HOMENAGEM A DILSON LIRA – por Sosígenes Bittencourt.

Essa história de homenagear Dilson Lira é uma invenção arretada. E não custa parabenizar a Academia Vitoriense de Letras que promoveu Recital em sua memória. Se lá onde estiver, puder me ler, estará sorrindo, como sempre sorriu com minhas expressões.
Faz pouco tempo, eu ia atravessando a Avenida Mariana Amália, com o poeta Dilson Lira, quando ele parou no meio do trânsito e disse que havia sonhado com a Constelação de Eridanus, o Rio Celeste. Aí, eu, conduzindo-o pelo braço, relembrei: Nós somos do tempo em que havia tempo de acompanhar a réstia do sol e contar estrelas.
Eu dizia a Dilson que não era muito chegado a CASAMENTO nem SEPULTAMENTO, talvez pela semelhança que enxergava entre as cerimônias. E ele botava pra rir.
Geralmente, lá na padaria, onde comia pão com bolo e chupava caramelo de café.
Aí, eu comentava: “Dilson, você vai viver muito porque não come e vai morrer porque não come.” E ele botava pra rir.
Mas, Dilson não deu asas ao Mal de Alzheimer, decorou todas as poesias que confeccionou. E, falando-lhe sobre ser poeta, eu o homenageava com meus versos, a saber:
Essa história de ser poeta é dom.
Um bom dom.
O poeta não faz poesia com as flores,
com o mar,
com o céu,
sem a intenção de que você
habite sua poesia.
Ou seja,
sinta o aroma das flores,
a imensidão do mar,
o mistério do infinito.
Sosígenes Bittencourt

BRASIL 1 x 1 TUNÍSIA – por Sosígenes Bittencourt

Depois de sofrer uma viradinha de 3 a 2, para o Japão, a Seleção Brasileira consegue empatar com a Tunísia em 1 a 1. Além da Tunísia largar na frente, fazendo 1 a 0, e o gol do Brasil ter sido marcado de pênalti, Lucas Paquetá ainda consegue perder o pênalti que seria da virada.
Ora, se Estevão, que estava se amostrando no jogo, havia empatado, batendo pênalti, “pa que tá” mandando Lucas perder pênalti? Agora, só falta a Seleção Brasileira convidar para amistoso, os esquimós da Groenlândia e os pigmeus bayaka da República Centro-Africana. E Ancelotti mascando chiclete por 50 milhões de euros.
Embolado abraço!
Sosígenes Bittencourt 

Dra. ANA VERUSA CUNHA DE SOUSA – por Sosígenes Bittencourt.

(Parabenizando-a pelo transcurso de mais uma data natalícia)

Conheci-a no oitão da Igreja Matriz de Santo Antão, eventualmente, num Domingo, à noite, apropriado teatro para sua vocação religiosa, sua catolicidade teórica e praticante.

Animada, fluente na conversa, dissertava sobre assuntos mais diversos e manifestava o interesse por variedades, como tocar piano, falar duas línguas neolatinas: francês, espanhol e italiano – e uma anglo-saxônica: inglês. Colecionadora de antiguidades, também versejava, embora não revelasse interesse de editar livro até então.

Na correnteza esperta do tempo, como no dizer do poeta Drummond, fomos consolidando amizade, fundada na preocupação intelectual com o Universo.

Pouco poderia imaginar que, lá adiante, tanto iria precisar de seus saberes científicos, médicos, como especializada em Endocrinologia, não obstante experiente em Clínica Geral, resgatando-me o ombro de uma dolorosa bursite e a vida do acometimento da Covid-19. Diagnóstico e medicação sem pestanejar, lépida, despachada, e combate efetivo das enfermidades. Uma eficiência, acendrada no conhecimento, adquirido com a aplicação da inteligência, ressaltando-lhe a Sabedoria. Como diziam os gregos: A Inteligência é uma faculdade humana, cuja virtude é a Sabedoria (Sofia).

Por tudo exposto, já não era sem tempo, manifestar o meu agradecimento pelas dádivas e fazê-lo em nome de minha cidade, pelo resgate de tantas vidas, ora acorrentadas a doenças, ora no limiar da morte, durante 20 anos e 11 meses de medicina horária, assídua em Vitória de Santo Antão.

Felicidades e muito obrigado!

Sosígenes Bittencourt

Publique-as! Autorizado! – por Sosígenes Bittencourt.

Por conta deste artigo https://www.blogdopilako.com.br/wp/2025/11/10/50-anos-da-1a-eucaristia-a-longevidade-autonoma/, o amigo professor, poeta e pensador, Sosígenes Bittencourt, enviou-me  a  seguinte mensagem:

“Este é o seu artigo mais bem confeccionado do ano. Parabéns por haver partilhado a memória do seu tempo de menino”.

Publique-as! Autorizado! Sosígenes Bittencourt

P A N O R A M A – por Sosígenes Bittencourt.

Observem o que revelou Dr. Aloísio de Melo Xavier, no seu belo e bom Panorama, presente que recebi em 05 de abril de 1994, com muita honra, das mãos da profa. Severina Andrade de Moura.

“Nasci um sujeito alegre, felizmente. Em menino, pratiquei muitas peraltices e brincadeiras, graças à minha natural inquietude, que não me dava tréguas. Comecei a entender, desde então, o imenso valor da alegria, contrapondo-se aos problemas e às misérias da vida humana. Cedo, portanto, alcancei a profunda significação que o bom humor oferece-nos durante a nossa fugaz estada neste vale de lágrimas.” – Aloísio de Melo Xavier.

Sosígenes Bittencourt

FINAL DE SEMANA – por Sosígenes Bittencourt.

Chegou mais um final de semana. Alegremo-nos a nós mesmos. Afinal, a única pessoa que conviverá com você por toda sua vida é você mesmo. Portanto, relembremos a máxima do Rei Salomão: “O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido seca até os ossos”.

A felicidade não tem hora marcada. Ninguém trabalha durante a semana para ser feliz no domingo. Portanto, não coloque a felicidade fora de si mesmo, a felicidade é agora!
Contudo, se tiveres alguma aflição, relembrai o que o apóstolo João disse que Jesus havia dito: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.

Cordial abraço!

Sosígenes Bittencourt

SPORT 0 x 2 JUVENTUDE – por Sosígenes Bittencourt.

O Sport Club do Recife não é um time de futebol, é um bando de jogadores. Apesar de não acertarem a meta adversária, não conseguem evitar a sua de ser vazada. O bando do cangaceiro Lampião tinha mais pontaria, acertava mais no alvo. Sem repertório ofensivo, o time semelha um bando de baratas em debandada. O torcedor que foi assistir à derrota para o Juventude, numa quarta-feira chuvosa, em Recife, não é fanático, é lunático, anda no mundo da lua.

Lunático abraço!
Sosígenes Bittencourt

HOMENAGEM A FINADOS (11 anos) – por Sosígenes Bittencourt.

Brasil 3, Japão 0, e o pitaco de mainha. Quando terminou o jogo entre Brasil e Japão, minha genitora, que era enjicada com futebol, saiu-se com essa: – O Brasil joga, amanhã, com quem?
Aí, papai: – Com ninguém, menina, nenhum time joga dois dias em seguida.
Aí, mainha: – Então, amanhã, eu não vou para o fogão. Está tudo errado. Esses caras trabalham um dia na semana para ganhar uma fortuna, e eu trabalho todo dia sem remuneração?
Finados: Simônides Bittencourt, profa. Damariz e titia Ricardina.
Sosígenes Bittencourt

NO TEMPO DE EU MENINO – (O Primeiro Suicídio) – por Sosígenes Bittencourt.

Um dia, eu era menino, vi uma prostituta pegando fogo. Foi na ladeira da Zona de Baixo Meretrício, no tempo de Núbia Lafayette cantando “Lama” – música que, em desabafo, se vingava: Hoje, quem me difama, viveu na lama também.
À noite, quando Núbia cantava, eu via a prostituta pegando fogo, a sua pele queimando, e o seu peito ondeando, sufocado. Desesperada, saíra correndo da casa, aos gritos, e caíra, no meio da rua, emudecida. Foi o meu primeiro suicídio.
À sombra da muralha de adultos que se comprimia, eu olhava pela brecha, olhava… E, pálido, meio magro, desintoxicado, em solilóquio, indagava: Cadê Deus?
Passei uns dias sem comer direito, com a boca amarga, pelos cantos de parede, com vontade de chorar. Não podia ouvir Núbia cantar.
Mas, fui crescendo, crescendo, e fiquei sabendo que foi por causa de amor. O que é o amor? – eu me punha a perguntar.
Um dia, já menino grande, eu comecei a me explicar. O amor não tem explicação, o amor é só amar. O amor arde, o amor queima, pode até incendiar.
Sosígenes Bittencourt

NO BAR DA COCHEIRA – por Sosígenes Bittencourt.


O Bar da Cocheira fica como quem vai para o Matadouro. É uma casa de família. O barzinho é um fundo de quintal, de dona Léo de Zé Pedreiro. Quando bate a tardinha, sobe aquele aroma adocicado de chiqueiro de porco, relembrando a década de sessenta. Zé Pedreiro não diz nadinha, pai das meninas, de mulheres diferentes, todas contentes. A mais velha deve ser Maria de Nazaré, loirinha, meio sofrida por uma paixão que se acabou.

Na televisão, toca até Zezo dos Teclados, com aquela gemedeira romântica que faz a mulherada querer beijar na boca. Tem dobradinha, quiabada, sarapatel, tripinha de “pôico”, tudo no estrinque. Chega dá vontade de tomar uma lapada de cachaça e passar a boca na manga da camisa. Todo ser humano tem um maloqueiro dentro do peito. Sobretudo se nasceu no interior, no tempo que fazer sexo era pecado e urinar na rua era falta de educação. Deus me defenda! No tempo que mulher da vida chamava-se rapariga e tinha mais vergonha na cara do que a geração de Malhação. Morreram quase todas. Outro dia, eu vi Maria Guarda-Roupa.

O Bar de dona Léo fica lá na esquina, como quem vai para o Matadouro. As meninas descem da Faculdade e vão beber cerveja. Tem até estudante de Pedagogia. Umas meninas sabidas, falantes, de batom, cabelo na escova e sandália de dedinho. Se não fosse isso, a vida seria muito chata.

Sosígenes Bittencourt

NO TEMPO DE EU MENINO – Laranja-de-umbigo – por Sosígenes Bittencourt.


Sou da era do silêncio, quando se tinha tempo de pensar no tempo e naquilo que se pensava.
Sou do tempo que comida tinha gosto de comida. Tomate, por exemplo, não tinha gosto de xarope.
Eu comi ovo de galinha séria e bebi leite de vaca decente. As galinhas eram criadas soltas, pulando cerca e comendo minhoca. As vacas não tomavam anabolizante, não eram avacalhadas pelos seus criadores.
Nunca mais eu vi uma laranja-de-umbigo. Essa laranja dá à luz uma laranjinha protuberante e dentro de uma cavidade, parecendo um peitinho desabrochando. Dulcíssima que nem um favo de mel. Chega dá gosto.

Sosígenes Bittencourt

INFARTO URBANO – Sosígenes Bittencourt.

Vitória de Santo Antão precisa, urgentemente, implantar uma safena administrativa para desobstruir o coração infartado da cidade. Senão, caminhando para a velhice, eu começo a arremedar a sentença latina: Vitória ingrata, non possidebis ossa mea
(Vitória ingrata, não possuirás os meus ossos).
Infartado abraço!
Sosígenes Bittencourt

A MAIS LINDA ASSOMBRAÇÃO QUE ME ASSUSTOU – por Sosígenes Bittencourt.


Linda Blair foi a menina mais linda que eu vi no cinema. A despeito, transformaram-na na menina mais feia que eu vi no cinema. Passei noites me acordando, embora mais impressionado com a sua beleza do que com a feiura da personagem. Linda foi a mais linda assombração que me assustou.

Sosígenes Bittencourt

JAPÃO 3 x 2 BRASIL – por Sosígenes Bittencourt

O Brasil consegue perder, pela primeira vez, para o Japão, de virada, por 3 a 2, escalado por Ancelotti, que veio treinar a Seleção Brasileira, para ser Campeã do mundo, por 50 milhões de euros, chupando chiclete aos 66 anos de idade. Os japoneses aprenderam a jogar futebol dentro de uma semana e, no Brasil, os brucutus já chutavam cocão de caveira com melhor pontaria.
Misericordioso abraço!
Sosígenes Bittencourt