TRANSPARÊNCIA E ÉTICA SEM MISTIFICAÇÃO – por Sosígenes Bittencourt.

NA SUÉCIA, JUÍZES E POLÍTICOS SÃO “CIDADÃOS COMUNS”

“A transparência nos atos judiciais do poder.” Esta é a teoria e a prática para a democracia sem arrogância, sem mentira, sem ditadura enrustida. Esta é uma ética moral, aquilo que foi ensinado e, exemplarmente, aprendido, sem mistificação.

As pessoas estão embevecidas com a LIBERDADE que pensam ter, sem a SEGURANÇA que precisavam ter. Liberdade sem segurança é loucura. (Freedom without security is madness).

Sosígenes Bittencourt

Para comemorar o dia 3 de agosto, Corriola da Matriz levantou “acampamento” no Monte das Tabocas.

No intuito de celebrar a vida e as boas amizades o grupo intitulado “Corriola da Matriz” promoveu mais uma “Missão Cultural”. Aproveitando o feriado das comemorações alusivas aos 374 anos da Batalha das Tabocas, o grupo “acampou” no Monte das Tabocas.

Por lá, além do clima comemorativo e sobejo “comes e bebes”, o professor narrou, com riqueza de detalhes, os passos dos holandeses, oriundos do Sítio Covas – São Lourenço da Mata – na tentativa de sufocar os lusos brasileiros. Nesse contesto, contudo, o professor relembrou o viés religioso na refrega.

Na ocasião, o Monsenhor Maurício Diniz, pároco da Matriz de Santo Antão e celebrante da missa campal no referido sitio histórico, na ocasião, marcou presença no “acampamento”. Ao final da brincadeira, por uma questão de sequência histórica, em setembro, o grupo seguirá até o Monte dos Guararapes, local não menos importante na chamada Restauração Pernambucana.

Instituto Histórico comemorou os 374 anos da Batalha das Tabocas.

Na noite da sexta (02) o Instituto Histórico e Geográfico da Vitória abriu as porta do Salão Nobre para comemorara a passagem dos 374 anos épica Batalha das Tabocas, ocorrida em nosso solo no dia 03 de agosto de 1645. Na pauta da solenidade: palestra e tomada de posse de novos sócios.

Na qualidade de sócio correspondente, tomou posso o sargento Paiva (instrutor do nosso Tiro de Guerra). O repórter José Sebastian e o deputado Henrique Filho – sócio efetivo.

Natural da nossa Vitória de Santo Antão, o professor Catedrático da UFPE, Luiz Bezerra de Carvalho, na sua explanação, mergulhou de corpo e alma no oceano de lembranças da sua “viva” e intacta memória. Como bom antonense, mesmo morando fora da terra natal, há décadas,  com passagem inclusive por outros países demonstrou nunca haver se desligado das suas raízes. “Lembrou de tudo e de todos,  com humor e sentimento”.

Ao final do evento solene, os presentes foram convidados pelo professor Pedro Ferrer – presidente do Instituto – a  participaram de um coquetel nas dependências da Casa do Imperador.

LEMBRANÇAS do Ginásio 3 de Agosto – por Marcus Prado.

ALEGRA-ME a notícia, divulgada neste Blog de Pilako, do restauro do prédio centenário do Ginásio 3 de Agosto. Uma boa ação do prefeito. Quando estive nesse colégio, há cerca de um ano, para rever a sala dos meus tempos de ginasiano, saí de lá indignado com a situação de abandono e carências, uma herança nefasta de ex-prefeitos omissos. Felizmente, foi restaurado. Veio-me à lembrança os meus queridos professores: Daury da Silveira Santos, Carlos Palmeira Valença, Padre João Tavares, Amaury Teixeira Nunes, Terezinha Beltrão, Ubiratan Carneiro da Cunha. Poucos sabem, mas um dos seus professores mais dedicados foi o saudoso  industrial vitoriense Elmo Cândido Carneiro. 

Foi das mãos de Amaury Teixeira Nunes, lembro-me como se fosse nesta hora, (eu tinha 17 anos) que recebi um livro que iria mudar  mais tarde o meu destino profissional: VIDA LITERÁRIA, de Rosário Fusco. Amaury morava no Ginásio, no terceiro andar, um ambiente cercado por centenas de livros, a sua paixão por toda vida.Foi dele que recebi os primeiros incentivos para o ofício de jornalista. 

 
Anos depois, nos encontramos, Daury e eu, o grande mestre e o ex-aluno,  quando, na condição de colunista e editor com César Leal, do suplemento literário do DIÁRIO DE PERNAMBUCO, tive a honra de publicar os seus artigos voltados para o mundo acadêmico.    
Marcus Prado – Jornalista

Momento Cultural: Meu pecado – Henrique de Holanda.

Eu não posso saber qual o pecado
que, irrefletido, cometi; suponho
seja, talvez, porque te fosse dado
meu coração, – a essência do meu sonho..

Se amar é crime, eu vou ser condenado
e toda culpa, em tuas mãos, eu ponho.
– Quem já te pode ver sem ter amado?!…
Quanto é lindo o pecado a que me exponho!

Se tens alma e tens sangue, como eu tenho;
se acreditas em Deus, dizer-te venho,
– Que pecas, tens amor, és sonhadora…

Deus deu a todos coração igual.
Se eu amo, sofres desse mesmo mal.
– O teu pecado é o meu, – és pecadora!

(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 22).

CONVERSANDO BESTEIRA – por Sosígenes Bittencourt.

Um dia, eu voltava de Caruaru, de manhãzinha, depois de uma noitada com duas amiguinhas e haver adormecido no Hotel Continental, quando percebi que dirigia por outra estrada. Aí, interpelei um matuto:- Aqui, vai pra onde?

Aí, o matuto: – Vai pra Campina Grande!

Aí, eu engrenei uma marcha a ré e fui procurar Encruzilhada, uma cidadezinha do tamanho de uma encruzilhada. Lá, eu comi uma carne de sol com macaxeira tão gostosa que me danei a conversar besteira. Uma delas foi assim: – Você sabe por que a mulher do burro é uma besta?

Aí, as meninas: – Sei não, mestre.

Aí, eu: – Porque, quanto mais burro, mais besta ela fica.

Abestalhado abraço!

Sosígenes Bittencourt

4ª Festa da Saudade: contagem regressiva – faltam 03 (três) sábados!!!

Faltando três  sábados para o acontecimento dançante mais esperado da Terra das Tabocas, conforme planejado, já estamos fazendo as entregas das senhas aos amigos e amigas que fizeram suas reservas de mesas e camarotes. Trabalhar de maneira antecipada sempre facilita no resultado final.

Como disse o sábio filósofo, “ a expectativa faz parte do prazer”. Nesse sentido, portanto, hoje, disponibilizamos o vídeo oficial que retrata a edição imediatamente anterior da Festa da Saudade, ocorrida no ano passado (2018).

SERVIÇO:

Evento: 4ª FESTA DA SAUDADE – Local: O LEÃO – Dia: 24 DE AGOSTO -Horário: 22 HORAS – Atrações Musicais: BANDA MADE IN RECIFE E ORQUESTRA SUPER OARA – Mesa para 4 pessoas R$ 280,00 –  Camarotes para 8 pessoas R$ 450,00.

 

Em grande estilo, Colégio 3 de Agosto retoma suas atividades!!!

Atendendo ao convite do amigo e atual gestor do Colégio Municipal 3 de Agosto, Max Bley, estive na manhã de hoje (02) ao evento solene e festivo que marcou o reinicio das atividades do educandário,  após uma reforma nas suas instalações físicas.

O evento começou na parte externa da unidade escolar. Na ocasião, entre muitas presenças destacáveis, usaram da palavra o diretor Severino Max Bley, o prefeito  Aglailson Junior e o deputado estadual Aglailson Victor. Veja o vídeo.

Após o corte da fita, o evento continuou na quadra coberta. Entre outros, religiosos se reversaram ao microfone no sentido de celebrar o momento e pedir proteção ao Deus todo poderoso.  A reconhecida e campeã banda do colégio traduziu em som o simbolismo da festa.

Na qualidade de ex-aluno da referida instituição – Colégio Municipal 3 de Agosto –, ao passar pelos portões fica  impossível não voltar no tempo. Tempos em que vivi e respirei o ar desse verdadeiro templo das letras antonense. Tempo em que o “brabo” diretor, Mário Bezerra, conferia, na entrada, se os  alunos estavam vestidos com o fardamento completo. Coisas da época………..

Na passagem de hoje aproveitei também para abraçar o amigo de sempre,  “Seu” Heleno, que é o proprietário  da cantina do colégio desde os tempos lá de atrás – acredito que há mais de cinquenta anos. Eis ai, portanto, um verdadeiro patrimônio vivo do Colégio 3 de Agosto e de todos os  alunos e ex alunos que por lá passaram….

Oliveira Lima, Ariano Suassuna e Osman Lins:a escolha de um lugar – por Marcus Prado.

O ambiente bucólico, cercado de verde, tranquilo e relaxante, de três engenhos de cana-de-açúcar e suas casas-grandes, que nunca perdi a oportunidade de revê-los, em Vitória de Santo Antão, cada um com escadarias, corredores, sótãos, porões, tudo isso. com uma marca além de dois séculos, têm um detalhe histórico em comum. Deles me tornei pesquisador interessado em documentar com a câmera fotográfica o seu patrimônio histórico edificado. É gratificante saber por que foram refúgio, alívio e aconchego de três vultos da maior grandeza da nossa inteligência criativa. Não se trata de uma reconciliação telúrica com o paraíso rural perdido. Havia a necessidade transformadora do silêncio para a construção daquilo que Rilke descreve como a esfera necessária à leitura, à criação da escrita, um lugar mágico para vivenciar o “silêncio resignado” e confortável. Aquilo que Epicuro qualifica como irradiação luminosa do silêncio, o cintilamento do silêncio, digo eu, necessário à criação literária.

Os engenhos: Pombal (com o dramaturgo e escritor Ariano Suassuna, o professor e poeta Padre Daniel Lima e o pintor Romero de Andrade Lima), Cachoeirinha (com dona Flora e Manoel de Oliveira Lima) e Tomé (com Osman Lins), este com seus domínios de terras fazendo divisa com o município de Glória do Goitá. Não teria sido por acaso a escolha desses lugares para escrever textos que teriam continuidades sem quebras. Não conheço outra cidade com a ocupação de um espaço rural tão atraente e acolhedor para escritores famosos, sem falar daqueles, não em evidência na arte de escrever, mas na arte de fazer política, como se deu com João Cleofas de Oliveira no engenho Pirapama. (Eu vi, recentemente, a sua casa-grande em ruínas e a capela virou estribaria).  Pirapama era o refugio amoroso de um dos políticos mais influentes da era Vargas, assim como Pombal foi para o saudoso governador Eduardo Campos, nas suas horas de recolhimento e busca de repouso.

Lembro-me dessas casas, com suas portas de madeira de lei, as janelas abertas para o sol e suas telhas de vidro, os alpendres cheios de jarros de flores, seus pontos de armação de redes por todos os lados. Parece que estou vendo a cozinha desses engenhos, de onde vinham aromas inebriantes, as suas enormes mesas-de-jantar em jacarandá, seus tamboretes e bancos para sentar, seus utensílios de cerâmica, a fôrma de fazer bolo e tachos de cobre para canjica e pamonha, seus objetos de estanho, prata, porcelana e vidro, as almanjarras da grande moenda feita de madeira com tração animal, para extração. Suas quartinhas de água fresca em cada quarto, os bules cheios de café quente. Seus tantos quartos de dormir e o dobro de camas e lençóis de linho bordados, seus oratórios barrocos, seus retratos nas paredes (cada um com seus penteados anos trinta), seus jardins cercados de pau-a-pique e seus pomares. De Pombal, lembro-me de Ariano Suassuna e o padre poeta poetíssimo Daniel Lima a contemplarem numa certa tarde de inverno, nas esquinas do crepúsculo que dava para o açude Chora-Menino, a fulva neblina que vinha do canavial caindo sobre as cortinas e vidraças da casa-grande. Tenho para mim que foi na casa pombalina dos ventos errantes, hoje preservada por um dos Andrade Lima da nova geração, o Serginho), onde Daniel Lima escreveria parte dos seus mais belos poemas, reunidos agora numa edição primorosa da Cepe.

Foi neste DIARIO DE PERNAMBUCO que saíram os poemas dessa fase de Pombal. Na mesma casa-grande das primeiras pinturas de Zélia e, no seu entorno, do parque de esculturas de Romero. O rilkeano Malte Laurids Brigge nos diz que para escrever uma única página do seu livro é preciso, antes de tudo passar um dia e uma noite numa velha casa rural. Exemplo máximo foi Martin Heidegger na escolha que fez de sua cabana na Floresta Negra, onde  escreveria páginas que se tornaram para sempre famosas no campo da Filosofia.

Marcus Prado –  Jornalista.