Arquivo da categoria: Fala, Vitória!
Fragmentos – Por Sosigenes Bittencourt
FRAGMENTOS
Fragmentos – por Sosigenes Bittencourt
FRAGMENTOS – POR SOSIGENES BITTENCOURT
FRAGMENTOS
FRAGMENTOS – Por Sosigenes Bittencourt
Fragmentos

Mãe, até quem não a conheceu,
lembra-se de se lembrar de quem nunca viu.
Sosígenes Bittencourt
Fragmentos – Por Sosigenes Bittencourt
Fragmentos
FRAGMENTOS – por Sosigenes Bittencourt
Fragmentos de mim mesmo
Sou um amante da vida nos seus múltiplos aspectos. Aproveito tudo. A tragédia, por exemplo, tem me servido muito na criação de minha arte.
Descobri, através do meu semelhante, que vim ao mundo para fazer graça e viver das graças.
O riso é excepcionalmente benéfico à saúde.
Gosto tanto de mulher que não saberia dizer o quanto nem o que viria em segundo lugar.
Não me casei ainda por causa das outras, mas não me considero imune ao matrimônio.
Não sou gastador nem pirangueiro, mas considero que mais vale um prazer do que cem contos de réis.
Sobre Deus, penso como Camões: “O que é Deus ninguém entende, que a tanto o pensamento humano não se estende.”
Sosígenes Bittencourt
Fragmentos – Por Sosigenes Bittencourt
Momento Cultural: Anoiteceres – (crônica) – Por Sosigenes Bittencourt
Anoitece em Vitória. Anoiteço em Vitória. Sou figura noturnal, viajante do ocaso, sonhador como o crepúsculo vespertino, morto de saudade como o final. De olhos vendados, conheço o cheiro dos bairros, dos becos, do meio do mato de minha cidade natal. O cheiro de fumaça, de migau, de chuva. Sou todo olfato e lembrança. Conheço os trejeitos do meu lugar, os cabelos perfumados, os enxerimentos, o flerte e o gozo. Minha cidade é todinha uma mulher. Chamar-se-ia Vitória das Marias, Maria das Vitórias, tal como é.
Anoitece em Vitória. Anoiteço em Vitória. Saio para passear, impregnado dos prazeres noturnos, das eras do meu tempo, que me viciam e me saciam. Minha cidade muda todo dia, mas não muda o meu sentimento, o fascínio elaborado pela memória, como quem ama o que odeia e odeia o que ama, num jogo de perde e ganha.
Anoitece em Vitória. Sobretudo, anoiteço em Vitória. Enlouqueço em Vitória. Porque ninguém entende o que em nós nem conseguimos explicar. Vitória, meu berço e minha tumba. Minha alma noctívaga vai enredando sua história. O acaso me espreita, a surpresa me seduz, sua bruma, sua luz. Alucinações e desejos, rimas em ‘ina’, adrenalina, serotonina, dopamina. Ah! Vitória, dos meus idos e vindas de menino, minha menina!
Sosigenes Bittencourt
Fragmentos
Fragmentos – por Sosigenes Bittencourt
FRAGMENTOS
O casal arenga na paquera, troca tapa no namoro,
se separa no noivado e quer ser feliz no casamento.
Sosigenes Bittencourt
O HOMEM E O MUNDO
Poluir o meio ambiente é uma forma de lambuzar-se. Preservar o meio ambiente é uma forma de preservar-se.
O homem não destrói o mundo, nem o mundo destrói o homem, o homem destrói o homem. O homem não tem o poder de acabar com o mundo, o homem tem o poder de acabar com a humanidade. Não acabou ainda, porque a humanidade não deixa. O mundo não precisa do homem para sobreviver, o homem é que precisa do mundo para sobreviver.
O homem é um eterno equivocado. Constrói um apartamento de cobertura, com receio de ser assassinado pelos pedreiros, e pensa que é rico.
O homem polui o meio ambiente para enricar. Depois, sua riqueza não serve para curar sua falta de ar.
Sosígenes Bittencourt