Célio Meira – “VULTOS E EPISÓDIOS DA TERRA NATAL” – Professor Rodolfo Jovino de Santana.

Célio Meira

Dias atrás, reli o artigo escrito pelo mau avô, Célio Meira, com o título  “VULTOS E EPISÓDIOS DA TERRA NATAL”, publicado na invulgar Revista do nosso Instituto Histórico e Geográfico – 5º edição/ 1973. UM  verdadeiro deleite para os que estuda e pesquisa  a história da cidade.

Li, entre outras coisas, que existiu na Vitória de Santo Antão, por volta do ano de 1900, um professor com o nome de Rodolfo Jovino de Santana. Assim descreveu  meu avô: “negro retinto, alto, espadaúdo, gordo e forte, enérgico, de poucas palavras”. Falava ainda que guio-lhe nas jornadas das primeiras letras,  com vigilância e cuidados paternais.

Disse ainda, meu avô Célio Meira, que no ano de 1909, quando ainda era um adolescente, ao fazer, no Recife, por três dias, o teste de admissão,  dedicou o seu trunfo, primeiramente a Deus e depois ao seu professor Rodolfo. Nas viagens de férias que meu avô fazia à terra natal (Vitória) nunca esquecera de ir beijar a mão do seu inesquecível professor.

Este gesto de reconhecimento, dispensado pelo meu avô, Célio Meira, ao seu guia nas primeiras letras, Rodolfo, era encarado, pelo velho mestre, com muita alegria e satisfação. No seu artigo, escreveu ainda o meu avô: “Vi-o, muitas vezes a  sorrir, nesses encontros  do rapazinho e do velho, e duma feita, observei que, discretamente, enxugava uma lágrima, de alegria”.

Portanto, como já falei, em várias oportunidades,  as Revistas do nosso Instituto Histórico contém  inúmeros artigos que contam um pouco do cotidiano vivido pelos nossos antepassados. Que Deus tenha promovido um auspicioso encontro dessas duas alma – Jovino e Célio -,  na morada eterna.

VISITA DO COMANDANTE DA 7ª REGIÃO MILITAR AO TIRO DE GUERRA.

Vitória de Santo Antão (PE) – No dia 13 de novembro de 2023 o Tiro de Guerra n 07-004 recebeu a visita do General de Divisão Rogério Cetrim de SIQUEIRA, Comandante da 7ª Região Militar – “Região Matias de Albuquerque”, acompanhado do Subtenente TAIRON Tito Medeiros Ferraz, Adjunto de Comando do Cmdo 7ª RM. A visita contou com a recepção da Guarda, solenidade militar, palestra do Cmt 7ª RM para o efetivo de atiradores, onde o Gen Div Siqueira transmitiu diversos ensinamentos sobre os valores inegociáveis da Força Terrestre e apontou o Atirador como porta-voz de um exercício de cidadania exemplar, na sequência houve uma apresentação do Chefe da Instrução e uma verificação das instalações.

Em seguida, a comitiva realizou uma visita ao Instituto Histórico e Geográfico da Vitória de Santo Antão (IHGVSA) para conhecer um pouco mais a história da nossa cidade e a sua ligação histórica com o Exército Brasileiro por causa da Batalha do Monte das Tabocas (ocorrida 3 de Agosto de 1645), sendo recebida pelo professor Pedro Ferrer, Presidente do Instituto. Após a visita ao IHGVSA, a comitiva foi ao Monte das Tabocas, palco da heróica batalha.

A atividade no Monte das Tabocas foi conduzida pelo Professor Carmelo Souza da Silva, Secretário de Educação do município. A visita permitiu ao Cmt 7ª RM conhecer com maior detalhamento a atividade desenvolvida pelo “TG da Terra do Monte das Tabocas”, verificar os valores e ensinamentos conduzidos no Tiro de Guerra, além de transmitir importantes orientações para o nosso efetivo.

Assessoria – Tiro de Guerra da Vitória. 

Povos originários que habitavam o Brasil – por @historia_em_retalhos.

Sempre que se fala no aniquilamento dos povos originários que habitavam o Brasil, é intuitivo nós pensarmos logo no uso dos armamentos de fogo por parte dos dominadores europeus.

O que pouco se comenta, porém, é que um outro tipo de recurso bélico foi largamente utilizado neste processo de dominação: o uso proposital de doenças como armas biológicas.

Inúmeros são os registros nesse sentido.

Em sua obra “Os índios e a civilização”, Darcy Ribeiro narra que o envenenamento de mananciais de água doce e o abandono de roupas e objetos infectados, em locais em que pudessem ser pegos pelos nativos, foram os principais métodos utilizados para inocular doenças entre os indígenas desde o início da colonização.

E a razão era óbvia: além da baixa imunidade, os hábitos coletivos e a falta de tratamento tornavam a população originária extremamente vulnerável a doenças trazidas por estrangeiros.

As mortes eram em massa.

Varíola, sarampo, febre amarela e gripe estão entre as razões para o declínio das populações indígenas no território nacional.

Darcy cita os seguintes exemplos de infecção proposital de tribos no Brasil: os timbiras, no Maranhão, os botocudos, na região do vale do Rio Doce, os tupinambá e pataxó, na Bahia, os cinta-larga, em Mato Grosso e Roraima, entre vários outros.

E ainda há quem diga que não houve genocídio dos povos originários neste país…

A quem interessar, recomendo a obra citada do grande antropólogo “Os índios e a civilização”..

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Célio Meira: sua vida, sua arte e sua obra…..

Na qualidade de acadêmico da AVLAC – Academia Vitoriense de Letras, Artes e Ciência -, na manhã do domingo (12), apresentemos um trabalho minucioso sobre a vida e a obra do escritor, jornalista e advogado Ceciliano de Oliveira Melo, que ficou conhecido com o pseudônimo de Célio Meira, devidamente integralizado ao seu nome de maneira judicialmente legal. O evento ocorreu no Salão Nobre do nosso Instituto Histórico e contou com a participação de familiares, acadêmicos e convidados.

Com origem no Engenho Arandú, os pais de Célio Meira se estabeleceram em Vitória, em definitivo, em 1888. Irmão de Joaquim e José, o então Ceciliano  nasceu na manhã do sábado de 23 de março de 1895, em uma casa de esquina do bairro da Cabanga – próximo ao Pátio de Evento.

Com muito esforço e investindo nos estudos o mesmo, aos 23 anos de idade se formou em advogado. Jornalista desde os primeiros bancos escolares foi redator do famoso Jornal O Lidador e contribuiu com praticamente todos os jornais que se destacaram, ao seu tempo,  na nossa cidade. No Recife, foi radialista e passou pelos Jornais “Folha da Manhã”, “Diário de Pernambuco”  e “Jornal do Commércio” – nesse último,  colunista por 30 anos.

No serviço público, foi promotor, secretário de estado e se aposentou pela Assembleia Legislativa do Estado. Atuou também como professor em vários educandários,  estabelecidos na capital.

Mas foi no “mundo literário” que Célio Meira avançou e se notabilizou. Ingressou, em 1938, na APL – Academia Pernambucana de Letras – e em 1962, por unanimidade, ganhou a eleição ao cargo de presidente da casa máxima das letras pernambucana. Diga-se de passagem: único antonense a dirigir os destinos da “Casa de Carneiro Vilela”.

Gozando de boa saúde e ainda trabalhando diariamente, aos 77 anos, faleceu,  em 21 de setembro de 1972, vitima de atropelamento na  Avenida Caxangá, localizada na cidade do Recife.

Mesmo morando em outras cidades,  por questões profissionais, Célio Meira nunca esqueceu sua terra natal, sua gente, seus amigos e o sentimento de pertencimento à terra natal. Em suas crônicas e nos seus momentos mais importantes era à Vitória de Santo Antão que dedicava sua gratidão. Portanto, eis ai mais um antonense que precisa ter seu nome mais divulgado e associado às boas causas da nossa terra.  O legado de Célio Meira  é gigante e exemplar….

 

 

1º Grupamento de Bombeiros – Corrida – dia 14 de janeiro…

A coordenação informa que a data da nossa corrida, que estava prevista para ocorrer no dia 17/12/23 (domingo), foi alterada para o dia 14/01/2024.

Essa mudança se deve a questões operacionais e logísticas externas ao nosso controle, que exigiram a alteração da data originalmente programada, além da realização de dois eventos de corrida de rua nas semanas que antecedem a nossa.

Pedimos desculpas por qualquer inconveniente que essa mudança possa causar. No entanto, foi necessário esse ajuste para garantir uma experiência segura e de qualidade para todos os participantes.

Informamos ainda que todas as demais informações referentes ao horário permanece o mesmo; mas o local de larga foi alterado.
A largada e chegada serão no 1°GB.

Agradecemos a compreensão e contamos com a presença de vocês no dia 14/01/24 para tornar essa corrida ainda mais especial.

Atenciosamente,

Coordenação

Prévia carnavalesca do IN CIMA DA CAMA…..

Em clima de folia carnavalesca, na tarde do domingo (12), no Pátio da Matriz, a mais nova troça da cidade – IN CIMA DA CAMA – jogou a semente da nossa festa maior, visando o Carnaval 2024.

Segundo informações dos organizadores da troça, a mesma irá desfilar com orquestra de frevo investindo naquilo que conhecemos como “carnaval irreverente”. Portanto, aperte os cintos que as movimentações do reinado de momo antonense está apenas começando…

Nossos deputados estaduais – lobos em pele de cordeiros…….

Na última terça-feira (07) os deputados estaduais pernambucanos, ao aprovarem um projeto de lei que segue no sentido da mudança da constituição estadual que tem, entre outras finalidades antecipar a eleição da mesa da “Casa”,  deram, de maneira eloquente, uma sonora declaração de que a “casa do povo de Pernambuco” está se apequenando.

Vale lembrar que essa mediocridade legislativa em tela contou com a aprovação da unanimidade dos deputados presentes, ou seja: 40 parlamentares. Diga-se de passagem, deputados de todas as correntes políticas. Isto é: uma verdadeira aberração do ponto de vista democrático, espelho da chamada pluralidade de ideias.

Longe das preocupações e do entendimento das massas, na prática, essa mudança, quando aprovada em definitivo, permitir-se-á que a eleição para mesa diretora da ALEPE –  que só irá assumir no biênio 2025/2026 –  poderá ser convocada já em 2023.

Será que Pernambuco não tem problemas sérios para serem enfrentados: como a violência urbana  que cresce diuturnamente? Será que as estradas pernambucanas é algum  exemplo para o Brasil? E os presídios estaduais, que se configura numa vergonha internacional?  E a saúde do Hospital da Restauração, como vai?

Pois bem, e os nossos deputados estaduais, que no ano passado estavam  todos “cordeirinhos”, pilotando o teatro da campanha eleitoral, agora, mostrando total desprezo aos legítimos interesses do povo  pernambucano,  já estão preocupados com espaços políticos e com o incremento dos seus respectivos salários, por ocasião de cargos de relevo na Mesa Diretora da Casa, a partir de 2025.

A quem interessa antecipar a eleição na ALEPE, senão ao sempre obscuro varejo reinante  nos mais “escuros” corredores da referida  instituição?

Portanto, de nossa parte, segue uma retumbante “bola-murcha” para os senhores deputados que,  não hora de defender seus interesses particulares,  se unem com uma verdadeira alcateia………

Derrubadas de árvores: ação popular questiona a prefeitura….

Como efeito das mais recentes ações da gestão municipal, no tocante ao desmatamento urbano, advogados –  membros de uma das comissões da OAB – Vitória de Santo Antão – ingressaram com uma ação popular na justiça.

Acolhida, os primeiros despachos do magistrado seguem no sentido dos esclarecimentos por parte dos gestores em questão.  Já com prazos e multas estabelecidas, a prefeitura, doravante, deverá, entre outras informações, detalhar a lista de todas as árvores e espécies que foram cortadas no município,  durante os últimos anos.

Abaixo, portanto, segue as informações completas:

Vida Passada… – Claudino dos Santos – por Célio Meira

Célio Meira

Célio Meira – escritor

No bairro recifense de São José, onde há, ainda, ruas estreitas e tortuosas, que trazem, ao espirito dos estudiosos, a recordação histórica do Recife, ao tempo da colônia, nasceu, no dia 4 de janeiro de 1862, Claudino Rogoberto Ferreira dos Santos, uma das figuras que mais elevaram, e enobreceram, no sul do país, o nome de Pernambuco. Discípulo querido de Tobias Barreto, companheiro inseparável, no dizer do ilustrado historiador Sebastião Galvão, de Arthur Orlando, de Clóvis Bevilaqua, de Afonso Olindense, de Nilo Peçanha, conquistou, aos 24 anos de idade, a carta de bacharel em direito, na companhia de Epitácio Pessoa, de Alfredo Pinto, o futuro ministro de Epitácio, do vitoriense José Rufino Bezerra Cavalcanti, de Graça Aranha, de Júlio de Melo, de Castro Pinto e de Metódio Maranhão.

Cursava o segundo ano de, na Faculdade de Direito do Recife, quando publicou o “Estatuarias”, livro dos primeiros versos, com um prefácio de Faelante da Câmara, entregando, mais tarde, às livrarias, o “Ebulições” e o “Sons e Brados”. Poeta de delicada sensibilidade, jornalista vigoroso, teve Claudino dos Santos, brilhante atuação, na imprensa pernambucana, fundando, em 89, no Recife, narra aquele historiador, o “Diário de Notícias”.

Diplomado, iniciou-se na advocacia, deixando-a, em breve, para seguir a magistratura, no Estado do Paraná, cenário grandioso de sua vida breve. E luminosa. Doutrinando a “A Federação” , aderiu, em 93, ao movimento revolucionário de Custódio, de Saldanha e de Gumercindo Saraiva, e, derrotado, conheceu o amargou do exílio, na Argentina. Anistiado, regressou à carinhosa terra adotiva, onde fundou o “Colégio Paranaense”, escrevendo, a esse tempo, os “Primeiro e Segundo Livros de Leitura”.

Restabelecida a ordem pública, e realizado o congraçamento dos partidos, surgiu Claudino, na arena política, e nos altos postos da administração. Foi secretário da Aviação, diretor da Instrução Pública e secretário da Justiça. Revelando, nesses cargos, elevação moral, e cultura rutilante, confiou-lhe o governo, com os aplausos do povo, a prefeitura da formosa Curitiba. E não perdeu, esse pernambucano ilustrado, nunca, a admiração dos seus governados. Administrou com justiça e honestidade.

Dirigia, Claudino, o barco do município curitibano quando se sentiu doente, submetendo-se a uma operação difícil. Os médicos entenderam, porém, que ele devia operar-se, de novo, no Rio de Janeiro. E ele partiu.

Não voltou a rever a terra de suas afeições. Morreu. E sete dias depois, em fevereiro de 1917, Curitiba recebeu o cadáver embalsamado do grande recifense, nascido no bairro de São José. E sepultou-o, chorando à sombra dos pinheiros. (1)

Célio Meira – escritor

(1) Transcrita no Jornal “O Dia”, de Curitiba, edição de 10 de janeiro.

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reuno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

Padre Renato: exumação dos restos mortais – por Paróquia de Santo Antão.

Na manhã de hoje, 06 de novembro, foi realizada a exumação dos restos mortais de Monsenhor Renato da Cunha Cavalcanti. Os Padres Renato Matheus, André Martins e Pedro Jorge acompanharam de perto o momento que foi marcado pela emoção.
Alguns familiares e paroquianos também testemunharam o ato. Logo após a exumação, o Padre Renato Matheus, presidiu a Santa Missa em sufrágio a alma do Monsenhor Renato na Capela do cemitério de São Sebastião. Os restos mortais passarão por um processo de limpeza e conservação. O Translado para o Jazigo dos Párocos na Matriz de Santo Antão ocorrerá no dia 16 de Novembro.

Paróquia de Santo Antão.

Raimundo Fagner – por @historia_em_retalhos.

“Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade”

Quem nunca cantou fundo esse clássico da mpb que ganhou o país na voz inconfundível de Raimundo Fagner?

O que pouca gente sabe, porém, é a polêmica por trás dele.

Fagner lançou Canteiros em 1973, como uma faixa do seu disco de estreia.

Todavia, cometeu um deslize: omitiu que a estrofe que abre o nosso retalho de hoje havia sido inspirada no poema Marcha, escrito por Cecília Meireles.

Em 1977, voltou atrás e registrou a poetisa como coautora da letra, o que, no entanto, não impediu uma ação judicial movida pelas filhas da escritora.

Dois anos depois, em 1979, Fagner admitiu, em juízo, que havia tentado fazer uma adaptação do poema Marcha.

Em 1983, as filhas de Cecília Meireles venceram a ação judicial, cabendo ao cantor, às Edições Saturno e às gravadoras Polygram, Polystar e Polifar o pagamento de uma indenização de 101 mil cruzeiros, por violação de direitos autorais.

O litígio só findou mesmo em 1999, quando a gravadora Sony Music fez um acordo com as herdeiras envolvendo a regravação da canção no primeiro álbum ao vivo de Raimundo Fagner.

Para que cada um tire as suas próprias conclusões, segue a primeira estrofe do poema Marcha:

“Quando penso no teu rosto, fecho os olhos de saudade
Tenho visto muita coisa, menos a felicidade
Soltam-se meus dedos tristes
Dos sonhos claros que invento
Nem aquilo que imagino
Já me dá contentamento”

Finalmente, foi plágio ou não?

Cada um tire as suas próprias conclusões!

Se viva estivesse, Cecília Meireles estaria completando, hoje, 7 de novembro, 122 anos. 🙏🏼
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A volta ao Mundo do doutor Silvio Amorim….

Em comitiva do nosso Instituto Histórico e Geográfico, na noite de ontem (06), prestigiamos o lançamento do livro – “UMA VIAGEM DE VOLTA AO MUNDO DA MINHA ALDEIA” -, escrito pelo bem relacionado doutor Silvio Amorim. O evento ocorreu nos jardins as APL – Academia Pernambucana de Letras.

Em rápida leitura, já “descobri” que o “cupido protagonista” do romance dos pais do doutor Silvio – João e Diva – foi o pedido de uma copo d’água, numa tarde de calor, em um  balcão de uma determinada farmácia da nossa Vitória de Santo Antão, lá, nas primeiras décadas do século próximo passado.

Em 50 crônicas das mais variadas, com títulos convidativos, o livro nos fornece uma leitura leve e agradável.

Recheadas de sentimentos, aventuras e muitas experiências vividas, tanto no campo pessoal quanto no familiar, como uma viagem de turismo à pequena cidade pernambucana de Manari, então considera a mais pobre do Brasil, as páginas da obra  também confidenciam, por ocasião da viagem de 112 dias do autor, ao redor do Mundo, “que nenhum terrestre poderia morrer sem conhecer seu Planeta”.

Para concluir, imagino que o livro do doutor Silvio Amorim, em breve, por assim dizer,  será a minha próxima viagem literária recreativa.

5 de novembro de 1993 – por @historia_em_retalhos.

Há exatos 30 anos, Ronaldo Cunha Lima, então governador da Paraíba, entrava no Restaurante Gulliver, em João Pessoa, com uma intenção: matar a tiros o ex-governador do mesmo estado e seu desafeto político Tarcísio Burity.

Ao se dirigir ao restaurante no bairro de Tambaú, a intenção de Ronaldo era vingar-se publicamente do antecessor e, depois, supostamente, cometer suicídio.

O suicídio jamais aconteceu.

Os tiros foram disparados em reação às supostas críticas que Burity teria feito ao filho de Ronaldo, Cássio Cunha Lima, então superintendente da Sudene.

Isso teria acontecido em uma entrevista, concedida ao vivo, minutos antes, em uma emissora de TV.

Burity foi atingido na boca e no tórax, à queima-roupa, mas sobreviveu ao atentado, embora tenha ficado alguns dias em coma.

O episódio e o ferimento causaram-lhe outros problemas de saúde e, dez anos depois, no dia 8 de julho de 2003, morreu de falência múltipla de órgãos.

Antes de morrer, Burity perdoou Ronaldo.

Em sua defesa, Ronaldo alegou que Burity o ameaçava e que não premeditara o crime.

Segundo testemunhas, Cunha Lima entrou no restaurante, bateu nas costas de Burity e, antes de atirar três vezes, disse-lhe:

“É você mesmo que eu quero pegar”.

Ele chegou a ser preso na noite do crime, mas foi liberado em seguida.

Ronaldo Cunha Lima morreu sem nunca ter sido julgado, porque realizou inúmeras manobras protelatórias no processo, tendo, inclusive, renunciado ao mandato de deputado federal, para que o feito retornasse à justiça paraibana.

Em 2014, o Senado Federal decidiu homenageá-lo, batizando com o seu nome o edifício do Interlegis.

A homenagem provoca polêmica até hoje.
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A NATUREZA VIVA – por Marcus Prado.

O que será visto neste conjunto de obras de grandes mestres e pintores nascidos ou radicados em Pernambuco, mais do que pode parecer à primeira vista, são desejos, traçados, espaços e cores, por caminhos diversos, de apreender o visível que se encontra na essência da Natureza e o seu universo imaginário. Desafios e reflexões estéticas, multiplicidade de leituras sobre um grande tema que esteve no centro das discussões das artes desde a antiguidade até os nossos dias.

No conjunto, esta amostra coletiva A NATUREZA VIVA, numa época em que o patrimônio natural da humanidade acha-se ameaçado, tanto terrestre quanto aquático, nos dá a impressão de que cada autor esteve em harmonia com o Universo e suas esferas gravitacionais.

Marcus Prado – Jornalista

O “Robertinho do Recife” – @historia_em_retalhos.

Este é Carlos Roberto Cavalcanti de Albuquerque, o “Robertinho do Recife”.

Se você não o conhece, Robertinho do Recife é considerado um dos melhores guitarristas do Brasil, marcando o cenário da música nacional, desde a MPB até o heavy metal, além de ser compositor, produtor e arranjador musical.

Profissional de múltiplos talentos, a veia musical do artista, que carrega a sua cidade natal no nome, começou ainda na infância.

Aos 10 anos, a caminho de uma quadrilha junina, foi atropelado por um carro.

Passou dois dias em coma, colocou platina na perna e manteve-se quase um ano deitado, sem poder andar.

Neste período, começou a tocar, sendo logo apontado como um guitarrista prodígio.

Aos 12 anos, tocava até com os pés!

Daí em diante, a sua carreira não parou: acompanhou a Jovem Guarda, fez sucesso nos EUA e interpretou música clássica e heavy metal.

O auge da sua carreira aconteceu entre os anos 70 e 80, nos quais compôs inúmeros sucessos.

Com seu nome nos créditos de mais de 300 discos, como músico, compositor, arranjador ou produtor, Robertinho cravou o seu talento em canções que tiveram a sua assinatura sonora, como os sucessos de Fagner (“Revelação”) e Marisa Monte (“Ainda lembro”).

Após esse período, dedicou-se à produção de vários artistas, entre eles, Xuxa, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e o próprio Fagner.

Certa feita, quando indagado sobre a origem de tanta versatilidade, respondeu:

“Eu sou um liquidificador, pego tudo e misturo com minhas frutinhas lá do Nordeste”.

Este virtuose da música completa, hoje, 70 anos!

Parabéns e saúde, @robertinhoderecife!

A quem interessar, recomendo a série “Robertinho de Recife? Robertinho do Mundo!”, de Claudia André, disponível no Music Box Brasil.

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Ação do Rotary Clube pelas lentes de uma criança de 8 anos…..

 

Em ação articulada pelo Rotary Clube da Vitória a 42º Missão Humanitária, comandada pelo renomado Doutor Rui Ferreira, efetivamente, está promovendo  25 cirurgias em crianças que nasceram com algum tipo de deformidade ou incapacidade física. Essas intervenções estão ocorrendo no Hospital SOS MÃOS RECIFE – ontem (02), hoje (03) e amanhã (04). 

Lembrando que o inicio dessa ação teve seu start,  prático,  no  processo da triagem, iniciada, há meses atrás, na sede da própria instituição (Rotary), localizada no bairro do Livramento – aqui em Vitoria.

Entre tantos outros objetivos dessa verdadeira ação pela dignidade humana, que se propõe a transformar a trajetória de famílias inteiras, podemos dizer que a troca e o compartilhamento de experiências de todos os envolvidos – equipe médica, rotarianos e familiares dos beneficiados – se configura num a espécie de “lição única”, como  bem relator uma rotariana que, ao levar seu filho de 8 anos para conhecer de perto o trabalho e, ao retornar ao lar,  pediu-lhe para registrar suas impressões no papel, o mesmo escreveu uma verdadeira pérola, que bem representa o sentimento da ação, grafado pela voz do coração e pelas lentes puras de uma criança.

Aos rotarianos, à equipe médica e a todos os envolvidos na referida 42ª Missão Humanitária, nossos parabéns por mais esse empreendimento social, no sentido da chamada responsabilidade social.  

 

Vitória tem população de animais 11 vezes maior do que a de humanos!!!

Em recente Pesquisa da Pecuária Municipal, realizada pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –  e publicado no G1,  o Brasil tem uma população, basicamente formada por bois, vacas, galinhas e frangos estimada em 1,8 bilhões de cabeças. É aproximadamente 9 vezes maior do que a sua população de habitantes humanos.

Ainda segundo a mesma fonte, a população de humanos da nossa Vitória de Santo Antão é de 134.110 pessoas. Não obstante nossa população, nas últimas décadas, paulatinamente,   haver migrado do campo à cidade, atualmente, segundo os números oferecidos pelo  IBGE 2022,  podemos afirmar que a população de animais do nosso município – morando no campo –  ainda é mais de 11 vezes maior  do que a de  seres humanos, ou seja: é de 1.489.552 (um milhão,  quatrocentos e oitenta e nove mil, quinhentos e cinquenta dois).

Para concluir, vejamos alguns números em detalhes:

Gado – 9.666

Galinha – 1.440.000

Porco – 4.997

Cabra – 2.359

ovelha – 3.317

Búfalo – 625

Cavalo – 961

Codorna – 27.607

Vida Passada… – Tito Rosas – por Célio Meira.

CÉLIO MEIRA

Nasceu, na pobreza, a 3 de janeiro de 1868, o menino Tito dos Passos, na cidade de Floresta, flor pernambucana do sertão requeimado,  debruçada à margem esquerda do rio Pajeú. E um dia, aos dezoito anos, o moço sertanejo dirigiu seus passos para o Recife, trazendo, no coração, a saudade do torrão nativo, e no espirito, cheio de idealismo,  o grande sonho de vencer, na jornada da vida. Desamparado dos ricos, desconhecido da sociedade recifense, e fazendo, da humildade christã, sua couraça, e dos sofrimentos, as armas abençoadas na refrega, começou Tito dos Passos de Almeida Rosas, conta o eminente Clovis Bevilaqua, sua batalha, dividindo o tempo entre os livros e os trabalhos penosos, que o iluminavam, e o elevavam, no conceito dos companheiros e dos mestres.

Concluiu os preparatórios no Ginásio Pernambucano, e matriculado na Faculdade de Direito, conquistou, em 1894, a carta de bacharel, e o prêmio de viagem à Europa. Pertenceu a turma de Bento Américo, o inimigo nº 1 dos verbos, e do Odilon Nestor, professor de renome, mais tarde, na mesma Escola, de Euzébio de Andrade, figura destacada na velha política de Alagoas, e de Turiano Campêlo, nobre figura de combatente, na imprensa do Recife.

Um ano depois de formado, alcançou, em concurso, uma cadeira naquela Faculdade, defendendo, ardorosamente, sua tese. E obteve, em 1904, a nomeação de professor catedrático e civil.

Advogado de cultura fulgurante, orador de linguagem polida, marchava, Tito Rosas, de vitória em vitória, quando o destino destruiu, malvadamente, numa tragédia, essa figura jovem de jurista e de filosofo.

Na manhã do domingo de carnaval, no ano de 1906, num minuto desgraçado de profunda agitação espiritual, Tito Rosas, aos trinta e oito anos de idade, cortou, com uma bala de revolver, o fio delicado da vida. Fugiu do mundo, o desventurado professor, e eminente causídico, pela porta tenebrosa do suicídio.

Floresta, a cidade sertaneja, não se deve esquecer do filho amado. Deve levantar, à sombra generosa dos tamarineiros, a herma do sertanejo eminente, ou dar, a uma rua, ou uma praça, o nome aureolado do mestre. Será essa a lição dos presentes às gerações do futuro.

Célio Meira – escritor

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reuno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

Vitória e o seu “mar de sangue”………

Cenas registradas por câmera de monitoramento, dando conta do brutal crime ocorrido na noite do sábado em nossa cidade, mais precisamente em um restaurante, localizado no bairro da Bela Vista, circulou pelo Brasil inteiro. Ou seja: além das redes sociais, o referido fato também foi manchete nos mais diferentes noticiários televisivos,  com programação  nacional. Mídia gratuita da nossa cidade, mas com conteúdo macabro. Efeito imediato da nossa incômoda e vergonhosa colocação no mapa da violência urbana. No ranking nacional, somos a 27ª cidade. E no estado de Pernambuco subimos no pódio na 2ª colocação.

Cabe-nos uma pergunta: de quem é a culpa? Ou melhor: quem são os culpados?

Sabemos que não existe solução fácil para problema complexo. A violência urbana no Brasil tem raízes profundas, mas também passa pela ausência contínua de políticas públicas eficazes. Tudo isso personificado na falta de seriedade do nosso corpo político: nacional, estadual e municipal.

Jogando luz na história recente da minha cidade – Vitória de Santo Antão -,nas últimas 4 décadas, poderíamos dizer que o “bolo administrativo”  local assim ficou dividido: 10% do tempo quem governou foi Ivo Queiroz. 30% o grupo vermelho e 60% o grupo amarelo.

No meu tempo de menino, adolescente, jovem e adulto, nas dinâmicas e  agitadas campanhas políticas,  era “moeda corrente”,  em discursos  inflamados pelos seus opositores,  nas praças públicas,  que “se um dia Aglailson fosse prefeito, Vitoria virava uma mar de sangue”.  

Foto – Jornal A VOZ ESTUDANTIL – ANO 1- Nº 7

Por uma infeliz coincidência, apenas para adorna historicamente a narrativa reinante da época, uma jovem foi assassinada em um dos  comícios realizados pelo então deputado e postulante ao cargo de prefeito, José Aglailson, na vibrante campanha de 2000. Mas o destino e os votos dos antonenses, mesmo assim, lhes fizeram prefeito pela primeira vez da sua terra.

É bom que se diga, na qualidade de deputado, que quase todos esses atores administrativos locais e seus respectivos familiares também desfilaram pelos corredores do Palácio do Campo das Princesas e esquentaram os assentos na Assembleia Legislativas do estado, para quem recai, constitucionalmente, a obrigação pela segurança pública.

Ironicamente, hoje (2023), a cidade que é comandada pelo prefeito Paulo Roberto, um dos elos  da engrenagem do grupo político amarelo e que historicamente mais tempo ficou no poder  nesses últimos 40 anos e que também calibrou o discurso eleitoral  do “mar de sengue”, caso o opositor ascendesse ao poder, agora, é  obrigado a conviver com esse indigesto título que Vitória ostenta, isto é: 27ª cidade mais violenta do País e a 2ª do estado de Pernambuco!!!

Noite do dia 14 de março de 2003 – @historia_em_retalhos.

Era uma sexta-feira e o magistrado Antônio José Machado Dias tomara uma decisão: dispensar a escolta que sempre o acompanhava, porque, naquele dia, iria sair do fórum de Presidente Prudente/SP diretamente para a sua residência.

Não sabia ele, mas esta seria a pior decisão de sua vida.

A cerca de 300 metros do fórum, na Rua José Maria Armond, o seu carro foi surpreendido por outros dois veículos.

O primeiro disparo dos criminosos atingiu o juiz na cabeça, fazendo com que ele perdesse o controle do automóvel e batesse em uma árvore.

Outros três disparos certeiros atingiram o então corregedor dos presídios do oeste paulista, aos 47 anos de idade, na cabeça, no braço e no peito.

A motivação do crime foi clara: era uma ação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) contra o trabalho do magistrado, que atuava para desarticulá-la.

Este crime é considerado o primeiro ataque direto do crime organizado contra uma autoridade do Poder Judiciário no Brasil.

Cinco pessoas, todas integrantes do PCC, foram condenadas, inclusive Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Acreditem se quiserem, mas o mais surpreendente é que familiares dos integrantes do PCC condenados pelo assassinato do juiz foram premiados, recebendo imóveis após o crime, e ganhando, até hoje, uma pensão vitalícia da facção.

Após a morte de Machado Dias, vieram as execuções do crime organizado contra os juízes Alexandre Martins de Castro Filho, em Vitória/ES, e Patrícia Acioli, em Niterói/RJ.

A pergunta que nunca cala: até quando?

Até quando autoridades que lidam com a segurança pública neste país continuarão pondo as suas vidas em jogo?

Atentar contra a vida de um magistrado no exercício regular de seu cargo é atentar contra o próprio Estado Democrático de Direito.

Agradeço ao amigo @osvaldoloboj @osvaldolobojr, por nos ter trazido a sugestão do tema.
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