O REMÉDIO É AMAR

Nada melhor do que sobreviver ao morrer de amor.
Porque morrer de amor é uma forma de sobreviver.
O ser humano nasceu para amar desde que migrou da PAZ intrauterina. É como se fosse atirado de um avião a 13 mil metros de altitude, a 800 km por hora. A busca de amparo no OUTRO é o primeiro movimento amoroso, a procura do PARAÍSO PERDIDO.
E se o amor é remédio para o desamparo, por que não entregar-se de corpo e alma a esse TRATAMENTO?

Sosígenes Bittencourt

CARNAVAL E CARNAVALIZAÇÃO

Você pode brincar Carnaval, não pode carnavalizar a vida. Carnaval é uma festa, não é uma lei, é escolha, não é obrigação. Brincar Carnaval não significa impor seu ritmo, sua vontade à vontade dos outros, submeter os demais aos seus caprichos.

O Carnaval teve origem na Grécia, foi adotado pela Igreja Católica e popularizou-se na Europa sem nenhuma correlação com pornografia. Pornografia é desrespeito e sempre será. Você não pode extrapolar os limites de sua liberdade ao ponto de atropelar o direto do seu semelhante. Ninguém pode estar obrigado a ouvir tudo que você queira dizer ou fazer em qualquer lugar ou a qualquer momento. Sequer uma Música Clássica. Se você desfilasse tocando Bach ou Beethoven, não estaria cometendo uma pornografia, mas estaria obrigando o seu semelhante a ouvir aquilo que ele não queria.

Respeito ao próximo deve ser coisa ensinada na tenra idade e vivenciada no dia a dia. Respeito quando é imposto, mediante punição, é sinal de que as pessoas não foram educadas para respeitar. Por isso, tanta estranheza. Proibir pornografia não tem a ver comCENSURA, tem a ver com RESPEITO. Zelar pela educação das crianças é questão até de Saúde Pública.

É que a Imoralidade no Brasil foi dessubjetivada, passando a fazer parte de nossa cultura. Por isso, tanto arrepio mediante sua proibição.

Sosígenes Bittencourt

CARNAVAL E CONFUSÃO

Cuidado para você não pensar que está brincando Carnaval e estar mergulhado numa Confusão. Há quem brinque Carnaval para se DISTRAIR, e há quem brinque Carnaval para se DESTRUIR.

Essa semana, desfilou um bloco que não parecia estar brincando Carnaval, parecia estar ensaiando uma Confusão. O som era ensurdecedor, e ninguém entendia o que o conjunto cantava. Uma récua de bêbados ladrava palavrão e gesticulava pornografia, acompanhada pela Polícia, de cassetete em punho, já na posição de aprumar o esqueleto da macacada.

Cuidado para não confundir liberdade de expressão com constrangimento moral. A liberdade termina onde começa o direito do outro.

Por exemplo:

Mulher nua, para quem quer ver, é opção;

mulher nua, para quem não quer ver, é imposição.

Mulher nua, para quem deseja, é divertimento;

mulher nua, para quem não deseja, é enxerimento.

Mulher nua, entre casal, é Carnaval;

mulher nua, no meio da rua, é bacanal.

Confuso abraço!

Sosígenes Bittencourt

DELAÇÃO PREMIADA E DELAÇÃO NA PORRADA

Delação Premiada é quando você rouba um milhão

e, sem pressão, acusa o coautor do crime.

Aí, você tem direito a ir para casa

e usufruir do dinheiro roubado.

Delação na Porrada é quando você rouba um sabão

e, debaixo da porrada, você é obrigado a denunciar o coautor do crime.

Aí, se houver coautor, ou não,

você apanha pra comer sabão

e apanha pra saber que sabão não se come.

Discriminado abraço.

Sosígenes Bittencourt

DESORGANIZAÇÃO E PROLIFERAÇÃO DO ODIOSO DO EGITO

A causa da proliferação do “pernilongo-rajado” ou “odioso do Egito” não é apenas sua, é também de sua vizinhança. Mesmo que você conserve sua casa sem maternidade para o mosquito, enxugando os recipientes, borrifando veneno ou não deixando água estagnada para o mosquito brincar de piscina, se o seu vizinho não o fizer, você será ferroado e estará ferrado. Portanto, como o Brasil é um país desorganizado, do ponto de vista governamental e público, este é o paraíso do transmissor da Chikungunya.

Acamado abraço!

Sosígenes Bittencourt

FREVO E VASSOURINHAS

Não é possível se falar em Frevo, sem se referir a Pernambuco,Vassourinhas e Felinho. Porque não há dúvida de que o frevo nasceu entre Olinda e Recife, e é o único ritmo genuinamente nacional.

Não existe frevo nem nada parecido em lugar nenhum do mundo. Até a palavra frevo vem do verbo “ferver”, oriunda da pronúncia troncha, como “frevura”, referindo-se às atividades canavieiras, como nos engenhos de açúcar.
Diz que Vassourinhas, considerado o Hino do Carnaval Pernambucano, foi composto por Matias da Rocha e Joana Batista Ramos, para o Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas, lá pelo início do século passado, mil novecentos e alguma coisa. Porém, há quem tenha fuxicado que viu Joana cantando os versos de Vassourinhas para Matias, já em 1889. Sei não.

Felinho, Félix Lins de Albuquerque (1895-1980), conhecido popularmente como O Homem dos 11 Instrumentos, nascido ali em Bonito, inventou 8 Variações para sax-alto, no meio de Vassourinhas, em 1941. O frevo foi gravado, com a novidade, em junho de 1956, pela orquestra de Nelson Ferreira, para incendiar a Terra dos Altos Coqueiros.

Infelizmente, já não se toca Vassourinhas como antigamente. Tenho uma cópia da execução original, para dizer que deram uma vassourada no Hino do Carnaval Pernambucano.

Fervoroso abraço!

Sosígenes Bittencourt

LOUCOS ONTEM, SADIOS HOJE


Antigamente, o hospício estava cheio de loucos que tinham uma ideia fixa. Uns ficavam olhando para os cantos de parede, pensando que tinha alguém filmando eles; outros se agarravam com um objeto e só largavam na base do eletrochoque. Hoje, tudo isso é normal. As pessoas nem ligam estarem sendo filmadas até urinando e nem ligam estarem o dia inteiro esfregando o dedinho num smartphone.

Tem gente que bebe para dormir e acorda para beber. Sua fama é de CACHACEIRO. Por outro lado, tem gente que dá Boa Noite no Facebook para cair nos braços de Morfeu e dá Bom Dia no Facebook ao arregalar os olhos, e ninguém dá um pio.

Contam até que um cidadão ressuscitou, no caixão, na hora do seu sepultamento. As pessoas saíram correndo, e ele gritando que se esqueceu de postar o seu falecimento no Facebook.

Sosígenes Bittencourt

AO PÉ DO HOSPITAL DA RESTAURAÇÃO


Ao pé do Hospital da Restauração, há uma série de pequenas lanchonetes. Nelas, tem de tudo, de hambúrguer a feijão com arroz. Só não pode despachar bebida alcoólica. É proibido. Você pode ser convidado a se retirar, o que lhe tiraria a fome. Mas, pode cometer outros vícios, como comer demais, por exemplo.

– Aqui, vende bebida, madame?

– Olha, aqui não, é proibido.

Insistir para ingerir bebida alcoólica ao pé do Hospital da Restauração, não tem solução, é caso sem remédio.

Vem uma senhora gorda, balançando como um barco numa beira de cais, senta-se e pede o cardápio. Olha… olha… Daí a pouco, chama a despachante:

– Me dê uma galinha à cabidela.

– Pois não. – Responde a magrinha.

A freguesa põe a mão na Bíblia e começa a dar explicações sobre pecado, vícios e a Salvação da Alma. Entre uma explicação e outra, uma bocanhada na suculenta galinha à cabidela e uma “Aleluia!”

Era dessas criaturas falantes que dão discurso em saleta de dentista, advogado, penduradas em ônibus suburbano, fila do INSS, manicure e etc e tal.

Uma diferença entre o Tabagismo, o Alcoolismo e a Gula é que o tabagista faz fumaça, e todo mundo vê; o alcoólico cai na rua, e todo mundo vê; enquanto a Gula pode passar despercebida pelos homens, e só Deus perceber.

Pecaminoso abraço!

Sosígenes Bittencourt

Fragmentos

Anciã da  Aldeia Yynn Moroti - Foto de Cristina OliveiraWherá

Anciã da Aldeia Yynn Moroti – Foto de Cristina OliveiraWherá

Indagaram uma anciã de 100 anos no cume de um morro no Rio de Janeiro: – Como está o seu colesterol, madame?

Respondeu: – Eu não sou do tempo de colesterol, não. Quem inventou colesterol foram os médicos.

Em seguida, insistiram: – A senhora tem medo da morte?

Respondeu: – Eu não. O povo tem medo da morte e está todo mundo morrendo.

Sosígenes Bittencourt

A SAUDADE TÁ NA RUA


Ouça a música “A SAUDADE TÁ NA RUA”, composta por Cristiano Pilako, com Música e voz de Ery Fã Farra. A música integrou o CD  VITÓRIA MANIA DE  CARNAVAL – Exaltando os compositores vitorienses volume 1 – CD produzido por Aldenisio Tavares e Guilherme Pajé para o carnaval de 2010, uma coletânea de músicas gravadas por blocos e clubes carnavalescos. Sete compositores vitorienses são destaques no livro 100 ANOS DE FREVO, também lançado naquele ano – Aldenisio Tavares, Braz Cândido, Guilherme Pajé, Ivanildo da Requinta, Givaldo Barros, José Marques de Senna e Nestor de Holanda.

[wpaudio url=”http://www.blogdopilako.com.br/wp/wp-content/uploads/saudade.mp3″ text=”A Saudade tá na Rua – na voz de Ery Fã Farra” dl=”http://www.blogdopilako.com.br/wp/wp-content/uploads/saudade.mp3″]

Aldenisio Tavares

HORA DE BRINCAR, BRINCAR

REINVENTANDO VELHOS “DEITADOS”

Os últimos serão os primeiros. (não)

Os últimos serão desclassificados.

É dando que se recebe. (não)

É dando que se engravida.

Antes tarde do que nunca. (não)

Antes à tarde do que nunca.

Quem espera, sempre alcança. (não)

Quem espera, sempre cansa.

Quem dá aos pobres, empresta a Deus. (não)

Quem dá aos pobres, adeus.

Quem ri por último, ri melhor. (não)

Quem ri por último é retardado.

Quem ama o feio, bonito lhe parece. (não)

Quem ama o feio tem mau gosto.

Quem tem boca, vai a Roma. (não)

Quem tem boca, vaia Roma.

Sosígenes Bittencourt