E por falar em tristeza – por Sosígenes Bittencourt.

Eu sou meio ruim de tristeza. Pelo contrário, carrego uma certa alegria n’alma que, muitas vezes, confundem com falta de seriedade. Porque o importante não é a tristeza que você sente, mas o que você pode fazer com a tristeza que sente. Tristeza longa, duradoura é depressão. É caso clínico. Eu prefiro a tristeza que é caso cínico. Dizia, o dramaturgo Nelson Rodrigues, que “não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos.”

Por exemplo, a tristeza, para mim, é motivo de literatura. Eu recebi um grande conselho do poeta alemão Wolfgang Goethe: Faz da tua dor um poema, e ela será suavizada.

Sosígenes Bittencourt

O livro do professor Pedro Ferrer – Cristais Fissurados – continua provocando arrepios!!!

Escrever é algo que vai muito além do ato em si. Dificilmente encontraremos um reconhecido escritor, poeta ou contista produzido em série. Possuir um olhar diferente para as coisas aparentemente iguais  talvez seja o princípio da caminhada invariavelmente solitária. Assim sendo, realço, abaixo, o bem humorado comentário do eminente doutor Luis Bezerra de Carvalho sobre o opúsculo do não menos preparado e viajado, professor Pedro Ferrer.

Meu caro Pedro:

Devorei de um fôlego só seu livro: Cristais Fissurados. Há muito precisava ler algo sob a forma impressa. Ultimamente, somente leio as superficialidades das leituras digitais. Quebrei o jejum em grande estilo. Dei gostosas gargalhadas em muitos momentos do livro. Ele mais apropriadamente aborda temas que me inspiraram na palestra do Instituto em 02 de agosto. Muito do que li estava na minha intenção ao montar minha intervenção. Não o fiz para não ser prolixo e enfadonho. Corajosamente, você em alguns momentos dá nome aos bois.  No meu caso, evitei. Como sobre a burrice e a ignorância folclóricas do ex-Prefeito José Joaquim. Há passagens que me deixaram em dúvida: verdade ou ficção? Por exemplo, José Joaquim era bicheiro? Por sorte não contou sobre o meu primo nascido de uma traição da primeira dama! Até o Pilako foi introduzido ao final com contribuições filosóficas. Zito Mariano, cunhado do meu irmão Alcindo, e pai dele, entra com uma frase interessante: saudade não se mata, mas se alimenta. O livro poderia ter outro nome: viver é sofrimento; morrer, libertação. Mantra que persegue o livro sempre bem situado no contexto do romance. Ocorre-me Aluízio Bezerra Coutinho que dizia em sala de aula: enquanto há vida, não há esperança. Há narrativas profundas como algumas passagens sobre religião, porém, outras surgem com palavras de baixo calão, bem mais fortes do que as encontradas nas obras do Jorge Amado. No entanto, rola, priquita etc. estão bem-postas no livro. Não causam rubor, particularmente, nos tempos de hoje em que esculhambação, porra e arretado fazem parte do vocabulário dos jovens. A invocação do capô de fusca para imaginar o monte de vênus da mulher foi ótima. Enfim, fiz uma maravilhosa viagem à Vitória dos tempos que não voltam mais. Ocuparia muito espaço nesta mensagem listando as passagens marcantes e hilárias de nossa Vitória. Termino lhe agradecendo por ter me  proporcionado momentos de puro gozo, ops, Hahaha.

Luis Bezerra de Carvalho

Grupo “Vapor da Vitória” participou da 1ª Corrida Viver Runner – Glória do Goitá.

No meu terceiro reencontro com a corrida de rua– anos 1990, 2011 e 2019 – estou fazendo parte do grupo antonese, criado há três anos, que atende pelo sugestivo nome de “Vapor da Vitória”. Formado por um sem número de pessoas, o mesmo é composto por corredores de todos os níveis e vivências na área.

Na qualidade de integrante do grupo, fiz parte da turma que participou, na manhã do último domingo (15), da primeira corrida – Viver Runner – na vizinha cidade de Glória do Goitá. Outros grupos daqui também se fizeram presentes. Com percursos de 5Km e 10Km fiz a opção pelo mais alongado. Boa experiência!! Independente da colocação de chegada, todos aqueles que já calçaram o tênis e deixaram  o sofá para trás  já são considerados corredores de elite!!!

Momento Cultural: O imortal – por João do Livramento.

Hoje chora triste o meu livramento
Pois ruiu o Camelo ouvi o lamento
Onde antes foi tudo grande beleza
Hoje resta somente enorme tristeza

Foram tantos anos de agremiação
Foram tantos bailes naquele salão
De muita rodolro era o cheiro no ar
Mulheres bonitas conosco a bailar

Nas alegorias a beleza era imensa
O povo gritava dizendo a sentença
Se camelo passava leão não rugia
A praça do santo inteira aplaudia

Aquele estandarte Arnaldo a girar
O frevo tocando e o povo a pular
Da minha memória jamais sairá
Eu quero Camelo eu quero frevar

És Camelo valente pra se levantar
Mais este deserto vais atravessar
A folia de momo vai ser bem maior
E Vitória gritando o Camelo é o melhor!

João do Livramento.

Momento FAMAM – Faculdade Macêdo de Amorim

Ação Social realizada no último dia 13 de dezembro, na Praça da Matriz. Com o intuito de levar informação e conhecimento à população, os alunos FAMAM apresentaram temas de extrema importância, tais como: sustentabilidade, que é essencial para a preservação do meio ambiente, orientando como desenvolver ações sustentáveis, com questões atuais que podem ser utilizadas por gerações futuras. O Bullying, que é um comportamento prejudicial, agressivo, intencional e repetido com tanta frequência nos dias atuais, principalmente entre crianças e adolescentes.

Filho indesejado – por Sosígenes Bittencourt.

Em cima de filho indesejado, nada mais inútil do que chibata moral e desespero. Justamente porque filho não programado é geralmente fruto de emoção desenfreada, apetite incontido. O procedimento deve ser sempre a preservação da serenidade em busca da razão, embora tardia, para solucionar questões do passado. A vida ensina que no passado nem Deus põe a mão. O passado construído pelo homem é “vontade permissiva de Deus”.

Se filho indesejado é resultado de liberdade desenfreada, por que desespero para consertar loucura? Antigamente, quando um menino trelava excessivamente e fugia ao controle era chamado de “desesperado”. No dia em que “desespero” pagar compromisso, eu o aconselharei para sanar dívidas.

Logo, a primeira atitude racional deve ser identificar o pai da “arte”, uma vez que a mãe está à nossa frente com o fruto no ventre. Não adianta arrumar pai para menino e adiar uma questão que será um dramalhão no futuro. Essa questão de dizer que pai é quem cria é deslavada mentira. Pai é quem fecunda óvulo, quem cria é mantenedor. Agora, se o mantenedor é zeloso e ama o enteado, merece ser amado, é outro detalhe. Se o pai é um sem-vergonha de marca maior, e a mãe engravidou por distração carnal, não assumindo os seus atos, não merecem ser amados, o que nem sempre acontece. Merecer não é sinônimo de recebimento, gratidão. Às vezes, o sujeito cria o alheio e recebe pontapé no focinho. Em suma, a vida estará sempre acima de tudo. Todo expediente em favor da vida será bem-vindo, e todo expediente contrário à vida será pecado.

Ainda em relação à paternidade, em caso de dúvida, a ciência entrará com o DNA, ninguém merece não saber quem é o seu pai, mesmo que o reprodutor não seja um anjo. Mentira tem pernas curtas e as más-línguas irão fuxicar. Portanto, é momento de buscar a razão, que não foi convidada no instante do desespero. Razão é reflexão, e reflexão é mais lenta que emoção, precisa de serenidade. Desespero é emoção, que, por associação, deve ser evitado. E, para não resvalar para o discurso moralista, a chibata moral, que de nada serve nesse instante, o conselho é o seguinte: Sexo é a coisa mais gostosa do mundo, mas fazer menino não tem nada a ver com isso. Haja vista que masturbação não gera coisa alguma e a macacada pratica desde a grande descoberta. Filho é vida, é universo, é criação, tem de ser programado, fruto do amor, que é racional. Quando for fazer sexo para sentir prazer, faça a munganga, não faça menino, ninguém é mais ingênuo como antigamente, não estamos mais na era da cegonha. Use a liberdade, preservando a devida segurança. Afinal, segurança sem liberdade é escravidão, mas liberdade sem segurança é loucura.

Sosígenes Bittencourt

Carnaval SAUDADE 2020 – Promoção do primeiro lote segue até o dia 01 de fevereiro!!

Na sequencia das nossas postagens, realçando a campanha publicitária da nossa agremiação carnavalesca – SAUDADE – essa semana exibimos o terceiro  filme divulgando o preço do kit. A promoção do primeiro lote segue até primeiro de fevereiro.

A té lá – 1/02 – o folião poderá comprar seu kit nos seguintes pontos de venda: Óticas Diniz, Escritório do Blog do Pilako ou com os Vendedores Autorizados,  à vista por R$ 85,00 ou no cartão em até 5 vezes de R$19,00.

Assim sendo, faça sua programação carnavalesca e convide seus familiares e amigos para participar do desfile mais esperado do nosso reinado de momo. Como todos já estão carecas de saber NA SAUDADE,  A GENTE BRINCA MELHOR!! Veja o vídeo.

SERVIÇO: 

kit Saudade: 

Á vista R$ 85,00 ou em até 5X R$ 19,00 – no cartão

Pontos de venda: Óticas Diniz, Escritório do Blog do Pilako ou com Vendedores Autorizados. 

Promoção do primeiro lote: ATÉ O DIA 01/02 – 

Para mais informações, chama no zap – 9.9192.5094

 

O ESPELHO DA CASA DE GEUDA (Primeira parte) – por Marcus Prado

“O espelho estava naturalmente muito velho; mas via-se-lhe ainda o ouro” (Machado de Assis)

VOLTO AO PALÁCIO DE VERSALLES, não para rever as coisas e objetos já admirados em visitas anteriores; não para fotografar seus jardins, talvez entre os dez mais belos da França.  Na primeira vez, saí de lá com mais de 500 fotos das suas flores  encantadoramente rubras, mas que não se comparam com as espécies existentes na Mata Atlântica de Pernambuco, principalmente as tropicais plantadas por Vania  Grassano Caldas. Volto dessa vez para conferir  o trabalho de recuperação dos espelhos para muitos os mais belos do mundo, com exceção, para mim, do belíssimo espelho da sala de visitas da casa de Geuda, na Praça Diogo Braga (vizinha ainda hoje do Silogeu).  As molduras, o dourado, os bronzes o brilho: uma gigantesca obra de restauração foi feita na Galeria dos Espelhos de Versalles. Por coincidência, no dia em que estive lá, estava de plantão  o famoso Fréderic  Didier, arquiteto chefe dos monumentos históricos franceses, que coordenou os trabalhos. Elogiei o que fez, disse-lhe que a Galeria dos Espelhos recuperou seu esplendor original, e que estava linda. Mas, com certeza (para o espanto e surpresa de monsieur Fréderic), disse-lhe – visivelmente emocionado e saudoso de meu tempo vitoriense -, que não trocaria jamais o espelho da casa de Geuda por tudo o que estava diante de meus olhos naquele instante: os espelhos de sala mais visitada em toda a França desde 1678. A seguir faço reviver o diálogo que tivemos, o Monsieur Didier e eu:

– Quem era essa Geuda?  Que espelho de parede era esse, caro visitante, tão belo e tão importante para superar, uma só peça, o esplendor de todo o conjunto de peças únicas no mundo, de Versalles?

– Geuda era a mulher mais bela da cidade onde nasci: Vitória de Santo Antão.   Acho que a França inteira jamais teve outra mulher igual.  Nem a França de Simmone de Beauvoir (a quem fui levado a conhecer pessoalmente, quando a escritora esteve em visita no Recife na companhia de Sartre; nem a França de Edith Piaf, imortalizada no Brasil na genial interpretação teatral e musical de Bibi Ferreira, cantando: Des nuits d’amour à en mourir/Un grand bonheur qui prend sa place/Les ennuis, les chagrins s’effacent/Heureux, heureux pour mon plaisir); nem a França de Mirelle Matieux, que a vi cantar, no MUSEE MAXIM’S 3, rue Royale-75008/Paris: Dans ce vieux château, jamais aucun bruit L’histoire rapporte/Qu’une impératrice y passa la nuit /Et qu’elle en est morte/Quatre princes y sont nés/Et trois têtes couronnées/ Y furent assassinées/Mais il n’y a pas d’cabinets/Et pas d’robinets.”

– Começo a ficar curioso com essa senhora Geuda, exclamou o monsieur Fréderic.  Fale-me mais do espelho famoso de sua casa!

– O espelho de parede da sala de estar mostrava aos que passavam pela calçada, aos mais atentos,  belos  “lances” de pernas. Estava ela sempre à vontade na intimidade do lar, sempre vestida com pudor, geralmente  de saias curtas mas discretas, lendo seus livros prediletos, ouvindo noticiário ou novelas de rádio, ou numa conversa de família)

Víamos – na intencionalidade emotiva de nossos olhos juvenis e no despertar de nossa sexualidade -, os mais belos “lances” de perna , sem a bela mulher  jamais perceber ou desconfiar. Nas pernas de Geuda não  havia um só  enfraquecimento das fibras de sustentação dos tecidos.   Essa “peregrinação” , eu diria quase mística e  pagã, se daria  com maior freqüência, ao passar, na tela do Cine Iracema, o famoso filme ARROZ AMARGO,  com Silvana Mangano dando seus famosos “lances” de pernas, ao atravessar um rio do Vale do Sol.  Esta cena do famoso clássico do neorealismo italiano nos causou a mim e aos colegas do Pátio da Matriz uma grande emoção, aquelas primeiras emoções (inebriantes!) do despertar da sexualidade.  Joércio Lira de Andrade (filho do dono do cinema, que me deixava  entrar em todas as sessões, sem nada pagar ), Ubirasçu Carneiro da Cunha, que se tornaria um dos mais importantes poetas  da “Geração 60” do Brasil, que morreu ainda jovem, além de Jailton Andrade, outro saudoso e grande amigo que partiu.  Com a saída do filme em cartaz, ficamos todos sem saber o que fazer. “E agora, onde vamos encontrar  nesta cidade  pernas tão lindas como aquelas de Silvana Mangano?  Foi quando me lembrei da única alternativa naqueles dias inesquecíveis: O Espelho da Casa de Geuda!

Exigi de todos, ao passarmos lentamente pela calçada, na ida e na volta, muito respeito, discrição, e nada de “caboetagem”, prá que o evento não se vulgarizasse e que outros tantos colegas não encontrassem  a mina de ouro, que era só nossa e outros delas não tivessem competência para desfrutar.  Afinal, o que a gente queria, na verdade, não era ver o cruzar de pernas de Geuda, nisso  Geuda era  muito elegante e discreta. Nossa libidinagem  não chegava a tanto. Ela tinha muita classe no porte de vestir, no jeito de sentar. O que queríamos era ver as pernas de Geuda , as pernas que teriam dado nova versão ao famoso poema de Carlos Drummond de Andrade – Poema de Sete Faces – se o poeta  tivesse a sorte que tivemos  : “O bonde passa cheio de pernas:/pernas brancas pretas amarelas./Para que tanta perna, meu Deus,/pergunta meu coração./Porém meus olhos/não perguntam nada “.

A notícia do espelho da casa de Geuda, logo após as exibições do filme no Cinema de João Sabino e Lula Andrade, chegou aos ouvidos atentos de Manoel de Holanda, que ficou fascinado com a qualidade fílmica de ARROZ AMARGO. Cheguei a comentar com ele o filme, produzido pelo lendário Dino De Laurentis: A história em torno do triângulo amoroso formado pelo golpista Walter, sua amante Francesca e a inocente camponesa Silvana, tendo como pano de fundo a colheita de arroz feita por dezenas de mulheres no miserável Vale do Pó, no interior da Itália. Era no exato momento da colheita, que a atriz levantava a saia até no final das coxas. O resto já foi dito e contado. Sem falar o que não foi dito: o delírio da meninada do Cinema. Foi quando eu disse a Manoel de Holanda, que só havia uma alternativa viável e inofensiva  prá rever o filme já fora das telas do Iracema: o espelho da casa  de Geuda. Espelho que, de tão grande, parecia uma tela de cinema.

Discretos e até cerimoniosos, eis que saímos de braços dados, ele e eu (era assim que caminhávamos sempre pelo Pátio da Matriz) e fomos até à calçada da casa de Geuda.  CONTINUA…

Marcus Prado – jornalista 

 

 

 

 

 

Momento Cultural: MEUS AMIGOS – Heitor Luiz Carneiro Acioli.

Meus amigos, pessoas que me confortam e me levam para um lugar melhor. Amigos são pessoas que considero como irmãos. Amigo é aquela pessoa que podemos contar nossos problemas sem nos preocuparmos. O único ponto negativo é que um dia os amigos se separam. Meu desejo, não, meu pedido, melhor falando, é que sejamos amigos para sempre.

(Meu jeito em Versos e Prosas – Heitor Luiz Carneiro Acioli – pág. 02).