A Guerra do Paraguai – por Pedro Ferrer.

A Guerra do Paraguai era assunto dominante nas rodas políticas e sociais, na segunda metade do século XIX. Girava no país a campanha “Voluntários da Pátria” que visava arregimentar soldados para combater o inimigo. Vitória de Santo Antão não esteve ausente desta campanha. Vários jovens alistaram-se para partir para o campo de batalha com destaque para uma jovem, Mariana Amália do Rego Barreto. Segue a mensagem por ela proferida aos antonenses.

     -É esta a alocução a que ontem nos referimos na notícia que nos foi transmitida da Vitória; a qual alocução foi recitada pela Jovem Heroína Pernambucana D. Mariana Amália do Rego Barreto, no dia 16 de setembro ao povo daquela cidade:

    “Caros patrícios! briosa mocidade vitoriense !

     Aqui tendes a vossa frente a vossa patrícia, em cujo coração predominou tanto o amor da pátria ultrajada, que a obrigou a preferir aos gozos de uma vida tranquila, ao amor paterno, às carícias dos parentes, os rigores, os trabalhos e as fadigas da batalha, ou perseguindo o inimigo com as armas empunhadas, ou cuidando dos feridos nos hospitais de sangue.

            E vós, caros patrícios, a quem adornam as vestes do homem, deixareis de acompanhar, como voluntários da pátria, a vossa jovem patrícia que varonilmente vos vem convidar como voluntaria da pátria? Não certamente: não devo supor em vós tanto desânimo, tanta falta de patriotismo! Eia! vamos, vamos para o Paraguai: vamos unir-nos aos nossos compatriotas que ali nos esperam; vamos unir as nossas vozes, e com eles cantar os hinos em louvor da vitória, que acabam de alcançar contra estes selvagens, que tantos insultos e roubos tem praticado, que tanto tem injuriado a pátria comum!

    O nosso e excelso monarca o Sr. D. Pedro II, despregando-se das delícias da corte, seguindo para o campo da honra, não fez um apelo a todos os brasileiros?

    Certamente que sim.

    Ele Disse: eu cá vou ir vós deveis seguir-me.

     E o que fazemos, meus caros patrícios ?

     Reuni-vos, vinde alistar-vos; marchemos !

     O amor da pátria está acima de tudo: ela exige de nós esse dever.

     A nossa honra está empenhada, é preciso que a resgatemos!

     Mocidade briosa, herdeira de heróis pernambucanos, segui o exemplo desta jovem, vossa patrícia, que ora vos fala; não hesiteis um só momento. Segui-me, vamos acabar para sempre o poder do bárbaro déspota do Paraguai, Inimigo da religião, da honra, da humanidade ; vamos levar a civilização e a liberdade ao mísero povo que jaz mergulhado nas trevas do mais hediondo fanatismo !

      Cumprido, pois este dever, dever sagrado e reclamado, voltaremos triunfantes ao seio da pátria natal, onde cheios da gloria, abraçaremos a nosso pais, parentes e amigos.

       Vitorienses, avante, não vos demoreis; estou a vossa frente, marchemos!

Viva a religião católica romana! Viva o sr D. Pedro II!

Viva a Constituição do Império!,

Viva o Exmo. Presidente  da Província!

Vivam os voluntários da pátria”!

Diário de Pernambuco – ed. 217 – 22 de set. de 1865

Professor Pedro Ferrer – presidente do IHGVSA. 

Teatro Valdemar de Oliveira – por @historia_em_retalhos.

Fotografia tirada hoje, 26.09.2023, das instalações do tradicional Teatro Valdemar de Oliveira, no Recife.

O teatro apresenta-se absolutamente abandonado.

Foi inaugurado em 1971 para ser sede do Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP), que é o seu proprietário.

Em três anos de pandemia, o espaço foi alvo de mais de 7 (sete) furtos.

No último dia 22, a Fundarpe formalizou a abertura do processo de tombamento, antes que os interesses imobiliários no seu entorno propusessem a sua demolição.

Amanhã, 27, às 10h, haverá um protesto na Praça Oswaldo Cruz, em frente ao equipamento.

Na nossa opinião, o regime de comodato proposto pelo Estado de Pernambuco em 2022 poderia ser a melhor alternativa para salvaguardar este patrimônio.

Deixe a sua opinião.

Qual a melhor alternativa para o Valdemar?
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https://jc.ne10.uol.com.br/cultura/2023/9/15600203-abandono-do-teatro-valdemar-de-oliveira-sera-alvo-de-protesto-processo-de-tombamento-e-aberto.html

Recorde: Câmara da Vitória promove aumento de salário mais rápido da sua história!

Não raro, de maneira geral, os nossos legisladores, nas três esferas do poder, reagem mal  à falta de participação popular nas decisões,  mesmo que – entre nós – seja  apenas da “boca pra fora”. O que eles desejam mesmo, logo após sentarem-se nas suas respectivas cadeiras,  é que a população os esqueçam até o inicio da próxima campanha eleitoral.

Pois bem, em se tratando da nossa Casa Legislativa – Câmara de Vereadores da Vitória – podemos dizer que cada dia que passa os nossos legítimos representantes estão se superando no quesito “mau exemplo”.

Se não bastasse, entre tantos outros:  eleição da mesa diretora com bastante antecedência e o privilégio de NÃO PAGAR o estacionamento da zona azul, agora, sob o comando do presidente André de Bau, os mesmos promoveram aumento de salario para a categoria sem a menor clareza e discursão. Tudo isso em votação atrapalhada e em tempo relâmpago!

No vídeo, logo abaixo, extraído da filmagem completa da Sessão Ordinária da Casa, ocorrida na última quinta-feira, dia 21 de setembro, constataremos  que mesmo o mais esclarecido cidadão vitoriense, que estivesse na plateia acompanhando atentamente a referida Sessão,  não entenderia que o Projeto de Lei 076 – Decreto Legislativo -, com dispensa de 16 vereadores, tratava-se  de  aumento de salario  de vereadores que, segundo informações, alcançou o avantajado  percentual de 56%. Ou seja: o salario atual é de R$10.000,00 e na próxima legislatura será de R$ 15.600,00

https://www.youtube.com/live/HHTZI9QxzuE?si=qdLwqrYr3JpJVmTY

OBS: seria bom saber quais foram os três vereadores que  não embarcaram nesse verdadeiro trem da alegria.

É bom que se diga que vereador ou qualquer outra categoria, “temporária” ou efetiva, pode e deve “brigar” por melhorias.  O que estamos realçamos aqui, é à forma como isso deve acontecer, ou seja: com transparência e respeito com todos os envolvidos, sobretudo quando estamos falando de dinheiro público. .

Como pudemos observar no  vídeo aludido,  que emite mensagem eloquente de oportunismo com requintes de manipulação,  os senhores vereadores já estão preocupados com os seus salários, a partir de janeiro de 2025 quando, a seus juízos, todos estarão reeleitos.

Portanto, infelizmente, esse é o retrato  – “escupido e encarnado” – do legislativo local. Será mesmo que o eleitor antonense na próxima eleição municipal (2024) deveria sufragar, nas urnas, o voto nesses respectivos representantes que já estão sentados nessas cadeiras?

Em tempo: aliás, se esse pequeno vídeo “cair na rede”, dando conta do aumento de salário de vereador mais rápido do Brasil, possivelmente viraria um meme nacional…..Olha aê, uma  boa oportunidade para deixarmos os nossos vereadores famosos…..

O MISSAL – por Marcus Prado.

NA MINHA AGENDA, levando o meu equipamento de iluminação e câmeras, vou fotografar uma autêntica relíquia histórica existente no Brasil: as letras capitulares de um MISSAL do início do século 18, existente nesse Seminário que tem uma rica história no ensino não só religioso do Brasil, na época do Império. O MISSAL é belíssimo, Foi impresso em Roma.

Marcus Prado – jornalista. 

OAB Vitória promoveu evento para alertar sobre os limites nas redes sociais.

Convidado pela Comissão de Direito à Cidadania da OAB – subseção Vitória de Santo Antão, compareci, na tarde de ontem (21),  ao prédio da entidade. O evento, que ocorreu no auditório da referida instituição, teve como abordagem central o seguinte tema: “Princípio da Impessoalidade X Limites dos Agentes Públicos nas Redes Sociais Institucionais”.

Compartilhando conhecimentos e provocando reflexões os  professores Marcelo Labanca e Helder Oliveira, de maneira simples e objetiva, navegaram no oceano de possibilidades que bem reflete o dinamismo das redes sociais. Aliás, já dizia o velho garreio, Chacrinha: “quem nãos se comunica, se trumbica”.

Jogando luz nos rigores da lei que regem os princípios da administração pública, dentre os quais publicidade e impessoalidade, os palestrantes, entre outras questões, deram tonalidade aos limites que cabem às redes sociais institucionais,  como também aos agentes púbicos no uso das suas redes privadas.

A plateia, basicamente formada por operadores do direito, certamente ficou estimulada a pesquisar e se aprofundar nessa temática palpitante e atualizadíssima, Mesmo sendo convidados a participarem, com algumas exceções,  os representantes das prefeituras e casas legislativas dos municípios que estão na circunscrição da OAB Vitória receberam falta. Uma pena!

o jóquei Frank Hayes – por @historia_em_retalhos.

Há 100 anos, em 4 de junho de 1923, o jóquei Frank Hayes disparava pelos portões do Belmont Park, em Long Island, Nova York, EUA.

Ele e a sua égua, Sweet Kiss, chegaram em primeiro à linha de chegada.

Mas, nem tudo estava bem.

Durante a corrida, Hayes teve um ataque cardíaco e morreu.

O que aconteceu?

Quando a égua cruzou a linha de chegada, ficou evidente que Frank estava mais do que apenas “relaxado”: o jóquei caiu da sela, sem vida.

Mais tarde, foi esclarecido que Hayes havia morrido de insuficiência cardíaca logo após Sweet Kiss assumir a liderança.

O New York Times especulou que o coração do jóquei havia parado como resultado de um treinamento severo para perder peso, associado à emoção de vencer a sua primeira corrida.

Uma semana depois de sua morte, Hayes foi enterrado com o mesmo uniforme que usava na sua primeira e única vitória.

De luto pelo incidente, o Jockey Club de Belmont renunciou a todas as regras e, assim, oficializou a vitória de Hayes.

Esta decisão tornara-o o único jóquei a vencer uma corrida já falecido.

Na verdade, é o único registro na história do desporto mundial de uma competição ter sido vencida por alguém morto.

A égua Sweet Kiss nunca mais correu e acabou ganhando o apelido de “Sweet Kiss of Death” (“doce beijo da morte”).

Poucos sabem, mas a história de Hayes e Sweet Kiss virou até canção.

A banda Drift Mouth gravou “The Ballad of Frank Hayes”, cuja letra diz que o cavaleiro “saiu dessa vida nas sombras da tarde, curtindo o passeio.”
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Os nossos jardins – José Aragão – 1946

Nada concorre mais para o embelezamento de uma cidade do que os jardins públicos, os parques e a arborização.

Emprestam eles ao aspecto monótono das construções cores variadas, formando contrastes interessantes com a aridez das nossas artérias, constituídas, em grande parte, de prédios de arquitetura rudimentar e pobre, sem maior beleza.

O jardim é um oásis artificial em pleno centro urbano, recanto ameno cuja paisagem alegre e poética satisfaz ao espírito cansado do labor quotidiano, valendo como refrigério e lenitivo.

Por isso é que as praças ajardinadas são o ponto preferido pela população, nos momentos de folga, para descanso e passeio.

Temos, apenas, três praças com jardins e canteirinhos: a do Leão Coroado, Diogo Braga e a Dom Luiz de Brito, mais conhecida como Praça da Matriz. Dessas, apenas o jardim da última apresenta aspecto agradável, muito embora sem flores, que são o mais belo ornamento, não porque não as produza, mas porque são colhidas tão logo desabrocham, o que é para lamentar. O jardim da Praça Leão Coroado, que já oferece aspecto bem interessante, e os canteirinhos da Pracinha do Braga estão em decadência, à míngua de cuidados.

Queremos crer que o ilustre Chefe do Executivo Municipal, tão zeloso do bem público e do progresso da cidade, voltará em breve as suas vistas para esses logradouros e os entregará a mãos zelosas e hábeis, que poderão transformá-los rapidamente.

Não nos falta água para a conservação dos nossos jardins. Faltam jardineiros.

Decerto, não tardarão eles a aparecer por determinação do governo municipal.

José Aragão
Editorial do Jornal O Vitoriense de 02 de Fevereiro de 1946.

Rachel de Queiroz, Nestor de Holanda e eu – por Marcus Prado

OS PROFESSORES Ormindo Pires Filho e Luzilá Gonçalves Ferreira, do Curso de Doutorado em Letras da UFPE, meus queridos amigos, deram-me a grata incumbência de pronunciar palestra de saudação a Rachel de Queiroz no I Congresso de Literatura Nordestina que eles coordenaram com notável êxito. Eu estava na Inglaterra quando recebi a comunicação e Rachel de Queiroz curtia breves férias no inverno frio de Jersey, a maior das ilhas do Canal da Mancha, a 160 km de onde eu estava, ao sul da costa inglesa, e somente a 19 km da costa norte da França. Não deu outra: consegui às pressas um lugar numa aeronave da Aurigny air Services (Aurigny é ao antigo nome francês da ilha de Alderney, sendo possivelmente menor território do mundo a se gabar de sua própria linha aérea “nacional”) e fui ao encontro de Rachel. (Se eu já tinha vontade de conhecer a ilha Jersey, miragem que me aparecia toda vez que eu atravessava o Canal da Mancha, eis que surgia uma oportunidade singular. Para o meu trabalho, era de extrema necessidade uma conversa com Rachel.). Foi um barato! Ao chegar na ilha francesa, a primeira coisa que fiz foi procurar a escritora que o Brasil inteiro ama e admira, de quem me tornei fiel leitor.

O GERENTE DO HOTEL , seguindo minhas instruções, ligou para o apartamento de Rachel, e disse: “Um amigo do “Cabo Iolando” está aqui, para avistar-se com a Senhora”. Rachel desceu com estranha alegria para receber o visitante inesperado. Agora é que vou contar porque a autora de “O Quinze” entrou nesta história de andar e ver.

FALAR DO “CABO IOLANDO” a Rachel de Queiroz era falar da Vitória de Santo Antão, que ela nunca conhecera, e das lembranças que ela guardava de um dos seus mais queridos amigos , o vitoriense Nestor de Holanda, sobrinho de Maria Belkiss, primo de Manuel de Holanda e José Aragão, e pelas afinidades sanguíneas, dos Holandas que nasceram na Vitória, os Holandas do lado de Manuel e os Holandas da casa de José Bonifácio. Escritor e jornalista famoso no Rio de Janeiro, onde viveu a vida inteira depois que deixou a Vitória e o Recife, sem esquecer jamais a sua terra natal, fonte de inspiração de vários livros, numerosas crônicas, romances e até peças de Teatro, Nestor era tratado por Rachel com o apelido de “Cabo Iolando”. Como veio esse apelido? Ele ficou conhecido assim, no quartel do exército e na sua autobiografia romanceada que atraia o interesse de Rachel. Acertados os detalhes do Congresso literário pernambucano, em que a romancista e “imortal” da ABL seria a grande homenageada, eis que a Vitória dos livros e crônicas de Nestor passaria a ser assunto dominante.

“E AS PITOMBAS, que Nestor chupava no pátio da feira, toda vez que voltava à cidade das suas emoções infantis, ainda são vendidas no lugar? E a casa onde ele nasceu, ainda existe? E os velhos sobrados da Rua da Baixinha, ainda estão com suas paredes em pé? E o rio Tapacurá, ainda inunda as plantações de hortaliças? E a pirâmide do Pátio da Matriz continua marcando a passagem do século? Que foi feito do sobrado da tia Martha de Holanda?

NUMA DAS RUAS da ilha Jersey, descubro, para minha surpresa e alegria, uma loja de objetos antigos com o nome de “Victoria” e , se não bastasse, vejo dentro dela um rádio tipo “olho mágico”, da marca RCA Victor, que me fez lembrar, de imediato, outros rádios desse mesmo tipo que eu via, no meu tempo de menino, nas casas amigas de Eurico Valois, de Fenelon, de Josué, marido de Dona Mocinha; do professor Aragão, de Zé Palito e Pedro Varela; de Lina Costa e Aníbal Celestino, de Serafim Moura. Para aumentar a saudade, parece que eu vi, naquela loja, o rádio que meu pai havia comprado na “Casa Rios”, e que seria levado para conserto, anos depois, na oficina de Ademar Miranda. Ainda ouço, quando ando sozinho, nas madrugadas vitorienses, o som desses rádios que só traziam notícias boas.

Marcus Prado – jornalista. 

2ª Missão Humanitária – processo de triagem acontece na próxima sexta-feira (22).

Articulada mais uma vez pelo Rotary Clube da Vitória de Santo Antão será realizada em nossa cidade a 42ª Missão SOS MÃOS  Recife.

O evento, de caráter humanitário, se propõe à realização de cirurgias em crianças com algum tipo de deformidade congênita ou sequelas provenientes de traumas.

Essa será a  2ª Missão Humanitária que ocorre em  nossa cidade e será, mais uma vez, comandada pelo bem  conceituado médico Rui Ferreira.

Nesse contexto, na próxima sexta-feira, dia 22, das 10h às 12h, acontecerá o processo de triagem dos pacientes na Sede do Rotary Clube da Vitória, localizada no bairro do Livramento. Portanto, se você conhece alguém que necessita desse tipo de procedimento informe sobre o evento – não deixe essa oportunidade passar.

Serviço:

Evento: 2º Missão humanitária (Rotary Clube da Vitória)

Processo de triagem: sexta-feira, 22 de setembro 2023

Horário: das 10h às 12h

Local: Sede do Rotary Clube da Vitória – bairro do Livramento.

O ano era 1990 – por @historia_em_retalhos.

No ano anterior, o Vasco da Gama havia sagrado-se campeão brasileiro com um time recheado de craques: Bebeto, Bismarck, Mazinho, Sorato, Zé do Carmo etc.

O elenco era tão bom que chegou a ser chamado de “SeleVasco”.

Com muita força, o Cruzmaltino partiu para a Libertadores, chegando às quartas de final.

Havia, porém, um detalhe: o clube carioca teria pela frente o Nacional de Medellín, time do folclórico goleiro Higuita, em um confronto marcado por muitos desafios, dentre eles, o medo.

Isso porque a cidade colombiana de Medellín era dominada pelo narcotráfico, sob o comando de Pablo Escobar (foto).

Naqueles anos sombrios, a Colômbia vivia a violência das drogas e do conflito entre traficantes, guerrilhas, exército e paramilitares, com reflexos no futebol.

Em 1989, por exemplo, o árbitro Álvaro Ortega foi assassinado por integrantes do Cartel de Medellín.

Esse evento macabro teve como consequência a suspensão do Campeonato Colombiano.

Pois bem.

Até hoje, não se sabe ao certo o que aconteceu com o árbitro da partida entre Vasco e Nacional de Medellín, o uruguaio Juan Daniel Cardelino, em 29 de agosto de 1990.

Segundo o assistente Otello Roberto, houve uma tentativa de suborno por parte de três homens, enquanto o trio de arbitragem tomava café da manhã.

Outra versão, porém, aponta que o juiz foi efetivamente vítima de coação, tendo sido ameaçado com um revólver na cabeça por pistoleiros ligados ao cartel local.

O jogo terminou 2 x 0 para o Nacional, mas Eurico Miranda, dirigente vascaíno, conseguiu a anulação da partida, tamanha era a sensação de medo.

Uma observação: Medellín, que já foi um dos piores lugares do planeta para se viver, hoje, é vitrine para o mundo.

A cidade foi completamente transformada pelo modelo de urbanismo pautado na injeção de cidadania e na cultura da paz.

O Recife tornou-se uma cidade conectada a Medellín, por meio da Rede Compaz, uma forte ferramenta de inclusão, que tem na pessoa do urbanista social @murilo.compaz o seu principal articulador.

Dedico este retalho de hoje ao nosso querido Zé do Carmo, ex-atleta e capitão do time do Vasco naquela quadra da história.
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Motoqueiros se manifestam contra as blitz em Vitória.

Num País democrático o povo é livre para se manifestar,  desde que não se utilize de armas e violência ou mesmo atente contra os princípios constitucionais. Dito isto, doravante, a meu juízo, tentarei jogar um pouco de luz nas mais recentes manifestações ocorridas por aqui,  no que se refere aos motoqueiros,  no sentido da insatisfação com as constantes blitz realizadas pela polícia militar em praticamente toda cidade.

O tema tem divido opiniões: de um lado os profissionais “das duas rodas” alegam dificuldades em cumprir com as obrigações (impostos) cobradas pelo Estado  para ficarem  aptos à circulação. Do outro, a polícia precisa fazer o seu trabalho e cumprir com o que determina as Leis vigentes.

Nessa linha tênue, pegando carona na polêmica, encontram-se os “sabidos” que compram/vendes  motos  – com as mais diversas irregularidade –  para todo tipo de demanda, sobretudo às vinculadas aos crimes (toda ordem). Aliás, não é raro em grupos de vendas/trocas no WhatsApp alguém postar motos disponíveis à venda,  dizendo: “é para rodar só na Zona Rural”.

Desde que o serviço de mototaxista chegou à nossa cidade, há cerca de 25 anos, que o mesmo ganhou a simpatia da população. Isto é:  oportunizou trabalho e renda para uma determinada faixa da sociedade e dinamizou o comércio de maneira geral. Mas também é verdade que nesse período, entre outras boas notícias, nosso lugar ascendeu, conforme dados do 17º anuário da violência, à 27ª cidade mais violenta do Brasil e ao 2º lugar no pódio estadual – Pernambuco. 

Aliás, sobre essa lastimável situação, não escutamos um “pio” sequer de qualquer autoridade local: prefeito, vice-prefeito, deputados, deputada, ex-prefeitos, ex-deputados e etc.  Até parece que nem tomaram conhecimento  dessa verdadeira “honraria municipal” – para não dizer o contrário…

Pois bem, tendo como fio condutor de toda essa polêmica (manifestação motoqueiros) o fato é que  os mototaxistas, que  prestam um serviço legitimo e essencial, há muito é uma classe que vem sendo usada e abusada pelos prefeitos de plantão.

Desde a primeira gestão do Zé do Povo ( lá em 2001) até os dias atuais, sob o comando do prefeito Paulo Roberto, que a bagunça no serviço de mototaxi é a mesma. Quando muito, os senhores prefeitos – foi assim com Zé do Povo, Elias Lira, Aglailson Júnior e Paulo Roberto – fazem um “oba-oba” para entregar-lhes uma bata/camisa com as respectivas marcas da gestão estampadas, fazendo dos mototaxistas uma espécie de outdoor ambulante.  Organização e proteção à categoria que seria  bom e necessário,  absolutamente nada!

Devemos salientar que, entre outros motivos,  foi essa bagunça reinante, ao longo de mais de duas décadas,  que propiciou o espaço perfeito para que os malfeitores se infiltrassem nesse segmento.

Hoje, em nossa cidade, segundo informações dos próprios motoqueiros,  praticamente metade deles “rodam” sem habilitação e muitos são de outras cidades, fazendo,  aqui,  sabe-se lá o quê….. Não é de se espantar quanto uma passageiro  sobe em uma  moto e pede para ir a um bairro qualquer quando,  de pronto,   o “motoqueiro” pergunta: “pra que lado fica?”

 

Portanto, se a polícia já entendeu que as motos em Vitória de Santo Antão se configura no epicentro da maioria dos crimes,  fazendo assim chegarmos ao 2º lugar do mapa da violência em Pernambuco, creditemos,  isso, em boa medida,  às omissões dos senhores prefeitos : Zé do Povo, Elias Lira, Aglaílson Junior e Paulo Roberto, cada qual com o seu respectivo  quinhão…..