O REAL IMAGINÁRIO E O DESVIRTUADO VIRTUAL – por Sosígenes Bittencourt.

Young men and women holding mobile phones

Outro dia, um cidadão me perguntou por que a menina dele não falava com ele. Como eu não a conhecia, perguntei: – O senhor conhece algum motivo?

Aí, ele, laconicamente, me respondeu: – Não.

– Ela usa a internet? – perguntei-lhe.

– Eu penso que ela mora lá. – respondeu o cidadão.

Aí, eu dei a sugestão: Compre um computador e peça para ela adicioná-lo como amigo no Facebook. Aí, você conhecerá sua filha virtual. Ela mora lá. Sua filha virtual não é sua filha real. Sua filha real é uma menina imaginária, fruto de sua fantasia. Sua filha virtual é uma menina que você não conhece. E, para você parecer virtuoso, não a procure para fazer nenhuma crítica às suas amizades e seus gostos. Porque estará se intrometendo na vida dos outros, pois sua filha é uma ilustre des(virtuada) da antiquada educação doméstica de seus antepassados.

Des(virtuado) abraço!

Sosígenes Bittencourt

ORGULHO DE SER VITORIENSE – por André de Bau

Povo querido da Vitória:

Após ter sido convidado pelo amigo Pilako para publicar um artigo quinzenalmente neste conceituado veículo de comunicação, quero, inicialmente, agradecer ao ilustre conterrâneo por esta gratificante e valiosa oportunidade de expressar minhas idéias e conhecimentos e, ao mesmo tempo, deixar aqui patenteado que me sinto muito honrado com o gentil convite. Dito isto, nesta primeira publicação, quero me dirigir à família vitoriense para discorrer sobre a nossa origem cívica, o destemor do nosso povo, e a nossa tradição de lutas históricas. É oportuno justificar que fiz uso da expressão “família vitoriense” no singular, intencionalmente (em vez de “famílias vitorienses”), na certeza de que desta forma não perco a abrangência de me referir a toda a comunidade local, porque considero a população vitoriense uma única e grande família. Uma família unida no convívio salutar com a pluralidade de raças, traduzindo, aliás, a miscigenação do nosso povo, decantada pelo notável escritor pernambucano Gilberto Freire.

Uma grande família, unida pelo trabalho, seja voltado para o setor industrial, que nos gera divisas econômicas e fama internacional; no comércio intenso, que, inclusive, realiza uma das maiores feira-livre do estado de Pernambuco; seja na agricultura, transformando o município num verdadeiro celeiro, destacando-o como um grande exportador de alimentos naturais e um dos maiores produtores de hortaliças da região. Uma grande família, unida na diversidade de crenças religiosas, comum, porém, em servir a um mesmo Deus de amor, bondade e misericórdia. Uma grande família ordeira, amiga e hospitaleira, mas que não arrefece os ânimos e revela sua coragem cívica quando se trata de defender dignos propósitos como a liberdade democrática e as garantias individuais do ser humano, aliás, a bravura e o heroísmo são índole do nosso povo, o qual, já deu à história inúmeras páginas com demonstrações de destemor e ufanismo. Sobejam os exemplos: aqui nesta terra de heróis, teve início a Guerra dos Mascates, liderada pelo Capitão-Mor Pedro Ribeiro da Silva, visando acabar com a exploração comercial por parte dos “atravessadores” que atuavam naquela época;  Na Guerra do Paraguai, Vitória viria a ocupar novamente posição de destaque na história, com o alistamento de Mariana Amália do Rego Barreto entre “Os Voluntários da Pátria”; Duas décadas antes da Abolição da Escravatura, Vitória já marcava espaço na luta por esse objetivo, com a fundação da Sociedade Auxiliadora de Emancipação dos Escravos; Mais proximamente, na segunda metade do Século XX, Vitória viria a chamar a atenção do mundo inteiro na luta pela Reforma Agrária, através do movimento revolucionário liderado pelas chamadas “Ligas Camponesas”, com destaque para o núcleo formado no Engenho Galiléia.

Entre todos os movimentos libertários que aqui tiveram origem, porém, considero a Batalha das Tabocas, que estamos a celebrar neste mês seu 374º aniversário, a mais importante, cujo episódio, conforme registra a nossa história, marca a vez primeira que os próprios brasileiros defenderam a Nacionalidade Pátria, nos conferindo o galardão de Berço da Nacionalidade Brasileira. Os fatos acima mencionados atestam que, ao longo dos seus quase quatro séculos de formação, Vitória demonstrou ser detentora de um povo bravo, trabalhador e que não teme enfrentar desafios e nem foge da luta pela liberdade e, por isso mesmo, um povo vocacionado para ser feliz. Daí, a minha satisfação de fazer parte desta grande família e o meu imensurável orgulho de ser vitoriense.

André de Bau – advogado e vereador da Vitória. 

OBS: Reitero Preito de gratidão ao amigo Pilako.

SAUDOSAS VENDAS E LOJAS VITORIENSES (4) – por Marcus Prado.

O PUXA-PUXA, de Doralice, perto da casa do Pastor Lidônio e do sobrado de Genaro Trajano. Não havia doce igual a esse puxa-puxa. Ainda sinto o gosto dele no céu da boca quando passo por esse lugar. Depois, descobri, secretamente, a receita desse puxa-puxa: 2 litros de leite — 2 kg de açúcar cristal; 1 pitada de bicarbonato de sódio (para o leite não talhar); 1 pitada de sal (para puxar o doce). Preparo: Numa panela, queime 400 gramas de açúcar, até que derreta e tome uma coloração escura. Em seguida, coloque o leite, o bicarbonato e o sal, mexendo sempre. Acrescente o restante do açúcar, até a massa engrossar e chegar ao ponto de doce de cortar. Ela fica no estilo “puxa”. Retire do fogo e deixe esfriar. Faça bolinhas, com as mãos, e enrole em papel celofane comum. Rendimento: Aproximadamente dois quilos de balas deliciosas.

Marcus Prado – jornalista. 

Momento Cultural: SÓ EXPLORAM O PIOR – por Heitor Luiz Carneiro Acioli.

Coitadas das mulheres que são violentadas, desvalorizadas e descartadas de todas as formas possíveis, desde a falta de reconhecimento até a exposição em concursos de beleza. O concurso garota fantástico que tentava encontrar a garota “mais bonita do Brasil”, se vocês acham que isso é tudo sobre as mulheres, estão completamente enganados, pois as mulheres devem ser vistas pela beleza interior, mesmo porque concursos de beleza das mulheres só exploram o pior.

(Meu jeito em Versos e Prosas – Heitor Luiz Carneiro Acioli – pág. 02).

PROFESSORA AMANDA TEM RAZÃO – por Sosígenes Bittencourt.

A professora potiguar Amanda Gurgel tem razão. Dão-lhe um cotoco de giz e querem que ela salve a nação. Ainda lhe pedem paciência. Num momento de microfone e impaciência, abre o badalo e vira paladina de sua classe. Amanda toma 3 ônibus para chegar à escola e não pode filar a merenda, porque é professora. Contudo, é chamada a amar seus alunos, educá-los com disposição e bom humor, por 930 reais. Esquecem, os seus algozes, que AMOR SÓ ESPERANÇA: AMORREDUZ; AMOR SÓ FRUSTRAÇÃO: AMOR ACABA. Não pode se encolerizar, nem ser melancólica, tem de ser fleumática, calma. O resto fica para os que mandam ter paciência. Os que se locupletam dos cargos que servem para mandar ter paciência.

Mas, se tudo não mudar, conforme sói acontecer, Amanda terá outros desgostos. Minha mãe, por exemplo, aos 80 anos, paga imposto de renda. Que renda, se ela está aposentada? Minha mãe paga juro sobre fatura, por atraso na entrega dos Correios. (Melhor voltar à era dagoma arábica e do telégrafo.) Quando tem festa, na rua, minha mãe dorme sentada numa cadeira, porque o som é ensurdecedor e os meninos pitam marijuana, imitam a cópula na vertical e vomitam birita com sarapatel nas calçadas. Vive enclausurada, porque sobra meliante e falta Segurança Pública.

Amanda tem razão, mas ter razão não basta, seria preciso gerar algum efeito, redundar em mudança. Senão, a exposição de seus motivos vira mero direito de espernear. Não vá servir para promover algum herói de última hora. Os heróis de antigamente lutavam por uma causa, os de hoje usufruem a causa.

Indignado abraço!

Sosígenes Bittencourt

Avenida Mariana Amália – por Lucivânio Jatobá.

Pilako,
A Avenida Mariana Amália era a minha ” Avenida Copacabana”: enorme ( para meus olhos e perspectiva de menino) e linda demais. Recordo do meu pai no início dos anos 1960, comprando o Diário da Noite, todos os dias da semana. Lembro ainda da Comemoração da Copa de 1962, ali na avenida. E recordo dos Carnavais daquela década, indo comprar farinha de trigo para participar do mela-mela, depois, na Praça do Livramento e na Rua Ruy Barbosa, defronte do Cine Diogo Braga…
Grande abraço!
Lucivânio Jatobá

SAUDOSAS VENDAS E LOJAS VITORIENSES (3) – por Marcus Prado.

 

LOJA DE PAUTILA LOPES – Ficou na minha saudade, porque era no meu tempo vitoriense, a única loja que vendia as melhores revistas do Rio de Janeiro. O Cruzeiro e Seleções eram as minhas preferidas. Entre seus diversos assuntos, a revista O Cruzeiro contava fatos sobre a vida dos astros de Hollywood, cinema, esportes e saúde. Ainda contava com seções de charges, política, culinária e moda. Porém, havia também um grande destaque para a vida da elite jovem brasileira nas páginas da revista com matérias sobre bailes e festas escolares, diversão na praia, eventos esportivos (incluindo competições de estudantes e militares), concursos de beleza, fotos de modelos e entrevistas com jovens ricas. Eu gostava de ler os artigos de página inteira, de Rachel de Queiroz e Gilberto Freyre.

Manoel Carlos: “Parabéns pelo amor mútuo”

Agradeço ao amigo Manoel Carlos pela palavras carinhosas, atinente à matéria recentemente postada no nosso jornal eletrônico, em que realcei  minha participação na gincana do Colégio Diogo de Braga.

“Vendo sua alegria diante da declaração de seu querido filho, que vi criança, lembro da expressão latina: “Partis confessio optima probatio”, “a melhor prova é a confissão da parte”. Seu filho como parte de sua vida, como parte de seu existir, como integrante de seu núcleo familiar é a maior testemunha de amor, do seu amor para com ele. Amar alguém nos torna fidalgos na vida! Parabéns pelo amor mútuo”. 

Manoel Carlos. 

Nota: Prefeitura Municipal da Vitória.

NOTA

A Prefeitura da Vitória de Santo Antão, através da Secretaria Municipal de Educação informa que o resultado de uma averiguação técnica, apontou que existiu falha humana no acidente desta segunda-feira (12/08), à tarde, com um dos ônibus do transporte universitário vitoriense. O condutor do veículo, já foi afastado de suas funções na manhã de hoje 13/08. Um outro ônibus foi relocado para que não houvesse prejuízo aos estudantes. A gestão municipal também informa que existem atualmente seis ônibus para o transporte universitário, fazendo a linha Vitória/Recife durante os três turnos, e que todos passam por manutenção regularmente. Ainda neste semestre 03 novos ônibus contemplará a frota universitária.

 

Momento Cultural: A Carta – Stephem Beltrão.

Sobre a folha branca
A caneta voa de leve e escreve
Apenas o seu adorado nome.
Deito-me, desligo o abajur
Durmo e sonho com você.

A carta que não escrevi
Chegou ao seu destino
Lançou-se nas autopistas dos sonhos
Do meu amor ingênuo e divino.

Por que fiz essa loucura?
Será que ela desvendou meu segredo?
Anseio que ao acordar
Ela me olhe com desejo.