BANANA PRA TODO MUNDO.

Num longo discurso sobre as virtudes da banana, há espaço até para a alegria e a felicidade, pois a banana, além de servir de combustível, produzindo energia, contém uma proteína chamada TRIPTOFANO, que o organismo a transforma em SEROTONINA, o que acalma e promove bom humor. É muita dádiva!

Ingerir banana é bom para pressão arterial e ressaca. Ela reduz a pressão alta e, liquidificada com leite e mel, repõe o armazém de açúcar do sangue.

Agora, bom mesmo é o relato sobre as benesses de sua casca. Ela serve para aliviar picada de mosquito, diluir verruga e dar brilho em sapato. Só a revelação científica já melhora o humor de qualquer mortal.

Depois, a mais surpreendente conclusão. Banana é bom para macaco, razão pela qual os bichanos não param de saltitar e são tão divertidos, o que passa a impressão de estarem sempre felizes.

A partir de hoje, não dá mais para ver uma banana do mesmo jeito.Eu, por exemplo, como banana, mas não sabia que minhas macaquices literárias, minhas anedotas, o meu senso de humor poderiam estar associados à guloseima dos macacos. Também deverei sugerir dieta à base de banana para estimular a criatividade dos palhaços, além de aconselhar o uso da casca aos engraxates. Todos irão agradecer e sorrir de felicidade.

Sosígenes Bittencourt

O HOMEM ACHA A PAZ CHATA.

A guerra é o cúmulo da insanidade coletiva, é a única disputa em que não há vencedor. A guerra é a legalidade do crime. Pergunta a quem perdeu um filho, sobre a vitória. Quem foi o vencedor da guerra que levou um ente querido? Os latinos diziam: SI VIS PACEM PARA BELLUM, ou seja, se queres a paz, prepara-te para a guerra. Por que não disseram SI VIS PACEM PARA PACEM, se queres a paz, prepara-te para a paz.

O homem acha a paz chata, por isso inventou a guerra, que é mais emocionante. O mundo conspira contra a paz, seduzido pelos motivos de sofrimento. O ser humano é um escravo cerebral das sensações, dependente químico das emoções existenciais mais impactantes. Acha mais emocionante a luta do que a comunhão. Gosta da paixão, embora sofra, desprezando o cultivo do amor, que é manso e sereno. Quando alguém mais brando diz que ama, o contemplado se abusa, enjoa. Prefere alguém prepotente que disfarça, atordoa, fere. Os cristãos disputam Jesus no grito, se dividem em nome do Senhor. O ninho dos profetas, a pátria das religiões é um barril de pólvora. Os regimes teocráticos são assassinos. As Coreias, desenvolvidas, reconstruídas com base na disciplina e na educação, sentem saudade da guerra, arengam tanto quanto as cubatas africanas, antros de ladrões, analfabetos e miseráveis. A mídia vende mais desastres ecológicos, conflitos humanos, crimes, catástrofes, porque o coração humano se emociona e prestigia. Por mais que o mundo produza bens e serviços, evolua científica e tecnologicamente, a paz parece, a cada aurora, mais distante.

Caótico abraço!

Sosígenes Bittencourt

PALESTRA NO PRESÍDIO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO.

Houve pontos importantes que fiz questão de frisar, em minha palestra, para detentos no presídio de Vitória de Santo Antão. Dentre outros, discursei sobre a IRA e sobre a LIBERDADE.

A Ira é um sentimento que deve ser resignificado, ou seja, você deve trabalhar sua ira. Porque a ira tem função. Até Jesus, para disciplinar os mercadores, na orla do templo, baixou-lhes o chicote. Naquele instante, defendia a virtude, condenava o vício e preservava a casa de Deus.

Portanto, ensinava-lhes que a Ira tem de ser pensada. O importante não é a ira que se sente, mas aquilo que fazemos com a ira que sentimos. E a pergunta era a seguinte: O que vocês fizeram com a ira que sentiram?

Em outro momento, discursei sobre a Liberdade, o segundo maior bem da vida. Porque o primeiro maior bem da vida é a própria vida. E provei que os seus corpos estavam presos, mas ninguém jamais poderia aprisionar suas ideias. As ideias não são concretas, não têm substância. As ideias são abstratas. Você pode estar preso, mas suas ideias, fora do presídio. Baseado nesses argumentos, provei-lhes que a ideia de liberdade deve seguir as regras para obtê-la, e o melhor caminho seria seguir as múltiplas alternativas para conquistá-la. Que repensar a Ira e conviver harmoniosamente seriam as melhores opções para amenizar a dor da prisão e ganhar a liberdade.

Ao final, citei o exemplo de Nelson Mandela, que morou 30 anos na prisão e saiu com a ideia de acabar com a discriminação racial na África do Sul, obtendo um êxito sonhado a vida inteira.

Sosígenes Bittencourt

REFLEXÕES SOBRE PARTIDOS POLÍTICOS NO BRASIL.

Questões de pobres são de pobres. Os ricos cuidam de suas questões. Nenhum herói ou regime político irá salvar o mundo. O mundo só se salvará pela empatia e solidariedade, e esses pré-requisitos não pertencem aos capitalistas, nem aos heróis nem aos grupos políticos.

O brasileiro que acredita que extinguindo o PT, acabará a corrupção no Brasil é o cidadão mais feliz e esperançoso do mundo. A corrupção no Brasil remonta à idade da chupeta e às orações de padre José de Anchieta, é da descoberta cabralina à Morte e Vida Severina.

É que os partidos políticos gostam do dinheiro dos ricos para comprar votos dos pobres, prometendo preservar a riqueza dos ricos e tirar os pobres da pobreza. Depois, eles vão passear com os ricos e não sabem o que fazer com os pobres. 

Sosígenes Bittencourt.

Seu Duca Raizeiro.

O analfabetismo patético e humorístico do curandeiro é caso sem remédio. Do tipo gato com “J” e jacaré com “G”. Misericórdia!

Seu Duca é muito mal-eDUCAdo.

Seu Duca não deveria ter sido raizeiro, deveria ter estudado para cortar o mal pela raiz.

Quer dizer, seu Duca é fruto do meio, ou seja, raizeiro da raiz.

Imagine quando o seu Duca estiver caDUCAndo.

Sosígenes Bittencourt

FRAGMENTOS (TÚNEL DO TEMPO).


*Deus deu ao homem a água, e o homem deu ao homem a conta d’água.
*No Dia de Finados, choramos por nossos mortos e por nós mesmos um dia.
*Na orla marítima, em tempo de fio-dental, o binóculo procurava um biquíni.
*O que mais aconselharia à polícia era não botar a mão no preso com o ódio do contracheque.
*Agiota até no amor, só dá um beijo por dois.
*Só nas Provas de Recuperação é que se conhece o pai do aluno irrecuperável.
(Novembro – 1987)

*120 dias de licença-maternidade são mais do que o suficiente para a mulher retornar grávida ao trabalho.
*O preço do tira-gosto tira o gosto de beber.
*No dia das eleições, é proibido vender bebida alcoólica e fugir da cachaça de votar.
*Urge que se crie o Pronto Socorro do tempo, para socorrer as vítimas do Horário de Verão.
*Mais um avião cai na Cordilheira dos Andes. Impõe-se um conselho: não andes pela Cordilheira.
(Novembro – 1988)

Sosígenes Bittencourt

NATAL E NASCIMENTO DE JESUS.

No primeiro século d.C., o nascimento de Jesus era comemorado no mês ADAR (fevereiro e março).

O dia 25 do mês TIVET (dezembro), do calendário hebraico e babilônico, dia comemorado com festas oriundas da Grécia e de Roma, onde todo o povo participava, era o “Dies Natalis Invictis”, comemoração do Solistício de Inverno, O Nascimento do Sol.

No ano 343 d.C., o papa Júlio I, no Concílio de Serdica, transformou a festa do “Dies Natalis Invictis” em festa da cristandade, para comemorar o nascimento de Jesus.

Papai Noel foi um bispo holandês de nome Nicolau, que, na noite fria de 25 de dezembro, em Amsterdan, saía do palácio episcopal, levando às costas um saco cheio de brinquedos, batendo às portas das residências, para distribuí-los com as crianças, em comemoração ao nascimento de Jesus.

A Árvore de Natal é de origem germânica, adotada pela primeira vez por São Bonifácio.

O Presépio de Natal foi introduzido na vida dos cristãos, no século XII, por São Francisco de Assis.

Sosígenes Bittencourt

E por falar em tristeza.

Eu sou meio ruim de tristeza. Pelo contrário, carrego uma certa alegria n’alma que, muitas vezes, confundem com falta de seriedade. Porque o importante não é a tristeza que você sente, mas o que você pode fazer com a tristeza que sente. Tristeza longa, duradoura é depressão. É caso clínico. Eu prefiro a tristeza que é caso cínico. Dizia, o dramaturgo Nelson Rodrigues, que “não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos.”

Por exemplo, a tristeza, para mim, é motivo de literatura. Eu recebi um grande conselho do poeta alemão Wolfgang Goethe: Faz da tua dor um poema, e ela será suavizada.

Sosígenes Bittencourt

O lidar com a AGRESSIVIDADE.

Na realidade, o que está existindo é uma desorganização nas manifestações de protesto. As pessoas estão movidas pela emoção, cujo resultado pode ser bom ou ruim. Não existe emoção boa ou ruim, mas o resultado daquilo que fazemos com a emoção que sentimos.

Todos sabemos que a AGRESSIVIDADE é o combustível da AÇÃO. O que tememos é o resultado daquilo que cada um pode fazer com a sua AGRESSIVIDADE. É o medo, por exemplo, do que possa fazer um meliante, com o ódio que sente, no centro de São Paulo.

Essas passeatas não descartam a presença de DESORDEIROS que se infiltram e convertem sua AGRESSIVIDADE em perigosas ações deVANDALISMO, pondo em risco a vida dos próprios manifestantes.

Ora, vejamos o que pode a AGRESSIVIDADE, como combustível da AÇÃO, realizar. Eu tenho diante de mim um balde de gasolina. Se eu jogo em alguém, eu o queimo; se eu ponho numa ambulância, posso salvar uma vida.

Sosígenes Bittencourt

ESTUDADO PORTUGUÊS.

(O verbo “SUICIDAR-SE” é um PLEONASMO?)

O verbo “suicidar-se” vem do latim sui (“a si” = pronome reflexivo) + cida (= que mata). Isso significa que “suicidar” já é “matar a si mesmo”. Dispensaria, dessa forma, a repetição causada pelo uso do pronome reflexivo “SE”. Ou seja, “ele suicidou” em vez de “ele SE suicidou”.

É importante lembrar que as palavras terminadas pelo elemento latino “cida” apresentam essa ideia de “matar”:
formicida – que mata formiga;
inseticida – que mata inseto;
homicida – que mata homem.

Voltando ao verbo “suicidar-se”, se observarmos o uso contemporâneo deste verbo, não restará dúvida: ninguém diz “ele suicida” ou “eles suicidaram”. O uso do pronome reflexivo “se” junto ao verbo está mais que consagrado em nosso idioma. É, na verdade, um PLEONASMO IRREVERSÍVEL.

Numa história que é contada pelo grande ator, compositor, escritor e poeta Mário Lago, do seu livro 16 Linhas Gravadas, entre outras histórias, encontra-se a do professor de Português que se mata ao descobrir a traição de sua amada esposa Adélia. Deixou escrito na sua mensagem de despedida: “ADÉLIA SUICIDOU-ME”.

Sosígenes Bittencourt

Detrás de minha casa.

Detrás de minha casa, de um alpendre, eu vejo os telhados das casas vizinhas, a rua lá embaixo, a serra lá longe, o céu escampo.

À tarde, quando é verão, as nuvens relembram minha infância. Eu ficava vendo as nuvens formar carneirinhos, às vezes um monstro. Um dia, eu vi um bule direitinho.

Detrás de minha casa, eu ouço o palavreado de minha cidade, o cheiro de pão francês, ruído de caminhão, latido de cachorro. Agora, deu pra passar helicóptero, besourando, com aquela cauda de gafanhoto. Quando é amarelo e preto, eu só penso que é a polícia catando vendedor de marijuana.

Havia uma fábrica que passava a vida funcionando. Faziam biscoito. O cheiro de morango, de chocolate e frutas cítricas era tão forte que a gente acordava, de madrugada, para beber água de quartinha. Hoje, só escombros, as lagartixas se despencam dos muros, frágeis de inanição.

Detrás de minha casa, vemos homens que jogam dominó para esquecer o tempo, passar as horas. Como se fosse perigoso pensar na vida. Quem bota pra pensar na vida, geralmente pensa na morte. Melhor ser um gato, um peixe, um passarinho.

Sosígenes Bittencourt

Gueixa, a sedução pela arte.

Engana-se, redondamente, quem acha que a gueixa é uma versão oriental de nossa prostituta. A gueixa lá no Japão, e a prostituta aqui na esquina. Primeiro, porque para ser gueixa é preciso muitos anos de estudo, enquanto para ser prostituta não é preciso nenhum estudo, o que até facilita.

A gueixa é uma profissional que aprende, desde cedo, a milenar arte de seduzir, dançar e cantar, com ritos e indumentária tradicionais. A prostituta é uma profissional do sexo, desregrada, que negocia o corpo, não tendo, por isso, que aprender coisíssima nenhuma.

A gueixa não pode ser desfrutada por um Zé Ninguém, só servindo a políticos, grandes empresários e artistas, porque podem contratar os seus conhecimentos.

A gueixa sabe como desestressar um cidadão, tem de estar ciente da política internacional e não tem que fazer sexo com o seu cliente. A prostituta sabe como estressar um cidadão, não tem obrigação de entender nem de fundo de cozinha e tem de fazer sexo, mesmo que não saiba nem queira absolutamente nada com a vítima.

Enfim, a gueixa é um cicerone da cultura japonesa, tendo obrigação de conhecer o Japão milenar e contemporâneo, enquanto a prostituta é uma representante de nossa cultura mercadológica, segundo a qual tudo na vida tem preço e nenhum valor.

Sosígenes Bittencourt

Origem da palavra FREVO.

A palavra vem de “ferver”. Por corruptela “frever”, dando, naturalmente, “frevo”, palavra já consagrada no “Dicionário dos Brasileirismos”, de Rodolfo Garcia.

Fernando Wanderley observa que nada é mais comum numa terra canavieira do que a “frevura” – fervura dos tachos de mel, nos engenhos de açúcar, fervura lenta, bem quente, etc. A primeira referência na imprensa à palavra “frevo” está registrada no dia 12 de fevereiro de 1908, no “Jornal Pequeno”, órgão que marcou época na história da imprensa de Pernambuco. Já em 1909, o dito do ano era “Olha o frevo!”, conforme se lê no mesmo jornal de 22 de fevereiro. A palavra caiu no gosto da população e daí passou aos livros mais responsáveis. Designa, ao mesmo tempo, a música típica do carnaval recifense e os esfregados da massa em plena folia.

Obs: Corruptela – modo errado de escrever ou pronunciar uma palavra ou locução.

Sosígenes Bittencourt.

O que é mais difícil?

Foto extraída do blog da Revista Fragmentos

Quando pergunto aos alunos: O que é mais difícil, fazer sexo, ou distinguir Sujeito e Predicado numa oração? Ele logo responde: – Distinguir o Sujeito e o Predicado.

Ledo engano. Uma regra gramatical é uma regra e acabou-se. Fazer sexo com outra pessoa requer muito mais inteligência e imaginação. Implica em refletir sobre o pecado, nas consequências do ato, em noções de higiene, prevenção contra DST, gravidez, amor e paixão, empreender sedução, etc etc etc.

A grande questão é que “sexo” dá prazer, e “estudar”, não. Ora, qual a grande função dos pais e mestres, depois da Internet? Mediar esse universo de estímulos ao qual os jovens estão submetidos. Nunca, ser pai foi tão exigido; nunca, ser professor foi tão importante. Eu tenho tentado provar aos alunos que alguém pode ser feliz, sentir prazer nos estudos. Conhecer dá felicidade, estudar dá prazer. O prazer, que é o que se busca, está maquiado pela mídia, a serviço do Capitalismo de Consumo, como associado ao delírio, à ebriedade, embora queira-se combater o uso de drogas. Daí, o vazio e a sensação de inutilidade dos jovens, a perda da esperança. Esse é o quadro. E aproveito para relembrar a célebre reflexão de Einstein: “A alegria de ver e entender é o mais perfeito dom da natureza.

Sosígenes Bittencourt.

VULTO DE MULHER.

Que bom que você me promove esta felicidade, desabrochando beijos, me acariciando com delicados sussurros, poéticos murmúrios.

As mulheres me deixam com saudade da vida, sem querer morrer. Eu ainda termino nas mãos de uma mulher, saindo do celibato e revelando minhas virtudes casadoiras.

Eu não sei como traduzir o que sinto por você, acho que sua genitora, que é espírita, talvez possa dizer alguma coisa. Alguma coisa meio inexplicável, meio para além do corpo.

Eu sempre estou aqui, neste horário, estudando, em elucubração. E você olhando para mim, como se fosse uma aura, um ectoplasma, toda parapsicológica. Só não me assusto porque sei que é você. Também não tiro ximbocada, não me aproveito do seu fantasma. Tenho receio de faltar com respeito ao seu vulto.

Sosígenes Bittencourt

SERES INTERDEPENDENTES.

O ser humano é mesmo um animal INTERdependente. Vivemos um pendurado no outro. Ninguém, no mundo, nasceu para ser INdependente nem DEpendente, mas INTERdependente.

É ilusório pensar que podemos nos amar a tal ponto que possamos dispensar o amor do outro. Não há amor que se baste a si mesmo. Porque o amor não é um sentimento para dentro de si, mas para fora de si, é uma busca do outro.

Sosígenes Bittencourt

A DIMENSÃO DA ESTUPIDEZ HUMANA.

A palavra BURRO não resume a dimensão da estupidez humana.

Eu nunca vi um GATO fumando nem um MACACO bebendo cachaça, e ainda chamam o homem de BURRO.

Nenhum bicho jamais pensou em ser homem, mas o homem inventa uma forma de fazê-lo gente. Treina o animal, faz tudo para ele parecer humano, mas o bicho não aprende a sorrir nem sabe que vai morrer. Sorrir e saber que vai morrer é coisa de homem.

Achando pouco, o homem quer ser bicho, faz fantasia, faz munganga de toda sorte para parecer bicho, mas não consegue ser como uma baleia, um tigre ou um passarinho. Melhor ficar quieto num canto, filosofar e ir dormir um pouquinho.

Animalesco abraço!

Sosígenes Bittencourt

O TAL DO DINHEIRO – Sosígenes Bittencourt.

Dinheiro é faca de dois gumes. Há quem use o dinheiro para destruir a própria vida.

Ninguém é rico pelo que tem nem pobre pelo que não tem, mas pela noção que tem do que tem. Senão, não haveria milionários se suicidando e lavadeiras sorrindo.

Dinheiro só serve quando soma. Porque há dinheiro que subtrai, tira a esposa, os filhos, dissolve a família, expulsa os amigos do convívio.

Geralmente, as pessoas que são infelizes porque não têm dinheiro, não têm noção do que é ter dinheiro. E as pessoas que invejam quem tem dinheiro, deveriam procurar saber se quem o tem, é feliz.

O mundo melhorou por causa da injeção de dinheiro que impulsionou o progresso, mas essa é uma avaliação objetiva. É preciso encarar que, numa avaliação subjetiva, o homem não se tornou mais feliz. A ciência e a tecnologia trouxeram mais conforto material para o homem, mas não lhe deram mais sabedoria.

Sosígenes Bittencourt