O livro do professor Pedro Ferrer – Cristais Fissurados – continua provocando arrepios!!!

Escrever é algo que vai muito além do ato em si. Dificilmente encontraremos um reconhecido escritor, poeta ou contista produzido em série. Possuir um olhar diferente para as coisas aparentemente iguais  talvez seja o princípio da caminhada invariavelmente solitária. Assim sendo, realço, abaixo, o bem humorado comentário do eminente doutor Luis Bezerra de Carvalho sobre o opúsculo do não menos preparado e viajado, professor Pedro Ferrer.

Meu caro Pedro:

Devorei de um fôlego só seu livro: Cristais Fissurados. Há muito precisava ler algo sob a forma impressa. Ultimamente, somente leio as superficialidades das leituras digitais. Quebrei o jejum em grande estilo. Dei gostosas gargalhadas em muitos momentos do livro. Ele mais apropriadamente aborda temas que me inspiraram na palestra do Instituto em 02 de agosto. Muito do que li estava na minha intenção ao montar minha intervenção. Não o fiz para não ser prolixo e enfadonho. Corajosamente, você em alguns momentos dá nome aos bois.  No meu caso, evitei. Como sobre a burrice e a ignorância folclóricas do ex-Prefeito José Joaquim. Há passagens que me deixaram em dúvida: verdade ou ficção? Por exemplo, José Joaquim era bicheiro? Por sorte não contou sobre o meu primo nascido de uma traição da primeira dama! Até o Pilako foi introduzido ao final com contribuições filosóficas. Zito Mariano, cunhado do meu irmão Alcindo, e pai dele, entra com uma frase interessante: saudade não se mata, mas se alimenta. O livro poderia ter outro nome: viver é sofrimento; morrer, libertação. Mantra que persegue o livro sempre bem situado no contexto do romance. Ocorre-me Aluízio Bezerra Coutinho que dizia em sala de aula: enquanto há vida, não há esperança. Há narrativas profundas como algumas passagens sobre religião, porém, outras surgem com palavras de baixo calão, bem mais fortes do que as encontradas nas obras do Jorge Amado. No entanto, rola, priquita etc. estão bem-postas no livro. Não causam rubor, particularmente, nos tempos de hoje em que esculhambação, porra e arretado fazem parte do vocabulário dos jovens. A invocação do capô de fusca para imaginar o monte de vênus da mulher foi ótima. Enfim, fiz uma maravilhosa viagem à Vitória dos tempos que não voltam mais. Ocuparia muito espaço nesta mensagem listando as passagens marcantes e hilárias de nossa Vitória. Termino lhe agradecendo por ter me  proporcionado momentos de puro gozo, ops, Hahaha.

Luis Bezerra de Carvalho

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