Quando o Brasil ainda era colônia nasceu José Pereira Pinto, na terra carioca. Filho de família rica, inteligente, e desejando seguir a carreira das armas, ingressou, aos 17 anos de idade, como aspirante, na marinha de Portugal, e dois anos mais tarde, no século XIX, brilhante, nos punhos da túnica de Pereira Pinto, os galões de guarda-marinha.
Em 1807, quando D. João VI deixa o Tejo, para não desbaratar os exércitos de Junot, o jovem e esperançoso Pereira Pinto o acompanhou. Regressando ao Brasil, nessa hora aflita, e histórica, em que se solidarizada com Imperante luso, inclinado aos perigos do mar, traçou, esse ilustre carioca, no mapa do seu destino, as linhas da vitória.
Corajoso, e elegante nas atitudes, informa um biógrafo, bateu-se na Cisplatina, e nas lutas famosas da Independência do Brasil. Promove-o, D. Pedro I, pelo mérito e pela bravura, ao posto de capitão de fragata. Viveu, mais tarde, Pereira Pinto, na cidade do Recife. Durante três anos, de 1825 a 28, conta o ilustrado historiador do Galeria Nacional, exerceu, na formosa terra de Frei Caneca e de Natividade Saldanha, o cargo de Intendente da Marinha. Na Baia, também, serviu, numa Intendência dessa natureza. Alcançou, em 1829, os galões de ouro de capitão de mar e guerra.
Vivendo para seus navios, amando-os como um “patesca”, não pertenceu à camarilha política, que agitou e convulsionou a vida brasileira, nesses nove anos que se seguiram à abdicação do 1º Imperador da terra brasileira. Mas, patriota, quando se extinguiu o pedido da Regência trina permanente, Pereira Pinto prestou serviço à Nação. Foi o 3º ministro da Marinha, no gabinete de 16 de janeiro de 1835. Ostentava, já, a esse tempo, na farda honrada, cruzes e comendas. Ligou seu nome à história da gloriosa marinha do Brasil, na paz e na guerra.
Morreu o eminente marinheiro, e homem público, no dia 2 de março de 1850, beirando os 70 anos de idade.
Recordemo-lo, no dia de hoje.
Célio Meira – escritor e jornalista.
LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.