HOMENAGEM A DILSON LIRA – por Sosígenes Bittencourt

(Há 7 anos – 02/12/2016)
Essa história de homenagear Dilson Lira é uma invenção arretada. E não custa parabenizar a Academia Vitoriense de Letras que promoveu Recital em sua memória. Se lá onde estiver, puder me ler, estará sorrindo, como sempre sorriu com minhas expressões.
Faz pouco tempo, eu ia atravessando a Avenida Mariana Amália, com o poeta Dilson Lira, quando ele parou no meio do trânsito e disse que havia sonhado com a Constelação de Eridanus, o Rio Celeste. Aí, eu, conduzindo-o pelo braço, relembrei: Nós somos do tempo em que havia tempo de acompanhar a réstia do sol e contar estrelas.
Eu dizia a Dilson que não era muito chegado a CASAMENTO nem SEPULTAMENTO, talvez pela semelhança que enxergava entre as cerimônias. E ele botava pra rir.
Geralmente, lá na padaria, onde comia pão com bolo e chupava caramelo de café.
Aí, eu comentava: “Dilson, você vai viver muito porque não come e vai morrer porque não come.” E ele botava pra rir.
Mas, Dilson não deu asas ao Mal de Alzheimer, decorou todas as poesias que confeccionou. E, falando-lhe sobre ser poeta, eu o homenageava com meus versos, a saber:
Essa história de ser poeta é dom.
Um bom dom.
O poeta não faz poesia com as flores,
com o mar,
com o céu,
sem a intenção de que você
habite sua poesia.
Ou seja,
sinta o aroma das flores,
a imensidão do mar,
o mistério do infinito.
Sosígenes Bittencourt

O PEQUENO BERNARDO – por Sosígenes Bittencourt.

Em Tabira, no Sertão Pernambucano, o pequeno Bernardo, com 3 meses e 8 kilos, abismado e de mão no queixo, de tanta curiosidade, sem saber 1/3 da missa. Neto de dona Alvaneide Leite de Melo, descendente da tribo fulni-ô, de Águas Belas; ela, crendo-me um Cacique, e eu, nas turvas Águas Brancas, caprichando pra Pajé.
Vitória de Santo Antão/PE.
Sosígenes Bittencourt

RESENHA ESPORTIVA – por Sosígenes Bittencourt.


Brasil 0 x 1 Argentina
O Brasil está vivendo o seu day after, conseguindo amanhecer pior no dia seguinte. A Seleção Brasileira não é um time de futebol, é um bando de jogadores. Melhor tivessem vestido o padrão brasileiro no time do Fluminense. Pelo menos, Diniz mora com eles. Conhece-lhes as macaquices futebolísticas. Não dá para treinar uma equipe, tirada no par e ímpar, feito em pelada de ponta de rua, às vésperas de pega pra capar. O time não engrena, não sabe finalizar. Acaba perdendo, jogando no ataque sem golear.

Sosígenes Bittencourt

AUTOSSUFICIENTE ou AUTO-SUFICIENTE – por Sosígenes Bittencourt.

Eis a explicação, segundo o Dicionário Online de Português. A forma correta de escrita da palavra é autossuficiente. A palavra auto-suficiente está errada desde a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, em janeiro de 2009. O adjetivo autossuficiente se refere a alguém capaz de viver de modo independente e autônomo, sem depender dos outros. A pergunta que se impõe é a seguinte: Qual opção deve ser assinalada pelo candidato, submetido ao Vestibular?
Sosígenes Bittencourt

URUGUAI 2 x 0 BRASIL – por Sosígenes Bittencourt.


A Seleção Brasileira não é um time de futebol, é um bando de jogadores. Não há entrosamento entre as estrelas que, como consequência, não conseguem brilhar. Não há conexão entre a defesa e o ataque. O meio de campo não pulsa, não flui, é um coração, taticamente, obstruído. Razão pela qual, não conseguem chegar ao ataque, não ameaçam a meta adversária. E foi, em cima desta desarrumação tática, que o Uruguai se amostrou numa vitória histórica sobre o futebol mais laureado do mundo. Saudade de Tite, o maior colecionador de vitórias, como técnico, desde que inventaram futebol no mundo. Busquemos as estatísticas, para aplacar nosso sofrimento.
Desentrosado abraço!

Sosígenes Bittencourt

EU, A BICO DE CANETA, RETRATADO POR ALMIR BRITO – 1975 – por Sosígenes Bittencourt.

Uma recordação do tempo da boemia saudável, quando podíamos retornar do baixo meretrício, de madrugada, camisa no ombro, a assobiar, baforando um cigarro à lá Humpfrey Bogart. Medo, só de alma do outro mundo, no tempo em que menino não portava arma de fogo, não pitava cannabis sativa, nem namorava nu. O pintor, escultor, violonista e poliglota Almir Brito, no entorno do Grupo Escolar Pedro Ribeiro, anda vivo, no mundo, para contar.

Sosígenes Bittencourt

É A EVOLUÇÃO – por Sosígenes Bittencourt.

Antigamente, no tempo do Maracujá-açu e da Laranja-de-Umbigo, o m(ó)lho de coentro e o limão vinham como presentinho do feirante ao freguês. Hoje, um limão está pelo preço de uma jaca, e você não leva um bago de presente. E sempre houve enchente, sempre houve dilúvio. É que o matuto de hoje quer andar de jeans importada e tênis de marca. Mas, tudo bem, É A EVOLUÇÃO. Afinal, evoluíram em tudo, na bebedeira, na desonestidade, na violência e safadezas carnais. Antigamente, só se queria uma menina, para trabalhar de empregada doméstica, se fosse lá do sítio. Cabisbaixa e donzela. E hoje?
Hortifrutigranjeiro abraço!
Sosígenes Bittencourt

A NINFA DA NOITE – por Sosígenes Bittencourt.


Mesura e Galanteios a uma bela amostra do gênero feminino. Um misto de meiguice, elegância e jovialidade. Uma ninfa, das que deve ter visto, o deus pã, ao soprar sua flauta de sete tubos à margem do lago. Sem abusar da hipérbole, ou recitar os tempos do verbo amar, um alumbramento espetacular!
Palmas e muito obrigado !

Sosígenes Bittencourt

UMA SALVA DE ARROTOS! – por Sosígenes Bittencourt.

A Coca-Cola que me viciou, no tempo de eu menino, já não encanta as novas gerações. Hoje, é uma bomba de ácido fosfórico engarrafada. E não é mais produzida a partir da noz de cola, é um xarope efervescente. Se é verdade que o ácido fosfórico contido na Coca-Cola dissolve uma unha em 4 dias e rouba o cálcio dos ossos, o ser humano é osso duro de roer. Foi-se o tempo em que beber Coca-Cola resumia-se em fazer espocar a tampinha, produzir um glut-glut, arrotar e estalar a língua. De tanto fuxicarem o mal de tão denegrida seboseira refrigerante, já andam engarrafando água mineral. Contudo, eu ainda me penduro numa mamadeira de Coca-Cola.
Uma salva de arrotos para ela!
Sosígenes Bittencourt