
Com chamada um dia antes – para criar expectativa – o deputado Aglailson Victor anunciou, ontem (16), sua pré-candidatura ao cargo de prefeito da Vitória de Santo Antão. Pela exposição inabitual nas redes social, nos últimos dias, os “fuxicos” da política já davam como certa sua postulação.

Também não chega a ser uma novidade o “grupo vermelho” apresentar candidatura majoritária na nossa terra. Salve melhor pesquisa, consecutivamente, acredito que nos últimos oito pleitos os “Querálvares” lideraram grupos na disputas.
Vale lembrar, também, que Victor, na prática, se configura na quinta geração seguida da familiar a dedicar-se à labuta política, iniciada, lá atrás, pelo Coronel José Joaquim da Silva que deu os primeiros passos efetivos na atividade (politica) em função de uma indicação do Mestre Aragão, junto ao governador do estado da época.

Pois bem, certamente o atual prefeito e candidatíssimo à reeleição, Paulo Roberto, por dois motivos, deve ter “aplaudido” de pé à iniciativa do jovem parlamentar (Victor).
Primeiro, porque quanto mais candidaturas no próximo pleito (2024), mais perto ele (prefeito) estaria de emplacar o seu segundo mandato, como prefeito da Vitória de Santo Antão. Segundo, pelo conteúdo da fala de Victor no seu anuncio. Ou seja: não apresentou nada de novo ou mesmo algum indicativo que possa, pelo menos incialmente, “solavancar” o jogo eleitoral.
Do ponto de vista da narrativa, em relação à postulação de Victor, há, no meu modesto entendimento, pelo menos um erro básico: em tempo hábil, não haver criado e atrelado à figura dele algo que justificasse sua postulação. Ser neto de Zé do Povo e dizer que a periferia da cidade está abandonada é tão elementar que nem precisava ser dito. Lembremos que na eleição passada (2020) o filho (mais próximo) de Zé do Povo perdeu o pleito. Outra coisa importante e que deve ser observada é que – até agora – o grupo vermelho não conseguiu sair do isolado politico.

Ao que parece, nas entrelinhas dessa disputa municipal (2024), a principal preocupação das duas forças tradicionais da cidade é mesmo com o desempenho que poderá alcançar a postulação majoritária, já posta, do vereador André Carvalho. Vale pontuar que o mesmo já ultrapassou à barreira partidária, já reuniu um conjunto de apoio razoável para uma partida eleitoral e já se apropriou do melhor discurso, dentre as postulações, até aqui, postas.
Portanto, até essa primeira quinzena de maio, deste ano de jogo eleitoral (2024), o que temos até agora é o seguinte cenário: o atual prefeito joga para administrar o resultado, o grupo vermelho vai entrar em campo para não perder a torcida e a terceira via já desfila na abertura do certame como time revelação do campeonato, ou seja: quando a bola rolar (campanha) tudo poderá acontecer, inclusive nada…..
































Vik Muniz vem sendo visto pela imprensa cultural do Rio de Janeiro e São Paulo como “o maior artista plástico brasileiro”. O seu currículo é fantástico, está sendo apontado como um dos mais caros do mercado de artes em Nova York. No entanto, para opinar sobre quem seria o maior pintor brasileiro dos nossos dias, eu escolheria o paraibano João Câmara, radicado no Recife. E assim o faço pelo que ele formula de indagações complexas, pela sua dramaticidade expressionista, sem deixar de ser acessível e, ao mesmo tempo, de forte erudição, transitando por diferentes meandros da história política do País, da arte, da mitologia. Ao ponto de ser visto por Francisco Brennand como “um pintor genial”. Genialidade inesgotável, indiscutível, sóbrio nos seus insólitos jogos de metáforas e analogias, pela inventividade na busca constante por fundir a arte, o homem, a vida. O Artista como gênio criativo. É assim que o vejo. Quem também fez a escolha do melhor, num longo ensaio, foi Ferreira Gullar, um dos maiores críticos de arte brasileira do seu tempo. O nosso João Câmara, premiado nacional e internacionalmente, era sempre uma referência nos trabalhos críticos do igualmente poeta Ferreira Gullar na sua coluna da Folha de São Paulo. Não foi por acaso, nem apressado, esse julgamento. Ferreira Gullar, como crítico exigente, altamente respeitado, era conhecedor da trajetória de João Câmara. Além de grande pintor (trabalha com tinta a óleo ou com tinta acrílica, sobre tela ou madeira), Câmara é dos raros na sua geração a estudar e a escrever, em profundidade, sobre a teoria da arte. Produziu durante vários anos artigos de crítica de arte, semanais, para o suplemento “Panorama Literário” do Diário de Pernambuco.Muniz ficou conhecido por usar materiais inusitados em suas obras como lixo, açúcar, chocolate, geleia, calda de chocolate, arame, pó, terra, até dinheiro picotado (!), etc. Trabalha num só ímpeto, com fotografia, pintura e escultura. Poderia ser visto por outro gênero de crítica como excelente fotógrafo, sem deixar de reconhecer a sua contribuição para a pintura. Já foi comparado alegremente com Gisele Bündchen das artes plásticas (Jornal O Globo, 22 de agosto de 2010). É o mais caro da Bolsa de Artes de São Paulo. (Uma obra ultrapassou US$ 300 mil num leilão). Torna-se estranho quando ele nos diz que toda a sua arte só tem começo. “O resto fica por conta do espectador”.












