
A esperança alimenta-se de vitórias, não de derrotas. De que nos serve esta derrota, para nutrir a esperança de sermos os melhores do mundo, pelo menos em termos de futebol, o que sempre julgamos ser?
Quão ingênuos somos nós. Os alemães nunca se julgaram os melhores do mundo, mas se consideraram capazes de vencer, pelo bom uso da inteligência, aqueles que apenas se sentiam os melhores, repousados nas glórias do passado.
E o que fizeram os nossos sapientes competidores? Foram buscar na inteligência aplicada, organizada, disciplinada, no estudo, na ciência, o triunfo almejado. O futebol, faz 6 anos, virou, para os alemães, um tabuleiro de xadrez. Foi uma arrumação tática, comparável a uma imbatível estratégia de operacionalidade de guerra. Foram cinco disparos certeiros, concatenados, em curto espaço de tempo, para abater o inocente inimigo.
E nem precisaram ser violentos, usar a força, nenhuma malícia, o que mais nos humilhou. Aliás, o que pode a malícia contra a sabedoria? Eis o que nos ensina o provérbio: sapientiam autem non vincit malicia.
E, agora, só nos resta uma saída: aprender com a lição. Este é o conselho milenar de um tantra indiano: Quando perder, não perca a lição.
O homem nasceu para ser derrotado, não para ser vencido. Portanto, aprendamos com os alemães, vamos estudar, imitemos nossos inimigos, sejamos humildes e alegres na derrota, que é a melhor forma, o melhor caminho para transformar a inteligência em sabedoria.
Sosígenes Bittencourt
