
Sábado, 10/12, às 21:17h
Sem nenhum demérito aos carnavais promovidos pelas cidades pernambucanas, o nosso, o da cidade da Vitória de Santo Antão, é diferente. Nós temos história, temos pioneirismo e singularidade. Por exemplo: ostentamos 4 clubes de fado. Três “repousando” no Instituto Histórico e um acordado (Taboquinhas), desfilando pelas ruas.
É bem verdade que o carnaval também precisa ser entendido e pensado no conjunto das inevitáveis mudanças que ocorrem na sociedade, sobretudo pelas mãos e cabeças dos jovens, que carrega em si a força própria do dinamismo.
O nosso patrimônio imaterial que se chama “Carnaval da Vitória” precisa ser cuidado, lapidado e preservado – tudo ao mesmo tempo – para que o mesmo possa melhor se expressar. Só assim teremos a certeza da sua plenitude e singularidade.
Em todas as vezes que tenho a oportunidade de dialogar sobre o nosso carnaval realço que a sua principal força exala das suas mais diferentes agremiações. Foram elas, através dos seus respectivos diretores, que o tempo cuidou de transforma-los em pó e que mais adiante também transformará os atuais (diretores), que formataram essa história que já dura mais de 140 anos.
Ainda não consegui assimilar que o maior investimento com dinheiro público no nosso carnaval seja direcionado às superestrutura de palcos e atrações, muita vezes não identificadas com os festejos de momo.
Há quase duas décadas, de forma silenciosa e contínua, os então prefeitos de plantão resolveram investir nesse modelo de carnaval que em nada engrandece a nossa folia. Muito pelo contrario: a maioria dos diretores de agremiações segue desestimulados e desanimados no processo que, diga-se de passagem, é arriscado e trabalhoso. Será que daqui a algum tempo teremos um carnaval apenas com palco montados, como é a maioria dos festejos juninos, promovidos pelas prefeituras do nosso estado?
Continuo dizendo: para a manutenção do nosso secular carnaval a apoteose do mesmo tem que ser na rua, com as agremiações e não, artificialmente e onerosamente, nos palcos como, aparentemente, desejam os políticos…..

Sábado, 10/02, às 21:42h
Aliás, por falar em palco, ainda não consegui entender o motivo pelo qual a atual gestão, comandada pelo prefeito Paulo Roberto, tenta tirar de cena do carnaval o nosso tradicionalíssimo “Quartel General do Frevo”, ou seja: Praça Duque de Caxias, outrora, espaço mais disputado da nossa festa maior. O Polo Estação do Frevo, perdoe-me os idealizadores, para o carnaval, sempre me parece um local improvisado. É pequeno e torto, quando o quesito é visibilidade do palco.
Já o Polo Imperial, o mesmo deveria ser riscado do mapa do nosso carnaval. Assim como no ano passado, não teve serventia momesca alguma.

Sábado, 10/02, às 21:45h
Já no quesito “iluminação”, a tão propagada iluminação de “Led” ficou abaixo do esperado para um festejo da importância do nosso carnaval. Não fosse a velha e famosa “gambiarra” – àquelas tiras de lâmpadas – alguns trechos do nosso percurso teriam ficado por demais comprometidos.
Outra coisa que há tempos os prefeitos não conseguem ajustar, condignamente com o tamanho da festa, é à ornamentação carnavalesca local. Aquelas fitas coloridas não condizem com o sentimento, muito menos com às expectativa dos brincantes nativos. Apenas demonstram, eloquentemente, que “qualquer coisa” serve…..
Devemos respeitar a opinião dos que não gostam da referida festa e até mesmo do que acham que os festejos de momo não deveriam nem existir, mas a verdade é que na historiografia local o carnaval tem espaço dilatado e bem sublinhado, aliás um dos temas mais registrados pelo Mestre José Aragão, face a sua importância à sociedade local.
Portanto, para encerrar com o tem carnaval 2024, gostaria de dizer que me sinto no direito de opinar sobre todos esses temas carnavalescos por ser, entre outras coisas, uma pessoa que colabora, participa e se preocupa com à manutenção do nosso patrimônio imaterial. Com meus modestos entendimentos, espero, de alguma forma, haver contribuído para o melhoramento e engrandecimento do nosso secular carnaval. Até 2025….