AUTOSSUFICIENTE ou AUTO-SUFICIENTE – por Sosígenes Bittencourt.

Eis a explicação, segundo o Dicionário Online de Português. A forma correta de escrita da palavra é autossuficiente. A palavra auto-suficiente está errada desde a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, em janeiro de 2009. O adjetivo autossuficiente se refere a alguém capaz de viver de modo independente e autônomo, sem depender dos outros. A pergunta que se impõe é a seguinte: Qual opção deve ser assinalada pelo candidato, submetido ao Vestibular?
Sosígenes Bittencourt

URUGUAI 2 x 0 BRASIL – por Sosígenes Bittencourt.


A Seleção Brasileira não é um time de futebol, é um bando de jogadores. Não há entrosamento entre as estrelas que, como consequência, não conseguem brilhar. Não há conexão entre a defesa e o ataque. O meio de campo não pulsa, não flui, é um coração, taticamente, obstruído. Razão pela qual, não conseguem chegar ao ataque, não ameaçam a meta adversária. E foi, em cima desta desarrumação tática, que o Uruguai se amostrou numa vitória histórica sobre o futebol mais laureado do mundo. Saudade de Tite, o maior colecionador de vitórias, como técnico, desde que inventaram futebol no mundo. Busquemos as estatísticas, para aplacar nosso sofrimento.
Desentrosado abraço!

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EU, A BICO DE CANETA, RETRATADO POR ALMIR BRITO – 1975 – por Sosígenes Bittencourt.

Uma recordação do tempo da boemia saudável, quando podíamos retornar do baixo meretrício, de madrugada, camisa no ombro, a assobiar, baforando um cigarro à lá Humpfrey Bogart. Medo, só de alma do outro mundo, no tempo em que menino não portava arma de fogo, não pitava cannabis sativa, nem namorava nu. O pintor, escultor, violonista e poliglota Almir Brito, no entorno do Grupo Escolar Pedro Ribeiro, anda vivo, no mundo, para contar.

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É A EVOLUÇÃO – por Sosígenes Bittencourt.

Antigamente, no tempo do Maracujá-açu e da Laranja-de-Umbigo, o m(ó)lho de coentro e o limão vinham como presentinho do feirante ao freguês. Hoje, um limão está pelo preço de uma jaca, e você não leva um bago de presente. E sempre houve enchente, sempre houve dilúvio. É que o matuto de hoje quer andar de jeans importada e tênis de marca. Mas, tudo bem, É A EVOLUÇÃO. Afinal, evoluíram em tudo, na bebedeira, na desonestidade, na violência e safadezas carnais. Antigamente, só se queria uma menina, para trabalhar de empregada doméstica, se fosse lá do sítio. Cabisbaixa e donzela. E hoje?
Hortifrutigranjeiro abraço!
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A NINFA DA NOITE – por Sosígenes Bittencourt.


Mesura e Galanteios a uma bela amostra do gênero feminino. Um misto de meiguice, elegância e jovialidade. Uma ninfa, das que deve ter visto, o deus pã, ao soprar sua flauta de sete tubos à margem do lago. Sem abusar da hipérbole, ou recitar os tempos do verbo amar, um alumbramento espetacular!
Palmas e muito obrigado !

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UMA SALVA DE ARROTOS! – por Sosígenes Bittencourt.

A Coca-Cola que me viciou, no tempo de eu menino, já não encanta as novas gerações. Hoje, é uma bomba de ácido fosfórico engarrafada. E não é mais produzida a partir da noz de cola, é um xarope efervescente. Se é verdade que o ácido fosfórico contido na Coca-Cola dissolve uma unha em 4 dias e rouba o cálcio dos ossos, o ser humano é osso duro de roer. Foi-se o tempo em que beber Coca-Cola resumia-se em fazer espocar a tampinha, produzir um glut-glut, arrotar e estalar a língua. De tanto fuxicarem o mal de tão denegrida seboseira refrigerante, já andam engarrafando água mineral. Contudo, eu ainda me penduro numa mamadeira de Coca-Cola.
Uma salva de arrotos para ela!
Sosígenes Bittencourt

9 ANOS DA MORTE DO MEU PAI, SIMÔNIDES DA SILVA BITTENCOURT – por Sosígenes Bittencourt

A morte do meu pai foi cercada de jovens chorando. Um pranto que demonstrava o liame sentimental que estabeleceu com seus sobrinhos, netos e bisnetos. Foi a revelação do quanto pode eternizar a memória sentimental dos amparados. Foi isto que foi, o amor doação, a vida, o sacrifício doado à busca de proteção que o amor tanto procura.

O luto ensina mais do que as festas. O luto desperta os sentimentos mais nobres da alma: a compaixão, o perdão, a solidariedade. As festas JUNTAM, mas o luto UNE. As festas promovem ALEGRIA, mas o luto desperta a AJUDA, num entrelaçamento entre dar e receber, que funda a humildade, uma virtude que ensina e engrandece o homem.
Do físico e filósofo francês Blaise Pascal, vem a síntese do sentimentalismo que desanimou e levou a vida do meu pai: A maior carência do homem é poder fazer tão pouco por aqueles que ama.

Simônides queria dar mais. Contudo, sua riqueza era dentro do coração, não no mundo. A riqueza invisível e interior do meu pai o identificava, resumida na sentença latina HOMO DOCTUS IN SE DIVITIAS SEMPER HABET (O homem instruído carrega sempre a riqueza dentro de si).

Tomara que, por influência, seja eu possuidor de alguma riqueza interior que me permita sobreviver aos desafios da existência.

Agora, meu pai, és detentor de um segredo só a ti revelado. Tu eras como nós somos, e nós seremos como tu és. Requiescat in pace.

Sosígenes Bittencourt