Leopoldo Nachbin, centenário de um gênio pernambucano – por Marcus Prado.

O centenário de nascimento do cientista e matemático pernambucano Leopoldo Nachbin (1922-1993), ainda não foi devidamente lembrado, deveria ter sido um dos pontos altos do nosso calendário cultural, se o Recife fosse mais justo com a memória dos seus grandes vultos do passado. Na cidade não há sequer uma rua com o nome dele.

Sabe-se que, no primeiro ano do curso de engenharia, ainda jovem, Leopoldo resolveu um dos teoremas considerados insolúveis desde a mais alta Antiguidade. E que imediatamente foi chamado à Sorbonne para explicar o processo numa série de palestras, tornando-se de imediato conhecido e respeitado nos meios acadêmicos da Europa e dos EUA.

A sua área de atuação era principalmente Análise Matemática e trabalhou, no Brasil, em instituições sediadas na cidade do Rio de Janeiro e em Brasília.  No exterior, esteve em diversas universidades. Em 1967, foi-lhe oferecida uma posição acadêmica permanente na University of Rochester, USA. Ao aceitar, ele ganhou uma George Eastman Professorship, posição que foi criada especialmente para ele. Foi o primeiro matemático brasileiro, ainda muito jovem, de fama internacional.

Integrante de numerosas associações científicas do Brasil e de outros países, com livros publicados e traduzidos em outras línguas, foi o primeiro matemático a receber o Prêmio Moinho Santista, criado para projetar grandes nomes das Ciências, Letras e Artes do Brasil por suas realizações acadêmicas e intelectuais. Em 1982, recebeu o Prêmio Científico Bernardo Houssay, da Organização dos Estados Americanos (OEA), sendo novamente o primeiro matemático a quem este prêmio foi conferido. Em 1983, foi eleito membro da recém-fundada Academia de Ciências da América Latina.

Antes da fama, como professor na Universidade de Paris, integrou a geração de ouro da ciência e da cultura pernambucana, com notória repercussão no resto do país, até nos centros acadêmicos do exterior. Figurou no que podemos chamar  panteão pernambucano das  glórias do saber cientifico, ao lado, (para citar apenas  os das  Ciências Exatas, da Terra e Engenharias) de José Leite Lopes, Gilberto Osório de Andrade, Rachel Caldas Lins, Mário Schenberg, Luiz de Barros Freire, João de Vasconcelos Sobrinho,  Joaquim Maria Moreira Cardoso, Jaime de Azevedo Gusmão, Ricardo de Carvalho Ferreira, Ruy Luís Gomes, Paulo José Duarte, Sebastião Simões Filho, Don Carlo Borghi, Fernando de Souza Barros, Roberto Burle Marx,  Zeferino Rocha. Nas Ciências Biológicas e Saúde: Aluízio Bezerra Coutinho, Nelson Ferreira de Castro Chaves, Fernando Jorge Simão dos Santos Figueira, Augusto Chaves Batista, Ulysses Pernambucano de Mello Sobrinho, Ageu de Godoy Magalhães, Naíde Regueira Teodósio, Oswaldo Gonçalves de Lima, Dárdano de Andrade Lima, Mario Lacerda, Renê Ribeiro, Frederico Simões Barbosa, Adonis Reis Lira de Carvalho, Suely Lins Galdino, Amaury Domingues Coutinho, Salomão Kelner.

É indiscutível a marca deixada por essa geração de cientistas na inteligência brasileira. Jamais, que eu saiba, com o passar dos anos, numa só década, houve no Recife uma geração com tamanha força de influência e prestígio, aqui e fora do país. Aníbal Fernandes , de quem Leopoldo foi aluno, dizia, para quem quisesse ouvir, que ele seria um dos maiores matemáticos de sua geração.

Poucos sabem que, na sua juventude, no Recife, Leopoldo Nachbin e Clarice Lispector mantiveram um pacto de amizade que iria durar a vida inteira. Um especial querer bem, parecido com aqueles grandes vultos que construíram o livro As Grandes Amizades, de Raïssa Maritain. A bela judia e filósofa Raïssa, de Jacques Maritain, (vultos sempre lembrados no Recife,  no Centro Dom Vital, leia-se Luiz Delgado e Nilo Pereira). Não era namoro, era a “necessidade do outro”, como diria Gustavo Corção. Ambos se protegiam diante das perplexidades do mundo e seus mistérios, dos paradoxos da vida, quando tudo era novidade, surpresa, descoberta, desejo. Os dois eram vistos todo dia na mesma sala do colégio recifense da Rua da Aurora, o diretor os chamava de “impossíveis”, e saiam juntos, de bonde, passeando pelas praças e ruas da cidade. O Recife, nessa época, nos arredores da Boa Vista, tinha um ar sonolento, quando ainda se ouvia, mesmo à distância, o carrilhão do Diario de Pernambuco. Leopoldo era estoico e aristocrático, impetuoso. Clarice, filha de um caixeiro viajante, não podia conter o seu transbordamento de brincalhona. Um vivia para o outro.

Estavam destinados a serem amigos para sempre.  Os dois carnavaleavam a vida.

Foram anos de meninice no Recife, que Clarice dizia ter sido os mais felizes de sua vida, vividos nas ruas da Aurora, da Imperatriz, da União, da Saudade, nas praias de Olinda, um tempo que iria plasmar a alma de dois jovens que se recusavam envelhecer, num permanente traço lúdico. Clarice, em uma crônica, mostra a admiração que tinha por Leopoldo. A partir daí, dizer mais de Clarice e Leopoldo é mesmo que não dizer nada.  Ou quase nada. O tempo passou, Clarice e Leopoldo tomaram o seu destino, mas nunca se perderam de vista. Uma amizade, porém, muito diferente, a de Clarice, ucraniano-pernambucana, dedicada ao escritor Lúcio Cardozo, homossexual, com quem deixou-se cair de mãos abertas, uma experiência afetiva descrita por ela “como um corcel de fogo”, uma rajada de emoções.

Marcus Prado – jornalista

Hérika Araújo: o desafio agora é para a Câmara Federal….

Na noite da última sexta-feira (20), no plenário da Câmara de Vereadores da Vitória, aconteceu um evento político carregado de muito simbolismo. É ponto pacífico –   na atual conjuntura do nosso tecido social –  que os espaços  das mulheres nas atividades  políticas precisam ser ampliados. Inclusive, para tanto,  vários mecanismos legais vem sendo colocados em prática. À obrigatoriedade da destinação dos  30% dos recursos partidários às candidatas é um bom exemplo.

Nesse contexto os partidos políticos estão buscando, através das lideranças  femininas espalhadas em todas regiões do País, ampliar seus respectivos “raio de atuação”. Assim sendo, o PDT – Partido Democrático Trabalhista -, em Pernambuco, no referido ato, reafirmou sua confiança na produtora cultural antonense  Hérika Araujo, apostando mais uma vez no seu nome, dessa vez  como pré-candidata e deputada federal. Na ocasião, ela também tomou posso como membro do AMT – Movimentos de Mulheres, Ecotrabalhismo, Meio Ambiente e Juventude.

Cercada pelos  familiares e das pessoas simpáticas a sua postulação, a mesma conseguiu reunir representação de várias “tribos”. Emoldurando o ato político, a professora que lhe encaminhou nas primeiras letras fez a leitura do seu currículo. A sobrinha, a pequena Rebeca (9 anos),  formalizou o anuncio da  sua pré-candidatura. Desejo para a amiga Hérika Araújo, nesse novo desafio, boa sorte!

O Riacho do Navio – por historia_em_retalhos.

Esta é a Pedra do Navio (Fazenda Algodões/Floresta-PE).

Esta formação rochosa em formato de um navio situa-se no leito do riacho que leva o seu nome, o famoso “Riacho do Navio”, que inspirou a canção de Zé Dantas e Luiz Gonzaga, gravada em 1955.

O sempre cantado e festejado “Riacho do Navio”, de curso temporário, é um afluente do Rio Pajeú, encontrando-se com este último a 4km ao sul de Floresta/PE.

Mais adiante, na divisa entre Floresta e Itacuruba/PE, o Pajeú derrama as suas águas no São Francisco, que segue o seu curso até desaguar no Oceano Atlântico.

José de Sousa Dantas Filho foi um dos maiores parceiros do Rei do Baião e nasceu em Carnaíba/PE. Porém, o seu pai tinha uma fazenda no município de Betânia/PE, que era cortada pelo Riacho do Navio, servindo-lhe de inspiração para criar a canção homônima.

Em verdade, essa obra-prima do cancioneiro popular revela a enorme sensibilidade do genial Zé Dantas.

De forma metaforizada, a música propõe a filosofia de voltar para o simples, quando sugere que “se fosse um peixe” trocaria a imensidão do mar pela simplicidade do Riacho do Navio.

Ao ir “direitinho pro Riacho do Navio”, teria vida singela, para ver o seu “Brejinho” (nome da fazenda de seus pais), onde encontraria a passarada, as caçadas, as pegas-de-boi, etc.

Se observarmos, o tal peixe de Dantas transcende a figura de seu criador.

Esse peixe corajoso e lutador representa bem o homem do campo, sertanejo sofrido, que, na contramão do fluxo migratório, ou seja, “ao contrário do rio”, guarda no fundo de sua alma o desejo de retornar ao seu torrão natal, “saindo lá do mar, pro Riacho do Navio”, “sem rádio e sem notícias das terras civilizadas”.

Que linda poesia popular.
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Em Vitória, em 2022, a campanha do André de Paula poderá ser uma “exclusividade” do Henrique Queiroz…

Na política partidária/eleitoral/administrativa, por assim dizer, já que, na prática, elas acabam se complementando num ciclo sem fim,  poderíamos dizer que  os recentes movimentos do deputado federal André de Paula, no âmbito da disputa estadual, apenas confirmam que, de maneira geral, os  políticos estão comprometidos com o projeto,  ou seja: “o seu projeto pessoal”.

Até “um dia desse”  o deputado André de Paula, na imprensa, era tratado como o “senador da Frente Popular”. Preterido, resolveu mudar e se alinhou ao projeto da também deputada federal Marília Arraes, essa, pré-candidata ao governo e ele ao cargo de senador da república. Nesse contexto algumas mudanças se fez necessário, como por exemplo, entregar o cargo de secretária, ocupado por uma das filhas do André de Paula, lotada  na prefeitura do Recife.

Mas independente dos muitos efeitos colaterais dessa mudança –   do André de Paula – gostaria apenas de ater-me  aos mais salientes,   vinculados ao domicilio eleitoral antonense.

O primeiro deles: o deputado Joaquim Lira, figura ligada ao André de Paula, não poderá pedir votos –  muito menos vincular sua imagem –  para o então “candidato a senador André de Paula” em Vitória de Santo Antão.

Nesse pelito (2022) o Joaquim Lira será um soldado na campanha da candidata a senadora indicada pelo PT – Partido dos Trabalhadores -, Teresa Leitão.

Vale salientar que o mesmo (Joaquim), mudou de partido e  agora faz parte do PV,  em uma federação com o PCdoB (Partido Comunista do Brasil) e o PT (Partido dos Trabalhadores), e, assim sendo, não poderá declara voto  ao amigo  André de Paula, mesmo todos sabendo que na urna ele sufragará o número do candidato do PSD.

Ainda nesse contexto, o prefeito Paulo Roberto também ficará impossibilitado de fazer campanha,  em Vitória,  para o “candidato a senador André de Paula”. Paulo e a filha, pré-candidata a deputada federal,  são filiados ao MDB, partido esse que integra a frente partidária dos candidatos indicados pelo governador Paulo Câmara. Ou seja: serão obrigados também a embarcarem  na canoa do Danilo Cabral e da Teresa Leitão, pré-candidatos a governador e senador, respectivamente.

Para os “Querávares”, que sempre estiveram alinhados politicamente com os candidatos da Frente Popular, o “evento André de Paula, nem fede, nem cheira”. O curioso dessa história, é que a bandeira e a coordenação da então candidatura para o senado do André de Paula, em Vitória de Santo Antão, poderá cair – oficialmente – no colo do grupo liderado pelo velho cacique Henrique Queiroz, já que o PP – Partido Progressista -, comandado no estado pelo deputado federal Eduardo da Fonte, já hipotecou apoio público  à postulação do André de Paula.

Na política os desdobramentos, muita  vezes,  provocam coisas curiosas e até mudanças radicais. André de Paula, como todos sabem, um produto da escola de Marco Maciel, agora é LULA desde criancinha. Em Vitória, sempre vinculado ao grupo amarelo,  André de Paula, no próximo pleito estadual, possivelmente vestirá verde,  para ser uma exclusividade do Henrique Queiroz…….

 

 

Esta é a Igreja de Santa Isabel – por historia_em_retalhos.

Esta é a Igreja de Santa Isabel, cartão postal da cidade do Paulista/PE.

Em seu interior, repousam os restos mortais do padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro ou, apenas, “padre João Ribeiro”, revolucionário, mártir e principal ideólogo da Revolução Pernambucana de 1817.

Padre João Ribeiro foi um homem único, à frente de seu tempo, respeitado por ricos e pobres.

Desde jovem, muito sábio, auxiliou o monsenhor Manoel Arruda Câmara, naturalista de renome e fundador do Areópago de Itambé/PE, tornando-se seguidor de seus ideais libertários.

Com a derrota do movimento de 1817, Ribeiro cometeu suicídio, em 19 de maio de 1817, enforcando-se na capela do Engenho Paulista, em Olinda, atual município do Paulista, após a derrota dos revoltosos na batalha do Engenho Trapiche.

Por ordem do vice-almirante Rodrigo Lobo, o seu corpo foi desenterrado, esquartejado e a sua cabeça foi exposta, na ponta de uma vara, na Praça do Pelourinho, no Recife, onde ficou por dois anos.

Padre João Ribeiro é considerado o líder moral da Revolução Pernambucana de 1817 e foi o criador da bandeira de Pernambuco.

Que a sua memória permaneça viva.
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Sobradinho em estilo eclético do Pátio da Matriz – por Marcus Prado.

Parte cimeira de uma relíquia arquitetônica da Vitória de Santo Antão, o sobradinho em estilo eclético do Pátio da Matriz, da família Otávio Pimentel, com mais de 100 anos de construção. Ali, nasceram Almir e seu irmão, Padre Pimentel. Deveria há muito ser tombado pela autoridade municipal como Patrimônio Histórico Edificado.

Por mais de uma vez, na condição de sócio do I.Histórico local (dele fui servidor durante 40 anos) e como vitoriense, escrevi sobre a importância desse sobradinho, um dos raros de nossa terra, como referência cultural e histórica, portanto, precisa ser preservado. A começar pela concessão de isenção vitalícia de imposto predial, enquanto prevalecer as suas características atuais. (Foto: Marcus Prado)

Marcus Prado – jornalista. 

Você sabia❓- por historia_em_retalhos.

Que o nome do personagem “Bita” foi inspirado no jogador de mesmo nome, ídolo do Clube Náutico Capibaribe?

Pois é!

O criador do “Mundo Bita”, Chaps Melo, resolveu fazer uma homenagem ao seu pai, grande torcedor do timbu e fã do jogador.

Sílvio Tasso Lasalvia, o craque Bita, ficou conhecido como o “Homem do Rifle”, sendo considerado um dos maiores jogadores da história do Náutico.

Foi figura central nas conquistas do inédito e até hoje exclusivo título do hexacampeonato pernambucano e do vice-campeonato da Taça Brasil de 1967.

Em 17.11.1966, o Náutico de Bita bateu o Santos de Pelé, por 5×3, em pleno Pacaembu, tendo o “Homem do Rifle” descarregado quatro gols contra a meta do goleiro Gilmar.

Sabias dessa?
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Momento Instituto Histórico: Família Azoubel

Beto Azoubel voltou ao IHGVSA representando sua família para receber a homenagem póstuma de seu bisavô David Azoubel, que muito contribuiu para a construção da história vitoriense. Beto conta neste vídeo o quão surpreso e regozijado ficou ao encontrar, em uma visita ao Instituto pelo Ministério da Cultura, peças produzidas pela antiga fábrica da família Azoubel. Venha nos visitar e descubra mais sobre suas raízes e quem sabe você também não tenha a feliz surpresa em descobrir peças pertencentes a sua família e que hoje faz parte do acervo histórico deste, que é um dos mais antigos Institutos de Pernambuco.

Instituto Histórico – assessoria. 

Bolsa de Aposta: quantos vereadores da Vitória continuarão seguindo com a Marília?

Presos por  um  “casamento” com “data de validade” perto do fim, o prefeito  e os três deputados da nossa “aldeia” – Vitória de Santo Antão – seguem em convívio suspeito  com  o “cônjuge  político” em questão, ou seja: Governador Paulo Câmara.

Detentor de uma rejeição popular estratosférica, segundo pesquisas de opinião pública, todos  (políticos) querem os benéficos da caneta do Paulo Câmara,  mas ninguém quer ter sua imagem associada a dele, sobretudo nesse período que se inicia, ou seja: pré-campanha eleitoral.

Sempre falei que  Vitória precisava  e necessita de um deputado de oposição. Não tem a menor lógica que as três correntes políticas locais – com assento na ALEPE – estejam num mesmo palanque. Algo  estranho às tradições políticas antonenses.

Pois bem, na manha do último sábado (14) a “noiva”  da eleição de Pernambuco, em 2022, Marília Arraes –  pré candidata ao Palácio do Campo das  Princesas – “desfilou” pela  feira da  Vitória  acompanhada  por vereadores, apoiadores e simpatizantes.

Pelas fotos e vídeos divulgados pelas redes sociais, no movimento de rua, observa-se que o grupo de vereadores,  que antes havia hipotecado apoio ao projeto político da neta do Doutor Arraes,  diminui,  aqui,  na República das Tabocas,  não obstante seu nome haver crescido em todas regiões do estado. Algo, aliás,  que distorce da liturgia política eleitoral.

Nesse contexto, para os observadores da cena política local, algumas dúvidas e curiosidades surgem,  imediatamente:

1º – Será que os “caciques” entraram em campo para proibir que os “seus vereadores” participassem?

2º –  Quantos vereadores desse grupo  seguirão  firmes  com a Marília?

3º – Qual será o primeiro tradicional grupo político local (amarelo/verde/ vermelho) que irá  aderir ao projeto da Marília?

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos………..

 

Dilson Lira, AVLAC e o Professor Ricardo….

Na manhã do domingo (15) a AVLAC – Academia Vitoriense de Letras, Artes e Ciência – promoveu Sessão Solene no sentido da “Defesa do Patrono” Dilson Lira pelo acadêmico professor Ricardo Vieira. O evento ocorreu no salão nobre do Instituto Histórico e Geográfico da Vitória.

Prestigiado pelos colegas acadêmicos, o professor Ricardo Vieira “mergulhou” na arte e na vida do Poeta Dilson Lira, relembrando sua obra, visão de futuro e da sua importância no desenvolvimento do comércio da cidade, em função do “seu O Pioneiro”. Familiares do poeta Dilson Lira marcaram presença e enriqueceram o encontro literário.

Viaduto sobre o Capibaribe – por historia_em_retalhos

Quantas vezes você já passou por essa ponte, que liga a Ilha do Leite à Ilha de Joana Bezerra, no Recife?

Esse extenso viaduto sobre o Capibaribe faz parte do cotidiano do recifense, porém o que pouca gente sabe é que o seu nome é uma homenagem a uma figura histórica importantíssima: José de Barros Lima, o nosso “Leão Coroado”! 🦁

José de Barros Lima foi um dos heróis e mártires da Revolução Pernambucana de 1817.

Intrépido e bravo, ganhou o apelido de “Leão Coroado”, em razão da calvície que ostentava em forma de coroa com longos cabelos nos lados.

Em 1817, o nosso Leão decidiu aderir à Revolução Pernambucana.

Os revolucionários planejavam revoltar-se no período da páscoa.

No dia 06.03, porém, por volta das 11h, o governador Caetano Pinto, tendo sido avisado de que um motim estava para acontecer, ordenou a prisão imediata de Domingos Martins, do Padre João Ribeiro e de Cruz Cabugá.

No Forte das Cinco Pontas, após as prisões, ocorreu um levante de militares envolvidos com a revolução.

O nosso capitão de artilharia José de Barros Lima, então, no quartel do regimento, decide reagir à voz de prisão do brigadeiro português Barbosa de Castro, matando-o com golpes das lâminas de sua espada (foto 2).

Estava antecipada a eclosão do movimento!

Com o fim da insurreição, 75 dias depois, o Leão Coroado foi condenado à morte, por crime de lesa-majestade, subindo ao patíbulo, no Recife, em 10 de julho de 1817.

Enforcado, teve o seu corpo morto esquartejado: o tronco foi arrastado a cauda de cavalos, suas mãos foram exibidas no regimento e a sua cabeça foi exposta em Olinda.

Para alguns, a precipitação do movimento teria sido uma das razões do seu insucesso. De fato, é possível que um pouco mais de planejamento, principalmente, na esfera militar, desse à Revolução de 1817 um outro desfecho.

Isso, porém, não mais importa.

O  dia 06 de março é considerado a data magna do estado de PE!

Na nossa Vitória de Santo Antão, há o monumento ao Leão Coroado (foto 3), de autoria do artista plástico Bibiano Silva.

Alô, @prefeiturarecife e @instituto_arqueologico, não seria o momento da aposição de algum registro à altura do homenageado no viaduto que leva o seu nome?

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LIVE – “Maio Antonense” – o Aeroclube da Vitória – com Pedro Ferrer e Capitão Biu Araujo.

Na 2ª live da segunda edição do Projeto “Maio Antonense” – o mês azul e branco – recebemos o professor Pedro Ferrer e o Capitão Biu Araujo.

No nosso bate papo, que teve como tema “A História do Aeroclube da Vitória”, os convidados realçaram os nomes das pessoas que plantaram a semente de um dos sonhos mais ousados da nossa história, ainda  na primeira metade do século XX,  efetivarmos um aeroclube.

O Capitão Biu Araujo,hoje com mais de 70 anos,  contextualizou na história dos seus antepassados, sua paixão pela “atividade nos céus”, na qualidade de artistas renomado. Já o professor Pedro Ferrer, autor do livro “Asas Para Vitória de Santo Antão”  – que conta a história do Aeroclube da Vitória -, entre outras coisas,   disse da sua satisfação em poder contribuir com esse registro importante para todos os antonenses,sobretudo  às gerações futuras.

ASSISTA AQUI A LIVE COMPLETA.

 

“Maio Antonense” – o Aeroclube da Vitória – com Pedro Ferrer e Capitão Biu Araujo.

A segunda  live da edição (2022) do  Projeto “Maio Antonense” – o mês azul e branco -, acontecerá na próxima segunda-feira (16), às 17h.

Com o tema “A Histórica do Nosso Aeroclube” iremos construir um conteúdo realçando um dos mais ousados sonhos dos antonenses, ou seja: na década de 1940 construir um espaço dedicado aos aviões com uma escola de pilotos. 

Para dialogar conosco, dois convidados que tiveram seus familiares envolvidos nessa empreitada: Pedro Ferrer e Capitão Biu Araujo.

LIVE – Maio Antonense – o mês azul e branco.

Tema: “A Histórica do Nosso Aeroclube”

Convidados:  Pedro Ferrer e o Capitão Biu Araujo.

Dia: segunda-feira, 16 de maio, às 17h.

Transmissão: Blog do Pilako.

https://youtube.com/shorts/0XYVJdHtqJY?feature=share

134 anos da abolição formal da escravidão no Brasil – por historia_em_retalhos.

13 de maio de 2022.

134 anos da abolição formal da escravidão no Brasil.

Compartilho registro do monumento a José Mariano (Poço da Panela/Recife), grande abolicionista pernambucano, casado com Olegária da Cunha, os quais, juntos, ajudavam escravos a fugir.

É importante conhecer os antecedentes do 13 de maio de 1888, que resultaram na assinatura da Lei Áurea.

A extinção do tráfico internacional de escravos (Lei Eusébio de Queirós – 1850), a assinatura das leis do Ventre Livre (1871) e dos Sexagenários (1885), esta última, de autoria de Rui Barbosa, a participação dos escravos na Guerra do Paraguai (1864-1870), o crescimento e a pressão do movimento abolicionista brasileiro, o temor da eclosão de uma grande insurreição, com base na experiência do Haiti (1791/1804), e, principalmente, a pressão internacional da Inglaterra, com vista a interesses mercantis, foram os antecedentes históricos que ensejaram a assinatura da Lei Áurea, pela princesa Isabel, na sua terceira e última regência, enquanto o seu pai, o imperador Pedro II, estava fora do Brasil.

Não houve generosidade alguma.

Ao longo de quatro séculos, aproximadamente, 5 milhões de africanos atravessaram o Atlântico para estarem sujeitos à forma mais brutal e perversa de relação humana no Brasil.

O Brasil foi o último país independente do continente americano a abolir a escravidão, o que expõe, às vísceras, a nossa dívida com esse passado tenebroso e com um presente que ainda insiste em manter vivo o impiedoso racismo na sua forma estrutural.

É uma triste constatação, mas a escravidão é a mãe dos principais males que afligem a sociedade brasileira: o racismo, o autoritarismo, o machismo e o patrimonialismo.

13 de maio é um dia de resistência.
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Musée de l’Homme, de Paris – por Marcus Prado.

Musée de l’Homme, de Paris, dele me tornei visitante atento aos detalhes, o dia inteiro, mais de uma vez. O museu francês, criado pelo paleontólogo, etnólogo e sociólogo Paul Rivet, de quem Gilberto Freyre era amigo e colaborador. O museu inspirador do Museu do Homem do Nordeste/Fundaj e anos depois, do Museu de Antropologia de Vitória.

Marcus Prado – jornalista.