Hoje é feriado – Data Magna do Estado – como foi a participação dos antonenses nesse movimento?

Hoje, dia 06 de março de 2014, por força da lei, estamos sendo  contemplados  com o feriado estadual.  A paralisação é justa e faz todo sentido. Afinal, A Revolução Republicana ou mesmo “A Revolução dos Padres” – como também ficou conhecida – foi um evento importante não só para os pernambucanos, como também para o Brasil e às Américas. Pernambuco tornou-se um País, mesmo que por um período curto (pouco mais de setenta dias).

Na comemoração do centenário desse histórico evento,  ano de 1917, sob o comando do então prefeito Eurico do Nascimento Valois, inaugurou-se na nossa Vitória de Santo Antão a Praça Leão Coroado. O monumento, nela erguido e que dá nome à praça, é uma referência direta ao ato de bravura promovido pelo Capitão José de Barros Lima,  contra o brigadeiro português, após haver recebido voz de prisão.

Muito bem, não obstante nossos antepassados serem referenciados nos livros que contam nossa história, com destaques de bravura e amor à causa, nas mais diversas ocasiões em que se foi preciso guerrear para avançar, tal que a “Batalha das Tabocas” e  a ”Guerra dos Mascates”, no episódio aludido – Revolução Republicana – nossos irmãos antonenses não tiveram participação decisiva. Muito pelo contrário.

Registros históricos nos permite dizer que os administradores da então Vila de Santo Antão preferiram permanecer em “cima do muro”: “Quanto à Vila de Santo Antão, contudo, podemos afirmar que os elementos que a dirigiam dele não participaram, alheando-se, prudentemente, dos acontecimentos até o momento em que, constatado o fracasso da revolução, tiveram oportunidade de manifestar os seus sentimentos de fidelidade a Portugal”.

Na qualidade de pessoa identificada com a história dos fatos realço, inicialmente, minha decepção com a posição dos vitorienses. Confesso, inicialmente,  que essa pesquisa e estudo ainda carece de mais aprofundamento e subsídios,  que justificasse a não adesão dos vitorienses nesse importante movimento,  na então Capitania de Pernambuco

Segue, abaixo, na íntegra, mensagem enviada pelas autoridades locais (vitorienses) da época, ao Governo Interino de Pernambuco, no dia 31 de maior de 1817.

“Ilmos . e Exmos . Srs . do Governo Interino de Pernambuco .

“Banhados de Glória, os nossos corações cheios dos mais vivos sentimentos de amor e fidelidade ao nosso amabilíssimo Monarca e Senhor natural, não cessamos de entoar hinos de louvor ao Senhor Deus dos Exércitos que foi servido livrar-nos do tirano jugo do infame Governo Provisório do Recife, que com a mais negra traição e teimosia, valendo-se do Sagrado Nome do mesmo Soberano, souberam no dia 06 de março, apoderar-se da nossa amada Capital, e tirando a máscara no dia 7, nos subjugaram, usurpando vilmente e com a maior protérvia os sagrados Direitos Natural, Divino e das Gentes, que mandam a amar o Soberano, respeitar os seus decretos, e obedecer todas as suas leis.

“Graças ao Céu sejam dadas que felizmente nos livrou da infame Conspiração que nos oprimiu por dois meses e tantos dias, não prevalecendo os astuciosos enganos de que usaram de promessas de futura felicidade que auguravam e de fingidas e sofisticada liberdade para que os povos mais rústicos lhe dessem crédito e desterrassem dos seus corações o Sagrado nome do amabilíssimo Soberano, que sempre nele reinou, antes servindo aqueles embustes e estratagemas como de materiais combustíveis lançados em fogo ativo que sobem as chamas sem limites fez que o inumerável povo pernambucano, fiel ao seu Soberano, destemido e honrado (uma palavra ilegível) em seus deveres, desprezando os afagos que misturavam os insolentes com ameaças, correram às armas e dispondo-se antes de morrer do que a seguirem tão vil partido, negaram inteiramente obediência ao intruso governo e isto tanto ao Sul, como ao Norte e Centro desta Capitania, sendo esta Vila de Santo Antão uma das primeiras que, zombando dos malvados impostores, inflando o Régio Estandarte no dia 26 de abril próximo passado, quando ainda não havia aqui física certeza da valorosa Tropa de honrado baianos que vinham em nosso auxilio a que a Providencia tem metido nas mãos de VV.SS..

“Este Senado, beijando reverentemente as mãos de VV. SS.., por si e por todos os povos desta Vila e seu Termo, vai novamente ratificar os votos de amor e lealdade ao nosso Augustíssimo Soberano, asseverando-lhe que não há um indivíduo na mesma Vila e Termo que tivesse diferentes sentimentos e fosse capaz de anuir o temerário projeto dos vis assassinos que escandalosamente pretenderam macular o nome dos Pernambucanos. Deus guarde a VV. SS.  Muitos anos. Santo Antão, em Veneração. 31  de maior de 1817”.

O Tempo Voa Documento: foi sempre assim…

Revirando nossos  arquivos encontramos  um “desabafo” do senhor Luis Nascimento, em artigo escrito para a Revista do Instituto Histórico, em função  das comemorações do centenário da imprensa na nossa cidade (1866 – 1966),  que bem  reflete o sentimento daqueles que fizeram e que continuam fazendo  imprensa na Vitória de Santo Antão. Vale a apena ler:

PERCALÇOS E IDEALISMO

A imprensa vitoriense sofreu, desde 1866, todos os percalços, dificuldades e inglórias inerentes à espécie. Viveram seus periodistas, por outro lado, os momentos culminantes da criação do jornal e da enunciação de ideias e programas, junto ao desejo de ser útil a comunidade, de consertar os erros do mundo e apontar os caminhos certos.

Continuaram eles, neste século, a amar e a sofrer, teimosamente, jungidos a um ideal, à missão de informar, de aparecer, de transmitir um pensamento, um verso, uma página literária.

Ultrapassou a casa dos trinta o número de publicações da grande família da imprensa dadas à circulação, de 1866 a 1899, na Vitória de Santo Antão. No cômputo geral dos cem anos hoje completados, subiram a mais de 170, de todos os gêneros, de vida intensa ou efêmera, fazendo surgir jornalista a granel, muitos deles perdendo o título rapidamente, outros altanando-se no conceito da imprensa regional ou nacional.

Esta terra de tantas tradições históricas tem, indubitavelmente, a primasia da imprensa no interior do Estado, uma primasia que honra Pernambuco, do mesmo modo que a imprensa de Pernambuco honra o Brasil.

Luis Nascimento
Originalmente publicado na REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO – VOL. I – 1968.

Padres André Martins e Renato Matheus – por Jean Michell

Um dia histórico!
É com imensa alegria que recebemos a notícia de que dois vitorienses ascendem a função de Vigários episcopais. No início da tarde de hoje, 24 de Janeiro, nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Paulo Jackson, realizou as nomeações dos Padres André Martins e Renato Matheus as funções de Vigários episcopais na Arquidiocese de Olinda e Recife. No Vicariato Vitória de Santo Antão, estando responsável pelas 12 paróquias dos municípios de Vitória de Santo Antão, Moreno, Pombos e pelo distrito de Juçaral, o Padre André Martins, será o novo vigário episcopal. No momento ele exerce com maestria a função de pároco na paróquia de Nossa Senhora de Fátima no bairro de Águas Brancas em Vitória de Santo Antão. Já o Pe. Renato Matheus, que completou 05 anos de sacerdócio no último dia 17 de Dezembro, e foi nomeado para o ofício de Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima em Bairro novo, Olinda, assume a função de Vigário episcopal do Vicariato Olinda, Vicariato que abrange 15 paróquias, estando entre eles a catedral metropolitana e dois santuários. Cabe neste momento recordar a memória do Monsenhor Renato da Cunha Cavalcanti, o mestre que forjou estes dois sacerdotes que cresceram dentro das seculares paredes da majestosa Matriz de Santo Antão.A nos vitorienses, é motivo de grande alegria recebermos a notícia destas nomeações, nos cabe a missão de rezar por estes nosso irmãos que assumem está função de grande relevância a frente destes territórios episcopais. Que Deus os abençoem, que o patriarca Santo Antão sempre os guie, e a Virgem das Vitórias os proteja e ilumine!
Jean Michell

A história da fundação da “Girafa”- por Dryton Bandeira.

Ávidos por algo diferenciado e motivador para brincar o carnaval de 1950, um grupo de “corrioleiros” (amigos), teve a inusitada ideia de “roubar” a girafa alegórica usada como símbolo do Armazém Nordeste – A Girafa Tecidos (casa comercial situada na Praça da Bandeira). Discretamente a missão foi cumprida com sucesso, e o produto do ilícito sorrateiramente recolhido à Oficina Atômica, de propriedade de Zé Palito.

Reunião marcada, corriola reunida, bebidas servidas, discursos proferidos: estava fundada a Troça Carnavalesca Mista A Girafa. Oficialmente a data da fundação é 16/01/1950, como consta em Ata lavrada à época.

A primeira Diretoria ficou assim constituída:

– Presidente: José Mesquita de Freitas (Zezinho Mesquita);
– Vice-Presidente: José Augusto Férrer;
– Secretário: José Jacinto;
– Diretor Geral: José Celestino de Andrade (Zé Palito);
– Orador: Mauro Paes Barreto;
– Tesoureiro: Aluízio Férrer;
– Diretor Musical: Paulo Férrer;
– Fiscais: João Carneiro (Doido) e Hugo Costa;
– Diretor Artístico: Nivaldo Varela;
– Porta-Estandarte: Wilson Coelho (O Bruto);
– Comissão de Recepção: Donato Carneiro, José Pedro Gomes, Eliel Tavares, José Vieira (Zequinha), Rubens Costa e João Peixe.

Após o carnaval, sanadas as arestas geradas por conta de “roubo” do animal símbolo de Armazém Nordeste, ficou devidamente acordado entre as partes que a alegoria em questão, seria emprestada anualmente pela referida loja e posteriormente devolvida em perfeito estado de conservação. Anos após, a diretoria mandou confeccionar sua própria Girafa, símbolo maior e marca-registrada dos girafistas até os dias atuais. Vale enfatizar que a Girafa é a única agremiação da cidade a participar de todos os carnavais desde sua fundação.

Durante anos e já na condição de Clube, abnegados foliões conduziram os destinos da folia girafista e suas alegorias foram montadas em diversos locais da cidade, até que me 1986 foi concluída a construção do um moderno e amplo barracão, localizado à Rua Eurico Valois (Estrada Nova). O citado barracão não foi festivamente inaugurado, em face do falecimento de Dona Jura. Tão girafista quanto seu marido,  Mané Mizura.

As apresentações ocorriam nas manhãs de domingo e terça-feira de carnaval, saindo da Praça Félix Barreto, no Bairro do Livramento. Acordes do famoso hino e gigantesca queima de fogos sinalizavam o início de mais um desfile. Clarins anunciavam a presença do Clube na ruas da cidade e o abre-alas era composto do animal símbolo e de foliões devidamente caracterizados de Girafa. Belas e criativas fantasias compunham as alegorias, geralmente inspiradas em temas infantis. Transcorridas alguma horas, o percurso era alegremente cumprido. Novo show pirotécnico, frevo e muita confraternização, fechavam com risos e lágrimas mais um dia de exaltação à Girafa.

Três estandartes saíram às ruas da cidade durante mais de cinco décadas de existência. Inúmeras orquestras animaram os girafistas. Dentre elas: A Venenosa, 3 de Agosto e a do Maestro Seminha de Limoeiro. O hino oficial é: Exaltação à Girafa, composto por Guga Férrer (letra) e Sérgio Patury (música), gravado na voz de Babuska Valença.

Dryton Bandeira. 

Revivendo o Carnaval: Célio Meira se irrita com chacota.

Célio Meira – escritor e jornalista.

Certa vez, uma irreverente toada fez o nosso querido e saudoso Célio Meira se retirar do tablado. Estávamos na fase aguda da primeira grande guerra e Célio era um francófilo,  capaz de brigar com quem tentasse, nesse particular, combater as suas ideias. Era nosso Ministro do Exterior o dr. Nilo Peçanha. Acontece que a Cambinda para, diante do tablado e ataca:

“O Doutor Nilo Peçanha
Pela Pátria brasileira,
– Mandou chamar Célio Meira
P’ra acabar com a Alemanha”.

Ceciliano não gostou da graça. Essa quadrinha foi atribuída a Samuel Campelo que, no entanto, sempre negou, Teria sido de meu pai, Joaquim de Holanda Cavalcanti. Muitas pessoas o davam como sendo o autor. Não sei…

O que sei é que a “Lagoa do Barro” lembra o Carnaval. Era lá o quartel general da folia, transformada em bosque e, à noite, com sua profusão de luzes, num vasto salão iluminado.

Até 1929, o nosso Carnaval, embora desfigurando-se  cada ano, guardou esse aspecto.

Extraído da REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO – Volume 6º – 1976 – Páginas 102 e 103.

A Guerra do Paraguai – por Pedro Ferrer.

A Guerra do Paraguai era assunto dominante nas rodas políticas e sociais, na segunda metade do século XIX. Girava no país a campanha “Voluntários da Pátria” que visava arregimentar soldados para combater o inimigo. Vitória de Santo Antão não esteve ausente desta campanha. Vários jovens alistaram-se para partir para o campo de batalha com destaque para uma jovem, Mariana Amália do Rego Barreto. Segue a mensagem por ela proferida aos antonenses.

     -É esta a alocução a que ontem nos referimos na notícia que nos foi transmitida da Vitória; a qual alocução foi recitada pela Jovem Heroína Pernambucana D. Mariana Amália do Rego Barreto, no dia 16 de setembro ao povo daquela cidade:

    “Caros patrícios! briosa mocidade vitoriense !

     Aqui tendes a vossa frente a vossa patrícia, em cujo coração predominou tanto o amor da pátria ultrajada, que a obrigou a preferir aos gozos de uma vida tranquila, ao amor paterno, às carícias dos parentes, os rigores, os trabalhos e as fadigas da batalha, ou perseguindo o inimigo com as armas empunhadas, ou cuidando dos feridos nos hospitais de sangue.

            E vós, caros patrícios, a quem adornam as vestes do homem, deixareis de acompanhar, como voluntários da pátria, a vossa jovem patrícia que varonilmente vos vem convidar como voluntaria da pátria? Não certamente: não devo supor em vós tanto desânimo, tanta falta de patriotismo! Eia! vamos, vamos para o Paraguai: vamos unir-nos aos nossos compatriotas que ali nos esperam; vamos unir as nossas vozes, e com eles cantar os hinos em louvor da vitória, que acabam de alcançar contra estes selvagens, que tantos insultos e roubos tem praticado, que tanto tem injuriado a pátria comum!

    O nosso e excelso monarca o Sr. D. Pedro II, despregando-se das delícias da corte, seguindo para o campo da honra, não fez um apelo a todos os brasileiros?

    Certamente que sim.

    Ele Disse: eu cá vou ir vós deveis seguir-me.

     E o que fazemos, meus caros patrícios ?

     Reuni-vos, vinde alistar-vos; marchemos !

     O amor da pátria está acima de tudo: ela exige de nós esse dever.

     A nossa honra está empenhada, é preciso que a resgatemos!

     Mocidade briosa, herdeira de heróis pernambucanos, segui o exemplo desta jovem, vossa patrícia, que ora vos fala; não hesiteis um só momento. Segui-me, vamos acabar para sempre o poder do bárbaro déspota do Paraguai, Inimigo da religião, da honra, da humanidade ; vamos levar a civilização e a liberdade ao mísero povo que jaz mergulhado nas trevas do mais hediondo fanatismo !

      Cumprido, pois este dever, dever sagrado e reclamado, voltaremos triunfantes ao seio da pátria natal, onde cheios da gloria, abraçaremos a nosso pais, parentes e amigos.

       Vitorienses, avante, não vos demoreis; estou a vossa frente, marchemos!

Viva a religião católica romana! Viva o sr D. Pedro II!

Viva a Constituição do Império!,

Viva o Exmo. Presidente  da Província!

Vivam os voluntários da pátria”!

Diário de Pernambuco – ed. 217 – 22 de set. de 1865

Professor Pedro Ferrer – presidente do IHGVSA. 

Os nossos jardins – José Aragão – 1946

Nada concorre mais para o embelezamento de uma cidade do que os jardins públicos, os parques e a arborização.

Emprestam eles ao aspecto monótono das construções cores variadas, formando contrastes interessantes com a aridez das nossas artérias, constituídas, em grande parte, de prédios de arquitetura rudimentar e pobre, sem maior beleza.

O jardim é um oásis artificial em pleno centro urbano, recanto ameno cuja paisagem alegre e poética satisfaz ao espírito cansado do labor quotidiano, valendo como refrigério e lenitivo.

Por isso é que as praças ajardinadas são o ponto preferido pela população, nos momentos de folga, para descanso e passeio.

Temos, apenas, três praças com jardins e canteirinhos: a do Leão Coroado, Diogo Braga e a Dom Luiz de Brito, mais conhecida como Praça da Matriz. Dessas, apenas o jardim da última apresenta aspecto agradável, muito embora sem flores, que são o mais belo ornamento, não porque não as produza, mas porque são colhidas tão logo desabrocham, o que é para lamentar. O jardim da Praça Leão Coroado, que já oferece aspecto bem interessante, e os canteirinhos da Pracinha do Braga estão em decadência, à míngua de cuidados.

Queremos crer que o ilustre Chefe do Executivo Municipal, tão zeloso do bem público e do progresso da cidade, voltará em breve as suas vistas para esses logradouros e os entregará a mãos zelosas e hábeis, que poderão transformá-los rapidamente.

Não nos falta água para a conservação dos nossos jardins. Faltam jardineiros.

Decerto, não tardarão eles a aparecer por determinação do governo municipal.

José Aragão
Editorial do Jornal O Vitoriense de 02 de Fevereiro de 1946.

São João e a cidade de Pombos: sintonia perfeita!!!

Na Vitória de Santo Antão de antigamente, segundo os livros que contam nossa história, a então “Rua da Lagoa do Barro” – hoje Praça Duque de Caxias – tinha muita lama e camaleão. Os cavalos dos matutos,  carregados com mercadorias, vindo das diversas partes da Zona Rural, não raro, trafegavam enfiando as patas  (até o meio) nas vias lamacentas. Nessa época o comércio da Vitória funcionava também aos domingos,  até às 9h.

Costumava-se,  nas folgas dominicais, os homens de negócio e pessoas financeiramente  confortável,  “matar” o tempo nas matas,  se divertindo com suas espingardas. Carregadas nos ombros em busca dos alvos em movimentos os “caçadores”, por assim dizer, se deslocavam para o lado poente da cidade,  no qual,  havia grande quantidade pombos bravos (asa branca).

Na segunda-feira, nos momentos em que os fregueses no comércio rareavam,  e com tempo de sobra, nas calçadas dos estabelecimentos, as aventuras e as peripécias eram contadas como vitorias aos amigos comerciantes  que não puderam comparecer na empreitada prazerosa. Ao serem questionados, falavam com galhardia: “foi um verdadeiro são joão nos pombos”.

Eis ai, portanto, o motivo pelo qual a nossa vizinha cidade, que um dia foi distrito da Vitória de Santo Antão, recebeu o nome de  POMBOS. Hoje, porém, certamente poucas pessoas de lá sabem,  exatamente,  o motivo pelo qual são pombenses de nascimento.

Tempo Voa Documento: Título de Eleitor de um artista de construções.

O documento acima trata-se de um título de eleitor da década de 1950, pertencente ao senhor Antônio Anastácio da Silva, conhecido operário daquele tempo. Foi um dos principais trabalhadores, que contribuíram para a construção dos grandes prédios, hoje históricos, de nossa cidade, como por exemplo: Casa dos Pobres, Colégio Nossa Senhora da Graça, Cemitério São Sebastião, Correios e do Cine Iracema.

Enquanto trabalhava na construção do Cine Iracema, ele disse ao proprietário daquela obra: “Trabalhar na criação de um obra é mais importante do que ser o seu dono; a propriedade pode ser perdida, o orgulho do artista é sempre dele”. Luiz Boa Ventura de Andrade se surpreendeu com a frase do amigo operário, que conseguiu o respeito de muitos naquela época, por ser um profissional muito competente e criativo.

Antônio Anastácio morreu em janeiro de 1982, numa casinha da Rua José Rufino, no bairro do Cajá, com 80 anos.

Imagens extraídas da Revista do IHGVSA, vol. VIII de 1982.

Lá se vai meu São João – vale a pena ler…

Posto novamente, artigo abaixo, o texto do Desembargador Federal, Paulo Roberto de O. Lima,  realçando o São João da sua infância e suas “traquinagens”. Vale a pena ler. Postado no nosso blog no dia 24 de junho de 2013 – há 10 anos. 

Lá se vai meu São João

PAULO ROBERTO DE O. LIMA – DESEMBARGADOR FEDERAL

Hoje, pela manhã, ouvindo as notícias de minha terra (Alagoas) soube que o Ministério Público celebrara com a prefeitura, e com o governo estadual, um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) disciplinando as dimensões e a composição das fogueiras de São João. A partir deste ano, só serão admitidas as de menos de um metro de altura, de largura inferior a sessenta centímetros. A norma, quanto ao material empregado, é mais draconiana: só serão admitidos arbustos, aglomerados, compensados sem pinturas e vernizes (estas coberturas, uma vez queimadas, exalam gases malignos) e, principalmente, uma espécie de tora feita de bagaço de casa prensado, de uso corrente em fornos de padaria.

Lá se vai meu São João. Lá se vão os cheiros preciosos de “minha infância querida que os anos não trazem mais”. Que graça pode ter uma fogueirinha de bagaço de cana?!

A notícia me deixou triste e preocupado. Comecei a refletir sobre ocupações de minha infância e descobri-me um criminoso de muita periculosidade. Quase tudo o que fazia em menino hoje é proscrito e, por vezes, punido com cadeia.

Fiz e queimei fogueiras invejáveis, grandes, muito acima de minha altura, todas de toras de madeira maciça, quase sempre sobra das podas das jaqueiras, das mangueiras e de outras fruteiras que guarneciam a chácara de meus avós. Soltei balões às pencas. Criei, treinei e pus a brigar falos, canários e peixes beta. Aliás, com os primeiros tive verdadeira relação de adoração.

Na varanda de minha casa de menino jamais faltaram gaiolas com sabiás, curiós, galos de campina, guriatãs, papa-capins, sanhaços, caboclinhos, canários etc… eram os amores de meu pai. Passei dias e dias, manhãs inteiras e imperdíveis, escondido sob alguma árvore amiga, com a “chama” e a arapuca, com coração aos pulos, na cata de passarinhos canoros. Cacei com peteca (estilingue), bodoque, espingarda de ar comprimido e, já grandinho, com espingarda de cartucho que eu mesmo fazia na véspera, com espoleta, chumbo, pólvora, estojo e fios de corda para tampar.

Naquela época não tínhamos brinquedos industrializados, não tínhamos os ipads, ipods, iphones da vida. Nem mesmo televisão tínhamos na pequena cidade do interior. Só nos restava “delinquir”.

Penso que para um juiz rigoroso, até nosso pião natural, feito de goiabeira, que zoava na palma da mão, era vedado posto que não receberia o licenciamento ambiental dos Ibamas da vida. É difícil encontrar uma só das tantas atividades lúdicas de minha infância puríssima que não seja contravenção penal ou ilícito administrativo. Ainda bem que eu era “de menor”.

(DIÁRIO de PERNAMBUCO – Recife, domingo, 16 de junho de 2013 – pág B9)

 

…e o São João era assim… – Por Alfredo Sotero (em 1947)

Texto publicado no Jornal O Victoriense em 23 de Junho de 1947 – há exatos 76 anos.

Quando o Brasil era brasileiro e não havia comunistas, nem as moças solteiras sabiam as coisas que sabem hoje, o São João era tão lindo!

De manhã, os bacamartes estrondejavam defronte da igrejinha, nas perigosas viradas do cocho; e os meninos acordavam assustados, querendo saltar da cama de camisola arrastando, para verem como se acordava São João, que a lenda suave dizia que estava dormindo sem parar, no silêncio do céu.

De noite, depois de cear pamonha de coco, canjica, milho verde assado, milho verde cozido, bolos sem conta, a gente ia acender a fogueira votiva que ardia estrelejando o espaço com milhões de trêmulas centelhas. E ia ver no espelho ou na bacia com água, à luz fugaz, às próprias faces, para saber se para o ano ainda estava vivo. E a Maroquinha, a moça nervosa, espiava e não via, por mais que fizesse, e saía chorando pela casa, a dizer a todos que no ano seguinte já não era deste mundo.

E os “mosquitos” passando pelos pés da gente, as meninas correndo e chorando, para as queixas sem fim às mamãezinhas, contra os meninos desesperados, que só queriam jogar nelas os “diabinhos”…

E o Sebastião, um moleque escanzelado e fedorento, que tinha fé em São João, mas muito em Nosso Senhor Jesus Cristo, e espalhava as brasas da fogueira, que parecia então uma enorme melancia de fogo e madura, aberta, sobre cujas as brasas o moleque danado passava, indo e vindo, como se pisasse flores, mostrando a força da fé…

E os rapazes da vila, depois que as devotas voltavam do terço, para se mostrarem às namoradas, acendiam os buscapés, que abriam na noite as faixas fulgurantes, como línguas de prata líquida, que, soltos no ar negro e calmo, cabriolavam, tombando depois sobre a terra, numa agonia luminosa, estertorante, envoltos num sudário de luz irisada e diáfana, como uma aurora sidérea, nas desoladas regiões polares.

Tudo passou. Calaram-se os bacamartes que os doutores desbrasileirados sepultaram nos báratros do oceano. Tudo se foi. Somente a saudade no coração da gente que ainda vive, vinda daqueles tempos felizes, ainda chorando na estrada do tempo. E quando todos morrerem tudo será silêncio, que é o tumulo branco das recordações extintas.

Alfredo Sotero de Farias, foi natural de Apoti, (Glória do Goitá), diplomado em Farmácia e Química, exerceu sua profissão em Laboratórios. Frequentando, desde a adolescência, esta cidade e possuindo acentuado pendor para as letras, colaborou na imprensa local e na interiorana, passando a ser assíduo colaborador do Jornal do Commércio, do Recife. Foi um dos fundadores da “Academia de Letras dos Supersticiosos”, com Samuel Campelo, Célio Meira, José Miranda e outros. Em dezembro de 1915, adquiriu e instalou a Rua Barão de Rio Branco nº 22 uma tipografia (Tipografia Gutemberg), que depois vendeu a Célio Meira, na qual foi impresso o bi-semanário “A Coluna” (1916 – 1919), um dos mais bem elaborados jornais do interior. Faleceu em 1981.

As bodas de prata da saudade – por José Aragão – há 76 anos.

Com o pseudônimo de Justino d Ávila, escreveu o mestre Aragão, para a edição do jornal “O Vitoriense”, em 23 de junho de 1947. há 76 anos. 

1922. Quase que se pode dizer: ontem. Entretanto, que diferença tão grande para este tempo junino?

Reporto-me aos meus catorze anos, para recordar as encantadoras noites consagradas aos três santos juninos, com as quais os vitorienses desse tempo enfeitavam a vida da mais delicada e enternecedora poesia.

À frente de quase todas as casas da cidade, ardiam as fogueiras, simetricamente erguidas, fazendo ressaltar entre as chamas crepitantes as palmas de dendê e as bandeiras de papel.

Raríssima a residência em cuja sala principal não estava imponentemente confeccionado o altar de São João! Altar cheio de flores, onde a tarlatana e o prateado da armação lhe davam uma imponência especial. Velas acesas, incenso e cânticos religiosos em louvor ao maior dos precursores. Depois do exercício religioso, os fogos de salão: o craveiro, o diabinho, o mosquito, o busca-pé, com a sua “faixa’ clássica e impressionante, os balões…

À noite, todas as mesas confraternizavam na mesma disposição e no mesmo aspecto. Pobres ou ricas, ninguém lhes distinguia o sabor, pois o tempo não lhes permitia distinções nos cardápios  e nem sequer nos paladares: canjica, pamonha, pé-de-moleque, tudo de milho, tudo ao coco, tudo em manteiga…

Nas casas da cidade, entretanto, os festejos se diferenciavam nas danças e “cantigas”. Tanto naquelas entre si, como nas modestas vivendas dos arrabaldes. De uma dessas residências urbanas, saía o vozeiro alegre da criançada:

“Capelinha de melão

É de São João,

É de cravo, é de rosa,

É de manjericão.”

E de outra casa contígua:

“No altar de São João

Nasceu uma rosa encarnada.

São João subiu ao céu

Foi pedir pela casada.”

E o estribilho, uníssono:

“São João!

Nosso pai, nosso doce, nosso bem

Quem não venera São João

Não venera mais ninguém.”

Já na residência fronteiriça, as moças e os rapazes, formando uma enorme roda, de mãos dadas, cantavam alvoroçadamente, estridente e animadamente:

“Lesou, lesou!

Ora vamos vadiar

Cavalheiro deixe a dama

Ora vamos vadiar

Que esta dama não é sua

Ora vamos vadiar!”

E nos subúrbios, nas casinhas humildes, eram o bomboleio  rítmico do “coco” na “cantiga” dolente da gente simples “do mato”:

“Vamos pegá e só cá mão

Qui hoje é dia de São João”

O resfolegar das sanfonas, as quadrilhas e os xotes…

25 anos de recordações ameníssimas. 25 anos de bondade e inocência, que passaram e que os asfaltos, a eletricidade, o “jazz”, os coquetéis e os “shows” não deixam mais voltar. 25 anos dos nossos avós, dos nossos pais, da nossa meninice!

25 anos atrás, quando São João era o santo do Brasil e o Brasil a terra de São João. 25 anos …25 anos!… Bodas de prata de saudade!”

Jornal “O Vitoriense”, em 23 de junho de 1947. há 76 anos. 

Título de Cidadão Vitoriense: discurso oficial do Monsenhor Maurício Diniz.

Queridos  vitorienses!

Neste momento três sentimentos me vêm ao coração: dúvida, certeza e gratidão.

Dúvida. Será se sou digno desta honra que me é conferida? Se o for, mais honrada é a instituição que me honra: A Câmara de Vereadores,  Casa Diogo de Braga, que a pedido do ilustre vereador Dr. Saulo Barros de Albuquerque  que me concede o título de Cidadão Vitoriense.   São Tomás de Aquino, na Suma Teológica afirma  que  a honra se encontra mais no sujeito que confere a honra do que no honrado, pois o que presta a honra é quem é o virtuoso. O honrado participa desta virtude e recebe do que presta a honra um sinal nesta participação.

Certeza. Tenho amigos nesta cidade.  Segundo o grande filósofo, Aristóteles, uma tal amizade tem que se basear em uma certa semelhança, que exige um conhecimento mútuo, que não pode ocorrer senão quando tiverem “provado o sal juntos”. E este provar juntos é uma reciprocidade de parceria: Porque a amizade é uma parceria, e tal é um homem para si mesmo, tal é para seu amigo. As ações que  aqui foram elencadas, quando estive nesta querida cidade, são frutos de um esforço conjunto para servir o povo vitoriense, principalmente, nas pessoas mais vulneráveis, que o digam os moradores das comunidades de Dr. Alvinho e Primitivo de Miranda. A cidadania exige participação na sociedade e a dimensão mais bela da cidadania é a caridade. Cidadania é participação livre e solidária e ninguém é cidadão sozinho ou apenas para si.  Todo cidadão é responsável, pela justiça, liberdade e  verdade. Por isso  uma Paróquia não vive isolada na sua liturgia, mas dialoga, interage e colabora com todas instâncias da vida socio-cultural do entorno.

Gratidão.  O grande orador romano, Cícero, diz “ nenhum dever é mais importante que a gratidão. Na maior parte das outras línguas neo-latinas se agradece no nível intermediário. Ao falar “merci” em francês, “gracias” em espanhol ou “grazie” em italiano, estamos dando uma graça por aquilo que recebemos e, neste sentido, estamos sendo gratos.

Já a formulação portuguesa “obrigado” é a única que expressa o nível mais profundo de gratidão. Quando agradecemos, queremos dizer “fico obrigado perante vós”, então estamos nos vinculando, nos comprometendo a retribuir um favor. Percebemos aqui a singularidade e a beleza do agradecimento de nossa língua. Recordo-me de que o próprio Jesus Cristo, quando um dos dez leprosos curados veio até ele para agradecer-lhe o dom recebido, reclamou: “Apenas este estrangeiro voltou! E os outros nove, onde estão ? ” . E é neste espírito de  gratidão, que repito o hino de Nossa Senhora no Magnificat: “A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador”.

Portanto, obrigado ao querido Povo Vitoriense, obrigado a todos vocês que se fizeram presentes a esta solenidade honorífica, obrigado  à Câmara Municipal, obrigado ao ilustre vereador e amigo, Dr. Saulo Barros de Albuquerque e aos demais vereadores, obrigado  ao Executivo e ao Judiciário, aos poderes militares e civis, à Paróquia de Santo Antão ao Vicariato Vitória e ao Instituto Histórico de Vitória-PE. Esta cidade é acolhedora, fraterna e hospitaleira, que Deus a conserve sempre assim.  Fiquemos  com a graça divina, a proteção de  Nossa Senhora da Vitória e a intercessão de Santo Antão Abade para continuarmos a missão de Jesus, que é anunciar o Reino de Deus e promover seu amor no mundo.

Mons. Mauricio Diniz

Vigário Episcopal de Olinda

Pároco da Paróquia São Pedro Mártir de Verona

 

 

                                           

               

Enchente de 2005: há exatos 18 anos Vitória estava mergulhada no caos!!!

Para quem saiu de casa hoje, 02 de junho, debaixo de sol forte, céu azul e tempo firme, certamente não se recordou da tragédia ocorrida justamente no  dia  02 de junho 2005 em nossa cidade, exatamente há 18 anos. A enchente de junho de 2005 ficou catalogada na história do nosso município como um dos piores acontecimentos coletivo já registrado.

Apenas para termos uma ideia do caos, por assim dizer, outro fato similar, antes anotado como o pior  das últimas décadas, conhecido como “a cheia de 75”, na qual Vitória foi terrivelmente atingida, registrou-se no mês de julho daquele ano (1975)  precipitações pluviométricas de 436mm. Em junho de 2005 o índice foi de 621,7mm. Apenas nos dias 02 e 03 de junho a nossa cidade foi “castigada” com 250mm, segundo dados oficiais.

Devido ao grande volume d’água alguns bairros  da cidade ficaram  inundados  de maneira rápida. Parte da periferia, sobretudo às áreas ribeirinhas, tiveram casas destruída,  causando o maior número de desalojados e desabrigados da sua história.

 O setor produtivo também foi duramente atingido. O comércio do centro da cidade ficou totalmente paralisado com a fúria das águas. Lavouras destruídas e as agências bancárias com muitos equipamentos submersos. Serviço de fornecimentos de água potável também foi danificado e etc, além de pontes destruídas, tal qual à cabeceira da Ponte do Galucho.

Além da ocupação de vários espaços públicos (escolas) pelos desabrigados, uma rede de solidariedade foi criada em vários segmentos da sociedade – Igrejas, clubes de serviço, órgãos  governamentais, entidades classistas e etc, na tentativa de atenuar os efeitos da tragédia. Registremos, porém, que a cidade demorou   para entrar “nos trilhos” e voltar à “vida normal”.

Essas escassas linhas, evidentemente, não tem a pretensão de narrar fielmente o cotidiano da tragédia. Tem,  sim, o sentido pedagógico de “disparar o gatilho” da memória, fazendo com que as pessoas que vivenciaram os fatos citados relembrem os acontecimentos assim como informar, mesmo que superficialmente, aos mais jovens.

Para concluir deixo algumas perguntas no ar: o que aprendemos com os relembrados acontecimentos? Quais medidas que foram tomadas,  no sentido da prevenção de novas tragédias?  Será que estamos trabalhando para evitar ou atenuar danos por chuvas fortes em nossa cidade?

Doutor Gamaliel da Costa Gomes – por Pedro Ferrer.

Gamaliel da Costa Gomes, antonense filho do comerciante Severino Gomes, mais conhecido como “Seu” Biu Nova Seita, em virtude de  pertencer à Igreja Evangélica Pentecostal. “Seu” Biu, membro ativo,  junto ao deputado federal Aurino Valois e do comerciante Dilermando da Cunha Lima ajudou a erigir o atual templo.

Gamaliel da Costa Gomes era diplomado em Direito tendo ocupado os cargos de Promotor e Procurador do Estado. Assíduo membro do Instituto Histórico e Geográfico da Vitória e do Círculo  dos Amigos da Vitória. Em vida foi casado com a sra. Palmira Cândido Carneiro, filha do industrial Joel Cândido Carneiro, um dos fundadores da Pitú com a qual teve quatro filhos: Severino, advogado do Engarrafamento Pitú, Cláudia, residente em New York, nos USA, Leonardo, gerente industrial do Engarrafamento Pitú e Davi,  industrial estabelecido no ramo de artefatos plásticos. Gamaliel faleceu, recentemente,  aos 93 anos na cidade do Recife. O sepultamento ocorreu no cemitério local, São Sebastião.

Pedro Ferrer – presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Vitória