Rossini Alves Couto – por @historia_em_retalhos.

Em 10 de maio de 2005, era assassinado no município de Cupira/PE, o promotor de Justiça Rossini Alves Couto.

Dezenove anos após a sua morte, a memória de Rossini permanece viva entre os colegas de profissão e perante a sociedade pernambucana.

Ainda hoje, porém, muitas pessoas não sabem qual foi a real motivação deste crime.

Afinal, o que ensejaria o homicídio de um promotor no exercício legítimo de sua função, agindo em plena conformidade com a lei?

A compreensão deste triste episódio passa pela análise da vida pregressa do mentor intelectual e principal executor do crime, o ex-policial militar José Ivan Marques.

No ano anterior ao delito, em 2004, José Ivan havia sido expulso da PM, pela prática de tortura, tendo a denúncia sido oferecida pela promotora Sara Souza, esposa de Rossini.

Fora da PM, Ivan foi trabalhar em Cupira e acabou, uma vez mais, denunciado, desta vez, pelo próprio Rossini, por intermediar a soltura de presos da cadeia local, mediante o recebimento de propina.

Nesta época, havia impetrado um mandado de segurança para retornar aos quadros da PM, enxergando em Rossini um obstáculo a esse objetivo.

Foi a partir daí, então, que passou a delimitar com frieza o seu plano para eliminar Rossini, contando com a ajuda do seu amigo Sivonaldo da Silva.

No dia do fato, a moto utilizada, sem placas e comprada há apenas 11 dias, era conduzida por Sivonaldo.

José Ivan saltou da garupa e efetuou cinco disparos nas regiões da cabeça e do pescoço de Rossini, enquanto este almoçava, ao lado do fórum de Cupira.

Apesar de socorrido, Rossini não resistiu e morreu.

Os seus algozes foram condenados, em 04.04.2008, por homicídio triplamente qualificado, a 24 e a 20 anos de prisão, respectivamente.

Nenhuma pena jamais reparará a vida de Rossini, mas o seu legado ficou.

Ficou também a advertência quanto à necessidade de maior segurança aos membros do MP, que lidam com situações de risco.

Rossini deixou a esposa e dois filhos.

O Centro Cultural do MPPE (foto) recebeu o seu nome, mantendo viva a sua memória.

Aos familiares de Rossini e aos colegas do MPPE que com ele conviveram, eu dedico este retalho de hoje.
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