Charles Darwin e sua Teoria – Sosígenes Bittencourt.

Na realidade, Charles Darwin não dizia que o homem veio de um macaco, mas dizia que o homem e o macaco vieram de um mesmo animal. Quer dizer, com o tempo o homem foi ficando homem, e o macaco foi ficando macaco.

Que tal imaginar Charles Darwin, se houvesse uma complicação na sua teoria?

Segundo Ariano Suassuna, se o macaco viver milhões de anos, jamais terá capacidade de fazer um pegador de roupas. Ariano já anda com um pegador de roupas na pasta, admiradíssimo com a geringonça inventada pelo homem.

Não dá para entender perfeitamente certas macaquices intelectuais.

Sosígenes Bittencourt

Fotografia: um momento congelado para a eternidade!!!

Próxima de completar duzentos anos – 1826 – a fotografia ainda continua impressionando!  Se antes permaneceu restrita – apenas disponível aos poucos grupos abastados financeiramente -,   hoje, graças às câmeras digitais,  o seu livre trânsito no “mundo virtual” tornou-se  tão popular quanto beber água em um copo de barro.

Como tudo que é impressionante, a fotografia continua suscitando debates. Alguns críticos não as consideram arte, outros, sim! Mas o mais interessante do registro fotográfico, na minha ótica, são as inferências que cada agente (contemplador) poderá fazer –  dependendo do seu nível de conhecimento da imagem refletida.  Para cada flash, um novo universo de possibilidades…

Assim sendo, fica por conta do livre arbítrio, aliado à capacidade inventiva de cada internauta, imaginar o que se passava na cabeça de cada um desses jovens que foram “congelados”, juntos, nesse rápido e casual instante, do último domingo (10), no Pátio da Matriz.

Detalhes: todos são estudantes do 2º ano do ensino médio, do Colégio Diogo de Braga. Outra dica:  haviam acabado de concluir a segunda prova do Enem,  que fizeram para acumular experiências……Da esquerda para direita, eis os nomes dos “congelados”: Mighuel Montenegro, Leonardo José, Alyne Larissa, Luísa Sandrelly, Marcos Emanuel, Wagner Emanoel, Manuella Siqueira, Carolina Alves, Gabriel de Melo, Caio Tavares e Thiago José.

“Corriola da Matriz” prestigiou o “Primeiro Festival de Forró de Pé Serra do Recife”!!

No sentido de prestigiar o “Primeiro Festival de Forró Pé de Serra do Recife”, realizado no Mercado Público da Encruzilhada, no último sábado (09), partiu da Vitória de Santo Antão uma “Missão Cultural” formada por integrantes do grupo intitulado “Corriola da Matriz”.

Por lá, como não poderia deixar de ser, encontramos pessoas de todas as tendências. Grupos musicais do gênero mais representativo do nosso Nordeste,  de várias cidades e até de outros estados, se revezaram no palco. Boa comida, bebida gelada, encontros e reencontros marcaram mais uma “Missão Cultural”.

Momento Cultural: Meu pecado – Henrique de Holanda.

Eu não posso saber qual o pecado
que, irrefletido, cometi; suponho
seja, talvez, porque te fosse dado
meu coração, – a essência do meu sonho..

Se amar é crime, eu vou ser condenado
e toda culpa, em tuas mãos, eu ponho.
– Quem já te pode ver sem ter amado?!…
Quanto é lindo o pecado a que me exponho!

Se tens alma e tens sangue, como eu tenho;
se acreditas em Deus, dizer-te venho,
– Que pecas, tens amor, és sonhadora…

Deus deu a todos coração igual.
Se eu amo, sofres desse mesmo mal.
– O teu pecado é o meu, – és pecadora!

(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 22).

O AZAR DE SHOKO E O FIM DO MUNDO – por Sosígenes Bittencourt.

Desde que vim ao mundo que eu ouço dizer que o mundo vai se acabar, e eu me acabando.

Um dos profetas do fim do mundo chama-se Shoko Asahara, um cidadão condenado à Pena de Morte, no Japão, mais parecido com um truculento assassino do que um profeta divino. Azar de Shoko, que o mundo não acaba no mal desejado, e ele termina assassinado.

Shoko diz que o mundo irá se acabar numa Terceira Guerra Mundial. Ou seja, Asahara vive azarando o mundo. Esquece-se de que já estamos em guerra desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Porém, apressado para comprovar seu desejo, espalhou um gás tóxico num metrô, em Tóquio, em março de 1995, que matou 13 pessoas, deixando outras centenas marcadas para o resto dos dias.

Meio doido, Shoko chocou o mundo ao revelar-se a mistura de Jesus e Buda, simultaneamente, numa salada em que envolve um representante de uma religião teológica e um ícone de uma religião sapiencial.

No mundo, ninguém aceita a seita de Shoko, a Aum Shinrikyo, chamada Verdade Suprema, por causa de sua maldade extrema.

Apesar de pensarem que a seita de Shoko havia murchado no Japão, ela infla-se agora na Rússia e em Montenegro, aterrorizando novamente o mundo.

No mundo, há muitos “shokos” desejando o fim do mundo. Mas, só não acabam com o mundo porque o mundo não deixa.

Desde que vim ao mundo que eu ouço dizer que o mundo vai se acabar, e eu me acabando.

Escatológico abraço!

Sosígenes Bittencourt

14º aniversário da AVLAC foi comemorado em grande estilo!!

Em grande estilo, a AVLAC – Academia Vitoriense de Letras, Artes e Ciência – realizou evento comemorativo pela passagem do 14ª aniversário de fundação. O encontro cultural ocorreu na noite do sábado, 09 de novembro, no Teatro Silogeu José Aragão. Representações de outras instituições congêneres, da Vitória de e de outros municípios,  marcaram presença para prestigiar o auspicioso acontecimento.

Na programação, além de homenagem e o lançamento da 3ª Antologia da AVLAC, três novos  acadêmicos tomaram posse: Maria do Carmo da Silva, Silvânia de Jesus Pina dos Santos e Ricardo Firmino Vieira.

UM CASAL DE NAMORADOS VITORIENSES E A ARTE DE BEIJAR – por Marcus Prado

EM MÔNACO, cansado de subir uma ladeira perto do principado, fico por instantes sentado numa parte baixa da calçada. Perto de mim, vejo um jovem casal de namorados trocando loucos beijos, como aqueles descritos nos livros de Cassandra Rios, autora predileta na minha descoberta do amor epidérmico. Ao ver o descontraído amante, qual “manga-larga” em cio junto da fêmea, no auge das aquiescências, sem recusas nem pudor, penso que o amor precisa ser reinventado na contracorrente do mundo que o inviabiliza como amor sentimento, pois o espaço do olhar e do sentir tende a fechar-se. Tende a ser substituído pelo reino do princípio de prazer absoluto, pela busca de sensações epidérmicas imediatas.

Nas ladeiras de Mônaco lembro-me dos muitos casais de namorados meus conhecidos, amados amigos de infância, frequentadores das praças, e dos cinemas Braga e Iracema. Vejo-os, beijando-se, na mirante paisagem do tempo vitoriense , ao contrário dos jovens namorados de Mônaco, sem a banalização do beijo, amando-se de forma carinhosa e romântica, magnificados. Há porém um casal de namorados que ficou para sempre na minha lembrança, pela forma, que só havia nos filmes de Clark Gable com Carole Lombarde , de se beijarem. Refiro-me ao namoro, que durou quase uma década, de Ivanise Carneiro Leão com Antônio, o enfermeiro do médico José Evaristo da Cruz Gouvêa. Cada um guarda na lembrança o beijo inaugural, dado na primeira namorada. Eu guardo na memória visual os beijos da filha de dona Beatriz, minha professora de escola primária, no bairro do Livramento. Era um amor proibido pela família, que fazia lembrar o drama imortal “Romeu e Julieta” , de Willlian Shakespeare. Mas era desafiado, toda noite, pelos jovens amantes com abraços e beijos na calçada do clube O Camelo, quando era seu dirigente o senhor Serafim de Moura Ferraz, pai de Gilka, dono do melhor brinquedo de minha infância, a famosa “Montanha Russa”, que ele instalava nos dias de festas antonenses.

Menino ainda (a lembrança me diz que eu não tinha mais de dez anos) jamais havia visto um casal de namorados como aqueles, no conluio amoroso da paixão e dos beijos. Até hoje, fora das telas de cinema, nunca vi beijos iguais aos de Antônio e Ivanise. Fui “testemunha ocular” desses beijos, porque eles fizeram parte da minha descoberta do mundo e os mistérios do amor, muito antes de ler Carne, de Júlio Ribeiro. Logo cedo da noite, os vizinhos já haviam chegado do trabalho (Anísio Costa era um deles, ao lado de Pedro Ramalho e Brasiliano de Queiroz Monteiro) o jovem Antônio chegava de mansinho e ansioso, relógio de bolso na algibeira com pulseira exposta, indicando, por certo, as 19 horas. Tinha só uma hora de namoro, como era determinado naquele tempo, namoro semiescondido à luz morna gerada pela usina elétrica de Pirapama, quando não por inteiro as lâmpadas “apagadas por falhas técnicas” , como era habitual no dizer do cronista Ulisses Viana, crítico implacável, nas folhas dos jornais da cidade e da capital, da usina geradora de energia elétrica do Município. Momentos depois chegava a doce namorada.

Os dois se cumprimentavam docemente. Ela, preocupada com o vento nos cabelos soltos. Ele, olhando, desconfiado, para os lados, para o entorno do Pátio dos Currais, temendo com respeito as proibições da mãe atenta e vigilante da namorada. Breve silêncio entre os dois e um olhar cheio de ternura parecia iluminar a rua inteira. Um ligeiro toque do namorado no rosto da bela mulher como se estivesse diante dele uma deusa. O primeiro beijo na boca, ainda sem o gosto de mel. O segundo beijo parecia que o mundo inteiro desabava de emoção e doçura. Eu não precisava ficar oculto ou transparente na noite antonense para ver como se beijavam. Foram os primeiros beijos que eu vi na minha vida, muito diferentes do beijos dados pelo jovem casal de Mônaco. Nos namorados vitorienses havia algo como a alquimia do amor. No casal de Mônaco havia o amor incendiado pela fogueira do Apocalipse, a usina Pirapama em pânico, ou o Vesúvio em fúria. Parecia que o mundo todo ia acabar naquele instante, sem outra oportunidade de amar aquela única mulher.

Nestas anotações do viandante sem itinerários mapeados, máquina fotográfica à mão e uma filmadora na mochila cheia de filmes, a memória

se inclina para um elenco inalienável de pessoas que ficaram no retábulo das lembranças e contemplações mais amadas do passado vitoriense. Já se disse que a memória é um mecanismo de esquecimento programado: nem tudo ela registra e, do que registra, pouco ou quase nada aflora à nossa vida presente. Mas me esforço dentro do meu particular belvedere vitoriense, para que tudo volte à cena para louvar a terra e os filhos que nela nasceram. Tenho para mim, ao fazer essas anotações de viagem, que a memória é também uma força rejuvenescedora, talvez a única capaz de enfrentar o implacável envelhecimento.

Marcus Prado – jornalista 

Momento FAMAM – Faculdade Macêdo de Amorim.

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