Convento de Nossa Senhora do Carmo – por historia_em_retalhos.

Este é o Convento de Nossa Senhora do Carmo, ao lado da basílica de mesmo nome, no Recife.

Poucos sabem, mas este local guarda uma curiosidade importantíssima para a história da medicina brasileira.

Registros apontam que foi exatamente aí, em 1817, que José Correia Picanço, o Barão de Goiana, realizou a primeira operação cesariana do Brasil, em uma paciente negra, escrava e que sobreviveu.

Inexplicavelmente, este importante marco pioneiro é pouco difundido, havendo quem defenda que “oficialmente” a primeira cesárea só teria acontecido em 1855, no RJ, desconsiderando o grande feito de Picanço, 38 anos antes.

Logo após a Revolução de 1817, o tirano Governador Luiz do Rego criou, de fato, um Hospital Militar no Convento do Carmo, no pavimento térreo e no primeiro andar do lado norte da edificação (foto).

Pernambucano, de Goiana, Correia Picanço fundou as primeiras escolas de medicina do Brasil, na Bahia e no Rio de Janeiro, sendo considerado o Patrono da Obstetrícia Nacional.

Mais uma preciosidade do Centro do Recife desconhecida por muitos!

Um bom feriado a todos!
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5ª Festa da Saudade – Orquestra Super Oara – 20 de agosto.

Interrompida  a sequência por conta da pandemia, a 5ª Festa da Saudade, finalmente, acontecerá no próximo dia 20 de agosto no Clube Abanadores “O Leão”. O evento seguirá o mesmo formato das edições anteriores, ou seja: uma festa voltada ao público “maduro”, mas com a animação de sempre!

Abrindo a festa, no sentido musical,  teremos  pela primeira vez o cantor “Victor Lins” com sua banda completa, empinando os sucessos musicais dos anos 80. Já consagrado nos palcos Victor Lins, na atualidade,  é uma das representações artísticas da nossa cidade mais expressivas, isto é: agrada a gregos e troianos….

A internacional Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos – Super Oara –  na estrada há mais de 60 anos, é  a garantia de uma noite dançante memorável. Liderada pelo eclético Elaque Amaral –  que “respira música” desde criança e é um  profundo conhecedor do gosto musical das mais diversas plateias –  podemos dizer que o mesmo  tem um  “caso de amor público”  com a nossa cidade – Vitória de Santo Antão.

Portanto, o dia 20 de agosto já foi marcado para o reencontro tão esperado com a  alegria, na  5ª Festa da Saudade. Esperamos todos vocês!!

Serviço:

Evento: 5ª Festa da Saudade.

Local: Clube Abanadores “O Leão”. 

Atrações Musicais: a partir das 22h, Victor Lins e Banda – o melhor dos anos 80 – Orquestra Super Oara e Elaque Amaral.

Mesas para 4 pessoas ($390) – camarotes para 8 pessoas (600) –

Reservas de mesas e camarotes com Pilako – 9.9192.5094.

Livro Asas Para Vitória de Santo Antão – a história do Aero Clube da Vitória – continua à venda!

Fruto de uma aprofundada pesquisa histórica, realizada pelo presidente do Instituto Histórico da Vitória, professor Pedro Ferrer, o Livro Asas Para Vitória de Santo Antão tem recebido os merecidos elogios. Recheado com fotos e documentos, o conteúdo, de maneira cronológica, narra o passo a passo rumo à materialização e sucesso, daquilo que que ficou catalogado na nossa história como um dos sonhos mais ousados dos antoenses, ou seja: a concretização do Aeroclube da Vitória – vale a pena ler……

O livro custa $70 e pode ser adquirido através do contato (81) 9.8880.1744. 

Nova safra de prefeitos: “Prefeitos da Esperança”……

Em processo de retomada, por conta da pandemia,  a vida parece que começou a entrar no seu curso de antes. Incomum, a partir de março de 2020, vivenciamos um evento totalmente estranho aos atuais moradores do planeta terra. Tempos de muito sofrimento com  perdas de toda ordem ,   mas também de amadurecimento coletivo e pessoal. Ainda no curso do processo, podemos  dizer que aprendemos e continuamos aprendendo bastante.

Com efeito, já que estamos adentrando num novo processo político/eleitoral, as eleições municipais de 2020 foram severamente impactadas pelo ineditismo do momento. Campanhas, projetos e discursos foram obrigados a serem   reconfigurados para um eleitorado assustado e,  indiscutivelmente,  mais inseguro, sobretudo com o futuro. Nesse contexto, entre reeleitos e novos gestores, surgiu uma nova safra de prefeitos. Algo que poderíamos chamar de “prefeitos da esperança”.

Sentados na cadeira e com a caneta cheia de tinta, chegou a hora de “salvar” as pessoas do maior flagelo da humanidade. Essa foi a obra mais desejada pelo eleitorado de todas as idades, níveis  sociais, escolaridade e renda.  Lembremos   que a primeira vacina contra a COVID-19  aplicada no Brasil ocorreu  justamente no dia 17 de janeiro de 2021, bem no inicio do ciclo dos novos gestores municipais. O prefeito que razoavelmente  atuou no sentido da viabilização do processo vacinal,  “ganhou” o ano de 2021 e se deu bem, assim atestaram todas as pesquisas de opinião pública.  Na Vitória de Santo Antão, não foi diferente.

Faltando menos de 6 meses para chegar ao meio do mandato do prefeito Paulo Roberto, não obstante pontuais intervenções administrativa já realizadas, ao que parece, a população começou demonstrar alguma inquietação, já que  a sua “vitória nas urnas” – com “M” de maiúscula – foi adornada com uma expressiva dose de insatisfação ao gestor de então – Aglailson Junior.

De maneira velada, já paira certa dúvida na cabeça do eleitorado antonense:  será que as coisas só irão funcionar mesmo  às vésperas das eleições, tal qual nas gestões imediatamente anteriores?

Eis aí, uma pergunta que só quem poderá responder é o próprio prefeito Paulo Roberto…..

Essa semana, duas assinaturas de “ordem de serviço” foram alardeadas pela atual gestão municipal. Uma intervenção na rua entre as duas praças (Restauração e 3 de Agosto) no bairro do Livramento e a outra no Centro Comercial – Praça Duque de Caxias. Mais adiante, noutra ocasião, postarei minhas impressões sobre esses dois projetos.

Nossa cidade não é uma ilha. As novas tecnologias, no sentido da participação popular, atinentes aos serviços públicos, ações e até no tocante ao desempenho pessoal dos políticos –  elogios e cobranças –, indiscutivelmente,  tornou-se algo central para as relações humanas, sobretudo para os que desejam e necessitam se comunicar com as massas.

Assim sendo, mesmo a contragosto da maioria dos políticos,  a população precisa e deve se manifestar nas mais diversas formas de linguagem, claro, de maneira respeitosa e civilizada para expressar seus múltiplos sentimentos. A forma de gerir as cidades, nesse contexto, também vem ganhando nova formatação. Portanto, independente de qualquer coisa, precisamos ficar atentos!

Tomada da Bastilha – por historia_em_retalhos.

14 de julho de 1789, data da Tomada da Bastilha, evento central da Revolução Francesa.

Esta data marca, também, o início da Idade Contemporânea, que se mantém até os dias atuais.

Hoje, peço licença para compartilhar uma reflexão do professor José Soares Filho, profundo estudioso do tema:

“A Revolução Francesa, inspirada nos ideais do Iluminismo, foi tão abrangente, que compreendeu quatro distintas revoluções. Uma, a revolução BURGUESA: a burguesia era uma categoria social esclarecida, visto que portadora de razoável instrução. Outra, a revolução OPERÁRIA, que congregava a massa de trabalhadores urbanos, sem instrução, a qual viria a tornar-se uma grande força na República Jacobina. Outra, a revolução CAMPONESA, cujos integrantes eram analfabetos, mas nem por isso menos importantes. Outra, a revolução FEMININA, caracterizada pela participação de mulheres, fato esse que pode ser considerado o despontar do movimento feminista.” (Diário de Pernambuco, 14.07.2020).

Precursora da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), a Revolução Francesa reverberou fortemente no mundo ocidental.

Na América Latina, inspirou o processo de libertação e unificação da América espanhola, sob a liderança de Simon Bolívar.

No Brasil, eu destacaria a sua marcante influência na Revolução Pernambucana de 1817, a qual teve acesso aos pensamentos iluministas, sobretudo, por meio do Seminário de Olinda, principal foco irradiador das ideias trazidas da Europa.

Liberté, égalité, fraternité!

Vive la France! 🇫🇷

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A briga entre Lula e Bolsonaro aquece a economia informal……

Por volta do “meio-dia” de ontem (12) estacionei o meu carro na Rua Capitão Antônio Melo Verçosa, nas imediações da Caixa Econômica Federal, para uma rápida demanda. De passagem, observei um camelô,  desses modernos, que faz do seu automóvel sua própria banca para negociar expondo toalhas e outras mercadorias.

Como quem queria comprar um dos seus produtos, aproximei-me e perguntei quanto custava as toalhas – estampada com a figura dos presidenciáveis Lula e Bolsonaro. Responde-me ele, de maneira rápida: “custa $30, mas para o senhor faço $25”. Ao que acrescentei:  a de Lula ou a de Bolsonaro? Com mesma rapidez, disse ele: “qualquer uma das duas é o mesmo preço”.

Possivelmente alheio a toda movimentação de alguns  partidos políticas, ocorrida ontem (12), em Brasília, junto às instituições democráticas, por conta das eternas brigas e históricos de violência e até mortes envolvendo os seguidores das duas facções políticas, o vendedor, em vídeo,  fez um resumo do extrato das vendas das toalhas, inclusive por cidade e região. Veja o vídeo.

André Carvalho: informações de Brasília…

Da capital federal, Brasília, o vereador antonense  André Carvalho nos enviou informações que ,a seu juízo, considerou-as  alvissareira. Do presidente estadual do seu partido (PDT), deputado federal Wolney Queiroz, recebeu o acolhimento político compatível com a sua estatura,  ou seja: o vereador mais votado pela agremiação em todo província.

No que se refere às costuras e tratativas,  atinentes à campanha eleitoral que se descortina,  em que  o referido vereador – André Carvalho – concorrerá a uma vaga na ALEPE, confidencio-nos  o parlamentar que do Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, recebeu a sinalização necessária,   no tocante à estrutura de campanha na buscar do tão sonhado mandato de deputado estadual.

Para concluir, o vereador André Carvalho adiantou que até o final do mês em curso espera produzir evento festivo para ratificar seu nome na disputa,  contando, inclusive, com diversas lideranças estaduais e nacionais do seu partido.

Doutor Saulo lança sua pré-candidatura a deputado estadual…

Atualmente filiado ao partido Patriotas (51),  em vídeo recente, o vereador Doutor Saulo lançou sua pré-candidatura ao cargo de deputado estadual por Pernambuco. Na ocasião, conclamou os internautas à construção de uma corrente em torno do seu mais novo desafio político/eleitoral.

Amigos dos amigos, Saulo, no xadrez antonense, é um político que dialoga em 360 graus. Tem trânsito em todos os grupos. Nesse contexto, sua candidatura tem espaço para avançar em todos os extratos sociais. Nas cidades circunvizinhas,  o mesmo, na qualidade de médico, tem serviço prestado e um continuo contato com pessoas.  Ao amigo Saulo Albuquerque desejamos sucesso eleitoral em 2022.

Veja o vídeo:

Convento de Nossa Senhora do Monte – por Marcus Prado.

MEUS CAROS AMIGOS DOM FERNANDO SABURIDO e Irmã Verônica, na abadia do convento de Nossa Senhora do Monte. Antes das orações e do Canto Gregoriano, o mais legitimo que se ouve em Olinda. Estou, como ouvinte e devoto dessa liturgia.

Construída originalmente por ordem de Duarte Coelho, em 1535, a Igreja de Nossa Senhora do Monte é a mais antiga edificação religiosa de Olinda. O interior é rústico, composto apenas de um simples altar-mor . Fotografei.

Marcus Prado – jornalista. 

A morte de Moa do Katendê – por historia_em_retalhos.

Não é de hoje que crimes letais ocasionados por intolerância política acontecem no Brasil.

Na madrugada de 08 outubro de 2018, o mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, o Moa do Katendê, foi assassinado por Paulo Sérgio Ferreira, após declarar a sua preferência política para o segundo turno das eleições presidenciais que aconteceriam naquele ano.

Moa do Katendê estava em um bar no bairro do Engenho Velho da Federação, periferia de Salvador, quando discutiu com outro homem sobre aquele pleito presidencial.

Após a discussão, o autor do crime saiu do bar onde estavam, foi até a casa em que morava, voltou ao estabelecimento e atacou o mestre de capoeira com 12 facadas pelas costas.

Moa morreu no local.

Após o seu falecimento, foi produzido o documentário “Quem vai quebrar a máquina do mal?”, sob direção de Carlos Pronzato.

Crimes dessa natureza são os sinais mais evidentes de uma sociedade despreparada para a democracia e doente.
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Pessoas se matando e os políticos rindo de tudo isso……….

O evento trágico que ganhou volumoso  espaço nos noticiários do Brasil inteiro e invadiu as redes sócias,  relacionado ao assassinato do guarda municipal Marcelo Aloizio, na festa de comemoração dos seus 50 anos de vida, aconteceu em Foz de Iguaçu, no estado do Paraná, mas poderia ter ocorrido na sua cidade, seu bairro ou mesmo na sua rua. O clima que estamos vivenciando de um tempo para cá e acentuando-se à medida que o pleito presidencial  vai se aproximando, se configura na “tempestade perfeita” para essa guerra insana.

Políticos, de maneira geral, adoram ver pessoas de boa fé brigando e defendendo suas ideias, quase sempre mentirosas.  Os seguidores, coitados, muita vezes nem se dão conta que são catalogados pelos seus respectivos manipuladores como uma espécie de  “jumentos motivados”. Nessa relação de dependência  patológica,  por assim dizer, inexiste razão, apenas paixão doentia. É um verdadeiro delírio do nada ou mesmo uma robusto miolo de pote.

Na qualidade de cidadãos conscientes, muitas vezes,  somos implacáveis na busca pelo nossos direitos. Isso ocorre na relação comercial, pelo direito de ir e vir e etc, mas em relação aos políticos, via de regra,  acabamos colocando-os  num patamar “sebastianista”, ou seja: achamos que eles estão muito acima de nós…

Instigar e alardear o ódio – quase sempre – é uma especialidade de todos os políticos. Faz parte da trama, do jogo e da condução. Vale observar, também,  que quase sempre os políticos estão no  poder porque a maioria do eleitorado  rejeitou o seu principal adversário e não, propriamente, pelos seus  respectivos predicados. É por essas e outras  que a cena política é recheada de desilusões, traições  e decepções….

Ao final dessas despretensiosas linhas, motivadas pelas cenas que mais parecem retiradas de um filme de terror, vindas lá do Paraná,  ratifico que os políticos respeitam e procuram escutar mais os que lhes rejeitam do que os que lhe acompanham  cegamente….

Políticos, na qualidade de gente e gestor (com raríssimas exceções)  não merecem tanto….. São figuras que ocupam espaços terráqueos privilegiados, mas –  se tudo for como está escrito –   não irão desfrutar do sono eterno, na derradeira morada, ao lado do pai eterno….

Livro Asas Para Vitória de Santo Antão – a história do Aero Clube da Vitória – continua à venda!

Fruto de uma aprofundada pesquisa histórica, realizada pelo presidente do Instituto Histórico da Vitória, professor Pedro Ferrer, o Livro Asas Para Vitória de Santo Antão tem recebido os merecidos elogios. Recheado com fotos e documentos, o conteúdo, de maneira cronológica, narra o passo a passo rumo  materialização e sucesso, daquilo que que ficou catalogado na nossa história como um dos sonhos mais ousados dos antoenses, ou seja: a concretização do Aeroclube da Vitória – vale a pena ler……

O livro custa $70 e pode ser adquirido através do contato (81) 9.8880.1744. 

Em defesa do Patrimônio histórico: casos de destombamentos – por Marcus Prado.

Não é a primeira vez que chega ao Brasil uma comissão da UNESCO para fiscalizar, mediante denúncias, como foi o caso de Ouro Preto, e mais recentemente na Serra Negra, em Minas Gerais. Que o Brasil teve o risco de passar por essa vergonha diante da repercussão internacional, com reflexos de imediato no campo do Turismo. Não é por acaso que somos um dos países mais visitados, na América do Sul, por comissões fiscalizadoras da UNESCO. A entidade, com sede em Paris, se propõe a promover a identificação, a proteção e a preservação do patrimônio cultural e natural de todo o mundo, considerado especialmente valioso para a humanidade. O resultado da avaliação, no caso mineiro, que está sendo feita por especialistas de renome internacional, pode levar a Serra do Curral a perder o reconhecimento de Patrimônio da Humanidade da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Depois da análise técnica, os especialistas irão anunciar se vão manter o pedido de intervenção protocolado no Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), instituição que assessora a Unesco.

Em nível de Pernambuco, saindo da esfera da UNESCO, (sem deixar de reconhecer a rica pluralidade cultural de nosso estado), sou levado a fazer uma confissão: se depender do meu voto, o primeiro patrimônio local a ser destombado, entre outros da capital e do Interior, seria o prédio onde funcionou, durante mais de um século, o jornal mais antigo em circulação em nosso idioma: o DIARIO DE PERNAMBUCO. Opinaria pela pena máxima, embora constrangido, posto que fui autor do parecer de tombamento desse edifício, um documento com mais de 100 páginas, aprovado à unanimidade pelo colegiado presidido por Marcia Souto e Aramis Macêdo. (Restou a sensação de tempo perdido, atado por fortes laços de lembranças e reconhecimento: trabalhei nesse prédio durante cerca de três décadas, como redator literário (*). O estado, dono desse edifício, adquirido por desapropriação há 17 anos, nada fez ao longo dos anos, até hoje, para preservá-lo como monumento arquitetônico de rigorosa preservação. Tornou-se exemplo inqualificável de abandono do patrimônio histórico, a autoridade não agilizou procedimentos recomendados no ato de homologação governamental.

Um dos prédios mais importantes do bairro recifense de Santo Antônio, acha-se em estado de ruinas, cada dia cai um pedaço das paredes e do teto, colocando em risco os que passam pela calçada; à noite é invadido por pessoas sem teto e usuários de drogas, durante o dia vira latrina a céu aberto. Há dois anos, quase foi por inteiro atingido por um incêndio. A praça (o entorno do prédio) é usada como banheiro por pessoas que vivem no local (Nada diferente da Rua das Flores, para lembrar outra vergonha do caso Painel de Brennand). Não houve sequer o interesse de colocar no ambiente um tapume de proteção.

Temos no Brasil um dos melhores conjuntos de leis, regulamentos, diretrizes entre as nações signatárias de Cartas de Preservação, um dos melhores organismos, teoricamente, que eu saiba, de proteção do patrimônio histórico, um referencial, sem nada dever em nível internacional, como é o caso do IPHAN, a partir do ideário de Rodrigo Melo Franco de Andrade e do legado dos pernambucanos Aloisio Magalhães e Airton Carvalho. Eles, que tanto fizeram para a construção do Sistema Nacional do Patrimônio Cultural (SNPC), para o qual muito contribuiu o escritor Gilberto Freyre. Eu lembraria, como subsídio, as pesquisas acadêmicas que têm se multiplicado em qualidade, certas teses recentes dedicadas à preservação do entorno do bem tombado, exigência tão importante e tão negligenciada. A preservação do entorno, que deixou de ser cumprido no tombamento do prédio do DIÁRIO, é atualmente um dos itens mais importantes nos debates internacionais. Mas, tudo ou quase tudo, na esfera governamental, o que foi dito acima sobre os ordenamentos do patrimônio, dá a impressão que fica só no papel, fenômeno não só do Recife, fato já por tantas vezes ressaltado pelas mídias da capital.

No caso da Serra Negra, em Minas Gerais, foi ignorado que o trabalho não termina com o tombamento – na realidade apenas começa. Tanto do ponto de vista do Poligonal de tombamento: área claramente delimitada com o objetivo de preservar a paisagem urbana perceptível e diretamente relacionada com a motivação do tombamento, quanto do Poligonal de entorno: área claramente definida com o objetivo de resguardar a ambiência do bem tombado e garantir a qualidade urbana necessária para sua fruição: Tudo isso estava sendo frontalmente ignorado. Houve omissões, ausência de regras não efetivas, descontinuidades na salvaguarda do bem tombado, invasões, fragilidades na proteção, tal como vem ocorrendo, há décadas, em Olinda, com o secular Horto Del-Rey, visto no passado como a maior área verde urbana do Brasil.

(*) Em Marcel Proust houve um tempo perdido, mas foi depois recuperado como necessário para dar sentido à vida. Resta apelar para que o tempo imite a arte.

Marcus Prado. Jornalista

5ª Festa da Saudade – na próxima semana iniciaremos as vendas das mesas e camarotes!!!

Já programada para o próximo dia 20 de agosto, a 5ª edição da Festa da Saudade contará mais uma vez com show da vibrante Orquestra Super Oara. O evento ocorrerá no Clube Abanadores “O Leão”,  com inicio a partir das 22h.

Com público cativo, o encontro dançante se configura numa das noites mais esperadas pela boemia antonense. Assim sendo, na próxima semana estaremos anunciando mais  informações e iniciando, efetivamente, as vendas/reservas de mesa e camarotes.

CONVITE: o vereador Doutor Saulo convida pela Audiência Pública…

Registramos o convite enviado pelo vereador Doutor Saulo, para Audiência Pública que acontecerá no próximo dia 13, às 9h, no plenário da Câmara de Vereadores da Vitória. O encontro, além de comemorar a passagem dos  32 anos do Estatuto da Criança e Adolescente debatera às atribuições do Conselho Tutelar e Conselho de Direito. Desde já, agradecemos pela lembrança.

João Álvares: os 400 anos tá chegando…..

Dias atrás, nas dependências do Museu do Instituto Histórico e Geográfico da Vitória, bati um papo com o sempre atualizado João Álvares. “Seu” João é dessas pessoas que se alimenta diariamente da boa leitura.

Sintonizado com os fatos marcantes da historiografia local, vale destacar, o mesmo atuou  de maneira sublinhada no palco da vida real antonense, sobretudo a partir da segunda metade do século XX. Com extrema devoção, “Seu” João também labutou,  por décadas,  na imprensa local.

Próximo de completar 400 anos de fundação, o nosso lugar se configura num pedaço da história do Brasil. Nesse contexto,   “Seu” João  é um entusiasta de  primeira hora para que a cidade, irmanada com os poderes constituídos e a sociedade civil organizada, confeccione e execute uma grande celebração festiva, a partir de 2026. Assim sendo, comecemos a contagem regressiva……faltam 3 anos e meio…….

Edson e Rhuan – dois heróis deles mesmo!!!

No último domingo – 03 de julho de 2022 – dois corredores de rua  do grupo ao qual também faço parte – Vapor da Vitória – escreveram, juntos,  uma história bonita que merece ser contada a todos, sobretudos aos respectivos  filhos e netos.  Em dupla, concluíram um trajeto de 100km. Cada qual, percorreu 50km. A façanha ocorreu no evento intitulado de  “Ultramaratona do Frio” – etapa 2022 – Caruaru/Garanhuns.

Aos, agora, ultramaratonistas Edson e Rhuan nossos efusivos parabéns. Se aventurar em uma prova longa, que exigirá um esforço nunca antes conseguido,  é algo digno de todos os elogios. Além do ato em si – cruzar a alinha da chegada de pé – o feito exige muita determinação pessoal, disciplina mental e  treino físico constante (com bastante antecedência). Ninguém na face da terra, do nada, se levanta um dia da cama e diz: “hoje eu vou correr uma maratona….” e  consegue…..

Para tanto, vale salientar: planejar,  se preparar e conseguir  efetivar a façanha, convenhamos, é algo que só pertence aos verdadeiramente  determinados…

Portanto, aos heróis deles mesmos, Edson e Rhuan, mais uma vez, Parabéns!!!

Veja o vídeo da emocionante chegada….

https://youtube.com/shorts/02YU3NlTEDg?feature=share

Lembranças do Cofre da Casa Krause – por Marcus Prado.

LEMBRO-ME DE UMA LOJA QUE que deixou para sempre de ser, suas portas há anos fechadas: a M. L. Krause & Cia Joalharia Krause, na Rua Primeiro de Março, Esquina da Rua do Imperador – fundada em 1914. Dela já se ocuparam Paulo Fernando Craveiro, o cronista da cidade mais famoso do seu tempo e o saudoso Rostand Paraiso. Não é da loja e do seu prédio imponente de secular tradição, um marco da arquitetura pernambucana, que deveria ser tombado, que desejo comentar neste artigo. É do seu cofre cheio de joias preciosas de ouro e prata sob a responsabilidade do Luiz Alves Ferreira, gerente da loja, pai do maestro e compositor Nelson Ferreira.

FERVILHAVA DE NOVIDADES vindas das filiais do Rio de Janeiro, Pará e Maranhão, dos países de maior fama e tradição no ramo de joias, principalmente da França e da Alemanha. Era a preferida pela chamada “fina flor” das famílias abastadas recifenses. Por tradição, saído da Krause, o que era ouro, de verdade o seria para sempre. Daí a fama da marca fundada por um caixeiro viajante.

ERA VISITADA POR MUITA gente famosa: usineiros, políticos, senhores e senhoras de engenho, damas nascidas em berço de ouro. Um dos seus clientes famosos era o político paraibano Joao Pessoa. Poucas horas antes de ser assassinado, no Recife, havia marcado encontro na Krause com o amigo, usineiro Caio de Lima Cavalcanti. O visitante comprara uma joia de grife famosa para a filha que morava no Rio de Janeiro.

Roberto Burle Marx era um deles. O filho da pernambucana Cecília Burle, na sua fase de design de joias, quando mostrava, no Recife, ainda jovem, o que desenhava com exclusividade para H. Stein, o mesmo H. Stein que, vindo da Alemanha, fugindo da Guerra, iniciara os seus negócios com as joias feitas pelo também paisagista, que se tornaria o mais importante do século em que viveu. Foi uma dessas joias presenteada pelo governo do Rio de Janeiro à Rainha Elizabeth II, quando de sua passagem pelo Brasil. Nos leilões de arte, as joias de Burle Marx eram disputadas.

O COFRE DA KRAUSE, de fabricação alemã, era o mais antigo e confiável da cidade. O seu peso foi estimado em 2,5 toneladas. O segredo, só ao velho gerente da loja pertencia. Eu sabia, vendo o cofre-museu de perto, que tinha a capacidade de guardar dentro dele vários outros cofrinhos familiares, protegidos em caixas de cedro, (ainda ouço as modinhas vienenses que deles saia, quando abríamos sua tampa de veludo), onde se via antigas cartas de amores desfeitos; outras cartas, sem nome, de despedida do jovem pracinha da FEB com destino à Itália; um vestido de noiva, véus e grinaldas nunca usados; secretas cartas seladas de um jovem padre a uma freira de convento, nada parecidas com as cartas do padre e gênio Pierre Teilhard de Chardin a Leontine Zanta; um pequeno e delicado estojo francês de retoque de maquiagem, para uso quando as palavras nada mais soassem, quando o relógio de parede não mais desse as horas na vastidão do tempo, quando os sonhos fossem quimeras a favor dos ventos, quando o espelho sem folego perdesse o seu reflexo.

VI NESSE COFRE lindas fotos do sol aceso no auge do verão, nos canaviais do engenho Cachoeirinha, de dona Flora de Oliveira Lima, ela que foi casada com o escritor e diplomata Manuel de Oliveira Lima; um exemplar da Odisseia, de Homero, “pai fundador” da literatura e do cânone ocidental, onde em sucessivas passagens o Ouro figura com predominância, ao lado de armas de ferro, diversos tipos de elmos provenientes do Bronze caracterizado pela presença de um suporte metálico, feito de Ouro.

Comoveu-me o gesto simbólico de quem teria deixado sob a guarda do Cofre da Casa Krause esse outro emblemático Ouro, que dura para sempre, não muda de cor com a passagem dos séculos. O que tinha memória, o que tinha esquecimento havia no cofre da Casa Krause. Não exagero ao dizer que vi caixas de perfumes, espelhos, leques e pentes para a festa em louvor à deusa Iemanjá; uma bola de cristal, das que auguravam aventuras e desventuras do amor; fiquei sabendo que, dentro do cofre, havia cipós de madeira, do tipo certo para confecção de banguês, como se nossos engenhos de açúcar não fossem todos de fogo morto; desconfio que, para aprender a amar o mistério, alguém deixou no cofre da Casa Krause, dentro de uma caixa foliada a ouro, um cadeado de prata, fechado, … sem a sua chave; pelo rastro do cheiro que inspirava, havia uma cumbuca cheia de receitas de bolos de leite, torta de chocolate, torta de gelatina que derrete na boca; bolo da cueca virada; bolo de macaxeira ralada; bolo cremoso de coco;

TUDO ISSO, GUARDADO EM SEGREDO, como se fez em caixas herméticas no obelisco de Luxor por doação do Vice-rei do Egito, Mehmet Alçi ao rei da França, Carlos X, hoje instalado na Praça da Concórdia, em Paris; como se fez na abóbada da Catedral de Santa Maria de Toledo. E, para não ir longe, como se fez no obelisco da praça da Matriz, em Vitória de Santo Antão, para assinalar a passagem do século 19: no seu interior foi depositado, entre outros objetos históricos, um exemplar do livro O Delírio do Nada, da escritora vitoriense Martha de Holanda, a primeira poeta e intelectual existencialista, muito antes de Simone de Beauvoir. Cofres antigos, há sempre segredos guardados neles, dependendo das mãos macias que guardam a sua chave.

Marcus Prado – jornalista