ABORTO, OPINIÃO E PODER – por Sosígenes Bittencourt.

É função de quem LÊ e ESCREVE, sobretudo quando publica o que escreve, facilitar, pedagogicamente, para a compreensão do LEITOR.

Por exemplo, o ABORTO é matéria que pode, evidentemente, ouvir a opinião do Presidente da República, mas não é matéria a ser decidida pelo Presidente da República.

Quando o Supremo Tribunal Federal decide pelo aborto em fetos ANENCÉFALOS (sem cérebro) estão no uso de suas atribuições e não estão acatando nem rejeitando a opinião do Presidente da República.

O que o povo quer é que o Representante do Executivo mande no LEGISLATIVO e no JUDICIÁRIO, o que caracterizaria um rompimento com a INTERDEPENDÊNCIA de poderes e recrudesceria os anseios ditatoriais do governante. Quer dizer, o povo pode optar pelo candidato que é a FAVOR, ou CONTRA o aborto, mas não pode querer que seja matéria decidida pelo Presidente da República. Seria misturar alhos com bugalhos em detrimento de si mesmo. Compreende?

Sosígenes Bittencourt

Disse-me o tricolor: “essa coisa tem muita sorte”…..

Em boa medida, na atual conjuntura, as redes sócias expressam as vozes e os pensamentos das pessoas que estão com você, de certa forma, interligadas. Hoje, por exemplo, é impossível navegar sem ser impactado pela notícia ou até o “gracejo” dos torcedores do Leão da Ilha do Retiro. Afinal, o Sport retornou à elite do futebol brasileiro.

Para muitos brasileiros o futebol é uma espécie de “razão para viver”. E, nesse contexto, por incrível que pareça,  “secar” o time rival passa a ser a segunda razão pela qual justifica sua passagem pela Planeta Terra. Hoje, por exemplo, já falei com duas pessoas vestidas com o uniforme do Tricolor do Arruda dizendo: “essa  coisa tem muita sorte”…..

Pois é…Na seara futebolística não basta seu time ganhar…. Difícil mesmo é ver o seu derrotado e o rival vitorioso!!! Mas logo ..logo outras batalhas chegarão. Hoje,  é o  dia do Leão e ponto final.

HÁBITO BRASILEIRO- O ATRASO- SALVOU O PAÍS NA 1a. GUERRA MUNDIAL -Escreveu: Ronaldo Sotero

A condição de deixar as decisões para depois , evitou o Brasil de sofrer várias perdas humanas no 1º conflito mundial , entre 1914 a 1918. Após ter três navios afundados, Paraná, Tijuca e Macau, pelos alemães, o presidente Venceslau Brás decretou guerra à Alemanha em 27.10.1917. Em agosto de 1918, o governo enviou uma esquadra para patrulhar a costa da África e Gibraltar. Antes de chegar à Europa, a frota perdeu 156 tripulantes em Dacar, Senegal, continente africano, por causa da gripe espanhola.

Um dia após a esquadra chegar ao estreito de Gibraltar, foi informada de que a guerra acabou com assinatura do armistício. A índole de animais como quelonios (tartarugas) e fazer as coisas incompletas, vagarosas, ironicamente, desta vez ajudou a evitar centenas de baixas entre os militares brasileiros, caso as tropas desembarcassem na Europa.

LER É DESCOBRIR – Ronaldo Sotero 

Momento Cultural: LEI DE PERIODICIDADE OU CICLOS – por MELCHISEDEC.

É a Lei que regula a sucessão periódica na manifestação cósmica e os grandes ciclos da vida, da morte dos átomos, dos astros e dos seres. É ela que faz o movimento de pulsação da Natureza e a respiração universal. Foi através da observação dos períodos onde determinados acontecimentos sempre se repetem, que começaram partindo de uma rotação infinitamente grande, efetuando assim sua revolução em torno de se mesmo e dentro de outra.

Os ciclos perpétuos de tempo recomeçam constantemente de modo periódico e inteligente no espaço e na eternidade. Há ciclos de matéria e há ciclos de evolução espiritual, e há também ciclos de raças, de nações e de indivíduos. Há um objetivo em cada ato importante da Natureza e todos os seus atos são cíclicos e periódicos. Assim é que observamos na história uma alteração regular de fluxo e refluxo na maré do progresso humano. Os grandes reinos e impérios deste mundo, depois de atingirem o ponto culminante do seu desenvolvimento, passam a descer, de acordo com a mesma Lei que os fez subir, até que, tendo chegado ao ponto inferior, a humanidade novamente se afirma e sobe outra vez, para alcançar, graças a essa Lei de progresso ascendente, uma altura maior que aquela, cujo ponto onde havia anteriormente descido. Mas, esses ciclos-rodas que se engrenam em outras rodas não incluem de uma só vez e ao mesmo tempo toda a humanidade.

O grande ciclo abrange o progresso da humanidade desde o aparecimento do homem primordial de forma etérea até a libertação do homem da matéria que o envolve, prosseguindo no seu curso ascendente, para recolher-se ao atingir o ponto culminante da Ronda.

Os grandes ciclos de raças, que incluem por igual todas as nações e tribos pertencentes àquela raça especial, mas, dentro deles há ciclos menores de nação e povo, que seguem seu próprio curso sem dependerem uns dos outros.

(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 10 e 11).

NOSTALGIA E MELANCOLIA – por Sosígenes Bittencourt.

Os gregos designavam NOSTALGIA como a dor dos que viajam, a dor dos navegantes, de “nostós” e “algós” – viagem e dor. Ora, a nostalgia é a saudade que dói, mas a recordação de um prazer, a lembrança daquilo que se distanciou. Diferente da MELANCOLIA, que é a saudade que dói, mas uma recordação daquilo que poderia ter sido e não foi. Melancolia significa “tristeza”, “melané” “kholé” – “bile” “negra”, da qual originava-se a “dor”, produzida pelo baço. É uma imaginação e uma desilusão.

Ora, um encontro, em setembro, reunirá amigos da geração dos anos 60. Nosso encontro pode gerar NOSTALGIA, uma saudade de algo que efetivamente aconteceu, e uma MELANCOLIA, algo que deixou de acontecer.

Contudo, essas dores poderão ser suavizadas pela poesia que as envolverá. E da dor, brotará a beleza. O poeta alemão Wolghang Goethe dizia: Faz da tua dor um poema, e ela será suavizada.

Sosígenes Bittencourt

Mais uma quadrilha na mira da boa justiça!!!

Em algumas oportunidades, aqui no blog, realcei uma frase da então Ministra do STJ e Corregedora CNJ, Eliana Calmon, em entrevista à Associação Paulista de Jornais, o seguinte raciocínio: É o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga”.  Pois bem, com  um atraso de mais de meia década, as coisas parecem que começaram tomar tonalidade.

Chamada de “Operação Faroeste”, deflagrada, ontem, na Bahia a mesma teve como alvo magistrados de alta plumagem acusados de “vender sentenças”. Lá,  estarão  “fora de combate”, por enquanto, quatro desembargadores e dois juízes.

Num país com regime democrático não se pode imagina que a justiça não funciona para todos. Essa ideia desmoraliza o sistema. Se não existe uma “justiça justa” a quem recorrer? Apesar dos pesares e de todas as tentativas de neutralizar essa “onda” saneadora no nosso País, estamos observando que as coisas estão mudando. Tomara que os bons ventos continuem soprando nessa mesma direção

20 de novembro – Dia da Consciência Negra – duas décadas antes da abolição Vitória já debatia o tema!!

Como a própria “comemoração” sugere – “Consciência Negra”-  hoje, 20 de novembro, abre-se um espaço especial dedicado ao debate das questões que envolvem essa ampla temática. Desde o fim da escravidão no nosso País – 1888 – que a sociedade discute e, pouco a pouco, vem avançando e adentrando no chamado “mundo civilizado”.

Na Vitória de Santo Antão do século XIX, tal qual no Brasil inteiro, as discussões foram intensas, conforme registros da época. Duas décadas antes do marco oficial de libertação dos escravos,  em todo território nacional, nas terras de Santo Antão um organizado movimento abolicionista ganhou volume.

Por incrível que possa nos parecer, olhando com os olhos de hoje, o grande debate nacional em torno da questão – abolição – travou-se no campo da insegurança jurídica, afinal a mudança dizia respeito à propriedade e ao patrimônio dos senhores. Discutiu-se até uma indenização coletiva.

Passadas mais de treze décadas, a  estrada continua longa e sinuosa no sentido de uma sociedade menos injusta e mais igualitária. Os descendentes dos escravos em nosso país ainda continuam pagando um alto preço pela falta, lá atrás,  de políticas afirmativas mais amplas. Mas, recentemente, a divulgação dos números  mostrando,  primeira vez na história, que  o percentual de pretos/pardos ultrapassou o de brancos nas universidades públicas nacionais não deixou de ser uma vitória. Com todo respeito às opiniões contrárias, esse tipo de dialogo só deve mesmo ser tratado com pessoas que tem um mínimo de conhecimento histórico sobre a formatação do Brasil.

Momento Cultural: ÁRIA – por José Tavares de Miranda.

Numa noite assim
de vento gelado a almas mortas

maus presságios e calafrios
foi-se a donzela.

Numa noite assim
sem esperança de aurora

nem sombra de lua
foi-se a donzela.

Foi a donzela
para nunca mais.

Onde se esconde
sua mantilha de rendas?

Sua grinalda de rosas
onde estará?

Seu coração magoado
de ilusão pulsa ainda?

Em que terra crua
seu cabelo é guardado,

Numa noite assim
de estrelas comidas

em ginete de fogo
seu amado passou

três assovios à porta
e sua amada levou

e em três passos de espera
a sua vida sugou.

Em três passos de espera.

(em TAMPA DE CANASTRA)

José Tavares de Miranda

HOMENAGEM A DILSON LIRA – por Sosígenes Bittencourt.

Essa história de homenagear Dilson Lira é uma invenção arretada. E não custa parabenizar a Academia Vitoriense de Letras que promoveu Recital em sua memória. Se lá onde estiver, puder me ler, estará sorrindo, como sempre sorriu com minhas expressões.

Faz pouco tempo, eu ia atravessando a Avenida Mariana Amália, com o poeta Dilson Lira, quando ele parou no meio do trânsito e disse que havia sonhado com a Constelação de Eridanus, o Rio Celeste. Aí, eu, conduzindo-o pelo braço, relembrei: Nós somos do tempo que havia tempo de acompanhar a réstia do sol e contar estrelas.

Eu dizia a Dilson que não era muito chegado a CASAMENTO nem SEPULTAMENTO, talvez pela semelhança que enxergava entre as cerimônias. E ele botava pra rir.

Geralmente, lá na padaria, onde comia pão com bolo e chupava caramelo de café.

Aí, eu comentava: “Dilson, você vai viver muito porque não come e vai morrer porque não come.” E ele botava pra rir.

Mas, Dilson não deu asas ao Mal de Alzheimer, decorou todas as poesias que confeccionou. E, falando-lhe sobre ser poeta, eu o homenageava com meus versos, a saber:

Essa história de ser poeta é dom.
Um bom dom.
O poeta não faz poesia com as flores,
com o mar,
com o céu,
sem a intenção de que você
habite sua poesia.
Ou seja,
sinta o aroma das flores,
a imensidão do mar,
o mistério do infinito.

Sosígenes Bittencourt