Momento Cultural: Correia – por Stephem Beltrao

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Ao amigo compositor e poeta Severino José Correia

Correia correu ao correio
Conduzindo carro com correia cortada
Calmo convocou caríssimo carteiro
Conseguindo colocar carta carimbada
Carrancudo colou cartão colorido
Cabeça caída catou cada centavo
Convicto continuou conversando
Comprando correia consertada
Consertou carro caro calado
Contente continuou caminhada.

Paulo Nascimento e a Banda Real

Paulo Nascimento e a BANDA REAL no CD “Me Faz Feliz“, com a composição deJoão Caverna, a música COCO DA CABRA, com a interpretação de Alcir Damião, Nici e Paulo Nascimento.

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Aldenisio Tavares

Apelidos Vitorienses: BILLY SHOW

Considerado o “Príncipe do Gueto da Vitória”, o artista Billy Show é aquilo que podemos chamar de “fruto” do seu talento, da perseverança e do espaço que as novas tecnologias e, sobretudo, das redes sociais oportuniza aos que sonha com o sucesso artístico. Com  o seu nome de batismo –  Iranilson Gomes da Silva  – ele  não é conhecido nem pelos vizinhos da comunidade em que  mora – Doutor Bido (Antigo 13).

Desde criancinha, por manter os cabelos grandes, costume que mantém até hoje, seu apelido na escola sempre foi associado ao modelo estiloso: “Cabeludo”, “Cabelo de Índio” e etc. Mas foi só em 1994, com pouco mais de dez anos, que o seu apelido começou a ganhar forma.

Seu pai, o senhor Severino Gomes da Silva, para arrancar o sorriso do filho, ainda um bebê de colo, cantava a musica do “bilú, bilú teteia”. Foi daí que, inicialmente, surgiu seu apelido de “Bilo”. Mais  tarde foi o próprio Iranilson que começou a dá forma ao seu nome social,  que, para ele, é motivo de orgulho.

Foi através de um personagem dos jogos eletrônico que o “Bilo” virou “Billy”. Ao passo que sua carreira como artista, através dos shows e dos vídeos postados na internet começou a avançar,  sua  alcunha ficou acrescida do “sobrenome” Show.

Atualmente, porém, o senhor Iranilson Gomes da Silva vem investindo pesado na sua carreira artística, o que nos possibilita imaginar que seu apelido ainda será muito conhecido no meu artístico regional e até no cenário nacional. O “Billy Show”, contudo, na pratica, se configura em mais um vitoriense que é mais conhecido pelo apelido do que pelo próprio nome.

Tudo haver: Pedro Ferrer, o avião dos alemães e os bons vitorienses!!

Parece filme de ficção, mas não é. Quem assistiu a última exibição do FANTÁSTICO –   programa dominical da Rede Globo de Televisão – certamente acompanhou os detalhes da operação que transferiu-se da capital cearense, Fortaleza, para o outro lado do Oceano Atlântico,  uma “sucata” de avião, tipo Boeing, dentro de outra aeronave, com o dobro das suas dimensões e totalmente apta para voar.

Essa “sucatade avião, por assim dizer, veio “encalhar” aqui no Brasil depois de uma transação comercial comum e, após  meia duzia de anos em operação, acabou fechando seu ciclo de validade. Mas a referida aeronave, poucos sabiam,  foi palco de algo incomum e que se tornou histórico. Mesmo nos remetendo a um fato negativo, que todos gostariam de esquecer,  ocorrido em outubro de 1977.

Ao decolar da Espanha com destino à Alemanha,  com noventa e um passageiros,  terrorista assumiram o controle da aeronave e circulou por cinco dias, pousando em vários aeroportos. O ato terrorista, naquela ocasião, estava ligado à libertação da Palestina.  Agora, quarenta anos depois,  a preservação do “palco” da tragédia,  foi assegurada.

Pois bem, na medida do possível tenho conversado continuamente com o presidente do nosso Instituto Histórico, professor Pedro Ferrer. Pedro encontra-se em Recife, hospedado na casa de uma irmã se tratando da visão. Ele está bem e segue se recupera dentro dos prognósticos médicos, mas o repouso tem que ser absoluto. Motivo pelo qual foi “expulso” da sua rotina antonense.

Ao telefone, anteontem (04),  batemos um alongado papo. Sobre o caso acima exposto, comentamos bastante. Ele, conhecedor dos museus pelo Mundo afora, realçou a preocupação e o desprendimento financeiro dos alemães em preservar a história. Disse-me ele: “Pilako, depois que esse avião  for recuperado e exposto em algum museu, quantos turistas não irão ao seu encontro. Ao final, todo dinheiro investido retornará, além da preservação histórica, que é o mais importante”. Ao final arrematou: “que este exemplo sirva de inspiração aos nossos governantes brasileiros”.

Com efeito, entramos no “mundo vitoriense” e citamos a campanha continua que o nosso Instituto Histórico vem promovendo,  na busca da preservação da história, ao solicitar das famílias locais peças valiosas – sem valor financeiro – para enriquecer o acervo da Casa do Imperador. Apesar da indiferença,  por parte de alguns,  uma boa parcela, com mais entendimento histórico e desapego material, vem doando peças interessantes que tem tudo haver com o cotidiano vitoriense do tempo pretérito.

Recentemente, por exemplo, o casal Edinaldo e Terezita  doaram uma filmadora, que captou, durante décadas, cenas do nosso memorável carnaval. O sempre atencioso Jurandir Soares repassou ao acervo do Instituto  Histórico uma peça que foi da Rede Ferroviária. A “amplificadora” do Nelson Propaganda também é outra peça valiosa que foi doada e se encontra a disposição de toda população no nosso Instituo Histórico.

Esses e outros tantos são bons exemplos de preservação da nossa cultura,   que deveriam ser seguidos pelos outros conterrâneos. Não são raras as oportunidades em que os objetos deixados por seus proprietários, após a viagem sem volta, são desprezados pelos familiares e vão “morar” na lata do lixo, sem nenhuma contribuição à “Terra Mãe”.

Portanto, encerro essas linhas provocando outros tantos vitorienses para que sejamos  inspirados pelos  alemães e também nos atos dos vitorienses aqui citados, a doarem  peças ao acervo do nosso Instituto Histórico. Imortalize sua memória. Toda peça tem uma história, preserve-a,  doando a uma instituição séria e comprometida com a cultural da cidade assim como com o futuro das gerações vindouras, afinal, como diz o viajado professor Pedro, “todo Museu é uma escola!

Vereador Lourinaldo Júnior: Audiência Pública sobre o Carnaval

Registramos o recebimento do convite para “Audiência Pública”, enviado pelo vereador Lourinaldo Junior, que tem como objetivo debater e discutir “O CARNAVAL VITORIENSE NA CULTURA, NA ARTE, NA GERAÇÃO DE RENDA E NA MANISFESTAÇÃO DEMOCRÁTICA POPULAR”.

O encontro acontecerá na Câmera de Vereadores, na próxima quinta-feira (07) às 18h30h. Abaixo, portando, segue convite na integra.

Momento Grau Técnico Vitória

Sim! O curso de Enfermagem do Trabalho oferecido pelo Grau Técnico é um curso de especialização, portanto, é necessário ter cursado previamente o Curso Técnico em Enfermagem. Tem outras dúvidas? Então envie-nos uma mensagem para o nosso Whatsapp: (81) 9 8709-4446. Nossa equipe entrará em contato contigo para esclarecer todas as suas dúvidas!#GrauTecnico

Vanildo de Pombos

A inesquecível interpretação e a saudade da voz marcante de VANILDO DE POMBOS, cantando a música Vaquejada da Vitória, composta por Samuka VoiceBenedito de Cachoeirinha e Aldenisio Tavares.

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Aldenisio Tavares

Vereadores Celso Bezerra e Antonio Gabriel: muita “fé religiosa” ou “má-fé política-eleitoral?”

A pauta não é local, é nacional. Nesse sentido qualquer pessoa ou autoridade, se assim desejar, poderá opinar. A nossa Carta Magna nos garante o direito à “Liberdade de Expressão”. Vivemos num Estado laico. Esse é o Brasil de hoje!!

Está previsto, porém, para ser discutido no plenário da nossa Câmara de Vereadores, amanhã, dia 06, o projeto 069/2017.

No bojo do seu conteúdo o mesmo dispõe que “fica proibida a inserção na grade curricular das escolas do Município da Vitória de Santo Antão a orientação política pedagógica aplicada à implantação e ao desenvolvimento de atividades pedagógicas que visem à reprodução do conceito de ideologia de gênero”.

Independente da minha opinião sobre tal debate até porque, nesse caso, é o que menos devemos levar em consideração, gostaria de dizer que o Ministério Publico local, ontem (04/2017), emitiu recomendação aos vereadores pela rejeição da matéria. Ao prefeito, caso o referido projeto seja aprovado, que o mesmo use o seu poder constitucional de veto. Abaixo reproduzimos a recomendação MP.

Pois bem, dias atrás os vereadores Celso Bezerra e Antônio Gabriel (Toninho) se utilizaram de um vídeo, postado nas redes sociais, convidando a população para participar dos debates. Celso Bezerra, vereador de primeiro mandato, tem vinculo com o segmento evangélico. Já o Toninho, que se coloca como representante dos católicos e das famílias, estar exercendo o seu segundo mandato na Casa Diogo de Braga.

Com relação aos dois parlamentares, gostaria de dizer que a exposição midiática, sobretudo na direção dos eleitores de boa fé lhes geram dividendos eleitorais. Aliás, é bom que se diga: em todo segmento evangélico e no seio do chamado “católico praticante” essa matéria é uma unanimidade.

Já com relação ao tema – na seara política – poderíamos afirmar que os mesmos – Celso e Toninho –  estão “jogando para a plateia”,  uma vez que essa mesma matéria, na legislatura passada, na  mesma Casa Diogo de Braga, segundo informações, já foi arquivada por ser inconstitucional.

Com todo respeito aos dois amigos vereadores, não irei joga-los na “vala comum” dos despreparados, pois não saber das suas competências constitucionais já seria um claro atestado público de incompetência para qualquer legislador.

Contudo, vejo na ação dos dois nobres vereadores um ato de deslealdade – aquilo que no nosso arcabouço jurídico chamamos de “litigância de má-fé”.  Ora! Quem mais sabe que essa matéria é inconstitucional são os dois citados vereadores, mas para ficarem “bem na fita” com os incautos eleitores, sobretudos com os “irmãos de fé”,  nas suas respectivas denominações religiosas, procuram requentar uma agenda na tentativa apenas de ganharem simpatizantes e eleitores. Isso, no meu modesto entendimento, chama-se deslealdade!!

Concluo, portanto, parabenizando o amigo e ex-candidato a vereador André Carvalho, pela provocação ao Ministério Público local. Não obstante a nossa Câmara de Vereadores haver  aumentado de onze para dezenove cadeiras continuamos pobres,  no que diz respeito à qualidade dos nossos legisladores. Uma pena!!!!

De olho na história: Cunha e Os Sertões de Conselheiro – por Wedson Garcia.

A batalha mais inglória do Exército brasileiro tinha sido vencida. Canudos talvez estivesse destinado a ser enterrado em cova rasa na vala comum da história, não fosse o fato de a expedição de Arthur Oscar ter sido acompanhada por um repórter do jornal O Estado de S. Paulo, que transformou Canudos numa Troia sertaneja e imortalizou Antônio Conselheiro ao escrever Os sertões, talvez o maior clássico da literatura brasileira.

Engenheiro formado pela Escola Militar da Praia Vermelha, sob forte influência positivista, Euclides Pimenta da Cunha (1866-1909) era um republicano convicto que acreditava que uma literatura engajada e de combate, elaborada com paciência, meticulosidade e ciência, poderia ajudar a construir um país melhor. Nesse sentido, e em vários outros, a obra literária desse matemático formado em ciências físicas e naturais e que, paralelamente, decidira seguir também a carreira jornalística, nada tinha a ver com a “República das Letras” da rua do Ouvidor, caracterizada por seu preciosismo gramatical, seu dandismo, sua arrogância tipicamente belle époque. Talvez justamente por isso, Euclides tenha passado a noite anterior ao lançamento de seu primeiro livro, O Sertões, corrigindo, com um canivete de pena, um a um, nos mil exemplares da primeira edição, os 80 erros que encontrara na obra. Tamanha meticulosidade seria plenamente recompensada: ao ser lançado pela respeitada editora carioca Laemmert, em 11 de dezembro de 1902, Os Sertões tornou-se, literalmente da noite para o dia, um estrondoso sucesso.

Embora cinco anos já houvessem passado desde os sangrentos e amedrontadores acontecimentos de Canudos, o episódio tinha permanecido vivo na memória nacional. Além de possuir todos os ingredientes necessários para um grande romance: o caráter épico, as tensões dramáticas, as derrotas militares, uma insurreição de miseráveis; o livro fora escrito em estilo inovador e marcante. Recendia a terra e sangue, era agreste e desconhecido como o próprio sertão; era espantosamente real.

Além disso, apresentava aos brasileiros letrados um Brasil que eles jamais tinham visto, suposto ou tentado entender. A sinceridade, o tom quase homérico, as peculiaridades verbais de Euclides, “ele escreve como com um cipó”, diria Joaquim Nabuco, tornaram sua prosa uma febre nacional. A primeira edição logo se esgotou e muitas outras se seguiram. Um século depois, Os Sertões permanece tão admirável quanto no primeiro dia.

  Euclides da Cunha nasceu em Cantagalo, no Rio de Janeiro, em novembro de 1866. Impossibilitado de continuar pagando a Escola Politécnica, transferiu-se para a Escola Militar da Praia Vermelha, que era gratuita. Tornou-se aluno de Benjamim Constant e, como tantos de seus pupilos, “converteu-se” ao positivismo. Em 04 de novembro de 1888, quando o então ministro da Guerra, Tomás Coelho, visitava a escola, Euclides, abolicionista e republicano radical, saiu da formação e jogou o sabre no chão. Foi preso e expulso da escola, mas ficou tão famoso por causa da ousadia que acabou sendo contratado para escrever no jornal O Estado de S. Paulo.

Com a proclamação da República, seria lembrado como o intrépido “estudante da baioneta” e, por ordem do próprio Deodoro, voltou à Escola, onde se formou em engenharia militar, matemática e ciências físicas e naturais. Em agosto de 1896, Euclides já era capitão quando uma nova punição, provocada pelo radicalismo de seus artigos em O Estado, o levou a desistir de vez da carreira militar e a se reformar. Após um ano exato, Júlio Mesquita, diretor do jornal, decidiu enviá-lo como repórter para o front, em Canudos. No dia 14 de agosto, com a tropa do Marechal Carlos Bittencourt, Euclides partiu para Salvador. Chegou a Canudos em 16 de Setembro, apenas seis dias antes da morte de Conselheiro.

Os ideais românticos de Euclides morriam junto com os quatro derradeiros sertanejos de Canudos. De volta a São Paulo, decidiu escrever seu “livro vingador”. Ele o fez à margem do rio Pardo (São Paulo), onde passou três anos supervisionando a construção de uma ponte. Lá, numa cabana de teto de zinco, à sombra de uma paineira, nasceria um dos mais extraordinários livros da história da literatura brasileira: um texto primoroso capaz de decifrar os mistérios e os horrores brasileiros que, passado mais de um século, o Brasil, de certa forma, segue ignorando.

Euclides da Cunha morreu em agosto de 1909, assassinado com 4 tiros disparados por um revólver calibre 38. O assassino era Dilermando de Assis, amante de sua esposa que alegou legítima defesa e foi absolvido nos tribunais por duas vezes. Passados 108 anos, a morte de Euclides continua a despertar ódios e paixões. De um lado, os que pregam que ele foi assassinado covardemente no jardim. De outro, os que defendem que Dilermando agiu em legítima defesa ao disparar contra o escritor, quando ele ainda estava dentro de sua casa. Euclides se foi, sua obra, porém, é imortal.

Wedson Garcia é Ator, diretor, produtor cultural, professor e fundador do Núcleo de Pesquisa Cênica de Pernambuco. Bacharel em administração pela Faculdade Metropolitana do Recife e atualmente estudante do curso de Licenciatura plena em história da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)