TÚNEL DO TEMPO

(Há 26 anos – Janeiro de 1989)

*Previdência anuncia fim das filas de pagamento. O aposentado teme que não haja mais pagamento.

*O beijo entre os atores da TV Globo é real; falso é o emprego do pronome oblíquo.

*É melhor usar anticoncepcional agora do que comprar enxoval de bebê daqui a nove meses.

*Pior, quando a mulher, cansada do defeito físico do marido, atira-se num homem moralmente defeituoso.

*O alcoólatra sempre encontra um motivo para beber. Um bebeu para comemorar a decisão de ingressar no A. A.

(Há 25 anos – Janeiro de 1990)

*Não faça do seu sexo um alvo de Pensão Alimentícia, o mantenedor poderá ser você.

*A Justiça é cega, mas os homens é que não enxergam o Direito.

*A insônia dos ladrões é o grande pesadelo dos guardas-noturnos.

*Paguei tão caro por um galeto que perguntei se havia comido a galinha dos ovos de ouro.

*Filhos de diplomata deixam de agir diplomaticamente e são presos pela polícia sem a menor diplomacia.

Sosígenes Bittencourt

O Camelo é de Amargar

Ouça a música “O CAMELO É DE AMARGAR“, composta pelo Maestro Nelson Ferreira, na interpretação de Roberto Barradas.

[wpaudio url=”http://www.blogdopilako.com.br/wp/wp-content/uploads/camelo1.mp3″ text=”O Camelo é de Amargar – Roberto Barradas” dl=”http://www.blogdopilako.com.br/wp/wp-content/uploads/camelo1.mp3″]

Aldenisio Tavares

Nossa nova colunista: Valdenice Raimundo

PQAAAJ0YIQyh4yHm6hlCHLckGKdFtImD30-eAIj2iUJkbKe_ojl4aKUi7WtGxFcQx2c5T6JsM8_uWLJMliPy9koH9dkAm1T1UNhe7KLfmbg1NDHhhct8P1J9G21g

No mês de dezembro do ano passado fui provocada, a partir de um convite de Pilako, a escrever regularmente para o blog. Confesso que fiquei encantada, mas sempre pondero muito antes de tomar decisões. Enquanto ponderava me deparei com algumas questões: escrever sobre o quê? Quais temas despertariam o diálogo com os/as leitores/as? Seria possível, a partir dos meus escritos, contribuir com os/as leitores/as na (re)elaboração de reflexões, cujo teor fossem relevantes para as situações presentes no cotidiano de cada um/a? Diante disto, considerei: Eu só poderei acessar as respostas a estas inquietações a partir do momento que começar a escrever. Sendo assim, acenei positivamente para o convite e, o que era uma possibilidade, agora é uma realidade.

Estarei com vocês leitores/as do blog do Pilako, uma vez por semana. A esta altura, talvez, vocês já estejam se perguntando: sim, mas quem é essa pessoa? Com quem dialogaremos? Sobre o que escreve?

Bem, eu sou Valdenice Raimundo.  Gosto de aprender e partilhar o aprendido, por isso escolhi a docência. Atualmente, sou professora do curso de Serviço Social da Universidade Católica de Pernambuco.  Amo escrever, isto em grande parte pelo fato de ter percebido o poder das palavras na minha própria vida. Aprecio música e em especial a natureza.

Sobre o que escrevo… Na academia discuto temas como: Raça/Racismo, Gênero, Juventude, Violência Urbana, Políticas Públicas, dentre outros. Inclusive, coordeno o Grupo de Estudos e Pesquisa em Raça, Gênero e Políticas Públicas/UNICAP.

São temas que discuto assumindo um compromisso ético-político claro, pois entendo que os nossos posicionamentos devem ser respaldados por valores e princípios que dialoguem com o respeito e o direito a uma vida digna para todos independente da classe social, do gênero, da raça/etnia, da religião, da orientação sexual, da identidade de gênero, da idade e da condição física.

Aqui no blog resgatarei estas temáticas, até porque elas têm inspirado diversos debates na contemporaneidade. Porém, pretendo escrever sobre outros temas que julgo importantes, desde que estejam vinculados ao meu âmbito do conhecimento.

Finalizo esse primeiro contato desejando a todos/as um ano rico em aprendizado, na conquista de novas amizades, no desejo de realizar os sonhos e, sobretudo, rico no cuidado com você mesmo. Um abraço e até breve.

Valdenice José Raimundo
Doutora em Serviço Social
Docente na Universidade Católica de Pernambuco
Líder do Grupo de Estudos em Raça, Gênero e Políticas Públicas – UNICAP
Coordenadora do Projeto Vidas Inteligentes sem Drogas e Álcool – VIDA.

Momento Cultural: Arrepios – por GUSTAVO FERRER CARNEIRO

Gustavo Ferrer Carneiro

Despercebidos

E inocentes

Lá vem os arrepios

Mexer com a alma da gente

 

Outra vez as sensações

A vontade de um carinho

Mais profundo

De um beijo guardado

De saudade do mundo

Que vivemos conscientemente

E que fica para sempre em nossas lembranças

 

Entre sussurros, recordo momentos

E não me arrependo

De atos ou fatos vividos

Mesmo que loucos ou transgredidos

 

Pois meu corpo em sintonia

Agradece ao teu em constante harmonia

E talvez por pura teimosia

Não paro de te amar

E de sentir tua falta

 

Não tenho pressa

Tenho calma

Quero conhecer não só teu corpo

Mas tua alma

 

Para isso, te imploro,

Me beija, teu beijo é um presente

Que adoro

E o teu abraço

Deixa meu corpo ardente

Te amando sem cansaço

 

Um beijo amado

Que vai subindo e vai descendo

Desliza no meio das nádegas

Sobe pelas costas

Até encontrar tua nuca

Teus cabelos afastando

Tuas orelhas volteando

Arrepiando e buscando

Teus lábios entreabertos

Com essa sede de viver

 

Aguenta, coração

Experimenta a sedução

Tenta e atenta

Nessa total imensidão

 

Abusa

Elambuza

Tiro a roupa

Te deixo louca

 

Sua

Suor salgado

Sal impregnado

Tua pele na minha

Minha carne na tua

 

Em meus lábios

Me matas a sede

Na fonte dos teus prazeres

Sede de meu tesão

Pura transgressão

Teu sexo

No meu sexo

Infringindo preconceitos

Ou regras

 

Braços e abraços

Bocas e línguas

Desejos hostis

Deixa correr

Deixa rolar

Na cama ou na lama

Na vontade de te amar

 

Vamos

Agora a sempre

Amar pensando no mundo

Um você e eu, juntos

Um gozo que seja profundo

No amor em um corpo único…

 

(MOSAICO DE REFLEXÕES – GUSTAVO FERRER CARNEIRO – pág. 19).

O Tempo Voa: Carnavais.

Carnaval de Sede/Clube

Foto registrada no Carnaval de 1980 –  Em pé: Fátima, Moises, Dida, Zé Ribeiro, e Luciene; Agachados-Flávia, Vado, Ma. José, Tadeu, Catinha, Rubem, Elias e Josival (Diretoria da Praça Futebol Club). – Foto do arquivo pessoal de Moises Sales.

Carnaval de Rua

Alexandre Ferrer, Paulo Freitas e Dryton Bandeira no Bloco da Saudade. Carnaval de 1999.

Carnaval de Alegoria/Fantasia

Ano não registrado.

ESTUDADO PORTUGUÊS

(O verbo “SUICIDAR-SE” é um PLEONASMO?)

O verbo “suicidar-se” vem do latim sui (“a si” = pronome reflexivo) + cida (= que mata). Isso significa que “suicidar” já é “matar a si mesmo”. Dispensaria, dessa forma, a repetição causada pelo uso do pronome reflexivo “SE”. Ou seja, “ele suicidou” em vez de “ele SE suicidou”.

É importante lembrar que as palavras terminadas pelo elemento latino “cida” apresentam essa ideia de “matar”:
formicida – que mata formiga;
inseticida – que mata inseto;
homicida – que mata homem.

Voltando ao verbo “suicidar-se”, se observarmos o uso contemporâneo deste verbo, não restará dúvida: ninguém diz “ele suicida” ou “eles suicidaram”. O uso do pronome reflexivo “se” junto ao verbo está mais que consagrado em nosso idioma. É, na verdade, um PLEONASMO IRREVERSÍVEL.

Numa história que é contada pelo grande ator, compositor, escritor e poeta Mário Lago, do seu livro 16 Linhas Gravadas, entre outras histórias, encontra-se a do professor de Português que se mata ao descobrir a traição de sua amada esposa Adélia. Deixou escrito na sua mensagem de despedida: “ADÉLIA SUICIDOU-ME”.

Sosígenes Bittencourt

4ª Feijoada da ABTV reuniu toda comunidade carnavalesca vitoriense.

IMG_4589

Conforme anunciado, aconteceu durante o dia do sábado (10), no Restaurante Gamela de Ouro, a 4ª Feijoada da ABTV (Associação dos Blocos de Trios Elétricos da Vitória). Convergiram para lá, pessoas das mais variadas tendências, todas guiadas pelo Espírito Carnavalesco Antonense.

Com o objetivo de abrir oficialmente os festejos de MOMO na nossa cidade, o evento promovido pela ABTV cumpriu bem o seu papel. Musicalmente a festa foi animada pela banda liderada pelo amigo Ricardo Rico e a orquestra de frevo regida pelos Maestros Silvano e Givaldo Barros. Veja os  vídeos:

Como havíamos anunciado, o evento, como de costume, também realiza algumas homenagens direcionadas àqueles que  contribuíram e ainda continuam contribuindo com o carnaval secular da Vitória. O jornalista José Edalvo – Fundador da ABTV – atuou mais uma vez no evento como Mestre de Cerimônia. os  cinco homenageados deste ano foram: Antônio Tripa e o ônibus Emoções, Doutor  Dogival Soares, Tia Betinha, Toinho do Atelier 2 e o compositor Gustavo Ferrer.

Após as homenagens foi servida a suculenta feijoada produzida pelo Senhor “Olho de Pires”. Nas mesas o assunto mais falado, claro, não poderia ser outro, ou seja: CARNAVAL  DA VITÓRIA, DE HOJE E DE ANTIGAMENTE.

A primeira homenagem foi direcionada ao amigo Antônio Tripa e o seu ônibus Emoções, que marcou época na história dos nossos carnavais. A entrega do prêmio foi realizada pelo presidente da Agremiação Carnavalesca É TESÃO. Veja o vídeo:

OBS: NO DECORRER DA SEMANA POSTAREMOS A ENTREGA DAS PLACAS AOS OUTROS HOMENAGEADOS.

De maneira espontânea, os consagrados artistas vitorienses Pierre, Nildo Ventura e Jonatha Chocolate, em parceria,  promoveram um belíssimo espetáculo.

Portanto, nós que fazemos a ABTV, gostaríamos de agradecer a todos que compareceram e prestigiaram o nosso evento. PARA O ANO, TEM MAIS FEIJOADA DA ABTV.

ARLINDO E JOELMA: o coroamento do sonho, alicerçados no trabalho e na fé em Deus.

betel (21)

Foi com imensa satisfação que participei, na tarde da sexta (09), da inauguração das novas instalações da fábrica vitoriense Betel Fardas, antes, Betel Confecções. O casal amigo, Arlindo e Joelma, é dignos de todos os elogios, possíveis e imagináveis, no que diz respeito a sua história de vida, e em particular a sua consistente trajetória empreendedora. Veja a história no vídeo:

Depois de ser aluna do curso de corte/costura do SESC da cidade de Caruaru, em 1995, cuja finalidade era produzir apenas roupa para uso próprio. Desde então, Joelma  tomou gosto pela costura e teve sua primeira oportunidade numa encomenda para um evento religioso, uma vez que toda sua família tem origem evangélica.

Mesmo só tendo uma máquina de costura semi-industrial, Joelma começou a entender, junto com Arlindo, seu esposo, que esta atividade produtiva lhe poderia render bons fruto, ou seja, Joelma costurando e Arlindo estampando os produtos.

O cenário de toda esta atividade era, literalmente, no fundo do quintal. Depois de outras atividades o casal, no ano de 1998, teve a oportunidade de produzir a primeira encomenda para o mundo da política.

Com a  transferência para vizinha cidade de Glória do Goitá, o então “frabico” de Joelma e Arlindo saiu, definitivamente, do fundo do quintal e foi instalado na garagem. Com muita fé em Deus e com o objetivo de  trabalhar dia e noite o negócio só fez crescer.

Depois de vários cursos de capacitação e gerenciamento, Joelma e Arlindo se cercaram de bons profissionais na área de consultoria para orienta-los, alguns deles, inclusive, estão até hoje lhes prestando serviços.

A antiga unidade, localizada na Rua Manuel Borba, onde a empresa já havia alugado meia dúzias de prédios vizinhos para  expandir-se, doravante, pertence a história da empresa. Dentro do plano de expansão do setor fabril do município, a Betel foi contemplada com um terreno para construção da nova fabrica as margens da BR 232, onde,  a partir de agora, começa viver um novo ciclo empresarial.

Depois de muitas homenagens e as palavras de várias autoridades, Arlindo e Joelma tiveram a oportunidade de agradecer a todos por está vivendo este  momento, o que se configura como uma  concretização de um  sonho. Com palavras carregadas de emoção e de muitos agradecimentos, sobretudo a Deus, o casal convidou a todos para o corte da fita e o descerramento da placa.

Depois de muitas fotografias, comes e bebes tivemos a oportunidade de gravar um pequeno vídeo com o casal de empreendedores, Arlindo e Joelma, para falar um pouco da história de vida e  das suas perspectivas com nova fábrica. Veja o vídeo:

Como cliente, parceiro comercial e amigo do casal há mais de uma década, estou extremamente feliz com este acontecimento. Hoje,  a Betel já conta com os filhos do casal no seu corpo funcional, de maneira, que podemos vislumbrar um futuro de novas e boas conquistas. Parabéns mais uma vez a toda FAMÍLIA BETEL.

betel (33)

E PARA MARCAR A INAUGURAÇÃO, GOSTARIA DE REGISTRAR A PRIMEIRA ENTREGA DE PRODUTOS QUE FORAM PRODUZIDOS NA NOVA FÁBRICA DA BETEL FARDAS.

Engenho Galileia: UMA PARTE DA HISTÓRIA DO BRASIL.

IMG_4662

Na manhã do domingo (11) participamos do ato comemorativo pela passagem dos  60 anos da criação da Primeira Liga Camponesa do Brasil. O evento, como ao poderia deixar de ser, ocorreu nas terras do Engenho Galileia, aqui em Vitória.

Com a presença de  familiares dos protagonistas da história, representantes dos   movimentos sociais das mais variadas tendências, lideranças  sindicais, estudiosos, imprensa  e o público em geral, o evento foi marcado por muita simbologia.

Tudo começou na década de 1950 quando  pouco mais de 100 famílias, que viviam da agricultura de subsistência nas terras do Engenho Galileia, não conseguiram pagar o arrendamento devido aos altos valores cobrado pelo proprietário, Oscar Arruda Beltrão.

Porém o  quadro de dificuldade foi  agravado quando o filho de Oscar Beltrão, resolveu usar as terras do engenho para a criação de gado, atividade está que forçava a expulsão dos  arrendatários.

Estes, no entanto, inconformados, decidiram lutar pelo direito de permanecer na terra onde viviam e da qual tiravam seu sustento. 2 Na sua luta, angariaram o apoio de parlamentares e advogados, dentre os quais Francisco Julião.

Em 12 de julho de 1957, advogado e deputado Julião apresentou, na Assembléia Legislativa, O primeiro projeto de lei para desapropriação do Engenho Galiléia, argumentando que “a Constituição do Estado declara, no seu artigo 155, que ‘o uso da propriedade será condicionado ao bem-estar social'”. Mas o projeto foi desconsiderado pelo governo Cordeiro de Farias.

No bojo das comemorações de ontem foi inaugurada a Biblioteca José Ayres dos Prazeres que tem por finalidade, entre outras coisas, manter viva a história deste lugar. Ao final do evento uma feijoada foi servida aos presentes.

Momento Cultural: Admoestação Reverente – por Corina de Holanda

Corina de Holanda

(Ante um quadro da Virgem que estreitando ao colo o Divino Filho, fita, súplice, os céus.)

 

És a Mãe da eterna Aurora.

Nem precisavas Senhora,

Erguer os olhos aos céus.

Que as outras mães façam isto…

Mas, tu, Mãe de Jesus Cristo,

Que queres desses espaços

Para teu filho? – Ele é Deus.

E tu, Mãe Imaculada.

Tendo em teus braços, Jesus,

Embalas a própria Luz

Do amor envolta nos véus.

Baixa os Olhos, Mãe amada,

Sobre a terra, o pecador…

Diz a teu Filho adorado

Que nos livre do pecado!

Salve, ó Mãe do Puro Amor!

 

1971

(Entre o céu e a Terra – 1972 – Corina de Holanda – pág. 38).