Isso foi no tempo de Coca-Cola à base de noz de cola, acondicionada em garrafa de vidro. Hoje, toma-se xarope gaseificado em ampola de alumínio. Mário Bezerra da Silva me deu uma aula, no primeiro andar, sobre Análise Sintática, que nunca mais esqueci a diferença entre Sujeito e Predicado. Não imito direitinho, com o livro de Português, de José Brasileiro Vilanova, nas mãos, em respeito à alma do insigne diretor.
Vi, muitas vezes, o povo sair da calçada para o bel. Mário Bezerra desfilar de queixo erguido, meio de bandinha, com os sapatos rigorosamente engraxados. O paletó conhecia o caminho, da Rua Horácio de Barros à Praça Leão Coroado.
Mário era perfeccionista, gostava dos pontos nos “ii”, por isso, chegado a uns histerismos quando desobedeciam suas ordens. Contam que Mário só tinha um pulmão, mas quando dava um grito, as colunas do colégio estremeciam.
Não obstante, foi o sujeito que botou moral em colégio, no município. Depois dele, já soube de aluno que urinou, do primeiro andar para o pátio, que nem um Dionísio desvairado, e menino que deu rasteira e puxavante de cabelo em professora de Moral e Cívica.
Sosígenes Bittencourt







(O humor de bom humor)






MEMÓRIA DE VITÓRIA:




O homem se encanta com a beleza da mulher. A mulher se encanta com a inteligência do homem. Nisso, a mulher é mais inteligente. O filósofo francês Jean-Paul Sartre (1905-1980), embora insuportavelmente feio, tendo sido comparado a uma caixa de rapé ou um minúsculo Buda, dizia que “Ninguém dá a menor importância ao fato de que um escritor célebre seja bonito ou feio.” Ei-lo!












Isso foi no tempo da lancheira. Se levássemos pão com banana e uma garrafinha d’água, o pão era de trigo sem bromato de potássio, a banana sem agrotóxico, e a água, potável. Manteiga Turvo era comida de luxo. Ovo de galinha séria e leite de vaca decente. Nunca mais eu vi um maracujá-açu nem uma laranja-de-umbigo.

