Momento Cultural: Anoiteceres – (crônica) – Por Sosigenes Bittencourt

Anoitece em Vitória. Anoiteço em Vitória. Sou figura noturnal, viajante do ocaso, sonhador como o crepúsculo vespertino, morto de saudade como o final. De olhos vendados, conheço o cheiro dos bairros, dos becos, do meio do mato de minha cidade natal. O cheiro de fumaça, de migau, de chuva. Sou todo olfato e lembrança. Conheço os trejeitos do meu lugar, os cabelos perfumados, os enxerimentos, o flerte e o gozo. Minha cidade é todinha uma mulher. Chamar-se-ia Vitória das Marias, Maria das Vitórias, tal como é.

Anoitece em Vitória. Anoiteço em Vitória. Saio para passear, impregnado dos prazeres noturnos, das eras do meu tempo, que me viciam e me saciam. Minha cidade muda todo dia, mas não muda o meu sentimento, o fascínio elaborado pela memória, como quem ama o que odeia e odeia o que ama, num jogo de perde e ganha.

Anoitece em Vitória. Sobretudo, anoiteço em Vitória. Enlouqueço em Vitória. Porque ninguém entende o que em nós nem conseguimos explicar. Vitória, meu berço e minha tumba. Minha alma noctívaga vai enredando sua história. O acaso me espreita, a surpresa me seduz, sua bruma, sua luz. Alucinações e desejos, rimas em ‘ina’, adrenalina, serotonina, dopamina. Ah! Vitória, dos meus idos e vindas de menino, minha menina!

Sosigenes Bittencourt

OS deputados André de Paula, Felipe Carreras e Augusto Coutinho receberam os votos do povo da Vitória, se elegeram, e deram uma “banana” para a cidade!

Segundo matéria estampada no Diário de Pernambuco do domingo (19), no caderno Política (pag 2.4), cada um dos três senadores e dos vinte e cinco deputados federais pernambucanos tem direito a destinar R$ 14.000.000,00 (quatorze milhões) em emendas parlamentares para suas bases eleitorais. A lógica dessa distribuição, entendemos, que deveria seguir o mapa eleitoral de cada parlamentar  ou mesmo o vinculo que cada um mantém com seu município de origem (votação em cada cidade).

Nossa cidade, Vitória de Santo Antão, sob o ponto de vista de “Colégio Eleitoral”, configura-se entre as cinco maiores cidades do interior do estado. Mesmo após o recadastramento biométrico possuímos 90 mil eleitores (89.714). Levando-se  em conta que Pernambuco possui mais de 180 municípios somos, indiscutivelmente, uma “praça” muita cobiçada, sobretudo por sermos limítrofes da Região Metropolitana. Tudo isso é levado em conta quando o mapa geopolítico- eleitoral encontra-se em cima da  mesa na hora do “vamos-ver”, ou seja: quando se começa botar o “pé na estrada” para angariar os votos na campanha eleitoral.

Pois bem,  mesmo nossa cidade sendo detentora dos atrativos que mais interessa ao mundo político (voto), o referido relatório, publicado pelo Diário de Pernambuco, em nenhum momento realça à chegada de recursos federais, enviados, através de emendas,  pelos deputados federais, principalmente pelos que aqui foram votados na eleição de 2014.

Levando em consideração apenas os candidatos a deputado federal que foram apresentados e apoiados pelos três principais grupos políticos na nossa cidade  (Elias, Aglailson e Henrique) constatamos que os senhores  André de Paula, Felipe Carrearas e Augusto Coutinho trataram Vitória de Santo Antão como algo desprezível, insignificante isto é:  sem a menor importância.

Certamente por haver sido “ludibriado” pelo experiente deputado estadual Henrique Queiroz, no que se refere ao volume da votação prospectada na nossa cidade, o deputado federal Augusto Coutinho (SD) não destinou nenhum recurso  à nossa cidade. Dos 67.918 votos que conseguiu na eleição de 2014,  apenas 1.496 foram “pescados” por aqui. Investiu muito e teve pouco retorno. Certamente para o pleito do ano que vem não repetirá a dobradinha com o mesmo parceiro. Por aqui, deverá, contudo,  se “aconselhar” com o seu companheiro de partido, o atual vice-prefeito Doutor Saulo Albuquerque.

Sem nenhum vinculo com a nossa cidade o deputado federal Felipe Carreras (PSB) “pescou” um bom volume de sufrágios por aqui e também não destinou nenhum um centavo das suas emendas para ser investida na Terra de Mariana Amália. Dos 187.348 votos que obteve em todo estado, 8.179 conseguiu daqui. Graças ao apoio do grupo político do prefeito Aglailson Junior.

Curiosamente o deputado federal Felipe Carreras destinou R$ 1.200,000,00 para a cidade de Riacho das Almas,  aonde conseguiu pouco mais da metade dos votos que “arrancou” daqui. Outra curiosidade na destinação das verbas do Carreras é que,  não obstante haver conseguido ganhar a confiança de apenas 14 eleitores do município de Brejão,  o mesmo  enviou para lá a quantia de R$ 250.000,00.

Já o deputado federal André de Paula (PSD), velho conhecido dos eleitores vitorienses, tem na cidade da Vitória de Santo Antão a sua melhor “praça”. Nem no Recife, sua terra, onde existe mais de hum milhão de eleitores, ele conseguiu tantos votos quanto aqui. Lá (1.065.450 eleitores)  ele obteve 9.481, enquanto que aqui (89.714) foi agraciado com a confiança de 11.176 vitorienses e, mesmo assim, segundo a relação do Diário de Pernambuco, não destinou um centavo para Vitória de Santo Antão.

Ainda segundo o relatório do jornal, o deputado André de Paula  destinou  duas emendas no valor de R$ 150.000,00 para as cidades de Abreu e Lima e Camaragibe, comarca que conseguiu angariar na eleição passada  apenas 135 e 453 votos, respectivamente. Convenhamos, votação inexpressiva se comparada aos votos que conseguiu por aqui.

Esses, porém, são alguns “lances eleitorais” que o povo da nossa cidade, Vitória de Santo Antão, deve saber e ficar atento. Ano que vem (2018) teremos novas eleições. Fica a pergunta: será que vale a pena acreditar, investir e votar nesses  deputados federais que apenas nos concedem aperto de mão e “tapinhas” nas cotas?

Na medida do possível, no transcorrer da semana, voltarei a tratar desse mesmo assunto assinalando minhas impressões sobre esse tratamento dispensado ao povo da nossa Vitória de Santo Antão por esses políticos do tipo “Copa do Mundo”, ou seja: QUE SÓ APARACEM DE QUATRO EM QUATRO ANOS!

GOVERNO MUNICIPAL, ESTADO E ENTIDADES REUNIDOS NA CÂMARA

Na última sexta feira, dia 10 de novembro, às 09:00h no plenário da Câmara de Vereadores da Vitória de Santo Antão, foi realizada uma reunião de um grupo de trabalho de entidades não governamentais (ONGs), representantes do Governo Municipal e Estadual, para uma avaliação dos trabalhos realizados em parceria, que visam estruturar ações efetivas em defesa dos idosos e pessoas com necessidades especiais.

Foi inaugurado a Ouvidoria dos Direitos Humanos (Idosos e Deficientes) na antiga Estação Ferroviária, na praça Leão Coroado no Centro da cidade. A Secretaria de Assistência social do município vai ministrar cursos de capacitação para motoristas de ônibus urbanos na grande Vitória, objetivando humanizar o atendimento e acessibilidade dos idosos e deficientes.

Em breve haverá uma fiscalização rotineira nas Agências Bancárias e Casas Lotéricas, para cumprimento da Lei Municipal e Estadual para disciplinar o atendimento prioritário e ao usuário em geral. Marcaram presenças: Cel. Paulo Targino, secretário de defesa social e segurança cidadã; Dra. Zandramar Ruiz, secretária de assistência social, Dra. Karlise, diretora de benefícios, vereador Lourinaldo Júnior, Eliane assessora parlamentar, Sgt. Júlio da AGTRAN, Dr. Ricardo Corte Real, diretor jurídico dos Direitos Humanos, o ouvidor Wilson Brito e o Sr. Alberdam, diretor da ADVISA (Associação dos Deficientes da Vitória).

Internauta Wedson Garcia comenta no blog

Comentário postado na matéria “Preconceito Racial: INFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO!!!“.

Vale lembrar que o Brasil foi construído através da maior migração forçada da história. Os Estados Unidos, também conhecido por seu passado escravista, recebeu 10 vezes menos escravos que nós. 4 milhões de africanos construíram o que se tornaria a terra da “ordem e do progresso”. Progresso esse que custa a chegar para a comunidade negra, mesmo nos dias de hoje. O Brasil se tornou o maior país escravista do mundo, tendo um dos regimes mais cruéis dos últimos séculos. Porque esta é uma história que muitos ainda preferem não contar? Simples: a escravidão é uma história nada conveniente para a elite brasileira e ela não quer que essa questão seja discutida. Basta ver a oposição a qualquer tipo de ação que tenha como intenção, o reparo aos danos causados. O dia da consciência negra é questionado por essa mesma elite. A igreja católica, que tinha um enorme poder de influência, foi cúmplice de tais atos, chegando a dizer que os negros precisavam de fato passar por todo esse suplício, para posteriormente passar por dias melhores no paraíso – Descarada hipocrisia. Parabéns pelo texto Pilako. Seu discurso nada mais é que um grito de resistência, muito bem vindo em dias tão difíceis como os que vivemos atualmente. O ódio não pode predominar, jamais.

Wedson Garcia

INternauta Manoel Carlos comenta no blog

Comentário postado na matéria “Preconceito Racial: INFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO!!!“.

Querido Pilako seus textos são interessantes, posto que, retratam bem o imbróglio ideológico em se afoga a sociedade brasileira.
Sou um “mestiço”, filho de um pai branco e de uma mãe morena, e desde criança nós todos, em casa, pedíamos a benção a uma negra que alimentou meu pai, dando a Ele a primeira alimentação assim que nasceu, o nome dela era Dona Biu Preta, que hoje já deve está nos braços da Virgem da Conceição.
No Brasil, e no Nordeste é comum brancos e negros casarem terem filhos, e serem felizes!
Temos coronéis da Policia Militar negros, médicos negros, jornalistas negros, Bispos, Padres, Pastores todos negros!, e vc, em seu texto, alude a um preconceito que mais parece ser sistemático. Miserere Domini!
Querido Pilako no nível ou âmbito que vc coloca o racismo ou atos racistas, mas parece que vivemos num regime de castas raciais hermeticamente fechadas, e instransponíveis, incomunicáveis existencialmente; ora, se assim fosse o multiculturalismo musical que vivenciamos não existiria!
Pilako essa paranoia ideológica que você esposa é, redundantemente, ideológica, dissociada da nossa realidade: é só olhar a nossa volta: vivemos numa nação miscigenada, que por si só, depõe, na pratica, contra esse seu texto ideológico.
Todo esquerdista hoje além das mais bisonhas bandeiras prega e que incultar na mente do cidadão mediano que ele é um racista em potencial. A loucura ideológica é tanta que se institui o maldito dia da CONSCIENÇIA NEGRA, cujo exemplo de postura humana se resume a um negro escravocrata de nome Zumbi, ou Zumbi dos Palmares rsrsrs.
O dito Zumbi dos Palmares possuía escravos, era “sexista e machistas” nos moldes politicamente corretos pois possuía várias esposas. E agora? Que herói é esse que escraviza negros tão negros quanto ele?
Zumbi estava longe de ser um herói da democracia. “Mandava capturar escravos de fazendas vizinhas para que eles trabalhassem forçados no Quilombo dos Palmares. Também sequestrava mulheres, raras nas primeiras décadas do Brasil”, e ainda é um herói do Movimento negro….kkk Quanta coerência!
As ONGs procuram mitificar a história do Quilombo dos Palmares, apresentando-o como um refúgio de liberdade do negro perseguido. A realidade histórica, entretanto, difere bastante dessa criação legendária. Na verdade, o referido quilombo espalhava terror, mesmo entre muitos negros.
O escritor José de Souza Martins denuncia a mistificação do Quilombo dos Palmares ao denunciar a existência da escravidão dentro dele:
“Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniquidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia. As etnias de que procederam os escravos negros do Brasil praticavam e praticam a escravidão ainda hoje, na África. Não raro capturavam seus iguais para vendê-los aos traficantes. Ainda o fazem. Não faz muito tempo, os bantos, do mesmo grupo linguístico de que procede Zumbi, foram denunciados na ONU por escravizarem pigmeus nos Camarões”. (José de Souza Martins, Divisões Perigosas, Ed. Civilização Brasileira, Rio, 2007, p. 99)

Faz parte da propaganda de certos movimentos negros exaltar a figura de Zumbi como libertador dos escravos. Ora, a ascensão dele se deu após o assassinato do tio:
“Depois de feitas as pazes em 1678, os negros mataram o rei Ganga-Zumba, envenenando-o, e Zumbi assumiu o governo e o comando-em-chefe do Quilombo”. (Edison Carneiro, O Quilombo dos Palmares, Ed. Civilização Brasileira, 3a ed., Rio, 1966, p. 35)

Amigo Pilakinho Décio Freitas, autor do livro Palmares – A Guerra dos Escravos, em entrevista para a “Folha de S. Paulo”, confessou que depois das pesquisas, “ele tem hoje uma visão diferente do líder negro Zumbi. ‘Acho que, se ele tivesse sido menos radical e mais diplomático, como foi seu tio Ganga-Zumba, teria possivelmente alterado os rumos da escravidão no Brasil.’’ (http://www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500/zumi_17.htm).
Republicano e amigo Pilako novamente, no quesito “período monarquista Brasileiro” você tem uma visão tristemente enviesada e redutiva do período mais profícuo moralmente de nossa história nacional.
A princesa Isabel viveu em seu tempo, dentro de todas as vicissitudes típicas de sua época. Digo isso porque a Princesa Isabel vivia e co-reinou como regente dentro um ordenamento jurídico, que era escravocrata, mas onde a mesma sempre articulou contra, mas dentro do respeito ás normas legais.
Você diminui o grande ato de heroísmo feito pela Princesa Isabel deixando de estudar o contexto em que ela articula a libertação do negros no Brasil, e a “indenização” para os mesmos.

A necessidade de formação de um fundo para sustentar o projeto político da princesa e os esforços empreendidos pelo imperador para viabiliza-lo aparecem assim descritos na carta dela própria: http://imperiobrasileiro-rs.blogspot.com.br/2009/12/dona-isabel-e-indenizacao-aos-escravos.html

“Fui informada por papai que me collocou a par da intenção e do envio dos fundos de seo Banco em forma de doação como indenização aos ex-escravos libertos em 13 de Maio do anno passado, e o sigilo que o Snr. pidio ao prezidente do gabinete para não provocar maior reacção violenta dos escravocratas. Deus nos proteja si os escravocratas e os militares saibam deste nosso negócio pois seria o fim do actual governo e mesmo do Império e da caza de Bragança no Brazil. (…) Com os fundos doados pelo Snr. teremos oportunidade de collocar estes ex-escravos, agora livres, em terras suas proprias trabalhando na agricultura e na pecuária e dellas tirando seos proprios proventos. Fiquei mais sentida ao saber por papai que esta doação significou mais de 2/3 da venda dos seos bens, o que demonstra o amor devotado do Snr. pelo Brazil. Deus proteja o Snr. e todo a sua família para sempre!”
Três meses após a data dessa carta, a princesa e o Imperador foram depostos e desconhece-se o destinos dos tais fundos. É o Brasil, desde sempre. ”

Amigo Pilako “ideologia mata”, como vem matando a saúde mental de nosso povo. Se a Faintvisa está lhe adestrando a pensar dissociado do mundo pratico, então a mesma é mais um deposito de alienados amantes do marxismo cultural.
Abraços miscigenados!

Manoel Carlos Nascimento

Momento Cultural: Negro – por Henrique de Holanda

Henrique-de-Holanda-Cavalcanti-3

Homem negro: se o sol – nessa ansiedade bruta
de quem quer e não pode, – o teu corpo procura,
com o instinto cruel de te vender na luta,
a queimar, ainda mais, a tua pele escura…

Se resistes ao sol, nessa heroica disputa,
fertilizando a terra estéril, seca e dura,
esta cor a tingir a tua carne impoluta
é a rija encrustação de tua rude bravura.

Nem o branco encoraja e nem o negro assombra.
Tanto nos vale a luz, quanto nos vale a sombra.
Desta cor morrerás e morrerás exangue

na luta, que nos dá, pelo teu maior gosto,
a flor que floresceu do suor do teu rosto,
e o fruto que nasceu do vigor do teu sangue!…

(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 23).

Arquivo do Brega

Lulinha no seu “ARQUIVO DO BREGA 1″ vem com a música de autoria de Odair José A NOITE MAIS LINDA DO MUNDO.

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Aldenisio Tavares

Preconceito Racial: INFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO!!!

Hoje, 20 de novembro, foi o dia instituído por lei para “chamar” toda sociedade a refletir sobre o preconceito e à segregação racial no nosso País. A data – 20/11 – é uma referência direta ao dia atribuído à morte do líder da grande resistência, Zumbi do Palmares, ocorrida em 1695.

Em regra geral discriminação existe em todo e qualquer tipo de ajuntamento humano. Seja de maneira explicita ou velada. Imagino que desde que o “bicho humano”, motivado pelo sentimento da perda, sepultou o primeiro semelhante, deflagrando assim o entendimento de que não éramos iguais, sob o ponto de vista da existência, aos outros bichos (insepultos), nossas vidas passaram a ter “prazo de validade”.

Cônscio da sua finitude, até porque nesse momento ainda não se apregoava o conceito da “vida eterna”, muito menos dos “espaços” que fomos estimulados a materializa-los mentalmente, que os chamamos até hoje de céu e inferno, suponho que o ser humano passou a despertar para aquilo que atualmente entendemos por egoísmos. Suponho, ainda,  que tenha brotado desse sentimento (egoísmos) todos os tipos de preconceito que conhecemos hoje. Apenas suponho!!

O preconceito racial não é só uma questão de sentimento é também algo cultural, ensinado, instituído e até incentivado, muita das vezes silenciosamente em todos os quatro cantos da nossa aldeia global. Combatê-lo não é uma tarefa fácil e simples, muito pelo contrário é extremamente complexo. A “porta de saída”, certamente, estará sempre aberta na direção do conhecimento, sobretudo no histórico, antropológico e sociológico.

Ao olharmos pelo retrovisor para a construção do nosso Brasil logo entenderemos o motivo ou os motivos pelos quais, mesmo sem querer,  somos todos, pouco ou muito, consciente ou inconsciente, preconceituosos em potencial. No passado os negros que aqui chegaram, já na qualidade de prisioneiros dos seus irmãos negros do continente africano e vendidos como “bichos” aos donos dos  navios negreiros,  nem alma possuíam, segundo o entendimento dos europeus da época.

Com o passar dos séculos, em 13 de maio de 1888, por uma conjunção de fatores, sobretudo o econômicos, os sobreviventes de um dos  maiores crimes contra a humanidade (tráfico negreiros) de toda história, são alforriados por força da lei. Se pesquisarmos o grande debate travado nesse contexto, à época,  se deu por conta da insegurança jurídica, afinal o último suspiro da monarquia, com a Lei Áurea, desapropriou um patrimônio privado sem a devida contrapartida financeira.

Libertos em massa a comunidade negra que morava nas senzalas, providos das mínimas condições pelos seus “senhores”, sem instrução e totalmente estigmatizados socialmente foram obrigados a criar, sem a menor organização,  aquilo que hoje conhecemos como FAVELA. É bem verdade que cento e trinta anos depois muita coisa mudou. Mas os números sociais disponíveis não mentem –  lhe são adversos.

No momento atual, se bem estudado e analisado através das pesquisas e índices sociais, logo veremos o quanto nosso País ainda é devedor a toda essa comunidade  que verdadeiramente,  com a força do seu trabalho, construiu nossa nação.

Todos os tipos de combate ao preconceito racial são importantes e válidos. Mas não devemos ser caudatários de falácias e de novas segregações  no intuito  de  se combater o velho, danoso e perene preconceito racial.

De resto, sentencio: todo tipo de preconceito se combate e se vence com informação e educação. Viva o dia da Consciência Negra no Brasil!!

Em Sessão Solene o nosso Instituto Histórico comemorou mais um aniversário.


Sob o comando do vice-presidente da casa, professor Hiram Gomes, o nosso Instituto Histórico e Geográfico da Vitória promoveu reunião solene para comemorar o seu 67º aniversário de fundação. O evento teve como conferencista o historiador Reinado Carneiro Leão, abordando o seguinte tema: formação dos primeiros engenhos na Vitória de Santo Antão.

Além da tomada de posse de três novos sócios a programação também contou a aposição de foto de três figuras vinculadas a instituição: Elmo Cândido Carneiro, Joca Neri e Padre Renato. Seus respectivos familiares usaram da palavra para agradecer. Veja os vídeos:

Também foram condecorados com o título de “Cidadão Vitoriense” dois diretores do Instituto Histórico: a escritora Luciene Freitas e o empresário Carlos Freire.


Ao final do evento, marcada pela ausência do presidente da instituição, professor Pedro Ferrer, que se recupera de uma intervenção cirúrgica nos olhos, na capital pernambucana, todos os presentes foram convidados ao coquetel,  para o corte  do bolo e cantar o tradicional “parabéns pra você”. Veja o vídeo:

Parabéns para Alexandre Rogério!!!

Nossos parabéns de hoje seguem na direção do amigo contemporâneo e ativista social Alexandre Rogério,  face à virada de mais página natalícia no chamado calendário da vida. Não bastasse sua destacada atuação nos vários movimentos  sociais nosso amigo Alexandre é um autêntico carnavalesco vitoriense. Nesse dia especial, EVOÉ para você!!!