“Epidemia de Lombada” – por Fernando Verçosa.

                                             
Para começar: a Prefeitura da Vitória de Santo Antão saberia  informar à população quantas “lombadas  de trânsito” existem nas vias públicas do nosso município?
O Código Brasileiro de Trânsito – CTB, no seu art. 94 parágrafo único, PROÍBE a utilização de  ondulações transversais, conhecidas popularmente como “lombadas” ou “quebra-molas” com a  finalidade de redutores de velocidade, SALVO em casos especiais definidas pelos órgão competente nos padrões e critérios estabelecidos pelo CONTRAN.  Ou seja, a regra é a proibição.  A normatização está definida na Resolução 600/2016 do CONTRAN.
Mas o que se vê na nossa cidade  é que a exceção tornou-se  a regra, haja visto que as ruas estão “infestadas” de lombadas e,  arrisco-me  a dizer:  possivelmente todas feitas de forma IRREGULAR, ou seja, sem nenhum estudo técnico, como manda a Lei. 
Na Vitória de Santo Antão existem  lombadas de todo tipo: lombadas sem  sinalização;  junto às esquinas de ruas; do tipo  “anãs” e também  “gigantes”.  Lombadas “sopapos”  e até lombadas “invisíveis” – ver fotos. 
Para se ter uma ideia do tamanho do stress ao qual o condutor de veículo é obrigado a conviver diariamente, na Rua Dr. Jose Rufino, num trecho de  apenas 1,3 KM, desde o “Viaduto do Cajá” até a Igreja de Água Branca, existem 14 lombadas.
Outra via que salta aos olhos é a Rua Hermenegildo Costa, pois num trecho bem menor –  700 metros -,   desde o início, isto é: do  Restaurante ” A Fava da Galega”  até o final da rua,  12 lombadas foram construídas.
Para ajudar na contagem:  só nessas duas ruas já contabilizamos 26 lombadas. Algo, sem dúvida, inaceitável.
Também é possível  se observar as “lombadas invertidas” ( tipo “Queijo Suíço”) – ou seja:  seriam  buracos nas ruas que, por si só,  já seriam redutores “naturais” de velocidade.
Essa verdadeira “epidemia de lombadas”  vem causando inúmeros transtornos aos motoristas, prejudicando os veículos  devido ao desgaste prematuros de certos componentes,  ao próprio trânsito e até ao meio ambiente,  por conta do aumento  no consumo de combustível e,  consequente,  eliminação de maior quantidade de gases tóxicos. Lombadas irregulares podem até causar acidentes aos ocupantes do veículo – vale lembrar.
Alguém já tomou algum susto  ou se feriu ao ultrapassar certas lombadas ?  É bom lembrar  que qualquer pessoa que tenha se prejudicado ou que sofreu algum prejuízo relacionado às lombadas irregulares poderá acionar a Justiça,  na busca pelo ressarcimento junto  à municipalidade, cabendo,  sim, eventual  indenização –  com grande chance de ganho de causa.
Na qualidade de motoristas local,  minha sugestão é que se faça um levantamento e um  estudo  – que certamente nunca foi realizado –  de todas as lombadas existentes na cidade – tarefa difícil –  para que sejam  eliminadas  (imagino) pelo menos 90% dessa “praga” e que às  necessárias   sejam,  dentro das normas  técnicas previstas no regramento legal, aperfeiçoadas.
Lombadas em excesso somente demonstram o atraso dos  gestores na engenharia de trânsito.  Como diz o matuto: É um atraso de vida. 
Fernando Verçosa – Médico. 

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