Uma fantasia que fez história

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Meu caro Pilako,

No ano de 1991 o Clube Vassouras o Camelo desfilou nas ruas da Vitória de Santo Antão com uma das mais lindas alegorias de todos os tempos, trabalho extraodinário do grande artista vitoriense Valdir Maciel, tendo como tema o Diário de Pernambuco – Centenário – meio de comunicação pernambucano, sua personagem de destaque ficou por conta da lindíssima Marcela Sotero com uma fantasia toda bordada de paetê francês acrescida de plumas do acervo do carnaval do Rio de Janeiro, uma perfeição esta confecção de  Lourdinha e Creusa Fischer saudades deste tempo maravilhoso do nosso carnaval.

Abraços,

Joel Neto

MIZURA: O Folião das Mil Faces

foto5Não há idade para se brincar o carnaval. Desde suas origens, ele aguça, aviva e renova as energias de todas gerações. Pai, filho, neto e bisneto. Não tem idade. Festa irreverente, de som de orquestra, carro alegórico e folião avexado com frevo no pé. Folião é assim: não tem hora pra chegar. Sai de manhã e só volta na manhã seguinte, e quando volta. Mas sempre acaba ficando para mais um bloco, nas ruas subindo e descendo ladeiras. Cansado, mas feliz, cochila algumas horas e depois de um banho já estava novo para outra folia. Assim foi o Manoel José de Souza, ou como todos o conhecem: Mizurao folião das mil faces.

Não dá para falar de carnaval em Vitória de Santo Antão sem lembrar desse grande folião; Mizura já é ícone do carnaval vitoriense, destacou-se utilizando apenas de sua criatividade, irreverência e grande alegria, mas não é pra menos! Ele veio ao mundo em meios de folia, em 12 de fevereiro de 1933. Já nasceu ouvindo frevo.

Cultivou sementes carnavalescas nos clubes A Girafa, O Camelo, ETzão, e sua grande paixão a Taboquinhas, entre outros clubes que passaram por suas mãos.

essa tem q entrarDeixava ansiedade: Qual será a fantasia de hoje?” – perguntavam-se as pessoas nas ruas da cidade. A cada dia de carnaval ele saia com uma fantasia diferente demonstrando sua criatividade e amor à folia carnavalescas. Ora era um grande morcego, ora um bebezinho e outra vez foi até anjo (que por sinal foi destaque em um dos carnavais do Recife). Foram dezenas de fantasias confeccionadas por sua esposa e por ele mesmo.

Em 2000, para homenagear seus amigos foliões já falecidos, fundou o “Bloco da Solidão”, que saia pelas ruas da cidade com um carro de propaganda e um cordão de isolamento, onde apenas ele ficava no centro. Saia pelas ruas com muita alegria, parando em cada residência do amigo folião falecido homenageando cada um, a família do folião seguia o bloco, mas apenas ele ficava no cordão. Era o “Bloco da Solidão” que passava pelas ruas da cidade com o som anunciando os membros do clube, todos eram ele mesmo; do presidente-fundador ao porta-estandarte.

foto4Mas o “Bloco da Solidão” chegou a seu fim com pouco tempo de vida; uma grave doença se apoderou do seu fundador deixando-o inabilitado para a folia. Passou alguns anos doente, chegando a falecer nos últimos dias de 2005.

Vitória de Santo Antão perdeu um inesquecível folião, talvez o último dos grandes foliões de época. Foram mais de cinqüenta anos de carnaval. E para cada dia de carnaval uma nova fantasia. E para cada fantasia uma nova alegria que ficava registrada no sorriso das pessoas que lhe esperavam nas ruas da Vitória.

O Carnaval da Vitória há muito está de luto. Ele nunca será o mesmo sem o grande folião que foi Mizura.

Fica aqui, esta simples homenagem.

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História da fundação da agremiação carnavalesca “A TURMA DA CALCINHA”

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Estou te mandando um resumo da história do troça Carnavalesca A Turma da Calcinha, criado na década de 1980, fique a vontade para retifica ou incrementar alguma coisa.
OBS: Caso precise do LP, poderei lhe emprestar.

A TURMA DA CALCINHA

Criado na década de 80, precisamente em 1983, um dia Sábado, uma semana antes do Sábado de Zé Pereira, uma turma de amigos que trabalhava no comercio, Indústria, Colégio e Bancos, tais como: H. Morais, Aliança de Ouro, Mizura, Casas Pernambucanas, Pitú, Bradesco, Banorte e Banco do Brasil, em uma brincadeira debaixo de um Pé de Fícus, na Trav. São Vicente no bairro do Cajá, inaugurava a Barraca do AMARAL “em memoria”.

Inauguração essa  que  recebeu a  contribuição de todos. Minha participação foi doação do tira gosto, uma caldeirada de 100 guaiamuns de cocô, outros com bebidas etc.

Pois bem, na noite anterior (sexta)  alguns integrantes da comemoração haviam passado a noite no baixo Meretriz e subtraído algumas calcinhas das profissionais do sexo que ali trabalhavam. Depois de umas e outras, alguns componentes, já calibrados, resolveram  pendura as calcinhas furtadas no pé de fícus.

Aquela cena despertou curiosidade em algumas pessoas que por ali passavam,  principalmente quem gostava de toma “água que passarinho não bebe”. Compramos alguns  sacos de maizena e farinha de trigo e começamos o tradicional  mela-mela. Foi um dia inesquecível a inauguração  da “Barraca do Amaral”.

Conclusão:

No sábado posterior, o chamado Sábado de Zé Pereira, alguns amigos que estavam na inauguração da barraca do Amaral, já calibrados, resolveram sair pelas ruas do comércio da Vitória tocando zabumba, triangulo e pandeiro, todos com uma calcinha na cabeça contando músicas carnavalescas. Sendo assim, estava fundado, definitivamente, A TURMA DA CALCINHA, que sobreviveu durante 14 anos com recursos próprios. Em 1991 chegou a grava uma faixa do LP “VITÓRIA, CARNAVAL E FREVO”.

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Atenciosamente,

SEVERINO ROBERTO SILVA

Tempo Voa Documento: Entrevista com o Padre Renato

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*Em novembro (1989), na edição nº 58, o jornal “A Voz da Vitória”  premiou os vitorienses entrevistando o padre Renato da Cunha Cavalcanti. Entrevista inteligente com respostas sensatas e objetivas, que refletem a experiência e sabedoria do profeta que é o nosso pároco. Merece e deve ser lida. Sim, lida, mas lida meditando-a e com senso crítico. A entrevista foi conduzida pelo jornalista João de Albuquerque Álvares.

Dados biográficos: padre Renato da Cunha Cavalcanti, brasileiro, timbaubense, 60 anos, é o vigário da Paróquia de Santo Antão, há 26 anos. É considerado um administrador emérito pelos vitorienses que conhecem o seu trabalho eficaz e dinâmico. Portador de uma forte personalidade, o padre Renato é também admirado e respeitado até por membros e adeptos de outras religiões. Seu trabalho pastoral é competente e edificante, pautado por coerência, segurança e equilíbrio, virtudes que o tornam credor de inquestionável confiança da sociedade vitoriense. Aparentando em certos momentos ser uma pessoa intransigente e ditatorial, sua verdadeira face de homem simples, filantropo, sincero, trabalhador e determinado, devolve-lhe o merecido reconhecimento dos paroquianos, por quem é admirado e estimado.

              – Cursou as primeiras letras em Itabaiana, Timbaúba e Campina Grande.

– Curso de Humanidades (Ginásio e 2º Grau), curso de Filosofia e curso de Teologia, num total de 12 anos, no seminário de Olinda.

– Um ano de Teologia no “Instituto Católico de Paris”.

– Licenciatura plena de Filosofia na Universidade Católica de Pernambuco. Licenciatura curta de Letras na Faculdade da Vitória de Santo Antão.

– Filho de Pedro da Cunha Cavalcanti e Judith da Cunha Cavalcanti.

– Ordenado Padre em Paris (França) aos 17-04-1955.

– Chegou à Vitória de Santo Antão e assumiu a Paróquia, no dia 31-03-1963.

Juventude – insegurança e dúvidas.

301A resposta está contida na questão proposta. Ao enfrentar o desconhecido, o jovem tem de estar inseguro e cheio de dúvidas. Como porém o tempo não para, ele tem de se preparar para a vida, vivendo. A compreensão, respeito, paciência e, sobretudo o testemunho positivo da sociedade em geral, e de modo especial, de certos setores mais influentes da sociedade como a Família, a Escola, a Igreja, são de grande valia para o jovem na superação dessas dúvidas e insegurança, neste período rico, bonito e alegre, porém às vezes desconfortável, da vida.

– Emancipação da mulher

Enquanto esta expressão significa libertar a mulher de uma tutela inexplicável exercida por parte do homem sobre ela, e ainda mais, enquanto se trata de reconhecer teórica e praticamente que a mulher é tão capaz quanto o homem de ter uma participação construtiva na sociedade, no plano intelectual, administrativo, social e etc; entendendo assim, julgo que a emancipação da mulher é tarefa a ser realizada por toda sociedade, e não apenas pela mulher. Deixo, porém uma pergunta: A mulher se emancipa ou se escraviza ainda mais, quando vende o seu corpo nu ou semi-nu, com o objetivo único de facilitar a comercialização de objetos?

O clero discrimina a mulher negando-lhe atuação ou exercício de função relevante na igreja O verbo “discriminar” está na moda. Está sendo até usado indiscriminadamente. Às vezes discriminamos porque é necessário discriminar: por exemplo, devemos discriminar o certo do errado, o bem do mal; e neste caso temos o dever moral de discriminar. Se, no entanto, quando discriminamos, negamos a certas pessoas o exercício de seus legítimos direitos, por quaisquer que sejam os motivos, como sejam: raça, cor, religião, política etc., esta discriminação é inaceitável. A igreja não discrimina a mulher, pois, não é verdade que a Igreja negue à mulher o exercício de funções relevantes. Há mulheres que participam de conselhos administrativos, conselhos pastorais, diocesanos e paroquiais, sínodos (que reúnem representantes de toda a Igreja Universal); são tantas as mulheres que participam ativamente da liturgia, como ministros extraordinários da Eucaristia, como leitores, dirigentes do canto etc. todas estas não são funções relevantes? A única coisa que é negada à mulher é receber o Sacramento da Ordem e, consequentemente exercer algumas funções que estão ligadas a este Sacramento. Trata-se de uma tradição que a Igreja mantém fundamentada no fato de Jesus quando chamou seus apóstolos para o exercício do Sacerdócio Ministerial, escolheu apenas homens, mesmo havendo na época muitas mulheres que o acompanhavam nas suas andanças; e depois que Jesus voltou ao Pai, a Igreja, desde os primeiros tempos, continuou este costume, mesmo contando sempre com valiosa e indispensável contribuição de muitas mulheres as suas atividades pastorais. A mesma coisa ainda acontece em nossos dias. Aliás, a Igreja sempre considerou e respeitou muito a mulher. Foi até o Cristianismo quem iniciou o trabalho de emancipação da mulher. Qualquer pessoa de boa fé, e bem informada, reconhece este fato.

– a lenta evolução da participação dos leigos nas atribuições dos sacerdotes

É natural que a evolução, para chegar a bom termo, se faça lentamente. Se algumas etapas importantes são inexplicavelmente canceladas, a meta final pode ser prejudicada.

Leigos e Sacerdotes têm atribuições diferentes. Isso faz parte de toda sociedade bem organizada. As tarefas são divididas e distribuídas, e os objetivos daquela sociedade serão tanto mais eficientemente atingidos quanto mais fielmente cada um cumprir com o seu dever, sem que ninguém invada as atribuições de seus companheiros de tarefa. Um conselho e sugestão: se você quiser se informar melhor sobre este assunto e o imediatamente anterior, assuntos que são de grande importância para o cristão, leia o último documento da igreja a respeito: “Vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo”. (Exportação apostólica de João Paulo II).

– Analise as divergências entre conservadores e progressistas da igreja católica

Os dois termos “conservadores” e “progressistas” não são muito felizes quando querem indicar grupos antagônicos na Igreja. As pessoas vivem e agem de acordo com seu temperamento, sua cultura, sua educação, e até suas conveniências. Diante de cada situação nova da vida nós assumimos comportamentos diferentes, umas vezes conservadores, outras vezes progressistas. Ninguém é totalmente conservador, ninguém é totalmente progressista. Certas divergências que existem entre os cristãos são sinal de que a Igreja é viva e participa da vida. Ela está sempre buscando algo mais. Devemos aceitar tudo aquilo que a humanidade construiu de bom no passado, portanto as boas tradições, sem no entanto estagnar, como quem diz: estou realizando, mas buscando sempre e aproveitando tudo o que é de bom o presente e o futuro nos vão proporcionando.

Do diálogo construtivo e fraterno entre os chamados progressistas e conservadores nasce a melhor postura e o caminhar mais correto do povo de Deus. É bom lembrar o antigo adágio latino que diz: “In médio virtus” – a virtude está no meio, ou seja, igualmente afastada dos extremos. Um lembrete para reflexão: às vezes parar um pouco e olhar para trás é necessário, é até um gesto de sabedoria. Como também nem sempre um passo à frente é progresso; às vezes nos leva ao abismo.

– Televisão no Brasil

Poucas vezes eu me sento diante de um aparelho de televisão; minhas noites são ocupadas com atividades pastorais, quase sempre fora de casa, e durante o dia todos nós temos outras atividades a fazer, de maneira que sou pessoa pouco indicada para fazer um julgamento sobre televisão no Brasil. No entanto, pelo pouco que vejo, sobretudo o tele-jornal, acho bom o nível técnico. Talvez prestasse um serviço melhor se apresentasse menos novelas e mais programas educativos.

– Seriam os discos voadores veículos utilizados por seres inteligentes de outros planetas?

Não acredito neles. Penso que são produto de ficção e ou alucinação.

– Melhores momentos da vida

Eu sempre estive de bem com a vida e ela tem sido muito generosa comigo. Gosto muito da vida, e sobretudo da minha vida. Para satisfazer a indagação em questão, teria de escrever minha autobiografia, pois minha vida é pontilhada de ótimos momentos.

– Maus momentos da vida

Será que eles existem? Penso que não. Nada tenho a lamentar da vida, nem mesmo o acidente automobilístico, pois, sem ele, não teria experimentado o calor humano, a amizade e solidariedade de tantas pessoas extraordinárias, às quais mais uma vez agradeço sensibilizado.

– Casamento: instituição em crise

Fala-se muito em crise do casamento. Mas será que isso é novidade? Casamento é vida e onde há vida há crise. Acontece com as instituições o que acontece aos homens: às vezes navegam em mares calmos, outras vezes em mares bravios. É possível que o casamento viva um de seus momentos de crise, porém a crise bem administrada e humildemente superada proporciona vida nova à instituição antiga. Não há dúvida de que o casamento, como instituição e como vivência, sofra atualmente ataque brutal, sobretudo por parte da televisão apoiada inocentemente por certa camada da sociedade. Digo “sobretudo por parte da televisão” porque ela entra em nossas casas disfarçadamente, para ensinar os nossos jovens e crianças, a mentira com sabor de verdade e nestas circunstancias, ela, a televisão, é o verdadeiro “lobo com pele de ovelha”.

– Sua competência administrativa fez da paróquia de Santo Antão um modelo de organização que é admirado dentro e fora do município. Como consegue equilibrar o orçamento financeiro da paróquia, com poucos recursos, já que os católicos não pagm dízimos e apenas contribuem espontaneamente para a sustentação financeira da freguesia?

Muito obrigado pelo elogio. Quanto a indagação da segunda parte, trata-se de “segredo profissional”. Quem sabe? Pode ser que a resposta ao item imediatamente anterior possa ajudar a esclarecer o segredo do equilíbrio em questão.

– As decisões dos vigários são democráticas ou individualistas?

O espírito democrático aliado às características e dotes pessoais de cada vigário podem produzir boas decisões, e talvez bem melhores do que as “decisões democráticas” de nossa “sofrida democracia”. No entanto, continuo a acreditar e fazer profissão de fé na “verdadeira democracia”.

– O município vitoriense tem uma população estimada em cento e trinta mil habitantes, com esmagadora predominância de católicos. Como fica a assistência religiosa e espiritual para tantos fiéis, com as duas paróquias contando, cada uma, com apenas 1 padre?

Eis um dos muitos desafios para a igreja, povo de Deus. Sabemos que a Igreja não são apenas os sacerdotes e bispos. A igreja povo de Deus é constituída por ministros ordenados (diáconos, presbíteros e bispos), religiosos e leigos. E a tarefa missionária, ou seja, o dever de evangelizar a todos, é missão de todo o Povo de Deus, de toda a Igreja.

A ação do sacerdote, numa paróquia ou numa comunidade, se estende e se multiplica através da ação dos leigos.

Para aqueles que governam, ou estão à frente de grandes tarefas, é importante trabalhar, e mais importante ainda, fazer com que outros trabalhem, organizar e distribuir tarefas. Distribuídas as tarefas, se todos cumprirem com o seu dever, a missão será cumprida, mesmo parecendo gigantesca e quase irrealizável.

– Brasil: Constituição de 1988. Vai melhorar a vida dos brasileiros?

É bom e até mesmo indispensável ter uma boa constituição. Porém, mais importante do que uma boa constituição é ter bons, dedicados e honestos administradores.

A nova constituição é uma esperança a mais. Seria bom também que a dedicação e o espírito público de nossos administradores e legisladores nos dessem maiores razões para aumentar essa esperança. Se há uma crise, esta não é culpa da constituição; a culpa é dos homens, dos administradores etc. e nossa, também. Se houver mais responsabilidade e honestidade por parte de todos, governantes e governados, a vida dos brasileiros vai melhorar.

– 2001 – início do terceiro milênio, como caminhará a humanidade até lá?

As novas descobertas científicas vão continuar facilitar a vida dos homens, porém, o egoísmo e a ambição desses mesmos homens vão continuar a limitar o número dos que aproveitam esse progresso. Somente o conhecimento e a vivência dos ensinamentos de Jesus poderão mudar a vida dos homens, a nossa vida. Quando isso acontecer, seremos todos felizes, vivendo como irmãos. Seria tão bom que fizéssemos essa caminhada até o ano de 2000!

– Espaço livre – fale sobre o que deixou de ser perguntado

Não me foi perguntado, mas eu vou dizer:

Já faz quase 27 anos que vivo em Vitória. Nestes anos, tenho aprendido a admirar os vitorienses: os de nascimento e os de coração. Parece que todo mundo aqui é da mesma família: todos se conhecem, todos se defendem, todos se ajudam. As exceções ficam por conta das limitações humanas que nos acompanham sempre ao longo da vida. O convívio com os vitorienses tem me enriquecido bastante e contribuído sobremaneira para que eu esteja sempre de bem com a vida; também por isso eu sou muito grato a todos.

(HISTÓRIA DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, 1983 A 2010. PÁG 130 à 138)

Joel Neto: Um Carnavalesco dos Bons!!

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Por ocasião da homenagem prestada, pela ABTV, ao respeitado carnavalesco Joel Neto, face sua contribuição para o engrandecimento do carnaval secular da nossa cidade, registramos trecho de seu discurso. Entre outras coisas ele fala:

Relembras velhos carnavalescos; Da sua infância no carnaval; Quando assumiu, aos 23 anos,  a presidência do  Clube Vassouras O CAMELO; Da fundação e importância  da ABTV para a cidade e da sua expectativa para o carnaval 2013.

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Me falaste que começaria a escrever e publicar sobre nosso carnaval envio uma foto de um período que marcou grandes foliões da nossa terra década de 1950, seculo 20, rsrsrsrsr veja como seu amigo já é velhinho, comissão de frente da Girafa de pé da esquerda para direita estão Luiz Virginio, Biu Pobre, José Augusto, Miro Caboclo, Nô Batista, Paulo Tavares, Fernando Carneiro, Aranha, Ivanildo, Dodo da Gamela e Sevila. Abaixados Zezinho Mesquita, Silvio, Aloísio Ferrer, José Palito, Misura, Joel neto ( o garoto da foto), Biu da Pitu e João Izidio.

Joel Neto

Família Deus e Melo

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Pilako,

  • O centro do mundo, sem sombra de dúvidas é a nossa cidade ….
  • Os pilares das cidades são as famílias que nelas vivem …. Sendo assim, a sustentação do mundo são as famílias…

O tempo realmente voa ….

Sabemos que somos muitos, não conseguimos nem precisar exatamente quantos. Certamente já somos muito mais que 100 (sem contar os agregados*), até porque contagens EXTRA-OFICIAIS apontam para um mundo inteiro de “Deus e Melo”.

(*) Agregados: Aqueles que entram na nossa família casando-se com um “Deus e Melo”, ou seja, indivíduos que se denominam “Deus e Melo”, mas que para isso dependem de situação matrimonial confirmada.

Espalhados por todo o Brasil e até mesmo no exterior, o nosso clã já disseminou o nosso espírito festivo e turrão pelos quatro cantos, por essas e outras nos encontramos no inicio de cada ano desde 2008.

Nossos encontros vêm se tornando a cada ano mais importante e necessário …. Diga-me, onde alguns dos nossos e mais alguém vai encontrar tanta alegria, gritaria e farra juntas?

Das certezas que temos na vida (cada um de nós), uma delas é que somos “Deus e Melo” …. Até porque nosso temperamento nunca nos deixaria negar este traço da nossa biografia. Não que isto nos envergonhe, achamos que nenhum “Deus e Melo” de verdade consegue sentir vergonha de ser como é, afinal de contas, faz parte do nosso espírito, do nosso jeito, da nossa cara …. E ai eu pergunto se não realizássemos estes nossos encontros, onde encontraríamos tantos que, como nós, sente tanto orgulho da história que carregamos marcadas em suas identidades?

É isso Pilako, tudo que escrevemos acima serve unicamente para registrar/informar a nossa festa, o nosso encontro anual, a 6ª edição (2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013) que ocorrerá no dia 06 (seis) de janeiro de 2013 na histórica CASA DOS “DEUS E MELO”, no nosso CASARÃO, na nossa eterna CASA GRANDE, na Rua Rui Barbosa, Vitória de Santo Antão. Vamos ter AQUELA feijoada, regada a muita cerveja, cachaça, boas risadas e muitas lembranças.

Este ano nosso encontro também marcará o início das comemorações dos 40 anos do bicampeonato da AADM – Associação Atlética Deus e Melo – nos Jogos de Verão de Vitória de Santo Antão, feito este que marcou toda uma geração e fez grande o nome da nossa família na cidade. Pretendemos festejar esta conquista principalmente com os “Deus e Melo” mais velhos e os da minha geração (provavelmente os únicos que entenderão a importância do fato) com uma festa e quem sabe um jogo de veteranos/futsal (se tivermos número suficiente de jogadores em condições) no mês de outubro deste ano.
 
Segue abaixo, para que sejam publicadas em seu BLOG, na coluna “O TEMPO VOA”, arquivos com fotos do acervo da nossa família de festas realizadas na CASA GRANDE DOS DEUS E MELLO nas décadas de 60 e 70 e mais recentemente no ano de 2008.

Foto 01 – 1965 – Festa de final de ano dos “Deus e Melo”. Nesta época éramos 29 (Esmeraldino, Mirandolina (que não está na foto) seus 08 filhos e seus 19 netos. Os demais são todos agregados:

1965 (FESTA DE FINAL DE ANO DOS DEUS E MELO)

Foto 02 – 1972 – Festa de encerramento dos IV Jogos de Verão quando fomos campões gerais dos jogos pela 1ª. vez:

1972 (FESTA DOS IV JOGOS DE VERAO)

Foto 03 e 04 – 1973 – Programação dos V jogos de Verão / Festa de encerramento dos V jogos de verão quando nos tornamos bi-campões gerais dos jogos:

1973 PROG V JOGOS DE VERAO 1973(FESTA DOS V JOGOS DE VERAO)
Foto 05 – 2008 – Primeiro encontro dos “Deus e Melo. A mesma foto do convite acima:

2008 (1o. ENCONTRO DOS DEUSV E MELLO)

Sérgio de Deus e Melo

Tempo Voa Documento – Carnaval: A Turma da JECA – (Jovem Equipe do Camelo)

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Amigo Pilako, esta foto foi do carnaval de 1973 nossa turma da JECA (Jovem Equipe do Camelo) estávamos sem opções para nosso carnaval depois da saída da Girafa e resolvemos criar a Universidade do Samba, nome este em virtude de vários amigos na época prestarem vestibular na foto da esquerda para direita Rosângela Duarte e Edson Carneiro (chita), Mirna uma prima nossa do Rio de Janeiro, Lourdinha e Joel Neto, Luis Carlos e Kikiu, tempo bom.

Joel Neto

Natal dos meus tenros anos – Por Fausto Agnelo (pseudônimo do Prof. José Aragão) – 1939

José Aragão pag 5A ação impiedosa do tempo destrói todas as obras humanas de modo tão sutil que nós mesmos somos, sem o pressentirmos, os agentes e pacientes dessas informações.

Dir-se-ia que no campo espiritual existem sedimentos iguais às que se verificam no terreno material.

As gerações sucedem-se deixando camadas sobre camadas de ideias e sentimentos que se concretizam em atos e costumes e marcam a mentalidade de cada época do espírito humano.

Os povos de formação definida, já chegados à maioridade racial, evoluem lentamente, são, por índole, conservadores, de modo que, entre eles, os costumes e as tradições nacionais sobrevivem às gerações.

Nos países novos, etnicamente em gestação, pontos de convergência das migrações de outros povos, é o próprio movimento da população que produz a renovação contínua, incessante e rápida dos costumes com a introdução de usos estranhos e a imitação dos figurinos estrangeiros.

É o que sucede com o Brasil, notadamente depois que os modernos inventos encurtaram as distâncias e nos fizeram vizinhos dos Estados Unidos e da Europa.

Só assim se explica a metamorfose da vida brasileira, hoje com aspectos e modalidades bem diferentes, quando não opostos aos de 20 ou 30 anos atrás.

* * * *

Vieram-me à mente essas lucubrações ao meditar sobre o Natal que conheci nos meus tenros anos, cheio de encanto e suavidade.

O Natal do lares enfeitados, onde se reuniam famílias e se formava ambiente de intensa alegria, vivendo os moços, os velhos e as crianças momentos de verdadeira felicidade, ao som do harmônio e da flauta, à mesa frugal, ou nos salões onde se achava o presépio armado e adrede preparado para receber a visita do pastoril elegante.

O Natal dos carros de bois rangendo saudosamente pelas estradas, conduzindo as famílias dos engenhos que vinham “à rua” para ouvir a Missa do Galo.

O Natal das barraquinhas aristocráticas, cercadas de cadeiras para as famílias, donde mocinhas feiticeiras trocavam olhares discretos com os moços janotas da cidade, que se desmanchavam em amabilidades e tudo faziam para enviar uma prenda à sua predileta.

O Natal em que se ouvia o canto pausado do Glória a Deus nas alturas, por ocasião da missa tradicional, a que o povo assistia com o máximo respeito e silêncio religioso.

Natal dos fandangos, das lapinhas vistosas, dos presépios animados.

* * * *

Hoje, o Natal está desfigurado.

Sente-se que desapareceram o misticismo, a poesia, a beleza mágica de outrora.

É um Natal frio, vário, sem o encanto de outras eras.

É que as aspirações, os sentimentos, as ideias de hoje são bem diferentes dos que formavam o ambiente de nossa infância.

Tudo passa sobre a Terra.

Prof. José Aragão
Sob o pseudônimo de Fausto Agnelo.
Texto publicado no Jornal O Vitoriense, 31 de dezembro de 1939.

O Tempo Voa Especial: Reminiscências natalinas – Por Prof. José Aragão (1999)

José Aragão pag 5Dos natais de minha infância, recordo, enternecido, dispostos em ordem, através do velho Pátio da Matriz, nesse tempo coberto de capim e outros arbustos silvestres: o carrossel, cheio de cadeiras e cavalinhos, movido à mão, ao som de melodias tocadas por uma caixa de música; as barracas de prendas de José Menezes e do José Viana, com cadeiras em torno dos armarinhos onde ficavam os objetos a ser sorteados entre os compradores de bilhetinhos feitos à mão; os bares improvisados, com mesas e cadeiras espalhadas em torno da praça; os botecos onde se vendiam quinquilharias, miudezas e brinquedos infantis; os tabuleiros dispostos em fila com bolos, alfenins e confeitos, tendo ao lado um pote com água fria para os fregueses; os presépios e os pastoris.

A iluminação era feita por bicos de latas de carbureto, pendurados em postes de madeira. Nas barracas e na frente de Matriz, lâmpadas a álcool.

De caibros fincados no chão, sustentando folhas de coqueiro, partiam os cordões de bandeirinhas multicores, feitas de papel de seda, circundando e cruzando toda a área da festa.

Por todos os becos, ruas e travessas convergiam ao pátio levas de matutos que acorriam à cidade para ouvir a Missa do Galo.

Rapazes e moças, em grupos, contornavam a praça, discreteando amável e respeitosamente sobre trivialidades próprias de sua idade, usufruindo o prazer natura de mentes jovens e sonhadoras em melífluos encontros.

As crianças, levadas pelas mãos dos pais, visitavam as várias estâncias de pura e inocente alegria, dispostas no vasto pátio, mais interessadas em ver os presépios e montar num dos cavalinhos do carrossel.

No centro, em coreto improvisado, a Banda Musical executava peças do seu repertório: dobrados, valsas, chorinhos, marchas etc.

Dos presépios, lembro-me do armado pelo sacristão da freguesia, Benjamim Bezerra, numa casinhola situada na esquina da rua Silva Jardim com a chamada “Vila Maria”, residência do vigário.

Pastoril famoso foi o organizado pela professora Amélia Coelho com as suas alunas, meninas-moças das mais destacadas famílias vitorienses, o qual se exibia num palanque armado ao lado direito da Matriz, arrancando aplausos delirantes das torcidas dos cordões azul e encarnado.

E assim, entre os devaneios da juventude, a euforia natural da matutada que vinha à cidade ostentando as vestimentas da festa, e a cordialidade reinante entre as famílias, vivia-se o espírito do Natal em sua essência.

À meia-noite, o sino grande da Matriz tocava badaladas, a princípio, pausadas e, logo, apressadas, anunciando o início da Missa.

No altar em frente à porta central do templo, sobre a calçada, celebrava o sacerdote a Missa do Galo, ouvida com unção religiosa, tendo como ponto alto o canto do Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.

Repetia-se unissonamente a mensagem angélica, anunciando aos pastores o nascimento do Menino-Deus.

Quantas suaves reminiscências desses Natais que vivi, embevecido pela grandeza e sublimidade do sagrado mistério da Encarnação do Filho de Deus, nascendo numa pobre manjedoura para redimir a humanidade, e fascinado pela singela beleza das comemorações ternas e pias desse grande evento! 

Prof. José Aragão
Texto publicado na Gazeta do Agreste,
 Dezembro / 1999.

Seu Lula, o Rei do Baião, em Vitoria de Santo Antão.

Teatro Iracema lotado para a apresentação de Luiz Gonzaga

Se o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, estivesse ainda no mundo dos vivos, estaria hoje (13) completando 100 anos. A contribuição que Seu LULA, através das suas músicas e de seu jeito de ser,  deu para o Brasil, e principalmente para o Nordeste, são incontestáveis.

Para os retirantes da seca que moravam na Região Sul, com sua musicalidade, carregada de simbolismo, ele abrandava à  dor da saudade. Para os nordestino que não embarcaram no pau de arara, seguia resistindo bravamente as dificuldades locais, ele atuava como porta voz desse  povo sofrido junto as autoridades nacionais, cobrando providências.

Em nossa cidade Luiz Gonzaga cantou: “aqui vou deixar meu coração, adeus Vitoria de Santo Antão”.

Certa vez, lá pelo final da década de 1960, Luiz Gonzaga foi contratado por seu Luiz Boaventura, também conhecido na cidade como Seu Lula do Cinema, para fazer uma apresentação no extinto Cinema e Teatro Iracema, Luiz Gonzaga chegou mais cedo para  o espetáculo e foi direto à  casa do contratante.

Como bom sertanejo, bateu palmas na porta. Quando apareceu uma criança (Tércio Andrade).

Disse Luis Gonzaga:

-Seu Lula está?

– Está – disse o pequeno Tércio.

– Então menino, diga a Seu Lula, que o LULA chegou.

Acabou almoçando na casa de seu Luiz Boaventura e mais tarde realizou a programada apresentação no Teatro Iracema.

Luiz Gonzaga e Luiz BoaVentura no Iracema – Foto: Acervo pessoal de Daniel Andrade

Era costume também de Luiz Gonzaga, quando de passagem por Vitória, parar no extinto Posto Esso Pitú, mais conhecido por Posto de Sitonho, para tomar uma “lapada” de cana.

Viva Luis Gonzaga, o nosso, eterno, Rei do Baião.

Os nossos jardins

Foto: Acervo pessoal de Tadeu Prado

Nada concorre mais para o embelezamento de uma cidade do que os jardins públicos, os parques e a arborização.

Emprestam eles ao aspecto monótono das construções cores variadas, formando contrastes interessantes com a aridez das nossas artérias, constituídas, em grande parte, de prédios de arquitetura rudimentar e pobre, sem maior beleza.

O jardim é um oásis artificial em pleno centro urbano, recanto ameno cuja paisagem alegre e poética satisfaz ao espírito cansado do labor quotidiano, valendo como refrigério e lenitivo.

Por isso é que as praças ajardinadas são o ponto preferido pela população, nos momentos de folga, para descanso e passeio.

Temos, apenas, três praças com jardins e canteirinhos: a do Leão Coroado, a Diogo Braga e a Dom Luiz de Brito, mais conhecida como Praça da Matriz. Dessas, apenas o jardim da última apresenta aspecto agradável, muito embora sem flores, que são o mais belo ornamento, não porque não as produza, mas porque são colhidas tão logo desabrocham, o que é para lamentar. O jardim da Praça Leão Coroado, que já oferece aspecto bem interessante, e os canteirinhos da Pracinha do Braga estão em decadência, à míngua de cuidados.

Queremos crer que o ilustre Chefe do Executivo Municipal, tão zeloso do bem público e do progresso da cidade, voltará em breve as suas vistas para esses logradouros e os entregará a mãos zelosas e hábeis, que poderão transformá-los rapidamente.

Não nos falta água para a conservação dos nossos jardins. Faltam jardineiros.

Decerto, não tardarão eles a aparecer por determinação do governo municipal.

José Aragão
Editorial do Jornal O Vitoriense de 02 de Fevereiro de 1946.

O dia em que Vitória aderiu à República

Hoje é um dia histórico para nossa cidade. Hoje, 21 de novembro, está completando 123  anos que Vitória aderiu à República. Revirando meus arquivos encontrei esse fato marcante, ocorrido em nossa cidade no ano de 1889, que os  compartilharei com todos:

A adesão oficial da Cidade da Vitória à República – É bem curiosa e interessante a nossa história.

Rebuscando as arquivos das Repartições públicas se poderia levantar da poeira dos séculos, desses livros de páginas bolorentas e estragadas pela traça, um verdadeiro monumento ao passado honroso de nossa terra.

Ainda não se cuidou seriamente do assunto. É preciso restaurar as fontes históricas antes que elas desapareçam pela ação inclemente do tempo.

Do contrário, jamais poderíamos transmitir às gerações futuras as lições sublimes que nos deixaram os nossos antepassados, as mais belas tradições da terra das Tabocas.

* * *

Encontramos, há pouco, um documento valiosíssimo: a ata da sessão em que a Câmara Municipal de 1889 aderia oficialmente à República.

É de autoria do então Secretário José d`Oliveira Maciel Rego Barros, o fundador do <O Lidador>, que em várias legislaturas exerceu esse cargo.

Preferimos transcrever esse documento na íntegra, para que nada perca no seu sabor. Ei-lo:

Cap. Antônio de Melo Verçosa

“A uma hora da tarde do dia 21 de novembro de 1889, presentes neste Paço o Sr. Presidente (Capm. Melo Verçosa) e os Srs. Vereadores Marcelino José de Almeida Lisbôa, Manoel Lidio Alvares dos Prazeres, José Henrique de Sousa, Herculano de Barros Lima, Cristovão de Holanda Cavalcanti Albuquerque, Manoel José da Costa e Francisco de Gouveia Queirós, havendo número legal, foi aberta a sessão.

Lida a ata da sessão anterior foi a mesma aprovada.

O Sr. Presidente declarou então que havia convocado extraordinariamente esta Câmara, para tomar conhecido de um ofício recebido ontem do Exmo. Snr. Governador do Estado de Pernambuco, cujo ofício ia mandar ler pelo Secretário desta Câmara, para ela resolver se iria ou não aderir ao novo governo deste Estado.

Lido dito ofício foi ele ouvido com religiosa atenção e aplaudido não só pela Câmara como também por todos os cidadões presentes.

A Câmara por unanimidade resolveu aderir ao Governo Republicano, e neste sentido oficiou ao Exmo. Snr. Governador do Estado de Pernambuco.

Ao declarar o Snr. Presidente o ato da Câmara, foram levantados muitos vivas, vivas que foram correspondidos com frenezí e acompanhados pela música ao som da Marselheza.

Foi lido o oficio datado de 21 do corrente mês, do Snr. tenente coronel João de Sá Cavalcanti Lins comunicando haver em data de hoje assumindo o exercício do cargo de Delegado desta Comarca. Ficou a Câmara ciente.

Deliberou a Câmara, digo o Presidente conceder a palavra aos Snr. Vereadores que quisessem, assim como os seus empregados. Então o Sr. tenente coronel Severino Vilarim usando da palavra em um pequeno, porem belo discurso, declarou também associar-se ao prazer e ao jubilo desta Câmara e do povo brasileiro, e em seguida o Snr. Vereador Manoel Lidio Alvares dos Prazeres abundou nas mesmas considerações, assim como o Sr. Queiroz.

Também usaram da palavra os Ilmos. Srs. Dr. Juiz de Direito desta Comarca, o Dr. Antonio da Rocha Holanda Cavalcanti, o tenente-coronel João de Sá Cavalcanti Lins, os quais foram freneticamente aplaudidos, tocando a música ainda a Marselheza.

Estavam presentes a essa sessão as autoridades judiciárias e seus respectivos escrivães, assim como grande número de cidadãos qualificados e a música <14 de agosto>, assim como o Delegado efetivo e seu Escrivão.

E nada mais havendo a tratar foi levantada a sessão, tendo antes o secretário desta Câmara, usado da palavra e patenteado que em seu nome e em nome de seus colegas empregados desta Câmara aderiam ao novo Governo Republicano. E para constar etc.” Seguem-se as assinaturas dos nove Vereadores e de mais cincoeta pessoas presentes.

(REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO, Volume 7º – 1977 – pág. 47 a 49).

Tempo Voa Documento: Um dos maiores times que já existiu em Vitória, o Sport.

Foto: Arquivo Pessoal de Joel Neto

Pilako este é um dos maiores times que já existiu em Vitória o Sport praticamente não disputava campeonatos locais e sim formado pelos melhores jogadores da cidade para enfrentar equipes de fora seu grande presidente foi José da Costa que teve seu nome homenageado pelos desportistas vitorienses colocando seu nome no Campo do Dique que passou a ser chamado Estádio José da Costa, onde hoje se realiza o campeonato amador local.

Alguns jogadores desta foto são conhecidos outros não citarei aqueles que conheço de pé da esquerda para direita o terceiro Fernando de Marron, Miro Caboclo, Gilson Lemos e Ruitá agachados  só conheço o segundo que os amantes do futebol da epoca dizem ser o melhor goleiro que já existiu em Vitória.

Abraços,

Joel Neto

TEMPO VOA DOCUMENTO: FESTA DO LIVRAMENTO – A festa de Nossa Senhora do Livramento é uma das mais queridas tradições do povo vitoriense.

Não temos notícia de sua realização senão a partir de 1912.

Vigário Américo Vasco

Tudo indica que a primeira festa solene foi a da reinauguração da Igreja, a 25 de Agosto de 1912, realizada, segundo as palavras do Relatório do vigário Américo Vasco, já transcrito, com uma festa não acostumada, o que parece indicar que não estava em os hábitos e costumes locais.

A Bandeira foi levantada no dia 18, seguindo-se o setenário, trasladada, em procissão, à tarde, da Matriz de Santo Antão, onde se encontrava desde o desabamento do seu temblo, para a Igreja do Livramento, acompanhada da Bandeira.

Seguiu-se o setenário, com ladainha, pregação e bênção, e os costumeiros festejos populares na praça fronteira à Igreja.

Padre Américo Pita

No domingo 25, dia da festa, foi a igreja reinaugurada oficialmente. Às 10 e 30, o padre Américo Pita, precedido pela Irmandade das Almas e acolitado pelo vigário Américo Vasco e pelo religioso capuchinho Frei Ambrósio, procedeu à benção litúrgica do templo, celebrando, em seguida, Missa solene, com sermão, ao Evangelho, pelo padre Alberto Pequeno. Terminou a cerimônia às 13 horas. À tarde, realizou-se a procissão, e à noite, o encerramento, com muita ordem, entusiasmo e pompa.

Esta foi a primeira festa de N. S. do Livramento.

Desde então, vem ela sendo celebrada, no 2º semestre de cada ano, fixando-se, a sua celebração, há bastante tempo, na segunda quinzena de novembro.

Nos primeiros anos, era costume, algum tempo antes da festa, elegerem-se a o Juiz da Bandeira, o Juiz e a Juiza da festa, e comissões de “Juizes por Eleição”, “Juizes por Devoção”, “Mordomos”, aos quais incumbia dirigir e promover a solenidade.

Cada noite do setenário era confiada a uma classe: Solteiros, Solteiras, Casados, Casadas, Comércio, Artistas, Crianças, e últimamente, aos Motoristas, ao Tiro de Guerra, costume esse que se vem seguindo até os nossos dias. Eram os “noiteiros”.

Tradição que vem de há alguns anos, a rifa de uma novilha, oferecida pela família Trajano, a correr no dia da festa, em benefício da mesma.

Outra tradição, aliás comum, no interior, nas festas religiosas, visando à obtenção de recursos para as despesas, a realização dos chamados “leilões” das prendas, oferecidas pelos devotos.

Entre os festeiros dos primeiros anos cumpre salientar, como mais animados e animadores, mais constantes e diligentes, o farmacêutico Manoel Maria de Holanda Cavalcanti, Antonio Gomes de Farias, José Felipe Santiago, Samuel Fernandes Rosas, José Joviniano de Moura, João Mesquita de Freitas, Honório Alvares dos Paazeres, e mais recentemente, as famílias Trajano, Lemos de Vasconcelos, Severino Francisco Alves, Barnabé dos Santos, Augusto de Siqueira, Cunha Beltrão, entre várias outras.

UM BALUARTE – Deixamos, propositadamente, para o fim, o destaque de uma figura exponencial no que diz respeito à devoção, ao zelo, ao trabalho e à dedicação à Virgem do Livramento.

Referimo-nos a JOSÉ BONIFÁCIO DE HOLANDA CAVALCANTI, vitoriense nato, membro de uma das mais antigas e conceituadas famílias vitorienses, extremado no amor à terra natal e ao bairro do Livramento, onde sempre residiu e pelo qual tudo fez, consagrando a existência, desde os verdes anos, ao serviço da comunidade, seja nas sociedades locais, de todos os gêneros, de que foi estrênuo cooperador; mas principalmente à Igreja do Livramento.

José Bonifácio, sozinho, valia por uma legião.

Muitas vezes arcou ele, quase sem ajuda, com o ônus da realização da tradicional festa de Nossa Senhora do Livramento, promovendo-a, desde os primeiros anos até quando lhe foi possível sair de casa, com o mesmo entusiasmo e animação.

Deu, de si, tudo, o máximo que podia dar, pelas instituições locais e pela Igreja consagrada à Virgem do Livramento, sua protetora e madrinha, a quem dedicou terna e filial afeição.

Festas do Livramento, a maior demonstração pública de fé e de amor a Nossa Senhora em nossa Vitória de Santo Antão, realizadas, quase sem interrupção, há 61 anos, quantas reminiscências e suaves recordações nos evocam elas, todos os anos, sobretudo para os da geração que se vai despedindo do cenário terreno da vida.!…

Tradição tão pura e tão nobre, há de ser mantida pelos vitorienses como preito de filial devoção à Virgem Mãe de Deus, cercando sempre, do maior carinho e atenção, a Igreja de Nossa Senhora do Livramento, um dos polos de nosso desenvolvimento espiritual, como comunidade, monumento erguido pelos nossos antepassados, fruto do amor e da devoção a Maria Santíssima, vãos de eleição divina e de sublimação humana.

Luciano Teles Sobreira
(REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO
VOLUME 5º – 1973 – PÁG 87 A 89)

É uma brasa… mora?

Este artigo é um pequeno tributo que presto á dois amigos. “… vocês meus amigos de fé meus irmãos camaradas…” Moisés e Tadeu.

Decorria a década de 1960, e o Brasil vivia a efervescência da Jovem Guarda. “…belas tardes de domingo…” aquela juventude vitoriense, não poderia ficar de fora da “doce loucura” que nos contagiava.

Botas de salto alto; calça boca de sino; pulseira e anel de alumínio com a figura do calhambeque impresso; cabelos longos e repartidos ao meio; chicle bola; torrone; caramelo de gasosa; drops ducora; mini saia; decotes ousados; perfume de cashemere bouquet no ar; corpete justo ao busto; crush; fratelli vita; grapete; coca cola; cuba libre… matinês; cine iracema… Sr. Luiz Boaventura (proprietário do cinema) – um verdadeiro gentleman -; durang kid; zorro; tarzan; jim das selvas; garrincha: a alegria do povo… eu era um garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones e, ainda não entendia porque os mocinhos nos filmes de faroeste tinham que matar os índios?

Foi nessa época da televisão em preto e branco – telefunken – (coisa rara em Vitória de Santo Antão) que conheci Moisés e Tadeu – dois verdadeiros dinossauros da Praça da Matriz. Jogos de dois toques no coreto da praça; alegres conversas sobre as matinês; sobre os monkey; futebol (praça futebol clube); carnaval… sinto-me um cara privilegiado. Eis aí o verdadeiro sentido da vida: ter amigos verdadeiramente amigos.

Estamos sempre nos encontrando na Praça da Matriz, vez por outra. Moisés, perdeu boa parcela dos cabelos jovemguardianos. Mas, continua o mesmo romântico de sempre. “…quando eu estou aqui, eu sinto esse momento lindo…” Tadeu, sempre inteligente com as palavras, permanece o mesmo. Ou seja, em seu amor filial “…lady laura, me leve prá casa, lady laura. Me conte uma história, lady laura…”.

Bem… agora que fiz revivescer nossas saudades, lembro que em nossos encontros, vocês sempre me perguntam: como vai a vida? Agora, posso lhes responder: a vida… a vida é uma brasa, mora?

Abraços fraternais,

Do seu amigo de fé seu irmão camarada.

Aliomar de Vasconcelos – Professor e Escritor vitoriense.

O Tempo Voa Documento: Foi sempre assim…

Revirando meus arquivos encontrei um “desabafo” de senhor Luis Nascimento em artigo escrito para Revista do Instituto Histórico nas comemorações do centenário da imprensa em nossa cidade (1866 – 1966) que reflete bem o sentimento daqueles que fizeram e faz imprensa em nossa Vitória. Vale a apena ler:

PERCALÇOS E IDEALISMO

A imprensa vitoriense sofreu, desde 1866, todos os percalços, dificuldades e inglórias inerentes à espécie. Viveram seus periodistas, por outro lado, os momentos culminantes da criação do jornal e da enunciação de ideias e programas, junto ao desejo de ser útil a comunidade, de consertar os erros do mundo e apontar os caminhos certos.

Continuaram eles, neste século, a amar e a sofrer, teimosamente, jungidos a um ideal, à missão de informar, de aparecer, de transmitir um pensamento, um verso, uma página literária.

Ultrapassou a casa dos trinta o número de publicações da grande família da imprensa dadas à circulação, de 1866 a 1899, na Vitória de Santo Antão. No cômputo geral dos cem anos hoje completados, subiram a mais de 170, de todos os gêneros, de vida intensa ou efêmera, fazendo surgir jornalista a granel, muitos deles perdendo o título rapidamente, outros altanando-se no conceito da imprensa regional ou nacional.

Esta terra de tantas tradições históricas tem, indubitavelmente, a primasia da imprensa no interior do Estado, uma primasia que honra Pernambuco, do mesmo modo que a imprensa de Pernambuco honra o Brasil.

Luis Nascimento
Originalmente publicado na REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO – VOL. I – 1968.

O Tempo Voa Documento (Especial) – “No Tricentenário de Fundação da Cidade (1926)”

De 1 a 3 de Agosto de 1926, grandes festas foram realizadas nesta cidade em comemoração ao terceiro centenário de sua fundação.

A Comissão Executiva, composta dos snres. José Bonifácio de Holanda Cavalcanti, José Teixeira de Albuquerque, Prof. Antonio Guedes Alcoforado, e João de Lemos, realizara, antes, diversas reuniões nas quais ficara organizado o programa, cuja execução foi fielmente cumprida.

No domingo 1º de Agosto, na Praça 3 de Agosto, às 6 horas, a Banda Musical “Euterpe Vitoriense” tocava Alvorada, queimando-se uma salva de morteiros. À noite, houve retreta e tiveram início os divertimentos populares naquele local.

No dia 2, continuaram essas comemorações, tocando a Banda Musical e realizando o Orfeão Santa Cecília um concerto ao ar livre.

No dia 3, data oficial das comemorações, às 5 horas, os sinos de todas as igrejas locais repicaram festivamente enquanto girândolas fendiam os ares, silavam as locomotivas na estação ferroviária e buzinavam os automóveis, percorrendo as ruas, e a Banda Musical tocava marchas e dobrados, iniciando o programa comemorativo.

Monsenhor Américo Pita
Vigário de Satno Antão – 1925 – 1958

Às 6 horas, na Praça 3 de Agosto, diante do Monumento alusivo ao combate do Monte das Tabocas, era celebrada  Missa em Ação de Graças pelo Padre Américo Pita, Vigário da freguesia, preferindo o sacerdote conterrâneo Padre Estevão Cruz uma oração gratulatória que adiante transcrevemos. Fora, de início, cantado o Hino da Vitória, e, encerrando a solenidade, foi executado o Hino Nacional, queimando-se então uma salva de morteiros.

No altar, viam-se desfraldadas as Bandeiras do Brasil e de Portugal. Cerca de quatro mil pessoas assistiram a esse grandioso espetáculo cívico-religioso, reverenciando a memória de quantos, nos trezentos anos decorridos da fundação da cidade pelo português Diogo Braga, haviam trabalhado para seu desenvolvimento e progresso.

Às 9 e 30, pelo trem do horário, chegavam do Recife a Comissão representativa do Instituto Arqueológico Pernambucano composta dos dres. Samuel Campelo e Carlos Pereira da Costa, jornalistas representando os matutinos do Capital, a Banda Musical do 2º Corpo de polícia, diversas pessoas gradas e vitorienses radicados no Recife, sendo festivamente recebidos.

Às II horas, na Praça Diogo Braga, teve lugar o encerramento, no Monumento ali erguido ao Fundador da cidade, da urna contendo documentos, jornais, moedas e cópia da Ata respectiva, a qual foi assinada pelas autoridades locais e representações da Capital.

Às I4 horas, realizou-se no Paço Municipal a solene sessão magna comemorativa, presentes as escolas, as Bandas Musicais, comissões representativas das sociedades locais e da Capital e as autoridades.

Ocuparam a Mesa o Prefeito do Município, dr. José Horácio Carneiro Leão, o Juiz de Direito da Comarca, dr. Felinto Ferreira de Albuquerque, o Padre Américo Pita, Vigário da freguesia, o Presidente do Conselho Municipal, Cel. Antonio de Melo Verçosa, os representantes do Instituto Arqueológico e o Padre Felix Barreto, Diretor do Ginásio do Recife e vitoriense de coração e de formação.

Abrindo os trabalhos, o Prefeito convidou ao Dr. Juiz de Direito para, na qualidade de representante do Dr. Governador do Estado, assumir a presidência, tendo o mesmo aquiescido e, depois de ressaltar a grande significação do fato que se comemorava, dado a palavra ao Orador oficial, dr. Samuel Campêlo.

Na sua oração, o dr. Samuel Campêlo recordou os dias que passara nesta cidade como Promotor público, a sua atividade na imprensa local, os laços de admiração e de afeto que o prediam aos vitorienses e, repassando os principais acontecimentos da história local nos três séculos decorridos, exaltou a terra vitoriense e o seu povo, as suas tradições cívicas, numa Saudação final a Vitória. Suas palavras foram delirantemente aplaudidas, sendo em seguida encerrada a sessão.

Manoel de Holanda Cavalcanti (oficial do Registro Civil)

Logo após, as escolas públicas, puxadas e seguidas pelas Bandas Musicais e por compacta multidão, realizaram um desfile pelas ruas centrais em direção a Praça Diogo Braga. Ali chegando, usou da palavra o Sr. Manuel de Holanda Cavalcanti em nome da Comissão Executiva das Festas, entregando à cidade, na pessoa do sr. Prefeito, o Monumento comemorativo ali erguido, no cimo do qual figura o busto de Diogo Braga, obra executada pelo escultor Bibiano Silva. Usaram da palavra o Padre Felix Barreto, em nome do Prefeito e do dr. Carlos Pereira da Costa, em nome do Instituto Arqueológico, tendo todos os oradores palavras de exaltação à história vitoriense.

Antigo Curral da Municipalidade, localizava-se onde hoje se vê a Praça 3 de Agosto. Nela se realizava a feira de gado – década de 1920.

Na antiga Praça Ambrosio Machado, chamada vulgarmente “Pateo dos Currais” porque nela se realizavam as feiras de gado, para o qual havia um curral na área atualmente ocupada pelas casas de números 63 e 79 e seus terrenos, foram inauguradas placas com a nova denominação de “Praça 3 de Agosto”, homenageando a data aniversária da Batalha das Tabocas, cujo Monumento ali se encontra, e que dessa data em diante passou a ser considerado também o “Dia da Cidade”.

Nessa oportunidade usaram da palavra o poeta e jornalista vitoriense José Teixeira de Albuquerque e a senhorinha Marieta de Oliveira.

À noite, continuaram os festejos populares, tocando as duas Bandas Musicais e o Orfeão Santa Cecília, êste composto de 24 figuras sob a regência do Prof. José Mendonça, executando ao piano, e em bandolins, violinos e flautas, peças clássicas.

Circularam em edição especial consagrada ao município da Vitória a “Revista dos Municípios” e “O Lidador”, velho hebdomadário local.

No salão principal do Paço Municipal, realizou-se animando baile em homenagem à data, o qual se prolongou até alta madrugada.

O monumento comemorativo mede cerca de três metros de altura e contém a seguinte inscrição: 1626 – 1926 – Homenagem ao Fundador da Cidade da Victória por iniciativa das Associações delegadas, sendo o Prefeito do Município o Dr. José Horacio C. Leão, o Vigário da Freguesia o Revmo. Pe. Américo Pita – Comissão: José Bonifácio, Guedes Alcoforado, Teixeira de Albuquerque, José Alexandre de Barros, João de Lemos. 3 – 8 – 1926 – BRAGA – (O FUNDADOR).

Texto publicado originalmente em 1968 na REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO – VOL. IV – PAG 45