Eleições 2020: eleitor desinteressado, muitas incertezas e dinheiro sobrando!!!

A pandemia do coronavírus  espatifou o calendário de 2020 nos quatro cantos do mundo. Isto é: alterou a rotina de tudo e todos. Com efeito, no nosso Brasil, apenas para ficar no processo das eleições municipais (2020),   até a tão rigorosa agenda eleitoral também segue deslizando  na pista do gelo das incertezas.

Hoje, 20 de junho, estamos a exatos trinta dias do início do período reservado às chamadas “convenções partidárias” – 20 de julho a 05 de agosto. Não se sabe ao certo como tudo isso irá acontecer. Se antes, sobretudo nas cidades do interior, esse momento já servia como uma pesquisa eleitoral informal para o  pleito, agora possivelmente todo aquele “vuco-vuco”  não passará de um “game” computadorizado, ou seja: “Convenção Online”  algo, convenhamos,  totalmente estranho ao modelo de sempre.

Trazendo para nossa “aldeia” os impactos visíveis e invisíveis da pandemia, no que se refere ao pleito municipal que se avizinha,  podemos dizer que, assim como a maioria da população das cidades brasileiras, de maneira geral, o eleitorado antonense não está ligado e interessado nesse processo.

Ainda com os olhos voltados ao modelo eleitoral local de antes,  quando os chefes políticos – após o carnaval –  “caiam em campo” para aproximar-se  dos eleitores nos mais diversos eventos – “aniversários fabricados”, “cultos inventados”,  “campeonatos relâmpagos”, encontros sociais e etc –  justamente para “aquecer” a tropa  e arregim$ntar novos soldados, convenhamos que a pandemia, definitivamente,  “quebrou” essa etapa.

Outra coisa que a orientação sanitária do isolamento social “fraturou”, por assim dizer, foi à exposição dos pré-candidatos a prefeito. Se antes do cornavírus os pré-postulantes locais já não tinham visibilidade, agora mais ainda. Por uma parte eles estão sendo recompensados, isto é:  estão economizando dinheiro, principalmente com aqueles “viciados” e “profissionais” na arte do leilão eleitoral.

Com a intenção de atenuar os efeitos da não campanha de rua – que pelo calendário posto deveria começar a partir do dia 16 de agosto – fala-se no Congresso Nacional no adiamento do pelito para os dias 15 de novembro e 06 de dezembro – 1º turno e 2º turno,  respectivamente.

No que se refere ao movimento político dos candidatos a vereança, em se mantendo esse modelo de campanha sem visibilidade e sem movimentos de rua, convenhamos que os atuais ocupantes das cadeiras da Casa Legislativa Municipal partem na frente com certa vantagem.

Portanto, como falei no inicio, a pandemia do coronavírus espatifou calendários e agendas. De certo, por enquanto, “apenas” a bagatela de mais de  DOIS BILHÕES (R$ 2.034.954.823,96) para ser “investido” em tudo isso, com ou sem campanha. Durma com uma bronca dessa!!!

A formação da nossa cidade no centro do debate!!!

Em tempos de recomendação de isolamento social,  por conta da pandemia do coronavírus, as novas ferramentas tecnológicas ganharam ainda mais relevância no contexto disseminação da boa informação. Assim sendo, aceitei o convite do amigo Pedro Cavalcanti para um bate papo sobre a formação da nossa Vitória de Santo Antão,  ao longo desse quase 400 anos de sua existência.

 Na qualidade de um eterno estudante sobre a história do nosso torrão, quando solicitado, fico feliz em poder em poder contribuir com essa pauta. Num papo aberto, descontraído e com muita interação dos internautas, conversamos bastante. Parabéns ao amigo Pedro por promovido esse nosso encontro virtual.

Infelizes exemplos: movimentos antirracismo e Câmara de Vereadores da Vitória.

Interpretar, entender e escrever os fatos históricos não é algo tão simples. Uma narrativa desconectada dos elementos científicos que obrigatoriamente devem nortear à boa historiografia, mais adiante,  será  desidrata  à luz dos inevitáveis questionamentos. Com efeito, não estou afirmando que os historiadores são imparciais. De uma forma ou de outra, bom ou ruim, quero dizer que não existe neutralidade nas narrativas históricas.

O dinamismo dos constantes acontecimentos, distribuídos na chamada linha do tempo, nos proporciona extraordinárias oportunidades pedagógicas de interagirmos com fatos distintos e, ao mesmo tempo, interligados. Nesse caldeirão, por assim dizer, gostaria de criar pontos de convergências entre dois movimentos  – um no mundo e o outro em Vitória de Santo Antão –  que aparentemente nunca se comunicariam , mas, se bem observado, agora,  estão dialogando  na mesma direção,  ou seja: no sentido da miopia histórica.

Tendo como epicentro o país mais rico do mundo –  EUA –   movimentos populares/sociais deflagrados pela morte selvagem de um americano negro por um policial branco que, entre outras coisas, pedem pelo  fim do preconceito racial, recentemente  ganhou um capitulo irracional do ponto de vista da reação coletiva, isto é: destruir estátuas e monumentos. Esse tipo de ação, promovida por grupos irados e desorganizados mentalmente,  é uma estupidez dupla.

Primeiro, porque não é destruindo estátuas de “vultos” do passado que se altera os fatos. Os acontecimentos de outrora –  se aos olhos do tempo de hoje incômoda parcela da população –  devem os mesmos serem  pedagogicamente ressignificados, na perspectiva das  gerações vindouras.

Segundo, porque devemos respeitar a vontade daqueles que escolheram e atribuíram algum valor ao referido homenageado.  Não cometamos, por ignorância, o chamado anacronismo histórico,  ocasião em que somos impulsionados a balizar os acontecimentos  do passado com os olhos e conceitos do tempo atual,  descontextualizando-os,   assim,  do “tempo e espaço” do fato ocorrido.

Já em nossa “aldeia” – Vitória de Santo Antão – o “apagão” racional,  no quesito desprezo à memória dos nossos  antepassados, tem nome e sobrenome e se alimenta de dinheiro público. Ou seja: vereadores e Câmera de Vereadores. Explico:

De um tempo pra cá, infelizmente,  virou moda alguns vereadores , por indiferença, bajulação ou cálculo político,  propor  e alterar –  com a anuência dos pares –   nomes de ruas com a mesma naturalidade e simplicidade com que muda o nome do seu gatinho ou papagaio de estimação.

Nesse contexto duas tristes constatações: suas excelências desconhecem a história da cidade e jogam, também,  uma espécie de “lama do desrespeito” em cima da memória dos parlamentares que lhes antecederam e,  soberanamente,  deliberaram pelas “justas” escolhas daquele  momento.

Como já falei anteriormente, a história é dinâmica e os fatos se entrelaçam. Nos EUA, na Inglaterra ou em Vitória de Santo Antão  os acontecimentos  do passado e do presente ganham vida para dialogar  entre si e promover, doravante,  uma  oportunidade de  reciclagem  nas ideias como também – algo que nunca poderia deixar de ser –  respeito  à memória daqueles que  já fizeram a viagem sem volta e não estão mais aqui para se defender.

EDUCAÇÃO MUSICAL – Noções básicas de harmonização (PARTE 2).

Todo frevo está composto, pronto, e, as peças estão escritas nas regiões agudas, médias e graves, onde deve cada músico ter a humildade de saber e, conhecer seus próprios limites técnicos, físicos, práticos, para neste momento de dificuldade existente, possa realizar os Intervalos de terceira. Por exemplo: se tem uma nota (Bb) agudo e, estamos na terça-feira de carnaval a tarde embaixo de um sol, bastante quente, e, percebemos que não iremos conseguir soprar e executar este (Bb) agudo de forma limpa, audível, e, segura, realizamos a contagem matemática, apartir do (Bb) agudo, para (G), também agudo, onde se a armadura da peça deste frevo que está sendo executado, está armado com (3) bemóis, Bb/Eb/Ab, podemos também experimentarmos um (Eb), agudo, onde haverá um acorde, uma harmonização baseada no tom principal deste frevo executado. Estamos falando em um momento que, os lábios de cada componente da orquestra de frevo, já estão cansados por estarem no último dia de carnaval, e, sentindo o cansaço conseguido nos movimentos expressivos: afrouxa/aperta/aperta/afrouxa. Em outras palavras: grave/médio/agudo/agudo/médio/grave, então, cada componente dos trombones que estão fazendo as perguntas e, os trompetes também, inclusos nesta tarefa, enquanto as palhetas (Altos/Tenores), respondendo, e, as Tubas marcando, teremos uma qualidade sonora, harmônica, e, melódica, de alto nível. Quão agradável não será para a audição dos ouvintes e foliões? Se cada componente, colocar em prática esta tarefa, não gastará tanta energia, e a qualidade musical desta orquestra como ficaria? As pessoas da localidade, turistas e visitantes, qual imagem não ficaria guardadas em suas mentes, até o próximo carnaval?

Bosco do Carmo

Ex-aluno e trombonista da antiga Euterpe Musical 03 de Agosto da cidade da

Vitória de Santo Antão – PE, (1980; 1987- 1994) do maestro Aderaldo Avelino da Silva – in memoriam – , Ex-aluno do maestro Nunes – in memoriam – da cidade do Recife – PE. (1991-1996).

Com fogueira ou sem fogueira o “São João” e um patrimônio do povo nordestino.

Na qualidade de brasileiro nordestino, confesso que atravessar o mês de junho sem participar dos festejos mais populares e característicos da nossa região é algo surreal. Além de ser a nossa cara, de apresentar-nos  ao mundo como realmente somos, os festejos juninos se configuram numa das maiores indústrias do turismo do nosso país. Como bem cantou o Trio Nordestino: “ele veio do fundo do quintal – hoje é  maioral dos palhoções – tá valendo milhões (música – Forró Pic plic plá).

Pois bem,  atendendo a uma recomendação do Ministério Público de Pernambuco, em que sugere a todos os prefeitos do nosso estado, entre outras coisas, o não acendimento de fogueiras pela população em locais públicos e privados, em virtude da pandemia do novo coronavírus, a prefeitura local – através do decreto 39/2020 – acatou a recomendação e optou pela proibição das fogueiras em toda circunscrição territorial do município da Vitória.

Até aí, tudo bem. O momento requer compreensão, solidariedade e união de todos. Mas, no entanto, há vários anos, observa-se,  nesse sentido (fim das figueiras),  uma narrativa com várias motivações  – sobretudo nas redes sociais – que reivindicam pelo fim das tradicionais fogueiras nos festejos  juninos.

A origem dessa tradição não é nova. Remetem-nos à mitologia grega numa passagem que envolvem os deuses Adônis, Afrodite, Perséfone e Zeus. Já com relação ao calendário litúrgico da Igreja Católica a fogueira tem seu fundamento na história do nascimento de João Batista. Foi justamente através de uma fogueira que Santa Isabel  “avisou” a Nossa Senhora que o menino havia nascido. Esse que mais tarde se tornou um dos santos mais importantes da religião católica (São João). Com a chegada dos portugueses em nossas terras, a partir de 1500, os padres jesuítas cuidaram de introduzir essa  tradição aos nossos costumes.

Ao povo do Nordeste coube a maior devoção aos santos cultuados no mês de junho.  Presume-se que foi  justamente pela  coincidência com as abundantes  chuvas do período. Num misto de fé e capricho da natureza –  ao longo do tempo –  os nordestinos tornaram-se devedores das graças recebidas. Com efeito, agradecer e  celebrar tornou-se  natural. Imagino que foi nessa mistura, com a imprescindível verve sertaneja dos poetas, que forjamos esse verdadeiro patrimônio cultural  que atende pelo São do João do Nordeste.

Na figura do maior propagandista da nossa terra e do nosso jeito, Luiz Gonzaga, foi o maior de todos.  Devemos sim aceitar e entender que por força maior o São João da nossa terra, esse ano (2020),  será comemorado de forma atípica.

Tudo isso vai passar e como bons nordestinos fortes, corajosos e devotos já devemos começar a nos preparar para os  festejos de 2021 no qual, com toda certeza,   cantaremos   a todos pulmões: “ a fogueira tá queimando em homenagem a São João, o forró já começou, vamos gente,  rapapé nesse salão…..”

FAMAM – agora, com Curso de Direito!!

Uma boa notícia!

Hoje, dia 08 de junho de 2020, foi publicado no Diário Oficial da União a portaria  de número 162 autorizando, com conceito máximo pelo MEC, o Curso de Direito da FAMAM – Faculdade Macêdo de Amorim.

Nesse contexto, nossa cidade, Vitória de Santo Antão, confirma sua importância regional como polo de desenvolvimento educacional da Região da Zona da Marta. Aos gestores da FAMAM, em especial ao amigo doutor Emmanuel Romanelli Macêdo de Amorim, seguem nossas congratulações por mais essa conquista pessoal e, ao mesmo tempo, coletiva.

Instituto Histórico: GOL DE PLACA – por Pedro Ferrer

Memória, História. Se superpõem ou se interlaçam. Diz o poeta “bendito o que semeia livros a mão cheia”. Eu plagiaria: bendito o que recolhe livros a mão cheia. Recolher e guardar. Foi a nobre missão do preclaro professor JOSÉ ARAGÃO. No dia a dia o mestre recolhia jornais, revistas, convites, préstitos dos clubes carnavalescos, documentos, papeis e mais papeis. Tudo que se referia à Vitória de Santo Antão era guardado com carinho e zelo. Esta lida foi relativamente seguida pela professora Eunice Xavier. A atual diretoria tem se esmerado nesta azáfama: recolher, selecionar, catalogar e digitalizar. A informática facilitou sobremaneira o trabalho. Sem ela a cadeia seria quebrada. Mas deixemos de lero-lero e voltemos ao mestre JOSÉ ARAGÃO. Hoje, graças a ele, nosso acervo é riquíssimo em documentos impressos e manuscritos. Faltava-nos divulgá-los e facilitar o acesso do pesquisador. Várias tentativas infrutíferas. Dificuldades, sobretudo financeira, tolhiam nossas esperanças. Contatamos a Biblioteca Nacional. Tudo em vão. Resolvemos insistir e afinal a BN ouviu nosso apelo.

Dispõe a Biblioteca Nacional de um rico acervo de jornais e revistas, mais de 200 mil itens. Esta coleção é intitulada: HEMEROTECA. Nela o pesquisador, o curioso ou o mero leitor encontrarão subsídios para pesquisa. O programa facilita e explica a busca na pesquisa. Se antes você era obrigado a ler um jornal por inteiro, hoje o programa põe em destaque o objeto da pesquisa. Tudo a um palmo dos olhos.

Pensando em divulgar nosso acervo e pô-lo à disposição dos pesquisadores entabulamos um contato com a Biblioteca Nacional e inserimos dois dos nossos antigos periódicos: Diário da Victoria e Gazeta da Victoria.

Cabe a você, que gosta de História e ama seu torrão, fazer suas pesquisa. Abra o google e procure Hemeroteca Nacional. Aberta a página clique em Coleção de Jornais e Revistas. O resto virá por acréscimo, fácil, fácil. Bom trabalho e bom lazer nesta quarentena.

Professor Pedro Ferrer – presidente do IHGVSA

Silvio Gouveia aos amigos: “não teria “cabos eleitorais”…eles seriam vocês!”

Médico há 51 anos, venho exercendo a profissão com ética, dedicação e honestidade. Durante 16 anos, também exerci o cargo de vereador, sempre com transparência, lealdade e respeito à população, principalmente em atenção àqueles que me escolheram como seu representante, honrando o compromisso assumido na campanha – o de lutar pelo bem da nossa cidade. Durante meus mandatos, tive a atenção voltada principalmente para a saúde, educação e inclusão social, tendo apresentado, ao longo desse tempo, vários projetos, requerimentos e indicações.

Instado por um grupo de amigos para retornar às atividades políticas, tenho refletido amplamente na questão, e um ponto que considero crucial é o momento presente, quando vivenciamos uma pandemia instalada no país. Infelizmente, foi necessário chegarmos a uma calamidade tal para que o povo tomasse ciência da gravidade da situação da saúde em nosso país. Assim sendo, como médico, tendo conhecimento das questões peculiares à saúde e considerando, também, a bagagem enquanto servidor do povo, estaria qualificado para solicitar do poder público as medidas adequadas para o quadro atual.

Outro fator que me permite ser otimista é que ainda acredito no voto do eleitor consciente, independente e que pensa no bem-estar de todos!

Contudo, antes de dar seguimento a mais esse projeto, considero importante ouvir a opinião sincera de vocês, meus amigos! Caso positivo, conto com seu apoio para, juntos, conquistarmos esse mandato! Não teria “cabos eleitorais”…eles seriam vocês!

Silvio Gouveia

Empresa vitoriense desenvolve novo equipamento necessário para a retomada das atividades comerciais

Simultaneamente ao gravíssimo problema sanitário, em que vidas humanas estão sendo ceifadas – pelos efeitos do novo coroanavirus –  o mundo começa destravar as atividades no sentido da retomada da “vida normal”. Dentre os estados brasileiros mais afetados, São Paulo e Pernambuco, recentemente,  já anunciaram seus respectivos planejamentos para volta  gradual das atividades econômicas.

Nesse contexto, porém, rigorosos  protocolos e novas rotinas serão  obrigatoriamente implementadas  como medidas profiláticas  até que uma vacina contra a COVI-19 seja disponibilizadas à comunidade planetária.  Portanto, redesenhar ferramentas para atender essa nova demanda comercial faz-se necessário e é urgente!

Com tecnologia “Made In Vitória” a empresa comandada pelo amigo Breno Valois – Pronto Placas, Sinalização Comercial e Industrial – já disponibiliza ao mercado um equipamento para facilitar o processo de higienização das mãos com o álcool em gel. Com visual exclusivo (marca da empresa), o equipamento é acionado por um pedal sem que se faça necessário o toque com as mãos.

Eis aí, portanto, uma ferramenta que toda empresa que zela pela boa saúde dos funcionários e clientes terá que adquirir. 

Pronto Placas – Vitória de Santo Antão.

Fone – (81) 3523-0435 – zap (81) 9.8863-0435

Há exatos 15 anos, tal qual os dias atuais, Vitória também vivenciou momentos históricos…

Hoje, dia 02 de junho de 2020, na qualidade de comunidade, estamos atravessando mais deserto. A pandemia do coronavirus jogou-nos num barco a deriva em mar revolto, na direção da cachoeira do imprevisível. Pois bem,  há exatos 15 anos –  dia 02 de junho de 2005 –  nossa cidade vivenciou dias que ficou catalogados na história do município como um dos  piores momentos do século XX.

O trágico evento que ficou conhecido como “A Enchente de 2005”, definitivamente, marcou a nossa cidade. Ano passado (2019),  por ocasião da passagem de mais um “aniversário”do trágico acontecimento,  anotei um breve relato dessa fato histórico aqui no blog que, apenas por uma questão de registro,  torno a fazê-lo. Abaixo, portanto, segue  a referida matéria com pequenas atualizações.

Apenas para termos uma ideia do caos, por assim dizer, outro fato similar, antes anotado como o pior  das últimas décadas, conhecido como “ a cheia de 75”, na qual Vitória foi terrivelmente atingida, registrou-se no mês de julho daquele ano (1975)  precipitações pluviométricas de 436mm. Em junho de 2005 o índice foi de 621,7mm. Apenas nos dias 02 e 03 de junho, nossa cidade foi “castigada” com 250mm, segundo dados oficiais.

Devido ao grande volume d’água parte significativa da cidade foi inundada de maneira rápida. Boa parte da periferia, sobretudo às áreas ribeirinhas, tiveram casas destruídas,  causando o maior número de desalojados e desabrigados da sua história. O setor produtivo também foi duramente atingido. O comércio do centro ficou totalmente paralisado com a fúria das águas. Lavouras destruídas e as agências bancárias com equipamentos submersos. Serviço de fornecimentos de água potável foi danificado e etc, além de pontes destruídas, tal qual à cabeceira da Ponte do Galucho.

Além da ocupação de alguns espaços públicos (escolas) pelos desabrigados, uma rede de solidariedade foi criada em vários segmentos da sociedade – Igrejas, clubes de serviço, órgãos  governamentais, entidades classistas e etc, na tentativa de atenuar os efeitos da tragédia. Registremos, porém, que a cidade demorou   para entrar “nos trilhos” e voltar ao curso da chamada “vida normal”.

Essas escassas linhas, evidentemente, não tem a pretensão de narrar fielmente o trágico roteiro da tragédia. Tem sim, o sentido pedagógico de “disparar o gatilho” da memória, fazendo com que as pessoas que vivenciaram os fatos citados relembrem os acontecimentos, assim como informar, mesmo que superficialmente, os mais jovens.

Para concluir deixou algumas perguntas no ar: o que aprendemos com os relembrados acontecimentos? Quais medidas foram tomadas no sentido da prevenção para novas tragédias? Será que estamos trabalhando para evitar ou atenuar novos danos por conta das chuvas fortes na nossa cidade?

O internauta Djalma Gomes comentou sobre a recente matéria do Blog.

Parabéns, Pilako! Excelente matéria, como você fala, que quase nenhum vitoriense sabe dessa histórica passagem do cardeal por nossa Vitória que tornou-se papa. Falo nossa porque quem nasceu em Glória do Goitá  acaba sendo Vitoriense (rs). No meu caso,  tive a hora de receber um título de cidadão Vitoriense.

Na foto da inauguração da Churrascaria Recanto Gaúcho, encontra-se  o padre Pedro de Souza Leão. Ele  foi pároco e prefeito de Glória do Goitá –  eu era muito criança na época. Meu pai era muito amigo do Padre Pedro. A imagem dele está  sempre presente na minha mente . Essa matéria dá mais de uma hora de conversa (rs). Em breve,  iremos  sentar para falarmos  desses acontecimentos! Ótimo final de semana..

Djalma Gomes

O internauta Elmir Nogueira comentou sobre a recente matéria do Blog.

Bom dia amigo , uma história que nos emociona pelos acontecimentos citados. Também  fui frequentador do Recanto Gaúcho,  onde sempre solicitava,  antes do almoço,  a carne de cupim. Achava uma delícia! Muitas vezes o próprio gaúcho nos atendia. Lembro de suas filhas,  creio que eram duas  e,  salvo engano,  o genro já participava do atendimento do restaurante. Faz muito tempo ( anos 70 para 80 ),  cheguei em Vitória em 1974. Sua história me trouxe boas recordações,  bons tempos que não voltam jamais. Forte abraço. 

 

Elmir Nogueira

O internauta Gildo Sales comentou sobre a recente matéria do Blog.

Parabéns amigo Pilako, pela riqueza de informações de seu Blog, que nos enriquece com informações relevantes de nossa cidade e do Estado de Pernambuco. A visita do PAPA João Paulo l ao Recanto Gaúcho realmente foi um fato marcante e que pouca gente tem conhecimento desse acontecido. Eu sabia de sua passagem por Pernambuco, indo à cidade de Belo Jardim, porém quanto sua ida ao Gauchão, não tinha conhecimento. Parabéns pelo acervo do seu Blog, que tem como fito, informar e contribuir com a cultura de nossa querida cidade. Fraterno abraço.

Gildo Sales 

 

O internauta Israel Pinheiro comentou sobre a recente matéria do Blog.

Parabéns. Texto de rara sensibilidade e de raro valor histórico. Como ex-morador de Candeias, já frequentei algumas vezes o Restaurante Recanto do Gaúcho, não conhecia as tantas referências emblemáticas que você elencou. Voltarei ao restaurante, que funciona sim até hoje, dessa vez com um outro olhar e um outro espírito. @Cristiano Pilako, obrigado e, mais uma vez, parabéns pelo registro histórico e pela poesia.

Israel Pinheiro

O internauta Luiz Carvalho comentou sobre a recente matéria do blog.

Aqui é o Luiz Carvalho, irmão de Alcindo, casado com sua tia Nilda. Gosto muito de ler suas mensagens. Muito boa esta da visita do Papa João Paulo I à Vitória quando ele não havia assumido seu breve papado. Ao ler o título da matéria achei que você havia cometido um engano. Queria se reportar ao Papa João Paulo II. Ao ler o conteúdo ficou claro que se tratava do Papa João Paulo I ainda Cardeal. Reza uma lenda que ele foi assassinado (envenenado). Continue nos brindando com seus registros históricos de minha terra natal. Um grande abraço.

Luiz Carvalho

O Papa João Paulo I almoçou na Churrascaria Recanto Gaúcho, aqui na nossa Vitória de Santo Antão.

Na medida do possível estou sempre atento às questões históricas atinentes ao nosso torrão. Sublinhemos, de partida, que o maior guardião da memória antonense é o nosso Instituto Histórico e Geográfico. Aliás, diga-se de passagem, esse ano (2020), completando sete décadas ininterruptas de incomensurável serviço prestado a toda comunidade.

Pois bem, dias atrás circularam por grupos locais de whatsapp fotografias realçando o ato inaugural do “Recanto Gaúcho Churrascaria”. Para os mais maduros, que já passaram do meio século de vida, como eu, o local dispensa maiores apresentações. Já para os mais jovens devemos dizer que o badalado e moderno restaurante foi construído no alto de uma barreira onde hoje funciona o Posto Santa Cristina.

A minha primeira e forte lembrança do espaço, por assim dizer, ocorreu em 1978 por ocasião das comemorações dos 50 anos de vida do meu pai, Zito Mariano. Nesse dia, com apenas dez anos de idade, diante de uma multidão, usei da palavra para fazer-lhe uma  singela homenagem. Ainda guardo as últimas palavras do que estava escrito: “tenho dito”. A invenção da apresentação assim como o conteúdo produzido,  de maneira improvisada,  poucas horas antes do evento,  foi de autoria do  marido  (Inocêncio) de uma das minhas tias materna.

Voltando aos  registros fotográficos recentemente recebidos, como  já falei, confesso que os  mesmos provocaram uma remexida nas  “gavetas” da minha memória. Sem pestanejar, para mim,  tornou-se imperioso saber em que data deu-se aquela  inauguração e, em ato contínuo, o nome de algumas pessoas que aparecem  nas respectivas fotografias.

Com algumas primaveras na minha frente, bom de memória e curioso quando o assunto diz repeito à Vitória de Santo Antão, recorri ao  amigo Paulo Lima. De “bate-pronto” respondeu-me alguns questionamentos e ficou de pesquisar outros. Com a boa vontade de sempre, acionou algumas amigas até chegar a senhora Silvana,  filha do fundador do “Recanto Gaúcho”, o senhor Lody Ciochetta –  já falecido.

A Churrascaria Recanto Gaúcho foi inaugurada no dia 08 de maio de 1971. Governava a nossa cidade,  na qualidade de prefeito, o industrial José Augusto Ferrer. Não sei precisar até quando a casa funcionou no mesmo local.  Segundo informações, o prédio foi demolido. Certa vez, há mais ou menos uns dez anos, almocei no restaurante  que é comandado pela terceira geração do senhor Lody, localizado em Candeias, Jaboatão dos Guararapes.  Também segundo informações, funcionando até os dias atuais.

É bom que se diga que – enquanto permaneceu ativo na nossa cidade –  o Restaurante Recanto Gaúcho promoveu grandes festa e noitadas inesquecíveis. Durante décadas dividiu com o não menos famoso Restaurante Gamela de Ouro a preferência da sociedade vitoriense.

Outra coisa curiosa sobre o “Recanto Gaúcho”, que até então eu desconhecia e acredito que quase a totalidade dos vitorienses ignoram,   é que no ano de 1975, por ocasião de uma visita ao Brasil, em que se deslocou do Recife ao município de Belo Jardim, para reencontrar um amigo religioso,  o Cardeal italiano Albino Luciani almoçou no Restaurante Recanto Gaúcho, aqui em Vitória de Santo Antão.

O Cardeal Albino Luciani, três anos depois, em 26 de agosto de 1978, em Roma, foi eleito Papa. Para homenagear os dois últimos Papas – João XXIII e Paulo VI – Albino Luciani assumiu seu pontificado com o nome de João Paulo I. Foi o Papa de numero 263 na Igreja Católica.

Conhecido na Cúria Romana pelo apelido de “Papa do Sorriso”, o Papa João Paulo I recusou uma coroação formal. Também não aceitava ser carregado numa liteira, como os outros Papas. Foi pioneiro em adotar o nome papal duplo. Seu pontificado foi breve. Durou apenas 33 dias.

Pois bem, para marcar essa ilustre visita à Churrascaria Recanto Gaúcho,  o seu proprietário, Lody Ciochetta, à época, produziu um espaço e fixou uma placa alusiva ao fato assim como, junto com religiosos,  promoveu uma celebração no restaurante para marcar o auspicioso acontecimento. Vale lembrar também que a cadeira em que o ilustre cliente usou  ficou separada  e preservada em local de destaque, próximo ao palco da casa – os mais antigos devem lembrar bem.

Na qualidade de estudioso da história da nossa cidade – Vitória de Santo Antão – gostaria de agradecer a boa vontade de todos envolvidos nessa pesquisa, com destaque aos amigos Paulo Lima e Pedro Ferrer. A história é dinâmica e viva! Quem se dedica ao ofício historiográfico é um eterno estudante.

Para ilustrar essa dialética constante nunca pensei que poderia juntar, num raciocínio lógico e sequenciado,  três acontecimentos/fatos  que fizeram parte da minha infância. O “Recanto Gaúcho”, o aniversário do meu pai e o breve pontificado do Papa João Paulo I – muito comentado à época em função da sua brevidade – todos  inseridos  dentro daquilo que chamo de “centro do meu mundo”, isto é: Vitória de Santo Antão.