De Henry Mencken: É difícil acreditar na verdade de um homem quando você mentiria se estivesse em seu lugar. De Mahatma Ghandi: A natureza é implacável e vingar-se-á, completamente, da violação de suas leis.
REFLEXIVO ABRAÇO
Sosígenes Bittencourt
De Henry Mencken: É difícil acreditar na verdade de um homem quando você mentiria se estivesse em seu lugar. De Mahatma Ghandi: A natureza é implacável e vingar-se-á, completamente, da violação de suas leis.
REFLEXIVO ABRAÇO
Sosígenes Bittencourt
A morte do meu pai foi cercada de jovens chorando. Um pranto que demonstrava o liame sentimental que estabeleceu com seus sobrinhos, netos e bisnetos. Foi a revelação do quanto pode eternizar a memória sentimental dos amparados. Foi isto que foi, o amor doação, a vida, o sacrifício doado à busca de proteção que o amor tanto procura.
O luto ensina mais do que as festas. O luto desperta os sentimentos mais nobres da alma: a compaixão, o perdão, a solidariedade. As festas JUNTAM, mas o luto UNE. As festas promovem ALEGRIA, mas o luto desperta a AJUDA, num entrelaçamento entre dar e receber, que funda a humildade, uma virtude que ensina e engrandece o homem.
Do físico e filósofo francês Blaise Pascal, vem a síntese do sentimentalismo que desanimou e levou a vida do meu pai: A maior carência do homem é poder fazer tão pouco por aqueles que ama.
Simônides queria dar mais. Contudo, sua riqueza era dentro do coração, não no mundo. A riqueza invisível e interior do meu pai o identificava, resumida na sentença latina HOMO DOCTUS IN SE DIVITIAS SEMPER HABET (O homem instruído carrega sempre a riqueza dentro de si).
Tomara que, por influência, seja eu possuidor de alguma riqueza interior que me permita sobreviver aos desafios da existência.
Agora, meu pai, és detentor de um segredo só a ti revelado. Tu eras como nós somos, e nós seremos como tu és. Requiescat in pace.
Sosígenes Bittencourt
Minha genitora contava que, no tempo de eu menino, eu dizia que queria ser avuador de avião*. Não segui o próprio desejo, não obstante, mais tarde, revelei-me um tanto aéreo e avuado.
Sosígenes Bittencourt
Outro dia, de manhãzinha, eu vi uma meretriz dá um cacete num bêbado, na Fava de Val, na Ceavi. Imagine o espalhafate! A jararaca era tão braba que paguei a conta e me escafedi. Ouvi dizer que são apaixonados; que ele bota chapéu de bode nela, por isso, ela planta-lhe a mão na fisionomia.
Sosígenes Bittencourt
E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Olhai para os lírios do campo, que não trabalham nem fiam, e nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. MODESTO ABRAÇO.
Sosígenes Bittencourt
O professor, filósofo e educador norte-americano Matthew Lipman revelou sua perspicaz observação: Há algo em comum entre crianças e filósofos: a capacidade de se maravilhar com o mundo. O proprietário de um latifúndio não é capaz de se deliciar tanto com toda sua riqueza quanto um filósofo, acocorado no meio da vegetação, sorvento o aroma sui generis de uma plantinha desconhecida.
Sosígenes Bittencourt
No Dia do Gari, não haverá coleta de lixo no Distrito Federal, local de sujeira moral.
Se todos varressem a frente de suas casas, as cidades acordariam mais higienizadas.
Poluir o meio ambiente é uma forma de lambuzar-se. Ódio e Inveja são lixos mentais. Seja gari de suas emoções.
Sosígenes Bittencourt
Portador de enfisema, fumando, no corredor do hospital:
Pneumologista: – O senhor é portador de enfisema pulmonar e está fumando?O senhor não crê em Deus? Tabagista inveterado: – O meu coração é de Jesus, mas os meus pulmões são da Sousa Cruz.
Sosígenes Bittencourt
Eu sei que chocolate faz bem à saúde, sei que contém polifenóis, flavonóides; que combate os radicais livres, é antioxidante, previne inflamações; que escavaca as coronárias, descolando-lhes a borra, desentupindo a hidráulica sanguínea, enxaguando nosso sangue;sei que auxilia a peristalse intestinal, fazendo a tripa colear que nem uma cobra;sei até que funciona como antidepressivo, liberando feniletilamina, ocitocina, serotonina e dopamina, promovendo alegria e calmaria; eu sei de tudo da chocolatria, da chocofilia, mas não precisa ir com tanta SEDE AO POTE.
Sosígenes Bittencourt
Há pessoas que nasceram para morrer, nós nascemos para viver. Estou esperando o sol botar a cabeça, por entre as nuvens, desanuviando o dia, para passear, beber umas cervejas, filosofar, inventar felicidade e retornar. Há dias, ando enfurnado na penumbra da herança, em elucubração. Viva a vida!
Sosígenes Bittencourt
VANDALISMO É ÓDIO DESORGANIZADO
É você, com raiva do vizinho,
chutar a cabeça do cachorrinho.
É você, com raiva da esposa,
esmagar uma mariposa.
É você, manifestado com o patrão,
bater no filho de cinturão.
É você, mordido com o presidente,
cutucar o cão com um tridente.
É você, arretado com a inflação,
atear fogo num caminhão.
É você, na maior pindaíba,
pular que nem uma guariba.
Sosígenes Bittencourt
Esta tromba d’água diluviana ressuscita-me o Caso Pluvioso, do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. A chuva me irritava. Até que um dia descobri que Maria é que chovia. A chuva era Maria. E cada pingo de Maria ensopava o meu domingo. Chuvadeira Maria, chuvadonha, chuvinhenta, chuvil, pluvimedonha!
Chuvarada de Palmas e muito obrigado!
Sosígenes Bittencourt
A vida é feita de tempo e daquilo que fazemos com o tempo que temos. Ademais, morreremos. Contudo, uma vez vivos no mundo, não tem mais jeito, o jeito que tem é viver. Agora, amigo Carlos Assis, és detentor de um segredo só a ti revelado. Um dia, fostes como nós somos; um dia, seremos como tu és. E segue-se um mistério profundo, nunca mais retornaremos a este mundo.
Até breve! Requiescat in pace!
Sosígenes Bittencourt
Acorda, vaidade, o tempo está passando e já estás precisando do que rejeitas por vaidade. A dor do tempo não conhece vaidade, e vaidade não cura enfermidade. Vaidade é coisa vã e de pouca duração, e toda grandeza prospera na humildade.
Sosígenes Bittencourt
Outro dia, de passagem pela “Principal do Cajá”, como é chamada popularmente a Rua Doutor José Rufino Bezerra Cavalcanti, na farmácia da esquina, encontrei-me com o professor, pensador e poeta antonense Sosígenes Bittencourt. O tom foi o de sempre, ou seja: simpático, elegante, bem-humorado e com o tempo do mundo todo para conversar.
Certa vez, com toda intimidade e admiração que nutro pelo mestre das letras, após ler uma das suas crônicas nas redes sociais, caí na besteira de fazer-lhe uma ligação telefônica, no sentido do “enquadramento” ortográfico.
Achando que estava “abafando”, cometei sobre o pontual “erro” na sua postagem, dizendo-lhe que escrevia (aquilo) de outra forma. Serenamente, ele disse que, de acordo com as novas regras, eu estava certíssimo. Questionado, então, ele arrematou: “o problema é que o erro que você está vendo surgiu exatamente por conta da nova regra”.
Nesse contexto, deu-me uma explicação “no modo” categoria máxima, realçando, inclusive, os motivos pelos quais as regras são alteradas (algo que eu desconhecia). Ao final, em tom gozado, complementou: “continue escrevendo de acordo com a nova regra, até porque imagino que você NÃO irá conseguir explicar tudo isso que acabei de dizer”.
Resumo da ópera: eu só não digo que não deveria ter ligado, porque aprendi alguma coisa. E aprender, convenhamos, nunca é demais……………