Fragmentos

Anciã da  Aldeia Yynn Moroti - Foto de Cristina OliveiraWherá

Anciã da Aldeia Yynn Moroti – Foto de Cristina OliveiraWherá

Indagaram uma anciã de 100 anos no cume de um morro no Rio de Janeiro: – Como está o seu colesterol, madame?

Respondeu: – Eu não sou do tempo de colesterol, não. Quem inventou colesterol foram os médicos.

Em seguida, insistiram: – A senhora tem medo da morte?

Respondeu: – Eu não. O povo tem medo da morte e está todo mundo morrendo.

Sosígenes Bittencourt

A SAUDADE TÁ NA RUA


Ouça a música “A SAUDADE TÁ NA RUA”, composta por Cristiano Pilako, com Música e voz de Ery Fã Farra. A música integrou o CD  VITÓRIA MANIA DE  CARNAVAL – Exaltando os compositores vitorienses volume 1 – CD produzido por Aldenisio Tavares e Guilherme Pajé para o carnaval de 2010, uma coletânea de músicas gravadas por blocos e clubes carnavalescos. Sete compositores vitorienses são destaques no livro 100 ANOS DE FREVO, também lançado naquele ano – Aldenisio Tavares, Braz Cândido, Guilherme Pajé, Ivanildo da Requinta, Givaldo Barros, José Marques de Senna e Nestor de Holanda.

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Aldenisio Tavares

HORA DE BRINCAR, BRINCAR

REINVENTANDO VELHOS “DEITADOS”

Os últimos serão os primeiros. (não)

Os últimos serão desclassificados.

É dando que se recebe. (não)

É dando que se engravida.

Antes tarde do que nunca. (não)

Antes à tarde do que nunca.

Quem espera, sempre alcança. (não)

Quem espera, sempre cansa.

Quem dá aos pobres, empresta a Deus. (não)

Quem dá aos pobres, adeus.

Quem ri por último, ri melhor. (não)

Quem ri por último é retardado.

Quem ama o feio, bonito lhe parece. (não)

Quem ama o feio tem mau gosto.

Quem tem boca, vai a Roma. (não)

Quem tem boca, vaia Roma.

Sosígenes Bittencourt

53 MIL ZEROS


Se 53 mil estudantes tiraram nota zero na redação do Enem, talvez não tenham feito CADERNO DE CALIGRAFIA nem DITADO no Curso Fundamental.
Caderno de Caligrafia para saber distinguir a forma das letras. Por exemplo, não escrever gato com “J” e jacaré com “G”. Ditado para iniciar frases com letra maiúscula e treinar a ortografia. São exercícios para os ouvidos e os olhos transformarem sons e letras em imagens.
A geração cibernética lê muito mais do que a geração do lápis grafite insofismavelmente. Só que menos concentrada. Abriu os olhos, está diante de um celular, já está lendo. Contudo, a leitura, em silêncio, é sempre mais proveitosa. É preciso saber ser aluno e estudante. Aluno é coletivo e passivo, estudante é solitário e ativo.

Leitura requer um certo desligamento, um isolamento que viabilize a concentração, e as pessoas temem ficar sozinhas. Confundem ESTAR SÓ com SOLIDÃO. Porque você pode estar SOLITÁRIO numa multidão e ACOMPANHADO sozinho.

Talvez, seja necessário fazer treinamento com o computador desligado e agarrado com a caneta feito antigamente; abrir um livro no sofá da sala de visitas e desligar o celular.

Sosígenes Bittencourt

UM DIA, EM CUMBUCO, NO CEARÁ

Um dia, eu fui bater na praia de Cumbuco, no Ceará.

Havia passeio de Bugre, dunas, o céu bem pertinho do mar. Eu vi gente a cavalo, senti cheirinho de fumo de rolo, vi paraquedista bailando no ar. Parecia uma comunhão entre as zonas rural e urbana na orla marítima do Ceará.

Foi em Cumbuco que eu vi a morena mais linda do mundo. Fantasiada de índio, vendendo umas castanhas do tamanho de um caju. Morena avermelhada, carnadura torneada e carinha de menina. Fiquei tão abestalhado que terminei confeccionando a seguinte revelação: Eu já não me sinto uma FORTALEZA, nem sei o que CEARÁ de mim.

Já de volta, acomodado no avião, sobrenadando um acolchoado de nuvens sob a luz solar, vinha matutando: que coisas tão lindas, eu vim de Pernambuco vê na praia de Cumbuco, aqui no Ceará. E supliquei à aeromoça: – Moça, me dê uma bebidinha quente para eu sonhar.

À saída, a mesma aeromoça me perguntou: – O senhor fez boa viagem?

Ao que, meio sonhando, respondi: – Viajando com você, acima das nuvens, eu me senti do céu pra lá.

Sosígenes Bittencourt

Momento Cultural: ENERGIA – VIDA DO COSMO – por MELCHISEDEC

MelchisedecEnergia Absoluta – É a força que movimenta e equilibra todos os corpos no espaço. Além do oxigênio, hidrogênio e nitrogênio, o ar está impregnado de uma Energia Absoluta que penetra todas as formas, desde a mais elementar vida vegetativa até a mais elevada vida humana. Essa energia emana do sol e penetra pelos centros nervosos do ser humano e vai alojar-se no “plexo solar”, capacitando-o a produzir trabalho.

A Energia Absoluta contém um terço de ar, movendo-se em círculo, estabelecendo um movimento rotatório que dá origem ao movimento dos corpos no espaço, impulsionando-os para cima e para baixo. Da ação das forças centrífugas e centrípetas, resultam o equilíbrio dos corpos no espaço. A superabundância dessa Energia atua sobre a matéria viva, através dos plexos gerando uma substância fluídica que é a parte essencial da célula produzindo o plasma celular.

Pela atuação da Energia Absoluta, nas regiões onde se assentam os plexos e pela precipitação da força nervosa, é que se dá nas células desses centros nervosos, a operação que produz as diferentes condições ou processos de fixação, para que a energia se desprenda do corpo físico.

Energia Vida – É uma grande força penetrando o espaço, que se propaga em forma de vibração, que dá existência a todas as coisas criadas. É o Átomo Centelha que emana dos Cosmo e que habita o ser humano. Esse Átomo Centelha de Vida é o princípio original da verdadeira manifestação do homem.

Essa Energia em seu contato com os planos da manifestação cria uma condição que lhe é inerente. Essa condição é a consciência, cujo os atributos não podem ser anulados nem destruídos.

Energia Mente – É uma forma de energia que está presente nas manifestações dos seres vivos. Toda vida manifestada na matéria é o resultado da mente. A função mais elevada da mente que conhecemos é a Razão, que imprime no ser humano, condições especiais de equidade, bom senso e justiça.

E energia mente é a força que movimenta uma corrente de energia emanada do cérebro.

(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 57 e 58)

PENSANDO NA PRAÇA

Este é o milênio da Solidariedade.
ou seremos soli(D)ários,
ou seremos soli(T)ários.

Deus fez o MUNDO para o homem viver,
o homem não entendeu, fez o IMUNDO.

Sem comédia, o homem sucumbe à TRAGÉDIA.
Com comédia, a tragédia vira TRAGICOMÉDIA.

Cuidar-se para achar-se belo é AUTOESTIMA.
Cuidar-se para ser achado belo é VAIDADE.
A Autoestima depende de nós.
A Vaidade depende dos outros.

Paixão é sentimento abdominal,
o cérebro não dá opinião.
Paixão é safadeza carnal,
abomina a intromissão da razão.

Sosígenes Bittencourt

PÉ DE PITANGA

Debruçado sobre o muro aqui de casa, um pé de pitanga vigia a rua. Mulheres que vêm de bairros distantes passam, de braços dados, a admirá-lo.

– Êi, Maria, vê quanta pitanga!

As pitangas, suspensas no ar, parecem se balançar de vaidade, olhando para lá e para cá.

– Menina, e tem de toda cor!

Alguns pinguços também já as admiraram, lambendo os beiços, ébrios de desejo.

– Isso dá um tira-gosto arretado!

Sinto-me contente com tamanha dádiva. A eugenia uniflora, que dá em quintais, empertigada no canto do muro do meu terraço. Sei que a drupa globosa é comum na Mata Atlântica brasileira e na Ilha da Madeira em Portugal. Ao sol vesperal, parecem mimos caídos do céu, esses novelos de cálcio coloridos d’aquém e d’além mar.
Bem sei que alguns a futucam com um pau, no intuito de fazer um ponche, chupar minhas pitangas. Nem por isso vou “chorar as pitangas”, me aperrear, ficar me lamuriando. Aliás, lembra-me a célebre reflexão do revolucionário francês Babeuf: Os frutos da terra pertencem a todos, e a terra, a ninguém.

Sou um homem feliz, porque, em meio à struggle for life (luta pela vida), tenho tempo de parar para observar minhas pitangas e produzir esta crônica.

Mimoso abraço!

Sosígenes Bittencourt

LOUCO DA BOA LOUCURA

Eu sempre tive a mania de colar frases célebres no centro da cidade para o povo refletir. Sou um LOUCO da boa LOUCURA. Há quem colecione galo de briga e se acredite sadio.

O meu Quadro de Frases na cidade já me rendeu muitas alegrias. Em outubro deste ano, eu estava sentado na calçada de um restaurante, ao lado da Igreja da Matriz, quando um casal me convidou para conversar. Que grata surpresa! O rapaz tirou do bolso uma frase de minha autoria e explicou: – Esta frase me fez mudar de vida. Eu estava desempregado e sem ânimo para buscar uma saída, quando dei de cara com o seu Quadro de Frases. E lá estava escrito o seguinte: “O sol nasceu para todos, mas temos que sair da sombra.”

O rapaz já estava trabalhando e muito satisfeito por haver saído da sombra.

Motivacional abraço!

Sosígenes Bittencourt

O REAL IMAGINÁRIO E O DESVIRTUADO VIRTUAL


Outro dia, um cidadão me perguntou por que a menina dele não falava com ele. Como eu não a conhecia, perguntei: – O senhor conhece algum motivo?

Aí, ele, laconicamente, me respondeu: – Não.

– Ela usa a internet? – perguntei-lhe.

– Eu penso que ela mora lá. – respondeu o cidadão.

Aí, eu dei a sugestão: Compre um computador e peça para ela adicioná-lo como amigo no Facebook. Aí, você conhecerá sua filha virtual. Ela mora lá. Sua filha virtual não é sua filha real. Sua filha real é uma menina imaginária, fruto de sua fantasia. Sua filha virtual é uma menina que você não conhece. E, para você parecer virtuoso, não a procure para fazer nenhuma crítica às suas amizades e seus gostos. Porque estará se intrometendo na vida dos outros, pois sua filha é uma ilustre des(virtuada) da antiquada educação doméstica de seus antepassados.

Des(virtuado) abraço!

Sosígenes Bittencourt