Tirania aqui não se cria – por @historia_em_retalhos.

Todo mundo conhece esse belíssimo vitral que adorna o Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco.

Por ele, a própria luz natural ilumina a escadaria principal.

O vitral apresenta importantes elementos da história pernambucana, como a figura feminina, que retrata a República, e o leão, utilizado desde o século 19 como símbolo da bravura do povo pernambucano.

Daí o apelido “Leão do Norte”. 🦁

O que pouca gente percebe, porém, é um pequeno detalhe.

Reparem: o animal está com a sua pata em cima da corôa portuguesa.

O recado é claro: Pernambuco é uma terra que jamais se curvou ao arbítrio.

É, gente…

Ontem e sempre, tirania aqui não se cria.
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Ps.: a obra é de autoria de Heinrich Moser, pintor alemão que trabalhou com vitrais no Recife na primeira metade do século 20.

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Hoje é feriado – Data Magna do Estado – como foi a participação dos antonenses nesse movimento?

Hoje, dia 06 de março de 2014, por força da lei, estamos sendo  contemplados  com o feriado estadual.  A paralisação é justa e faz todo sentido. Afinal, A Revolução Republicana ou mesmo “A Revolução dos Padres” – como também ficou conhecida – foi um evento importante não só para os pernambucanos, como também para o Brasil e às Américas. Pernambuco tornou-se um País, mesmo que por um período curto (pouco mais de setenta dias).

Na comemoração do centenário desse histórico evento,  ano de 1917, sob o comando do então prefeito Eurico do Nascimento Valois, inaugurou-se na nossa Vitória de Santo Antão a Praça Leão Coroado. O monumento, nela erguido e que dá nome à praça, é uma referência direta ao ato de bravura promovido pelo Capitão José de Barros Lima,  contra o brigadeiro português, após haver recebido voz de prisão.

Muito bem, não obstante nossos antepassados serem referenciados nos livros que contam nossa história, com destaques de bravura e amor à causa, nas mais diversas ocasiões em que se foi preciso guerrear para avançar, tal que a “Batalha das Tabocas” e  a ”Guerra dos Mascates”, no episódio aludido – Revolução Republicana – nossos irmãos antonenses não tiveram participação decisiva. Muito pelo contrário.

Registros históricos nos permite dizer que os administradores da então Vila de Santo Antão preferiram permanecer em “cima do muro”: “Quanto à Vila de Santo Antão, contudo, podemos afirmar que os elementos que a dirigiam dele não participaram, alheando-se, prudentemente, dos acontecimentos até o momento em que, constatado o fracasso da revolução, tiveram oportunidade de manifestar os seus sentimentos de fidelidade a Portugal”.

Na qualidade de pessoa identificada com a história dos fatos realço, inicialmente, minha decepção com a posição dos vitorienses. Confesso, inicialmente,  que essa pesquisa e estudo ainda carece de mais aprofundamento e subsídios,  que justificasse a não adesão dos vitorienses nesse importante movimento,  na então Capitania de Pernambuco

Segue, abaixo, na íntegra, mensagem enviada pelas autoridades locais (vitorienses) da época, ao Governo Interino de Pernambuco, no dia 31 de maior de 1817.

“Ilmos . e Exmos . Srs . do Governo Interino de Pernambuco .

“Banhados de Glória, os nossos corações cheios dos mais vivos sentimentos de amor e fidelidade ao nosso amabilíssimo Monarca e Senhor natural, não cessamos de entoar hinos de louvor ao Senhor Deus dos Exércitos que foi servido livrar-nos do tirano jugo do infame Governo Provisório do Recife, que com a mais negra traição e teimosia, valendo-se do Sagrado Nome do mesmo Soberano, souberam no dia 06 de março, apoderar-se da nossa amada Capital, e tirando a máscara no dia 7, nos subjugaram, usurpando vilmente e com a maior protérvia os sagrados Direitos Natural, Divino e das Gentes, que mandam a amar o Soberano, respeitar os seus decretos, e obedecer todas as suas leis.

“Graças ao Céu sejam dadas que felizmente nos livrou da infame Conspiração que nos oprimiu por dois meses e tantos dias, não prevalecendo os astuciosos enganos de que usaram de promessas de futura felicidade que auguravam e de fingidas e sofisticada liberdade para que os povos mais rústicos lhe dessem crédito e desterrassem dos seus corações o Sagrado nome do amabilíssimo Soberano, que sempre nele reinou, antes servindo aqueles embustes e estratagemas como de materiais combustíveis lançados em fogo ativo que sobem as chamas sem limites fez que o inumerável povo pernambucano, fiel ao seu Soberano, destemido e honrado (uma palavra ilegível) em seus deveres, desprezando os afagos que misturavam os insolentes com ameaças, correram às armas e dispondo-se antes de morrer do que a seguirem tão vil partido, negaram inteiramente obediência ao intruso governo e isto tanto ao Sul, como ao Norte e Centro desta Capitania, sendo esta Vila de Santo Antão uma das primeiras que, zombando dos malvados impostores, inflando o Régio Estandarte no dia 26 de abril próximo passado, quando ainda não havia aqui física certeza da valorosa Tropa de honrado baianos que vinham em nosso auxilio a que a Providencia tem metido nas mãos de VV.SS..

“Este Senado, beijando reverentemente as mãos de VV. SS.., por si e por todos os povos desta Vila e seu Termo, vai novamente ratificar os votos de amor e lealdade ao nosso Augustíssimo Soberano, asseverando-lhe que não há um indivíduo na mesma Vila e Termo que tivesse diferentes sentimentos e fosse capaz de anuir o temerário projeto dos vis assassinos que escandalosamente pretenderam macular o nome dos Pernambucanos. Deus guarde a VV. SS.  Muitos anos. Santo Antão, em Veneração. 31  de maior de 1817”.

As agremiações: o nosso maior ativo carnavalesco……

Sábado, 10/12, às 21:17h

Sem nenhum demérito aos carnavais promovidos pelas cidades pernambucanas, o nosso, o da cidade da Vitória de Santo Antão,  é diferente. Nós temos história, temos pioneirismo e singularidade. Por exemplo: ostentamos 4 clubes de fado. Três “repousando” no Instituto Histórico e um acordado (Taboquinhas), desfilando pelas ruas.

É bem verdade que o carnaval também precisa ser entendido e pensado no conjunto das inevitáveis  mudanças que ocorrem na sociedade, sobretudo pelas mãos e cabeças dos  jovens,  que carrega em si a força própria do dinamismo.

O nosso patrimônio imaterial que se chama “Carnaval da Vitória” precisa ser cuidado,  lapidado e preservado –  tudo  ao mesmo tempo –  para que o mesmo possa melhor se expressar. Só assim teremos a certeza da sua plenitude e singularidade.

Em todas as vezes que tenho a oportunidade de dialogar sobre o nosso carnaval realço que a sua principal força exala das suas mais diferentes agremiações. Foram elas, através dos seus respectivos diretores,  que o tempo cuidou de transforma-los em pó e que mais adiante também transformará os atuais (diretores), que formataram essa história que já dura mais de 140 anos.

 Ainda não consegui  assimilar que o maior investimento com dinheiro público no nosso carnaval seja  direcionado às superestrutura de palcos e atrações, muita vezes não identificadas com os festejos de momo.

Há quase duas décadas, de forma silenciosa e contínua, os então prefeitos de plantão resolveram  investir  nesse modelo de carnaval que em nada engrandece a nossa folia. Muito pelo contrario: a maioria dos diretores de agremiações segue desestimulados e desanimados no processo que,  diga-se de passagem,  é arriscado e trabalhoso. Será que daqui a algum tempo teremos um carnaval apenas com palco montados,  como é a maioria dos festejos  juninos, promovidos pelas prefeituras do nosso estado?

Continuo dizendo: para a manutenção do nosso secular carnaval a apoteose do mesmo tem que ser na rua, com as agremiações e não, artificialmente e onerosamente,  nos palcos como, aparentemente,  desejam os políticos…..

Sábado, 10/02, às 21:42h

Aliás, por falar em palco, ainda não consegui entender o motivo pelo qual a atual gestão, comandada pelo prefeito Paulo Roberto, tenta tirar de cena do carnaval o nosso tradicionalíssimo “Quartel General do Frevo”, ou seja: Praça Duque de Caxias, outrora, espaço mais disputado da nossa festa maior. O Polo Estação do Frevo,  perdoe-me os idealizadores, para o carnaval, sempre me parece um local improvisado. É pequeno e torto,  quando o quesito é visibilidade do palco.

Já o Polo Imperial, o mesmo  deveria  ser riscado do mapa do nosso carnaval. Assim como no ano passado, não teve serventia momesca alguma.

Sábado, 10/02, às 21:45h

Já no quesito “iluminação”, a tão propagada iluminação de “Led” ficou abaixo do esperado para um festejo da importância do nosso carnaval. Não fosse a velha e famosa “gambiarra” – àquelas tiras de lâmpadas – alguns trechos do nosso percurso teriam  ficado por demais comprometidos.

Outra coisa que há tempos os prefeitos  não conseguem ajustar,  condignamente com o tamanho da festa, é à ornamentação carnavalesca local.  Aquelas fitas coloridas não condizem  com o sentimento, muito menos com às  expectativa dos brincantes nativos. Apenas demonstram, eloquentemente, que “qualquer coisa” serve…..

Devemos respeitar a opinião dos que não gostam da referida festa e até mesmo do que  acham que os festejos de momo não deveriam nem existir, mas a verdade é que na historiografia local o carnaval tem espaço dilatado e bem sublinhado, aliás um dos temas mais registrados pelo Mestre José Aragão, face a  sua importância à sociedade local.

Portanto, para encerrar com o tem carnaval 2024, gostaria de dizer que me  sinto no direito de opinar sobre todos esses temas carnavalescos por ser, entre outras coisas, uma pessoa que colabora, participa e se preocupa  com à manutenção do nosso patrimônio imaterial. Com meus modestos entendimentos, espero, de alguma forma, haver contribuído para o melhoramento e engrandecimento do nosso secular carnaval. Até 2025….

Marias e Lampiões: muito forró na terça-feira de carnaval…

Com o seu já tradicional forró,  em plena terça-feira (13) de carnaval, o Bloco Marias e Lampiões se configura numa das agremiações mais diferenciada do carnaval antonense.

Com duas atrações  musicais – Irah Caldeira e Jorge & Aninha – os foliões seguiram atrás do trio durante todo percurso. Regado a muita Pitú e frutas tropicais a agremiação congrega, entre outras coisas, muita criatividade no carnaval. Veja os vídeos:

 

 

Clube Abanadores O Leão – desfile do domingo…..

Na noite do domingo (11), no Pátio da Matriz, registramos a largada para desfile no percurso oficial do carnaval do Clube Abanadores “O Leão”. Com mais de 120 anos de história o “Abanadores” é uma referência no carnaval de Pernambuco.

Além do carro alegórico “Abre-alas”, com o símbolo do clube – o Leão –, a agremiação exibiu dois outros carros comemorativos:  o centenário do Clube de Fado Taboquinhas e os 100 anos de nascimento do escritor antonense Osman Lins –  uma das referências brasileiras no ramo da literatura.

Adornado com outras agremiações, o desfile também contou com uma animada orquestra de frevo. Veja o vídeo:

CARNAVAL E GALO – por Sosígenes Bittencourt.


Eu nunca me esqueço do depoimento de uma amiga das antigas, que fuxicou ter ido ao desfile do Galo da Madrugada e retornado para Vitória de Santo Antão, com um galo no cocão. E não era o Galo Gigante do Guinness Book, era um calombo, vítima de porrada, e até hoje não sabe de onde veio o tacape nem o selvagem que a esbordoou. Enéas Alves Freire revira-se na tumba.
Encalombado abraço!

Sosígenes Bittencourt

2024 – O ano das biografias de grandes autores pernambucanos. Osman Lins será biografado – por Marcus Prado.

O ano de 2024 poderá ser, no Recife, o das biografias e páginas de memória de grandes vultos da nossa literatura, do jornalismo, das artes, da inteligência criativa. Gênero que sempre manifestou ávido interesse do grande público, as biografias e autobiografias, os chamados diários íntimos, podem contribuir não só aos estudos de história e todas as suas vertentes de pesquisa, sendo parte representativa da crônica de um tempo, panorâmica de um povo, seus costumes, sua paisagem, sua cultura.

Cito como amostra exemplar, modelo de escrita biográfica, a obra de Rüdiger Safranski (1945): “Heidegger: Um Mestre da Alemanha entre o bem e o mal”. É superlativamente a melhor biografia do autor de “Ser e Tempo”, talvez a mais importante obra filosófica do seu tempo, pela estrutura e multiplicidade de abrangências em áreas do pensamento, até na teologia. O livro de Rüdiger Safranski é um sucesso mundial que o professor gaúcho Ernildo Stein (1934) – um dos maiores especialistas em Martin Heidegger (1889-1976) na América Latina, foi aluno do biografado – apresenta para o leitor brasileiro, com a tradução da escritora Lya Luft, direto do alemão. Trata-se não só da vida e da obra do mais polemico filósofo do seu tempo, mas de grande painel intelectual da Alemanha do século vinte, no qual o pensamento heideggeriano é confrontado com o de seus contemporâneos, como Max Weber (1864-1920), Karl Jaspers (1883-1969), Edmund Husserl (1859-1938), Max Scheler (1874-1928), Ernst Cassirer (1874-1928), Ernst Jünger (1895-1998), Carl Schmitt (1888-1985), Theodor Adorno (1903-1969), Hannah Arendt (1906-1975), entre outros.

Além de dizer quase tudo (não conheço biografia que diz tudo) e revelações corajosas sobre o homem e o seu tempo, o Heidegger e seus conflitos ideológicos, políticos e amorosos com a genial Hannah Arendt (uma paixão de outono, já casado, com a genial aluna). Sem falar do homem e filósofo diante do caos (des) humano que desembocaria na tomada do poder de Hitler (1889-1945).

Estou sabendo que o sociólogo e antropólogo Roberto Mauro Cortez Motta (1940), acadêmico da APL, está preparando a biografia de Gilberto Freyre (1900-1987), que poderá ser, além de grande desafio, em mais de um volume, uma enriquecedora contribuição à vasta bibliografia do autor de “Casa-Grande & Senzala”. A antropóloga e cronista Fátima Quintas (1942) segue com a intenção de publicar pesquisas sobre fatos biográficos, inéditos, de Gilberto Freyre. A vida, as ideias do dramaturgo e escritor Ariano Suassuna (1927-2014), a sua grandiosa obra literária, base do Movimento Armorial, Ariano pintor, o seu tempo pernambucano, o imortal da ABL, tudo está no projeto do escritor e professor universitário Carlos Newton Junior (1966) para este ano. Quem foi o poeta e escritor César Leal (1924-2013), a amplitude de sua obra ensaística e poética, a influencia sobre os jovens autores do seu tempo, a chamada Geração 65, tudo isso será revelado por sua filha, a professora Virginia Leal, titular do Setor de Linguística do Departamento de Letras/UFPE, doutora em Semiótica e Linguística pela USP/Université Paris X. O escritor e autor teatral Osman Lins, que nasceu há 100 anos (1924-1978), terá biografia escrita por sua filha, a premiada jornalista Leticia Lins. A pintora Tânia Carneiro Leão (1945), terá muito a dizer no seu livro de memórias “ColeTÂNIA”. O livro promete ser a história de uma vida e de um tempo pernambucano, as grandes amizades que ela construiu ao lado do primeiro marido, o poeta Carlos Pena Filho (1928-1960), e do segundo marido, André Carneiro Leão (1927-2022). Era desses raros que tinham o segredo das grandes amizades. A jornalista Zenaide Barbosa (1954) promete revelações sobre a sua experiência profissional, durante mais de duas décadas, no comando da redação do Diario de Pernambuco. Está com a sua autobiografia quase pronta. Saberemos sobre as conquistas e desafios da jornalista líder de uma equipe de mais de 40 grandes profissionais.

Marcus Prado – jornalista. 

O secretário de Cultura, Demétrius Lisboa, participou da reunião da ABTV.

Dentro do cronograma das reuniões ordinárias, visando o “apontamento” dos desfiles dos seus afiliados, na noite de ontem (20), a ABTV – Associação dos Blocos de Trio da Vitória – recebeu o secretário de Cultura, Turismo e Economia Criativa, Demétrius Lisboa.

Na pauta, previamente formalizada em convite,  ao secretário, a instituição elencou assuntos de interesse dos blocos, assim como do bom andamento – de maneira geral –  do carnaval antonense. .

Reclamou-se, ao passo que reivindicou-se, também,  para o efetivo melhoramento na iluminação do percurso oficial do carnaval, sobretudo na Rua Capitão Antônio Melo Verçosa. Em ato continuo, a instituição, mais uma vez, cobrou da gestão municipal uma ação enérgica, no sentido da elevação dos fios que se encontram nas vias públicas, receptoras dos desfiles dos trios elétricos,  assim como no disciplinamento geral,  pelas operadoras de internet e afins, para que não se deixem fios em alturas que venham comprometer a segurança dos artistas e demais profissionais da área.

Com relação ao percurso do carnaval e o modelo da festa (2024), o secretário Demétrius Lisboa informou que será o mesmo,  aplicado na edição carnavalesca imediatamente anterior, ou seja: os blocos que desfilam com trios terão partida e chegada acontecendo no Pátio do Livramento.

Outras questões mais foram debatidas e serão formalizadas pela instituição – ABTV – às secretarias municipais competentes. Ao final, a direção da instituição agradeceu ao secretário pela presença, esclarecimentos também pelos encaminhamentos.

Confraternização da “antiga” turma da praça……..

Com tradição de mais três décadas, na manhã do domingo (10), na AABB, aconteceu mais um  encontro – no estilo confraternização natalina – da “turma que praça” que batia pelada no campo de Zé Guelpher, localizado no bairro Cajá.

A turma, que hoje estão na “casa” dos 55 aos 60 anos de idade, praticamente está aposentada dos ramados, mas quando assunto é bebericar, indiscutivelmente, ainda joga “um bolão”.

Adelson Cardoso – nunca esqueceu suas origens antonenses…..

Em recente encontro realizado com diretores do nosso Instituto Histórico, o doutor Adelson Cardoso anunciou, para breve, o lançamento do seu livro em que o mesmo busca  relatar  – recheado de registros fotográficos –  a história da sua vida.

Antonese da gema, como tantos outros que partiram da terra natal na busca por melhores dias,  noutras paisagens, o doutor Adelson,  literalmente,  desbravou as terras em fora levantada a nossa atual Capital Federal.

Ainda garoto, por lá, fez de tudo um pouco. Hoje, já com rodagem de várias décadas de vida e gozando do privilégio de haver colocados os pés nas cidades mais importantes do Mundo, agora, quer começar pela terra natal – que nunca esqueceu – uma série de eventos que tem como epicentro festivo o lançamento da sua autobiografia. Vida longa para  o doutor Adelson Cardoso…..

No sanatório de Davos: Thomas Mann e Manuel Bandeira. (Uma lembrança de Vamireh Chacon) – por Marcus Prado.

HÁ EXATOS 110 anos, (1913), saia do Porto do Rio de Janeiro o navio que levaria o poeta pernambucano Manuel Bandeira à cidade montanhosa de Davos, na Suíça, para uma temporada de tratamento contra a tuberculose. O ar, o clima, a paisagem alpina desse lugar, onde poderia se curtir o visual de cair o queixo, eram tidos milagrosos para quem sofria dessa doença. Foi talvez o período mais difícil na vida do jovem poeta, celebrado como um dos mais representativos do movimento modernista de 1922. Seu poema “Os Sapos” foi o abre-alas da Semana de Arte Moderna, uma sátira ao movimento Parnasiano.

Na mesma época em que Bandeira fora internado no sanatório Schatzalp, numa das mais belas vistas dos Alpes suíços, o ambiente era frequentado pelo Nobel da Literatura Thomas Mann, em visita à sua esposa, Katharina Hedwig Mann, internada (desde 2012) para cura de uma tuberculose. (Apesar de seus evidentes desejos homossexuais, Mann se apaixonou por Katharina).

Foi nesse local que ele buscou inspiração para escrever o clássico “A Montanha Mágica”, traduzido em numerosos idiomas. Foi no Schatzalp “sem a menor esperança de sobreviver”, conforme confessou posteriormente no poema Pneumotórax, do livro Libertinagem, onde o poeta da Rua da União se tornaria amigo de Paul Éluard, também internado. (Eluard ficou conhecido como um dos expoentes do movimento de vanguarda Dadaísmo). Juntos, ele e Bandeira, liam poemas de Gerard de Nerval, Baudelaire e Apollinaire. Nesse ambiente, creio que Manuel Bandeira teria como se aproximar de Thomas Mann sabendo que a mãe dele era brasileira de Paraty, a senhora Júlia da Silva Mann. (No mais novo lançamento de Teolinda Gersão, a autora portuguesa, minha cara amiga, conta a saga da brasileira em solo alemão).

Se não houve um encontro entre os dois escritores, cabe a um especialista em História e Ficção inventar esse prodigioso acontecer. Tão em uso nas biografias romanceadas, como as que guardo como referencias: a biografia de Lou-Andreas Salomé, escrita pela pernambucana de Garanhuns, Luzilá Gonçalves Ferreira, a de Frida Kalo, feita pela mexicana Rauda Jamis, ambas baseadas nas melhores fontes de documentação.

Marcus Prado – jornalista. 

9º Encontro das Amigas da Vitória manteve a tradição….

Mantendo a tradição da “brincadeira” sempre no último sábado de setembro, aconteceu no Restaurante Gamela de Ouro a 9ª Edição do Encontro das Amigas da Vitória. Congregando uma geração que já está madura – 60/70 anos –,  o evento serve para rever e brindar as velhas amizades.

Nessa edição, que contou com a presença de Graça Arruda que veio da Espanha, foi coordenada pelo amigo e sempre animado Joel Neto. Duas bandas musicais e a Orquestra de Frevo Ciclone animaram o evento.

Regado a bebida e boas conversas o encontro também contou o Buffet Maçã Verde que serviu petiscos e o tradicional almoço. Ao final, pelo menos uma certeza: no próximo ano o evento deverá comemorar a primeira década com bastante euforia!

A NINFA DA NOITE – por Sosígenes Bittencourt.


Mesura e Galanteios a uma bela amostra do gênero feminino. Um misto de meiguice, elegância e jovialidade. Uma ninfa, das que deve ter visto, o deus pã, ao soprar sua flauta de sete tubos à margem do lago. Sem abusar da hipérbole, ou recitar os tempos do verbo amar, um alumbramento espetacular!
Palmas e muito obrigado !

Sosígenes Bittencourt

Major Eudes: livro, dobrado e busto marcaram evento em memória ao “eterno instrutor”….

No contexto da passagem do Dia do Soldado (25 de agosto), aconteceu,  na noite do sábado (26) um conjunto de homenagens à memória do “eterno instrutor” do nosso Tiro Guerra, Major Eudes, recentemente falecido de maneira trágica.

Sob a coordenação dos atuais instrutores do TG, Subtenente Wagner e Sargento Valente, algumas importantes ações foram efetivadas, no sentido de homenagear a memória daquele que foi um exemplo em vida – como soldado e cidadão.

Diante da tropa, autoridades, familiares do Major Eudes e convidados os referidos instrutores exaltaram a figura do ex-comandante do nosso Tiro de Guerra inaugurando o seu busto, dando o seu nome ao Pátio de Instrução do TG local, lançando um dobrado e um livro – uma espécie de autobiografia pós-morte.

Na ocasião usaram da palavra  os atuais instrutores do TG, uma das filhas do Major (representando todos os familiares) e esse redator que justamente, além de algumas informações curiosas sobre o Major,  realçou  um pouco do conteúdo do livro por haver integrado a comissão que coordenou à materialização do referido opúsculo.

Logo após todas as homenagens os presentes foram convidados à quadra esportiva do CAV para acompanhar as manobras dos atiradores, assim como assistir as condecorações realizadas pelo TG as pessoas e entidades que colaboraram com a entidade militar local.

Ao final, um coquetel foi servido a todos os presentes.

Nota do editor:

Quero parabenizar de maneira especial os atuais instrutores do nosso Tiro de Guerra, Subtenente Wagner e Sargento Valente,  pela sensibilidade e dever de justiça,  por não haver medido esforços para concretizar as referidas homenagens ao nosso “eterno instrutor”,  Major Eudes.

Vale salientar que eles foram os últimos instrutores do nosso TG a conhecerem pessoalmente o Major Eudes, assim como,  registrar, também,  o talento artístico do Subtenente Wagner pela confecção do Busto.

 

O atentado à OAB – @historia_em_retalhos.

Rio de Janeiro, 13h:40min do dia 27 de agosto de 1980.

O país caminhava lentamente para a abertura do regime político, com a promulgação, um ano antes, da Lei da Anistia (1979).

Naquele 27 de agosto, o ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence estava no exercício da presidência da OAB nacional, visto que o titular Eduardo Seabra Fagundes estava viajando.

Pertence retornava do almoço quando percebeu uma movimentação estranha no prédio da entidade, no centro do Rio de Janeiro.

Um atentato acabara de acontecer.

Uma carta-bomba endereçada ao presidente Seabra Fagundes fora aberta por sua secretária Lyda Monteiro, que teve o braço decepado, além de outras mutilações, vindo à morte.

No mesmo dia, outros dois atentados aconteceram no RJ: uma bomba explodiu na Câmara Municipal, ferindo gravemente José Ribamar, assessor do vereador Antonio Carlos de Carvalho, e mais quatro pessoas, e uma terceira bomba, de madrugada, foi detonada no jornal Tribuna da Luta Operária.

Quem estava por trás de tais atos?

Em 2015, a Comissão Estadual da Verdade do RJ conseguiu ter acesso a uma testemunha ocular que trabalhava na OAB.

Com base em seu depoimento, a comissão identificou a participação do sargento Magno Cantarino, codinome Guarany, que entregou a bomba pessoalmente na sede da OAB.

Além dele, o sargento Guilherme Pereira, que confeccionou o artefato, e o coronel Freddie Perdigão, que coordenou a ação.

Restou constatado que os agentes militares que participaram da ação contra a OAB foram os mesmos envolvidos no fracassado atentado a bomba do Riocentro.

Em verdade, tais ações eram praticadas por grupos extremistas dentro do próprio governo militar, insatisfeitos com o início da abertura política.

Dona Lyda tinha 59 anos, 44 deles dedicados à ordem.

Cerca de 6 mil pessoas acompanharam o seu enterro, em oito quilômetros de caminhada, até o cemitério, em Botafogo.

Dona Lyda transformou-se em mártir e a morte dela virou um símbolo da resistência à ditadura militar.

O dia de sua morte tornou-se o Dia Nacional de Luto dos Advogados.

Este fato é considerado um marco na história da OAB.
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