subtropicais.

O prêmio é o justo reconhecimento de que a intenção do sítio tem sido, desde o começo, preservar experiências, criar uma escola de paisagismo, botânica e artes em geral, e transmitir o seu principal legado: saber fazer jardins. Deve causar surpresa o fato de um jovem com tanta vocação para o canto lírico, herança de sua mãe, se tornasse o maior paisagista entre os seus contemporâneos. Há coisas na vida que a gente não consegue explicar, tal desvio repentino de vocação. Um começo  inesperado quando ele, ainda jovem, foi levado por seu pai a conhecer o Jardim Botânico de Berlim, o famoso Botanischer Garten und Botanisches Museum Berlin-Dahlem, um dos maiores e mais importantes da Europa, a que tive a oportunidade de visitar em duas ocasiões, quando crescia o meu interesse pela vida e a obra do filho de Cecília Burle, uma  pernambucana infelizmente esquecida, que muito contribuiu no seu tempo para grandes recitais de piano no Teatro de Santa Isabel. No século 20, o grande marco do paisagismo brasileiro foi devido ao trabalho de Roberto Burle Marx.

Em 1934, registra-se o início do trabalho de Burle Marx no Recife, onde projetou e executou os primeiros jardins públicos com plantas nativas da caatinga e da flora amazônica, algumas vistas por ele, a primeira vez, no Jardim Botânico de Berlim.  No Recife, a utilização de plantas nativas nas composições paisagísticas formou um registro na linha projetual de Burle Marx. Muito já foi dito por seus biógrafos, dentro e fora do Brasil, sobre o pioneirismo desse “poeta dos Jardins”, já se conhece o seu trabalho, descobridor, criativo e corajoso no Recife, marco inicial da sua carreira de paisagista mundialmente reconhecido como inventor de um novo tempo na construção de jardins públicos ou privados.

Pouco se conhece, no entanto, sobre ele e seus múltiplos: poliglota, sabia se expressar fluentemente em 8 idiomas, cantor lírico, pintor, ceramista, desenhista, designer de joias (foi o primeiro a desenhar joias exclusivas para H. Stern), escultor, autor de numerosos cenários para o Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Sem falar de amante da gastronomia, ele que recebia sempre aos sábados dezenas de convidados famosos e gente simples, para almoço, no sitio-galeria em Santo Antônio da Bica, quando não estava nas suas excursões de pesquisa, ele próprio dirigindo um caminhão coletor de plantas. Almoços (era famosa a sua cozinha feita só de pedras)  que ficaram na lembrança dos amigos, com a presença de Le Corbusier nas duas visitas que fez ao Brasil, Haruyoshi Ono, discípulo e seu herdeiro artístico, Pietro Maria Bardi, Lina Bo Bardi, Alberto da Veiga Guignard, Alberto Cavalcanti, Lucio Cardoso, Candido Portinari, Gorlich editor italiano de Milano, Acácio Gil Borsoi e Janete Costa (eram como irmãos de Roberto), Lúcio Costa, Gregory Warchavchic, Ary Garcia Rosa, Jacques Lenhardt, José Tabakov, Oscar Niemeyer (foram parceiros em numerosos projetos, em Brasília e no Rio de Janeiro), Alfredo Volpi, Vinicius de Moraes, a cantora Mercedes Sosa, quando vinha ao Brasil.

Nesses habituais momentos, a cozinha virava a sala de visitas. Cada almoço parecia uma festa, que tinha hora de começar, mas poderia durar o resto do dia ao som de óperas que ele sabia de cor. Por fim, a história que merecia um filme, a paixão que despertou na sua jovem professora de língua alemã, em Berlim, e como ele foi expulso do Recife com a fama de comunista, porque tinha o sobrenome de Marx … e plantava flores vermelhas nos jardins públicos. Prometo contar.

Artigo publicado hoje – Diário de Pernambuco. 

Marcus Prado – Jornalista. 

“Contribuição Voluntária”: 10 anos se comemora com PIX…..

Em virtude dos avanços tecnológicos, hoje,  acessar, interagir ou produzir conteúdo para internet tornou-se algo tão simples quanto beber um copo com água. Comprar,  vender ou se “juntar” remotamente, sobretudo em tempos pandêmicos, virou uma realidade insofismável.   Em meio a tantas facilidades, mudanças e avanços constantes,   cabe-nos, ao menos,   refletir:  será mesmo que tudo na internet é “de graça”?

Com poucos clicks, pilotando um aparelho celular “mais ou menos”,  qualquer internauta poderá criar uma conta nas redes sociais e virar influencer  digital. Nesse contexto, a palavra de ordem é “monetização”. Será que esse conteúdo produzido para os stories –  que se evaporam em horas –   mais adiante,   terá  alguma serventia para o  além da  compra e venda de serviços ou produtos?  Eis aí, portanto, o grande “X” da questão quando alguém se propõe a produzir conteúdo imperecível  para internet.

E quando esse conteúdo tem valor  social, político, cultural,  histórico e é totalmente identificado com uma determinada comunidade? Quanto deverá custar  e quem deverá  remunerar essa produção?

Esse é um debate que já entrou na grande pauta da rede mundial de computadores, ou seja: quem deve remunerar o produtor do conteúdo imperecível,  disponível através dos sites e buscadores da internet?

Certa vez ( corria o ano de 2015),  na capital paraibana, participei de  um encontro nacional de blogueiros. Nos muitos painéis com palestras variadas acompanhei, entre outros,  um  que falava justamente na direção da monetização dos blogs. Uma blogueira da cidade do Rio de Janeiro, em sua apresentação,  exibiu números interessantes de receita mensal e, entre outras coisas, disse:

“Eu não conto com patrocinadores,  quem remunera a produção do meu  trabalho, disponível a todos,  no meu jornal eletrônico,  são os meus leitores,  espelhados pelo Brasil e até no exterior,   porque minhas postagens  dialogam com um público específico.”

No quesito financeiro, a mesma apontou o caminho das pedras:  “recebo tudo via cartão de crédito. Tudo eletronicamente.” Arrematou.

Pois bem,  atentamente, ao ouvir aquele “case” de sucesso, confesso, saí de lá entusiasmado  no sentido da tão sonhada monetização do blog, afinal, tudo que ela elencou como “produto diferenciado”, mesmo involuntariamente, eu já o praticava, ou seja: produção de conteúdo único e  justamente direcionado a um público especifico, isto é:  Vitória e/ou os vitorienses. Aliás, é bom que se diga que  desde o primeiro dia em que o blog foi ao ar, há mais de uma década (25/06/2011),   a frase  do nosso “topo” nunca mudou o tom:  o centro do meu mundo á a minha cidade.

E o porquê, à época, da não  execução da  operação carioca em terras antonenses? Justifico: esbarramos na funcionalidade do cartão de crédito. Após algumas sondagens com o nosso público alvo, naquela ocasião (há seis anos),  por certa desconfiança do sistema   boa parte revelou-me não utilizava o seu cartão em operações  na rede mundial de computadores, mas, em momento algum, refutou  o reconhecimento ao trabalho.  Assim sendo, naquela ocasião, achei melhor não avançar no processo de monetização voluntária.

É bom que se diga, também,  que desde o primeiro jornal impresso ( O Vitoriense), editado e publicado na Vitória de Santo Antão, no longínquo  05 de novembro de 1866, por Antão Borges Alves, então com 22 anos, floresceu  e frutificou em nosso solo a veia jornalística. Ainda sobre os “impressos”, fomos  a 5ª cidade  pernambucana  a desfrutar dessa nova ferramenta de progresso. Aliás, até os dias atuais, ostentamos  1º lugar em quantidade de títulos. Sem esquecer, claro, ” O Jornal  Lidador” que foi o mais longevo (em circulação) do interior do Nordeste e talvez do Brasil, salve pesquisa mais aprofundada. Sem nenhum demérito às outras cidades, Vitória, na cena jornalística impressa, sempre foi robusta.

Com efeito, foi  justamente através das pesquisas em documentos oficiais, registros de igrejas e cartórios, da oralidade e experiências vividas e sobretudo nas páginas dos nossos jornais que o Mestre Aragão conseguiu montar  o maior e mais completo “diário”  do interior do Brasil,  com a obra  “A História da Vitória de Santo Antão” –   em 3 volumes. Uma espécie de “Bíblia” das nossa gênesis. .

Assim sendo vale  destacar,  com letras garrafais,  que repousam nas páginas desses jornais impressos,  bem acomodados  no acervo  do nosso Instituto Históricos e graças ao operoso trabalho da atual gestão do Instituto Histórico, sob o comando professor Pedro Ferrer, alguns títulos já  encontram-se totalmente digitalizados e disponíveis aos internautas,  através da Biblioteca Nacional, ou seja:  um patrimônio de valor incalculável para toda sociedade antonense.

Para tudo isso haver sido concretizado, entre inúmeras variáveis, pelo menos duas merecem destaques: 

A primeira – e maior de todas –,  diz repeito ao sentimento de amor a causa, de espírito cívico e verdadeira devoção com o seu torrão natal e, sobretudo ao sacerdócio daqueles  que encontraram  na causa da imprensa uma maneira de servir à coletividade, sem maiores ambições e interesses próprios. Com destaques para: Antão Borges Alves (pioneiro), José Aragão, Oliveira Maciel, Pedro Albuquerque, José Miranda, Guedes Alcoforado e etc. 

A segunda, por assim dizer, devemos tributar aos que colaboraram com recursos financeiros, seja na forma de anúncios comercias ou na imprescindível “assinatura” anuais e semestrais. Nos arquivos da história local, não são raros os depoimentos emocionantes  daqueles que militaram na imprensa escrita antonense realçando o auto-calvário financeiro no sentido da manutenção do trabalho.  Destaquemos, contudo, que  esse material produzido, atualmente,  reflete o cotidiano dos nossos antepassados e diz muito do que somos hoje, como indivíduos e comunidade,  em constante  e frenética movimentação dialética.

Atualizando o cenário,  aos dias atuais, em que o jornalismo  impresso em larga escala  encontra-se desidratado,  “jornal digital” passou a ser ferramenta de primeira necessidade, principalmente em tempos de desinformação  e “Fake News”, bombardeadas insistentemente nas mais diversas plataformas digitais,  nas redes sócias.  Se bem observado, já não se acessa mais às páginas eletrônicas dos grandes jornais confiáveis sem à devida remuneração mensal. Isso já é uma realidade. 

Assim sendo, por manter no ar disponível a todos os internautas, de qualquer lugar do mundo,  o nosso robusto conteúdo com mais de 26.600 postagens  e quase 4.900 vídeos, fora os mais de cinco milhões de arquivos digitalizados que repousam aos nossos cuidados, todos originais e vinculados ao nosso lugar – Vitória de Santo Antão, a partir de hoje, 27 de julho de 2021, estamos instituindo a chamada “CONTRIBUIÇÃO VOLUNTÁRIA”. Nesse novo modelo, o internauta poderá contribuir com “qualquer valor”, através de um “PIX”, no sentido da manutenção desse trabalho de divulgação e preservação das coisas nossa terra. Com o PIX, toda operação tornou-se segura, fácil, ágio e sem qualquer burocracia. 

Portanto, após mais 10 anos produzindo conteúdo local com isenção e  qualidade, principalmente de valor histórico incalculável o  Blog do Pilako passa a contar, doravante,  com o apoio voluntário do internauta, se assim lhe convier. De resto, é o que temos para hoje nessa  nova etapa do nosso jornal eletrônico, intitulado BLOG DO PILAKO.

Cônego Luiz: poderá ser o primeiro Santo Antonense.

por Fernando Antonio Bezerra [ Sócio do IHGRN ], em artigo publicado no Tribuna do Rio Grande do Norte.

Muitos não sabem, mas existe um movimento pedindo que o Cônego Luiz
Gonzaga do Monte se torne beato e, adiante, santo da Igreja Católica  Apostólica Romana. E, de fato, todos apontam que ele era um homem diferenciado em sabedoria e santidade.

Cônego Monte nasceu no território pernambucano, na cidade de Vitória de Santo Antão, no dia 03 de janeiro de 1905, filho de Pedro e Belarmina Monte, pais materialmente pobres, família honrada e de numerosa prole. Em 1913, depois de um período na Paraíba, a família do Cônego Monte veio residir no Rio Grande do Norte, no lugarejo Recanto, Município de Currais Novos, segundo pesquisa do Cônego Jorge O’Grady de Paiva, um dos primeiros a escrever sobre o sábio sacerdote. O pai (Pedro Monte) instalou um barracão comercial no dito lugar que, de tão simples, sequer tinha ensino para os filhos em idade escolar.

Conta o Cônego O’Grady que Luiz Monte trabalhava o dia todo com o pai e, sempre que possível, dedicava-se a estudar sozinho, lendo “livros de leitura ou de histórias, almanaques, periódicos”. Naquele tempo, como diz o citado biógrafo, “a casinha onde moram, o barracão onde trabalham, a capelinha onde rezam, eis todo o seu mundo”. Aliás, falando em reza, desde criança Luiz Monte já demonstrava pendor para o sacerdócio.

Em 1917 a família se transferiu para Natal, já tendo Luiz Monte a decisão de
estudar para se tornar um sacerdote. No dia 15 de fevereiro de 1919 foi fundado o Seminário de São Pedro na Arquidiocese de Natal. A família de Luiz Monte não tinha recursos financeiros suficientes para mantê-lo na instituição. A mãe, Dona Belarmina, “tomou a seu cargo, então, a lavagem de roupa do Seminário de S. Pedro. Costurava, além disso, batinas para os seminaristas. Até à ordenação do filho ela lutara arduamente”. Em tudo, no Colégio Santo Antônio e no Seminário, Luiz Monte se destacou como um brilhante e aplicado aluno.

Aos 22 anos e alguns meses ele foi ordenado padre, precisamente no dia 18 de setembro de 1927, pelas mãos de Dom José Pereira Alves. Adiante, sobre Luiz Monte, o Bispo, já em terras cariocas para onde foi transferido, sintetizou as virtudes que mais o impressionavam no então jovem sacerdote: “a modéstia, a obediência, a piedade e a pureza”.

Padre ordenado, Luiz Monte foi o grande destaque de sua geração. Sábio, como diz Cônego O´Grady, “chegou a dominar toda a ciência de seu tempo”. Dominou teses de filosofia, teologia, mas, com profundidade, também andou pela matemática, física, biologia, química, geologia e psicologia, sem descuidar da história, literatura, direito, língua portuguesa e idiomas, sendo um dos maiores latinistas de seu tempo. Jurandyr Navarro, o maior estudioso sobre a vida do Cônego Monte, resume tudo: “foi professor, escritor, orador, polemista. Estudava em nove idiomas. Dominava a matemática e ciências afins. Sabia física, química, biologia. Conhecia a psiquiatria, psicologia, psicanálise. Versava o direito criminal, a literatura universal, a sexologia, mitologia e outros ramos do conhecimento humano”.

É muito para um normal, mas razoável para um gênio.

Caso presente do Cônego Monte que, com ares de santidade, partiu para o horizonte que a fé nos faz enxergar no dia 28 de fevereiro de 1944.

Matéria transcrita do Blog A Voz da Vitória. 

O Papa João Paulo I almoçou na Churrascaria Recanto Gaúcho, aqui na nossa Vitória de Santo Antão.

Na medida do possível estou sempre atento às questões históricas atinentes ao nosso torrão. Sublinhemos, de partida, que o maior guardião da memória antonense é o nosso Instituto Histórico e Geográfico. Aliás, diga-se de passagem, esse ano (2020), completando sete décadas ininterruptas de incomensurável serviço prestado a toda comunidade.

Pois bem, dias atrás circularam por grupos locais de whatsapp fotografias realçando o ato inaugural do “Recanto Gaúcho Churrascaria”. Para os mais maduros, que já passaram do meio século de vida, como eu, o local dispensa maiores apresentações. Já para os mais jovens devemos dizer que o badalado e moderno restaurante foi construído no alto de uma barreira onde hoje funciona o Posto Santa Cristina.

A minha primeira e forte lembrança do espaço, por assim dizer, ocorreu em 1978 por ocasião das comemorações dos 50 anos de vida do meu pai, Zito Mariano. Nesse dia, com apenas dez anos de idade, diante de uma multidão, usei da palavra para fazer-lhe uma  singela homenagem. Ainda guardo as últimas palavras do que estava escrito: “tenho dito”. A invenção da apresentação assim como o conteúdo produzido,  de maneira improvisada,  poucas horas antes do evento,  foi de autoria do  marido  (Inocêncio) de uma das minhas tias materna.

Voltando aos  registros fotográficos recentemente recebidos, como  já falei, confesso que os  mesmos provocaram uma remexida nas  “gavetas” da minha memória. Sem pestanejar, para mim,  tornou-se imperioso saber em que data deu-se aquela  inauguração e, em ato contínuo, o nome de algumas pessoas que aparecem  nas respectivas fotografias.

Com algumas primaveras na minha frente, bom de memória e curioso quando o assunto diz repeito à Vitória de Santo Antão, recorri ao  amigo Paulo Lima. De “bate-pronto” respondeu-me alguns questionamentos e ficou de pesquisar outros. Com a boa vontade de sempre, acionou algumas amigas até chegar a senhora Silvana,  filha do fundador do “Recanto Gaúcho”, o senhor Lody Ciochetta –  já falecido.

A Churrascaria Recanto Gaúcho foi inaugurada no dia 08 de maio de 1971. Governava a nossa cidade,  na qualidade de prefeito, o industrial José Augusto Ferrer. Não sei precisar até quando a casa funcionou no mesmo local.  Segundo informações, o prédio foi demolido. Certa vez, há mais ou menos uns dez anos, almocei no restaurante  que é comandado pela terceira geração do senhor Lody, localizado em Candeias, Jaboatão dos Guararapes.  Também segundo informações, funcionando até os dias atuais.

É bom que se diga que – enquanto permaneceu ativo na nossa cidade –  o Restaurante Recanto Gaúcho promoveu grandes festa e noitadas inesquecíveis. Durante décadas dividiu com o não menos famoso Restaurante Gamela de Ouro a preferência da sociedade vitoriense.

Outra coisa curiosa sobre o “Recanto Gaúcho”, que até então eu desconhecia e acredito que quase a totalidade dos vitorienses ignoram,   é que no ano de 1975, por ocasião de uma visita ao Brasil, em que se deslocou do Recife ao município de Belo Jardim, para reencontrar um amigo religioso,  o Cardeal italiano Albino Luciani almoçou no Restaurante Recanto Gaúcho, aqui em Vitória de Santo Antão.

O Cardeal Albino Luciani, três anos depois, em 26 de agosto de 1978, em Roma, foi eleito Papa. Para homenagear os dois últimos Papas – João XXIII e Paulo VI – Albino Luciani assumiu seu pontificado com o nome de João Paulo I. Foi o Papa de numero 263 na Igreja Católica.

Conhecido na Cúria Romana pelo apelido de “Papa do Sorriso”, o Papa João Paulo I recusou uma coroação formal. Também não aceitava ser carregado numa liteira, como os outros Papas. Foi pioneiro em adotar o nome papal duplo. Seu pontificado foi breve. Durou apenas 33 dias.

Pois bem, para marcar essa ilustre visita à Churrascaria Recanto Gaúcho,  o seu proprietário, Lody Ciochetta, à época, produziu um espaço e fixou uma placa alusiva ao fato assim como, junto com religiosos,  promoveu uma celebração no restaurante para marcar o auspicioso acontecimento. Vale lembrar também que a cadeira em que o ilustre cliente usou  ficou separada  e preservada em local de destaque, próximo ao palco da casa – os mais antigos devem lembrar bem.

Na qualidade de estudioso da história da nossa cidade – Vitória de Santo Antão – gostaria de agradecer a boa vontade de todos envolvidos nessa pesquisa, com destaque aos amigos Paulo Lima e Pedro Ferrer. A história é dinâmica e viva! Quem se dedica ao ofício historiográfico é um eterno estudante.

Para ilustrar essa dialética constante nunca pensei que poderia juntar, num raciocínio lógico e sequenciado,  três acontecimentos/fatos  que fizeram parte da minha infância. O “Recanto Gaúcho”, o aniversário do meu pai e o breve pontificado do Papa João Paulo I – muito comentado à época em função da sua brevidade – todos  inseridos  dentro daquilo que chamo de “centro do meu mundo”, isto é: Vitória de Santo Antão.

Tempo Voa Documento – PERCALÇOS E IDEALISMO – Luis Nascimento.

Revirando meus arquivos encontrei um “desabafo” de senhor Luis Nascimento,  em artigo escrito para a Revista do Instituto Histórico,  por ocasião das comemorações do Centenário da Imprensa local (1866 – 1966),  que bem reflete o sentimento daqueles que fizeram e faz imprensa na nossa Vitória de Santo Antão. Vale a apena ler:

PERCALÇOS E IDEALISMO

A imprensa vitoriense sofreu, desde 1866, todos os percalços, dificuldades e inglórias inerentes à espécie. Viveram seus periodistas, por outro lado, os momentos culminantes da criação do jornal e da enunciação de ideias e programas, junto ao desejo de ser útil a comunidade, de consertar os erros do mundo e apontar os caminhos certos.

Continuaram eles, neste século, a amar e a sofrer, teimosamente, jungidos a um ideal, à missão de informar, de aparecer, de transmitir um pensamento, um verso, uma página literária.

Ultrapassou a casa dos trinta o número de publicações da grande família da imprensa dadas à circulação, de 1866 a 1899, na Vitória de Santo Antão. No cômputo geral dos cem anos hoje completados, subiram a mais de 170, de todos os gêneros, de vida intensa ou efêmera, fazendo surgir jornalista a granel, muitos deles perdendo o título rapidamente, outros altanando-se no conceito da imprensa regional ou nacional.

Esta terra de tantas tradições históricas tem, indubitavelmente, a primazia da imprensa no interior do Estado, uma primazia que honra Pernambuco, do mesmo modo que a imprensa de Pernambuco honra o Brasil.

Luis Nascimento
Originalmente publicado na REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO – 1968.

São João e a cidade de Pombos: sintonia perfeita!!!

Na Vitória de Santo Antão de antigamente, segundo os livros que contam nossa história, a então “Rua da Lagoa do Barro” – hoje Praça Duque de Caxias – tinha muita lama e camaleão. Os cavalos dos matutos,  carregados com mercadorias, vindo das diversas partes da Zona Rural, não raro, trafegavam enfiando as patas  (até o meio) nas vias lamacentas. Nessa época o comércio da Vitória funcionava aos domingos,  até às 9h.

Costumava-se,  nas folgas dominicais, os homens de negócio e pessoas financeiramente  confortável,  “matar” o tempo nas matas,  se divertindo com suas espingardas. Carregadas nos ombros em busca dos alvos em movimentos os “caçadores”, por assim dizer, se deslocavam para o lado poente da cidade,  no qual,  havia grande quantidade pombos bravos (asa branca).

Na segunda-feira, nos momentos em que os fregueses no comércio rareavam,  e com tempo de sobra, nas calçadas dos estabelecimentos, as aventuras e as peripécias eram contadas como vitorias aos amigos comerciantes  que não puderam comparecer na empreitada prazerosa. Ao serem questionados, falavam com galhardia: “foi um verdadeiro são joão nos pombos”.

Eis ai, portanto, o motivo pelo qual a nossa vizinha cidade, que um dia foi distrito da Vitória de Santo Antão, recebeu o nome de  POMBOS. Hoje, porém, certamente poucas pessoas de lá sabem,  exatamente,  o motivo pelo qual são pombenses de nascimento.

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O dia em que o teto da Igreja do Livramento desabou.

Foto do acervo pessoal de Tadeu Prado

Revirando nossos arquivos encontramos uma matéria publicada no jornal “O LIDADOR”, 1907,  relatando  o dia em que o teto da Igreja do Livramento caiu, iniciando assim as comemorações do Livramento, com a Festa da Cumeeira:  leia:

DESABAMENTO – “O Lidador”, na edição de 3 de Agosto de 1907, publicava:

É um grande perigo entrar-se atualmente na Igreja do Livramento. As tesouras do tecto estão todas deterioradas; um dos oitões, desamarrado e penso, sendo inevitável o seu completo desmoronamento, a menos que se tome, já, rigorosa providência. Os poderes públicos fariam um grande bem, proibindo a sua abertura.”

Efetivamente, três meses e três dias após esse sombrio prognóstico, realizava-se ele, sendo assim noticiado pelo mesmo jornal na edição de 23 de novembro de 1907:

“Pelas 8 horas e meia da noite de 16 do corrente, ecoou em toda cidade o estrondo do desabamento do tecto da Igreja do Livramento. Pressagiámos o fato há três meses. De então para cá deixou de realizar-se ali certa devoção habitual nas noites de sábado, Não houve danos, além do material.”

A 7 de Dezembro anunciava o mencionado jornal um “consta” de que o cônego Bernardo pároco de Santo Antão, iria apelar aos paroquianos a fim de reconstruir a Igreja, e sugeria a realização de uma quermesse, iniciativa que se confirma em “O Popular” de 15 de fevereiro de 1908:

“o nosso venerando e ilustre Vigário no louvável intuito de reconstruir a Igreja do Livramento, tem-se dirigido aos católicos da freguesia, pedindo auxílios de todos quantos amam de coração a religião do Nazareno.”

Já valetudinário, nada mais pôde fazer o virtuoso sacerdote, pois, a 31 de Agosto, falecia, após quase vinte anos de relevantes serviços prestados a Igreja na paróquia de Santo Antão.

O seu sucessor, Monsenhor Laurino Justiniano Douetts, empossado a 27 de setembro na Matriz de Santo Antão, mas, em maio de 1910, voltava sua atenção para a Igreja do Livramento, abrindo campanha para a sua reconstrução, que foi iniciada em julho, dizendo “O Popular”, a 27 de agosto desse ano:

“estivemos nas obras de reconstrução e verificamos quanto se precisa despender para seu acabamento, pois, pode-se dizer, trata-se de uma quase completa reedificação.”

A proprietária do engenho São João novo doara todo o madeiramento e os trabalhos continuavam normalmente, sendo interrompidos com o falecimento do monsr. Douetts, a 24 de julho de 1911.

Vigário Américo Vasco

O novo vigário, padre Américo Vasco, preocupou-se de imediato com os consertos no teto e melhoramentos internos na Matriz de Santo Antão, realizados no 2º semestre de 1911.

Logos nos primeiros meses de 1912, reiniciou-se o serviço de restauração da Igreja do Livramento, onde, a 11 de março, era celebrada a “Festa da Cumieira.”

(REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO – Volume 5º – 1973 – pág 78 a 79).

Vamos Comemorar: “MAIO ANTONENSE – O MÊS AZUL E BRANCO”

Hoje, 06 de maio, Vitória de Santo Antão comemora a passagem de mais um aniversário da sua elevação à categoria de cidade. Para “sintonizar” o internauta no tempo e no espaço,  por assim dizer, realcemos que o Recife recebera esse título (cidade) apenas duas décadas antes,   exatamente em 1823, demonstrando assim que o nosso torrão, já na primeira metade do século XIX,  despontava como um circunscrição territorial/política  considerável.

Do ponto de vista prático, no que se refere ao contexto administrativo local, o titulo de “Cidade” em nada modificou a relação dos governantes com os nativos,  pois a verdadeira transformação local, no que se refere à “vida orgânica municipal”,  já havia nos ocorrido décadas antes, ou seja: elevação de Freguesia à Vila, em 1812. Já à autonomia jurídica correu  1833 – Vitória deixou de pertencer à Comarca do Recife e passou a ter Juiz togado.

Na qualidade de estudioso da vida pretérita  da nossa aldeia e sócio efetivo –  há mais de quinze anos  do Instituto Histórico –    na próxima oportunidade em que estiver em reunião ordinária na “Casa do Imperador”, que penso ser o embrião natural dessas questões, irei abrir discussão no sentido de promovermos no mês de maio um conjunto de ações  comemorativas –  haja vista todos esses relevantes acontecimentos terem ocorridos num  mês de maio,  evidentemente que em dias e anos diferentes.  A história é dinâmica! Releituras serão sempre bem vindas e necessárias à boa historiografia.

ESSA SERÁ UMA DAS MINHAS PROPOSTAS: “MAIO ANTONENSE – O MÊS AZUL E BRANCO”

Acredito,  se bem trabalhado em conjunto com toda sociedade e os poderes constituídos, poderemos despertar nos nativos, sobretudo nos mais jovens, um incremento substancial no que se refere ao chamado SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO, algo que nos parece em processo de desidratação na terra desbrava pelo português Diogo de Braga.

 Portanto, desde já, aproveitemos o mês que acaba de começar para introduzirmos  e alardeáramos  essas informações, principalmente  com os  nossos conterrâneos menos atentos,  no que refere às  questões da aldeia………Viva “O MAIO ANTONENSE – O MÊS AZUL E BRANCO”…

Apelidos Vitorienses:Professor Dodó ou Dodó Carvalho.

Dentro do projeto “Apelidos Vitorienses”, que tem por finalidade registrar a origem da alcunha dos conterrâneos  que são mais conhecidos pelo apelido do que pelo próprio nome, hoje, realçaremos o motivo pelo qual o senhor Severino Adroaldo de Carvalho ficou mais conhecido por Dodó.

Inicialmente, através do seu pai, ele recebeu o simpático apelido da maioria dos “Severinos” do Nordeste, ou seja: “Biu”. Aliás,  uma espécie de marca da família. Dodó também recebeu do “Seu”  “Sitonho do Posto”, aos seis anos de idade, em função do apelido do seu pai (Raposa),  o apelido de “Raposa Nova”. Esse,  não pegou.

Após a morte do pai, sua mãe, que nunca havia lhe chamado por “Biu”,  passou a “investir” no “Doda”, em função do apelido do cidadão que serviu de inspiração para o seu nome, “Seu” Adroaldo da Telpe, que também ficou bastante conhecido na cidade pelo apelido  “Doda”.

“Doda” pra lá,  “Doda” pra cá, o quer fato é que, desde a sua  juventude,  o amigo Severino Adroaldo de Carvalho  foi “rebatizado” por “Dodó” e foi, aos poucos,  gostando do seu nome social. O tempo passou e o seu apelido tornou-se uma marca registrada. Alguns lhe chamam por “Professor Dodó” e outros por “Dodó Carvalho”. Assim sendo catalogamos mais um vitoriense que ficou mais conhecido na cidade pelo apelido do que pelo próprio nome.

Em Vitória os produtos do Jair Bolsonaro tem lugar nas vitrines do comércio.

Na chamada livre iniciativa do mercado a nossa primeira grande referência é o economista e filósofo britânico, nascido na Escócia em 1732 – Adam Smith. Os seus princípios macroeconômicos, o que hoje nos parece tão óbvio, anunciavam um novo tempo para a então insipiente classe burguesa. “a riqueza das nações e dos indivíduos em geral eram frutos de seus interesses próprios”.

Após a Revolução Francesa, ocorrida no final do século XVIII, as ideias do liberalismo foram “implantadas” na cabeça de todos, sobretudo na “banda ocidental” . Queiram ou não queiram os juízes, hoje, o mundo é regido pelo capitalismo, apesar de haver correntes de pensamentos diversos apontando, inclusive, na direção, em um  determinado espaço de tempo,  no  seu esgotamento como sistema hegemônico.

Pois bem, enquanto esse “tempo” não chega, existe um grupo de sabidos na nossa aldeia – Vitória de Santo Antão – , sintonizados para aquilo que disse o Adam Smith, que vem se beneficiando da chama “Lei da Oferta e da Procura”.

Assim como no passado, onde existiram pessoas bem intencionadas que investiam seu dinheiro em camisas, broches e adereços com o símbolo do Partido dos Trabalhadores (PT) que, com o passar das décadas  ascendeu ao poder central e veio a se tornar uma das maiores quadrilhas de bandidos desse País, hoje, assistimos outro grupo de brasileiros, distinto por ideologia,  investindo suas energias e recursos financeiros num “produto político” que já nasceu morto. Não do ponto de vista eleitoral, mas sim do ponto de vista da sua aplicabilidade, caso venham lograr êxito na disputa eleitoral vindoura.

Mas, independente de qualquer coisa, realcemos à liberdade de expressão, até mesmo para apregoarmos e divulgarmos  uma candidatura que,  num futuro próximo,  poderá até retirar o nosso mais caro direito, que atende pelo nome de  LIBERDADE!

Quem diria: hoje no Brasil a população sabe mais da escalação do Supremo (11 ministros) do que a da seleção brasileira (11 jogadores).

Desde os movimentos populares de rua, ocorridos em 2013, que ficaram catalogados como “as jornadas de junho”, que o Brasil não é mais um mesmo. Em várias ocasiões, aqui no blog e em rodas de amigos, sentenciei que o maior legado da Copa do Mundo, realizada no nosso País (2014) havia sido o entendimento dos brasileiros que os nossos sistemas públicos – saúde, educação, transporte e etc – não eram compatível ao exigido pelo tão propalado “Padrão FIFA”.

Pois bem, eis que quatro anos depois – faltando pouco mais de 60 dias para uma nova Copa do Mundo – a grande mídia consagra mais espaço nos seus telejornais e editoriais  a uma sessão do Supremo do que à partida futebolística amistosa entre o selecionado canarinho com os anfitriões do certame organizado pela FIFA.

Aliás, vou mais além: seria algo insano imaginar, há vinte anos, que a população em geral teriam mais condições de escalar – nominalmente – os onze ministros da suprema corte do que os titulares da seleção brasileira, em véspera de Copa do Mundo. Eis aí, portanto, um grande legado da Operação Lava-Jato

Cineclube Avalovara: Eles Não Usam Black-tae

Pessoas queridas, convidamos a todas e todos para nossa próxima sessão. Contamos com a presença e divulgação de vocês.  

Seguindo com nossa proposta de pensar o mundo e as políticas sociais através do cinema, no próximo dia 25 de março vamos exibir e discutir o filme “Eles não Usam Black-tie” (Leon Hirszman, 1981), uma joia do cinema nacional que chegou a receber o Prêmio Especial do Júri do Festival de Cannes. O longa-metragem — baseado em peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri, que também atua no filme (Otávio) — explora os conflitos e anseios da classe trabalhadora nos anos finais da ditadura militar no Brasil.

“Eles não Usam Black-tie” propõe uma reflexão — importante e atualíssima — sobre as esperanças (e desesperanças), a importância das ações coletivas e os medos que circundam a luta pela sobrevivência num país como o nosso.

Vamos de novo unir nossas forças? Todas as pessoas estão convidadas. Divulguem!

O Cineclube Avalovara é um projeto aprovado no 10º Edital do Programa de Desenvolvimento da Produção Audiovisual de Pernambuco (Funcultura 2016 – 2017), e tem apoio do Instituto Histórico e Geográfico de Vitória de Santo Antão (IHGVSA) e da Federação Pernambucana de Cineclubes (Fepec).

SINOPSE
Tião, jovem operário, namora Maria, colega de fábrica. Quando toma conhecimento de que ela está grávida, resolve marcar o casamento. Mas as dificuldades financeiras do casal são imensas. Nisso eclode uma greve. Otávio, o pai de Tião, veterano líder sindical, que passou alguns anos na cadeia devido à militância política reprimida pela ditadura militar, adere à greve mesmo contrariado com a decisão da categoria, que lhe parece precipitada. Participando dos piquetes em frente à fábrica entra em choque com a polícia, é espancado e preso. O filho, indiferente ao drama do pai e dos colegas, fura a greve. Individualista, credita à militância do pai a miséria em que sempre viveram. O conflito explode no interior da família.

SERVIÇO
Cineclube Avalovara exibe ELES NÃO USAM BLACK-TIE
Classificação indicativa: 14 anos
Data e hora: 25/03/2018 (dom), às 17h
Local: Silogeu do IHGVSA
Entrada Franca

Link para evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/184304622349301/

Com ou sem “apagão” nossa cidade é uma das mais violentas do Estado!!

Circula na mídia local, hoje (22), que aconteceu na noite de ontem (21) – durante o apagãodois homicídios em nossa cidade, ambos vitimados por arma de fogo. Os trágicos eventos ocorreram em duas localidades diferentes. Nos bairros Loteamento Real e Bela Vista II, respectivamente.

Não creditemos os homicídios ao episódico apagão. Independente de qualquer coisa nossa cidade, Vitória de Santo Antão, segundo dados disponíveis, figura entre as mais violentas do Estado. Aliás: isso não é uma informação nova!!

Dados condensados e publicados retratam o aumento da violência em praticamente todas as regiões de Pernambuco. Nos municípios com mais de 100 mil habitantes, numa comparação entre o primeiro semestre de 2017 com o mesmo período de 2016, Vitória figurou no segundo lugar no aumento da violência.

O governador Paulo Câmara, que em breve deverá subir em palanques nas praças públicas, na busca pela sua reeleição, deve procurar um bom argumento para justificar o aumento dos índices de morte na sua província. Curiosamente o estado do Rio de Janeiro – que se encontra em intervenção federal na segurança pública – apresenta menos mortes violentas que o nosso. O Estado de São Paulo, por exemplo, apesar de toda mídia televisiva negativa, apresenta números modestos, quando comparado com Pernambuco, Ceará e Alagoas.

Como os três maiores grupos políticos da nossa cidade – Elias, Henrique e Aglailson –  encontram-se no “pacote governista”, Isto é: são eles beneficiários da “bolsa privilégio” do governador Paulo Câmara, os mesmos preferem não tocar nesse assunto. As eleições estão chegando…

Um apagão é bom, para ficar pensando melhor!!!

O que fazer diante de um apagão, como ocorreu ontem (21)? Nada! Todas as faltas foram abonadas e praticamente tudo que estava programado foi cancelado ou adiado. Coisa da sociedade moderna… Enquanto algumas empresas estavam calculando os danos da paralisação e os lojistas preocupados pelo prejuízos na contabilidade a garotada reclamava por não conseguir recarregar o celular, para continuar sua eterna “navegação”.

Durante boa parte do apagão estive plantado no Pátio da Matriz. Observei algumas coisas que não estou acostumado. Acredito, por exemplo, assim como eu, que muita gente, na noite de ontem, notou que o céu estava mais bonito… muitas estrelas!!

Na escuridão, também, somos obrigados a aguçar o sentido da audição. Logicamente por  uma questão de sobrevivência!! Por alguns instantes, imaginariamente,  também tentei me transportar à Vitória de Santo Antão bucólica e desenergizada, lá dos séculos XVII e XIX. Certamente, no período aludido, os casos da chamada “síndrome do pensamento acelerado” rareavam.

Parafraseando o eterno artista pernambucano Chico Science, que sugeriu – em canção –  que uma cerveja antes do almoço seria muito bom, para se ficar pensando melhor, imagino que a escuridão, vez por outra, seria muito bom para dilatar o nosso D. I. Isto é: Departamento de Invenção…

8 Razões para fazer o curso de Iniciação ao Teatro. (Nº 06 é show!)

*Durval Cristóvão – professor, ator e diretor de Teatro pela UFPE. Foto: arquivo pessoal

O teatro é uma atividade que envolve o aluno em todos os sentidos: trabalha a postura corporal, a respiração, a fala, desenvolve a leitura e, principalmente, é uma ferramenta para a vida profissional em qualquer área de atuação. Ótimo para o corpo e para a mente. Elencamos alguns motivos pra você vir fazer o curso com o professor Durval Cristóvão:

  1. Desenvolve processos mentais como concentração, memorização e imaginação: Nas aulas de teatro o aluno precisará de muita concentração para poder lidar com texto/personagem e ao mesmo tempo ter o domínio de suas percepções como ator. A memorização também será um dos exercícios da aula, pois não só os textos, mas também as ações serão alvo deste exercício tão importante para a mente.
  2. Desenvolve competências e habilidades sociais como empatia, tolerância e trabalho em equipe: Durante as aulas de teatro os jogos e atividades serão a ponte para os relacionamentos. A interação entre personagens em um texto, ou mesmo os momentos de criação e performance em conjunto fazem parte disso. Tudo viabiliza o aprimoramento das relações sociais, a partir do conhecimento de si e do outro.
  3.  Desenvolve seu potencial de criatividade, espontaneidade e de improvisação: Através de exercícios de improvisação a criatividade é despontada e estimulada, desenvolvendo o raciocínio rápido.
  4.  Aumenta a autoestima: Os jogos teatrais estimulam as relações interpessoais e a iniciativa, descobrindo gradativamente seu potencial humano e artístico.
  5. Desenvolve sua expressividade corporal e vocal: Nesse aspecto o teatro é ótimo para auxiliar no desenvolvimento estudantil e profissional. A capacidade de se relacionar com uma plateia é um aprendizado que certamente será útil em todas as áreas de trabalho
  6. Melhora a capacidade de compreender e de lidar com conflitos em relacionamentos interpessoais em diversas situações: O teatro coloca o ator em situações completamente diferentes e inusitadas, as cenas, os jogos e os processos que envolvem a aula dão ao aluno a oportunidade de experimentar e desenvolver suas capacidades.
  7. Melhora a capacidade respiratória, a resistência física, a flexibilidade, coordenação e mobilidade corporal: Através do treinamento físico, o teatro auxilia na manutenção de um corpo sadio, flexível e pronto para o jogo teatral.
  8. Envolvimento com a arte e a cultura de modo geral: Contato com todas as formas de arte: interpretação, dança, literatura e artes visuais através da cenografia. O teatro é uma arte completa! O curso tem duração de três meses com direito a certificado. Os alunos de Escola Pública têm descontos especiais e as inscrições podem ser feitas na CENH (Centro Educacional Novo Horizonte), por trás do Bradesco. Corre! Qualquer dúvida liga para o 9 8716-4418 (zap). *Durval Cristóvão é ator e diretor de teatro, professor de teatro e de filosofia formado pela UFPE. Entre outros inúmeros trabalhos, Durval participou de Rei Lear no meu quintal, direção de Mariane Consentino. WOYZECK, direção de Roberto Lúcio. Como diretor: Uma Antígona para Lúcia, direção Durval Cristóvão e Luís Reis. Dirigiu o Romance dos dois Soldados de Herodes, peça escrita pelo Vitoriense Osman Lins.

Laboratório Silvano Sarmento: O MELHOR DA REGIÃO – atesta pesquisa mercadológica!

Através do requerimento 305/2018, recentemente, o Laboratório Silvano Sarmento recebeu um Voto de Aplauso da nossa Casa Legislativa. A proposta foi aprovada por unanimidade e teve como autor o vereador Manoel de Holanda Cavalcanti Bastos.

A motivação dos “Aplausos”, por assim dizer, teve como lastro o reconhecimento e lembrança dos consumidores, alcançado pela referida empresa, aferida pela ampla pesquisa mercadológica, realizada pelo Instituo Data Result´s e publicada na Revista Veja – edição 2571 (28/02/2018). “A pesquisa avaliou a notoriedade e a lembrança, o que serve de medição para o valor da marca”, acrescentou a publicação da Revista Veja.

Não obstante ser cliente do Laboratório Silvano Sarmento há muito tempo, onde posso atestar suas qualidades – com destaque à credibilidade – endosso o coro daqueles que o escolheu como melhor laboratório da nossa região. Nesse contexto, porém, aproveito para abraçar o casal amigo – Silvano e Marta – pelo sucesso, agradecendo, também, pela parceria de sempre!

Quatro anos de Lava-Jato: R$ 11,5 bilhões recuperados!!

No último sábado, dia 17 de março, chegamos ao “aniversário” do quarto ano da Operação Lava-Jato. Uma investigação que teve início em um posto de combustível e que vem colocando na cadeia políticos de alta plumagem e empresário que atuavam como uma espécie de “caixa eletrônico da corrupção nacional”. Por incrível que possa parecer já houve uma corrente de pensamento que dizia que a operação Lava-jato estava parando o País.

Ao que parece o povo brasileiro, nesses últimos quatro anos, descobriu que os nossos três poderes são “harmônicos” demais. O povo paga os impostos para o dinheiro chegar aos cofres públicos. O Legislativo efetiva as leis redigidas pelos empresários, o Executivo contrata as empresas “parceiras” para executar os serviços, Oe órgãos de controle fica um percentual previamente acertado para não aprofundar a fiscalização e o Poder Judiciário, sob o manto do chamado “foro privilegiado”, é muito ocupado para julgar todos eles. Até então, um roteiro perfeito.

Após a aludida operação não há um só brasileiro, em todas as regiões do País, que não saibam que a esmagadora maioria da nossa classe política vive numa corrupção sistêmica, como bem sentenciou o Juiz de primeira instância Sérgio Moro.

Segundo balanço do Ministério Público Federal, até o momento, já foram recuperados R$ 11,5 bilhões por meio de delação premiada. Até agora, R$ 759 milhões foram devolvidos aos cofres públicos, e R$ 3,2 bilhões estão bloqueados na justiça, à espera de uma decisão sobre o destino do dinheiro. Já são mais de 170 acordos de delação premiada na 1ª instância e mais de 300 pessoas denunciadas.

Para aquelas pessoas que achavam que isso não ia dá em nada, podemos dizer que, depois da Operação Lava-Jato,  o Brasil nunca mais será o mesmo. Na qualidade de brasileiro esperançoso resta-nos, apenas, dizer: AVANTE LAVA-JATO!!!