Jorge Messias – por @historia_em_retalhos.

Caso se confirme a indicação do atual Advogado-Geral da União Jorge Messias para o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal, Pernambuco estará quebrando um jejum de 62 anos sem ministros do estado na mais alta corte de justiça do país.

O último pernambucano no STF foi Frederico de Barros Barreto, que terminou o seu mandato de ministro em 1963, ou seja, há 62 anos.

Jorge Messias foi nosso contemporâneo na tradicional Faculdade de Direito do Recife @fdr_ufpe.oficial e tem tudo para brilhar.

Boa sorte, @jorgemessiasagu!
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Vida Passada… – Domingos Monteiro – por Célio Meira.

Nasceu Domingos Jací  Monteiro, no dia 13 de março de 1831, no Munícipio Neutro, quando se processava, tormentosamente, a abdicação de d. Pedro I, e aos treze anos de idade, assumia, no colégio, as graves responsabilidade a ler, aos companheiros. E, aos 16, assinava, nos jornais, artigos e crônicas, e os primeiros versos, cheios de lirismo, e de graça, que recordavam, com certeza, nomes de mulher….

Inteligente, de uma cultura invulgar, àquele tempo, era, Domingos Monteiro, no conceito de Álvares de Azevedo, diz o beneditino historiador do “Galeria Nacional”, “um poço inesgotável” de sabedoria. Aprendeu taquigrafia, e no Senado do Império, prestou serviços relevantes. Taquigrafou os grandes e os pequenos discursos, sem equívocos, e sem erros.

Em 1854, aos 23 anos de idade, depois de um curso brilhante, conquistou a carta de doutor em medicina, e anos mais tarde, na Alemanha, obteve a láurea de bacharel. Poliglota dos mais afamados de seu tempo, entregou-se, pacientemente, ao estudo da filosofia, lendo, no original, escritores célebres, de nacionalidades diferentes, e alcançando, em pouco tempo, nome e fama, nas questões teológicas.

Regressando à Pátria, ingressou nas esferas políticas, prestando serviços inestimáveis ao governo, e à causa pública. Homem honesto, de costumes austeros, mereceu a honra de governar a província do Amazona. Durante um ano, mais ou menos, de 1876 a77, presidiu os destinos dessa província, servindo, desse modo, e com elevada moral, ao partido, conservador. Dirigia, nessa época, os negócios políticos e administrativos da monarquia, o gabinete Duque de Caxias.

No corpo taquigráfico do sendo, na clínica, na governança do Senado e na sociedade, foi, sempre, Domingos Monteiro, homem de elevadas virtudes cívicas e morais. Coração generoso, praticou, largamente, a caridade. Serviu à Igreja Católica, na linha dos vanguardeiros. E morreu, aos 65 anos de idade, tranquilamente, iluminado pelas graças de Deus

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

João Carlos de Oliveira, o “João do Pulo” – por @historia_em_retalhos.

Há exatos 50 anos, o Brasil via surgir um dos maiores nomes do atletismo mundial.

Em 15 de outubro de 1975, nos Jogos Pan-Americanos do México, João Carlos de Oliveira, o “João do Pulo”, saltava 17,89 metros e quebrava o recorde mundial do salto triplo, marca que permanece como uma das mais impressionantes da história do esporte.

Poucos sabem, mas a distância alcançada por João ainda seria suficiente para conquistar ouro ou prata em todas as Olimpíadas desde 1975.

Aquele salto histórico reverberou.

Nas Olimpíadas de Moscou, em 1980, até hoje, paira uma controvérsia no ar dada a forte suspeita de favorecimento aos atletas da casa pelos juízes soviéticos.

O tricampeão olímpico Viktor Saneyev e o seu compatriota Jaak Uudmae eram os atletas da URSS na prova.

João, recordista mundial com a marca até então inatingível de 17,89m, era o maior adversário dos dois atletas da casa.

Eis que inesperadamente João teve dois saltos seus anulados pelos fiscais soviéticos e um deles considerado por analistas internacionais como um novo recorde mundial, acima dos 18 metros.

Estes mesmos observadores consideraram os dois saltos de João perfeitamente válidos.

Ora, um sujeito negro, do terceiro mundo, ameaçava a vitória de uma grande potência mundial, em plena Guerra Fria, e isso acabou destruindo covardemente o seu sonho do ouro olímpico.

João ficou apenas com a medalha de bronze de um de seus saltos menores, de 17,22m, ficando para os donos da casa o ouro e a prata.

Apenas em 2000, o jornal australiano The Sydney Morning Herald fez uma grande reportagem demonstrando que os saltos anulados do brasileiro faziam parte de uma operação soviética para dar o tetracampeonato olímpico a Saneyev (que acabou ficando com a prata).

Esta é considerada uma das maiores trapaças da história do atletismo.

O seu recorde só foi batido 10 anos depois pelo norte-americano Willie Banks, com 17,90m, em Indianápolis.

João do Pulo foi o porta-bandeira do Brasil nos Jogos Olímpicos de Montreal (1976) e de Moscou (1980).

Em 2022, uma estátua sua foi instalada em Pindamonhangaba/SP, na rotatória que leva o seu nome (foto).

Viva a memória de João do Pulo!
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Pitú: o sol líquido que aquece ainda mais Pernambuco e conquista a Europa.

A Pitú está presente em mais de 50 países , sendo uma das marcas de cachaça mais consumida no mundo
Há bebidas que apenas passam pela garganta. E há aquelas que passam pela história. A Pitú é dessas — clara e intensa como o meio-dia de Vitória de Santo Antão, onde nasceu. É o fogo que o Nordeste aprendeu a domar, a energia engarrafada de um povo que resiste sorrindo.

Eu era mais jovem quando viajei para a Argentina com dois amigos. Não esperava que o meu sotaque despertasse tanta curiosidade. “Brasil?”, perguntavam, e logo emendavam: “Seleção e caipirinha!”.

Porém, o que mais me surpreendia era o detalhe: eles falavam “caipirinha com Pitú”, como quem cita algo muito especial. Fiquei emocionada. Lá, a milhares de quilômetros do Recife, descobri que a cachaça da minha terra já tinha atravessado fronteiras antes de mim.

Eu, que nunca fui de bebidas quentes — já me bastam os dois sóis do Recife e a perda da vesícula —, guardo um ritual simples para os dias frios da Várzea, onde moro: Pitú gelada, pura, com limão. Sem pressa, de gole em gole. Para mim, também é a chave que abre a roda de samba (ou da ciranda), ou bebida certa para as vitórias do Santa Cruz.

Sabe o Soju, bebida destilada tão comum entre as dorameiras do Brasil? Pois bem, acho a Pitú mais gostosa, além de ser a bala de prata da alegria.

Quando o orgulho veio de fora

Entre 2023 e 2024, participei de uma reunião com o então cônsul-geral britânico no Recife, Graham Tidey, um visionário e cidadão de Pernambuco. Entre conversas sobre economia e cultura, ele comentou com o então secretário Alberes Lopes que o gosto da nossa Pitú era melhor que o de bons uísques europeus.

Saí daquela sala sentindo o peso leve do orgulho. Durante anos, vi a cachaça ser tratada como bebida menor — coisa de boteco de esquina. Ouvir um diplomata inglês exaltá-la como joia foi como ver o mundo corrigindo um equívoco antigo. É no boteco e na mesa do trabalhador, aliás, que os melhores sabores são descobertos.

A nascente e o nome

A história da Pitú começa onde a cana encontra a água. Nos anos 1930, um riacho chamado Pitú cortava as terras férteis de Vitória de Santo Antão. O nome vinha do crustáceo abundante na região — símbolo de vida, movimento e resistência.

Foi ali que as famílias Ferrer de Morais e Cândido Carneiro decidiram transformar a cana em herança. O que começou artesanalmente virou império, mas sem pressa: a mesma água, o mesmo cuidado, o mesmo brilho dourado.

Quase um século depois, a empresa segue nas mãos das novas gerações, produzindo mais de 90 milhões de litros por ano. Cada garrafa carrega o cheiro da terra, o barulho dos engenhos e um tanto da luz que cobre os canaviais ao entardecer.

A excelência da Pitú não nasce por acaso. É cuidada, medida e sentida em cada etapa — da cana recém-cortada ao copo do consumidor. Nos laboratórios da fábrica, a ciência se alia à tradição: o aroma é avaliado com rigor no Laboratório de Análise Sensorial; no Central, os técnicos examinam cada detalhe físico e químico; e no de Produção, todos os insumos passam por controle minucioso antes do envase. Um ritual moderno que garante que cada garrafa conserve o mesmo sabor que atravessa gerações.

O sol engarrafado que ilumina a Europa

Na Alemanha, campanha publicitária foca público jovem |  Foto: Reprodução

Na Alemanha, agora, a Pitú é vista como artigo de prestígio. Lá, ela divide espaço nas prateleiras com uísques e vodkas de renome. No exterior, o mercado alemão é o principal destino da bebida, responsável por quase todas as exportações da marca.

A parceria com uma empresa familiar de Berlim levou a cachaça pernambucana a ganhar corpo europeu — mesmo longe da cana, ela continua brasileira na alma.

Neste país europeu, a marca lançou a Caipirinha Pitú, pronta para beber, voltada especialmente aos jovens que buscam praticidade sem abrir mão do sabor. A campanha — leve, divertida e moderna — tem feito sucesso nas redes sociais, traduzindo em outra língua o mesmo espírito de espontaneidade e calor que nasceu em Vitória de Santo Antão.

Neste ano, as campanhas “Feel Pitú” e “líder do mercado europeu no segmento de cachaça” conquistaram o público jovem com humor e espontaneidade. O saxofonista André Schnura, que virou meme durante a Eurocopa de 2024, é um dos rostos da nova fase da marca. É o Brasil em ritmo de festa, mas sem caricatura.

A Pitú aprendeu a modernizar sem se perder. Do sabor puro da tradicional às versões mais sofisticadas, como a Premium e a Vitoriosa — homenagem à cidade natal —, ela continua fiel à sua origem e ostenta a liderança do mercado Norte e Nordeste.

Recentemente, a Pitú ampliou seu portfólio com novidades que unem tradição e frescor: o coquetel alcoólico Pitú Mel e Limão, de sabor marcante e tropical, e a linha Pitú Remix, que traz versões ice pensadas para um público mais jovem e urbano, com tom cosmopolita, sem trair suas raízes.

O ouro líquido do Nordeste

A Pitú é mais que cachaça. É metáfora engarrafada de um povo que aprendeu a destilar o próprio calor. É o líquido que carrega o som do frevo, o suor do canavial, a ternura da beira de rio. Tem gosto de festa, mas também de memória. Tem a força do interior e o frescor do litoral.

Por isso, quando alguém em outro país diz “caipirinha”, eu sorrio.

É como ouvir o Recife falar em outra língua.

O sol líquido de Pernambuco continua atravessando oceanos — e cada gole é um lembrete de quem somos.

PS: Beba com moderação!

Reprodução – Tribunaonline

Livros: Dois lançamentos em um só evento | Além-mares IV & “Causos, Casos e Contos” no Restaurante Braga.

Dois Lançamentos, Um Só Encontro de Emoções

No próximo dia 19 de outubro, a partir das 11h40, o acolhedor Restaurante Braga, em Vitória de Santo Antão, será palco de um momento especial — daqueles que aquecem a alma e celebram a beleza das palavras. Dois lançamentos, um só evento, e uma atmosfera repleta de afeto, arte e boas histórias.

O primeiro destaque da manhã é o livro “Causos, Casos e Contos – Meu Baú de Lembranças”, de Socorro Beltrão, publicado pela Editora Chá da Vida Brasil. Um convite à nostalgia, àqueles tempos bons guardados na memória e no coração. São relatos vividos, recontados com leveza, humor e emoção — um verdadeiro retrato das lembranças que o tempo não apaga. Cada página é como um abraço no passado, uma forma de agradecer às raízes que nos formaram e aos personagens que cruzaram o nosso caminho.

Na sequência, o Projeto Chá da Vida Brasil apresenta a IV Antologia Literária Internacional Além-mares, um encontro de escritores, poetas e artistas de várias partes do Brasil e de outros países. Uma travessia poética que une corações, ultrapassa fronteiras e mostra que a literatura é, acima de tudo, ponte e mar — espaço de encontro e de partilha.

O Chá da Vida Brasil nasceu com a missão de transformar versos em canções e reunir vozes do mundo inteiro em torno da arte, da cultura e da amizade. Com o tempo, tornou-se mais que um projeto — virou um movimento de afeto e criação, que conecta pessoas, sonhos e histórias.

No dia 19, o convite está feito: venha celebrar a poesia, a memória e a beleza de estar junto, navegando pelas mesmas águas literárias que unem tantas vidas em um só horizonte

Blog do Pilako — valorizando o que a nossa terra tem de melhor: talento, cultura e emoção.

Dois lançamentos em um só evento | Além-mares IV & “Causos, Casos e Contos” no Restaurante Braga.

Ação Social: Itambé, Raça e Meia Maratona da Vitória……

Passado o “vendaval” de atividades, envolvendo o planejamento e execução da Primeira Meia Maratona da Vitória, evento esportivo que aconteceu no domingo, 21 de setembro, de maneira criteriosa, escolhemos 5 instituições de caridade da nossa cidade,  para serem contempladas com os produtos arrecadados no evento –   Leite em pó Itambé.

Assim sendo, após o agendamento de dia e horário, na tarde de ontem (13), juntamente com as equipes da Raça Distribuição e  ITAMBÉ, empresas parceiras e promotoras  da referida promoção, estivemos, presencialmente, nas 5 instituições para efetivar os respectivos atos de doação.

Em breve, estaremos divulgando imagens e vídeos, realçando a nossa Ação Social.

Bloco Baby Alegria fez a festa da criançada no dia das crianças…..

Mantendo a tradição, no feriado que lembra as crianças,  o Bloco Infantil  Baby Alegria  desfilou pelas ruas da cidade, na tarde do domingo (12). Após um espetáculo teatral, realizado no Pátio da Matriz,  a criançada,  juntamente com seus pais, seguiram,  pulando e cantando,  atrás do trio elétrico, “puxado” pela artista antonense, Watuse Alves.  Veja o vídeo.

Abacaxi Run – na sua primeira edição….

No contexto da 39ª Festa do Abacaxi, evento tradicional da vizinha cidade de Pombos, outrora, distrito da nossa Vitória de Santo Antão, na manhã do domingo (12), aconteceu o primeiro evento da corrida de rua, intitulada de “Abacaxi Run”.

Com duas distâncias em disputa, 10km e 5km, a organização do evento  premiou os 3 primeiros colocados, no masculino e feminino. Ao final, medalha para todos participantes, muita fruta e música. Na ocasião, ao lado do “abacaxi gigante”, símbolo da festa, registramos nossa participação.

UMA BOA NOTÍCIA: Cessar-fogo entre Israel e Hamas entra em vigor….

Vida Passada… – Alcêdo Marrocos – por Célio Meira.

A povoação de São Vicente, encravada, em 1860, nas terras pernambucanas de Timbaúba, e que se originou, contam os historiadores, de uma feira, aos domingos, à sombra de uma árvore, foi o berço de Francisco Alcêdo da Silva Marrocos. Probrezinho, e muito moço, desacompanhado da proteção dos homens, mas, abençoado por Deus, deixou, Alcêdo Marrocos, o berço nativo, e veio para o Recife. Atirou-se às asperezas e as traições do destino, ingressando no funcionalismo público, ocupando uma banca, informa um biógrafo, na Tesouraria Geral da sua província.

Concluiu os preparatórios, e conseguiu, aos 23 anos de idade seteado de sofrimento, matricular-se na Faculdade de Direito do Recife. Pertenceu ao número dos estudantes que se distinguiram pela cultura e pelo talento, figurando, destacadamente, no pequenino rol dos amigos de Tobias Barreto. Obteve, em 1887, a carta de bacharel, na turma de Alfredo Pinto, Claudino dos Santos, Costa Pinto, Graça Aranha e de Metódio Maranhão. E no ano seguinte, com a tese – “Pode haver self-goverment sem parlamentarismo ?” – bateu à porta da Faculdade, num concurso, ao lado de Gomes Parente, João Elísio e de Martins Junior.

Voltou à arena, em 1893, disputando, com Sofrônio Portela, a cadeira de Seabra. E, mais tarde, em 96, entrou em dois concursos, defendendo, no último, na campanha de José Anísio e de Gervásio Fioravanti, a grande tese – “Poesia do Direito Romano “, – com os aplausos dos mestres. Não conseguiu a vitória, nessas retumbantes e luminosas batalhas de fino espirito, e de cultura jurídica. A política arrebatou-lhe, sempre, a glória pacífica, de uma cátedra. Jornalista vigoroso, batalhou na imprensa pernambucana, redigindo a “Revista Comercial”, o “Era Nova”, diário do vigário Augusto Franklin e o “Jornal do Recife”. Colaborou no “Jornal do Comércio”, do Rio, e no Amazonas, afirma Sebastião Galvão, defendeu, ardorosamente, o governo, na famosa questão do Acre, ouvindo a orientação de Silvério Neri. Estudou, a esse tempo, a língua dos selvagens, publicando, mais tarde, o “Dicionário Guarani-Português”, no Estado do Pará.

Quando regressou da Amazonas,  fixou-se no Recife, alquebrando, quase cego, na desventura. Feria, o destino malvado, o grande Alcêdo. Deu-lhe, a Santa Casa de Misericórdia, uma casa humilde e triste, perto do Hospital Pedro II. Em 1921, o Instituto de Ciências das Letras, espécie de Academia, levou ao cêgo glorioso, as rosas da amizade. Agradecendo a homenagem, em famoso discurso, ele viu, nessa festa, o “viático da glória ao moribundo”.

E na verdade, dois anos decorridos, a 11 de março de 1923, parou o coração de Alcêdo Marrocos. Já não havia, nos olhos do mestre, a luz do dia. Iluminava-lhe o rosto, pálido e sereno, a luz da eternidade.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

De Edmund Husserl, Heidegger, Ubirajara Carneiro da Cunha – por Marcus Prado.

Compartilho com o leitor breves impressões de leitura, a começar pelo livro “A Ideia de Fenomenologia, que acaba de sair em nova edição (Editora Vozes). Trata-se de uma obra filosófica monumental, em um campo altamente complexo do saber, com apenas 80 páginas, de Edmund Husserl — de quem Martin Heidegger tanto devia, como aluno —, voltada para o “ser na existência”. O método filosófico rigoroso do autor, de obstinada e complexa realização, busca descrever os fenômenos e como eles se apresentam à consciência.

Uma grata surpresa — indicação que faço aos estudiosos da obra monumental de Martin Heidegger — “A História da Metafísica como Esquecimento do Ser”, tese de mestrado do pernambucano de Vitória de Santo Antão, Ubirajara Joaquim Carneiro da Cunha Júnior. Dirigente de faculdade, ele tem se dedicado às mesmas investigações temáticas de seu pai, também profundo conhecedor da obra do filósofo alemão, não apenas na tradução em nosso idioma.

Esse trabalho, aprovado com louvor pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia (Mestrado em Filosofia) da Universidade Católica de Pernambuco, investiga o fenômeno do esquecimento do Ser na tradição filosófica ocidental, com ênfase na complexa análise de Martin Heidegger. “A problemática central aborda a tentativa dessa tradição de suprimir a distinção crucial entre o Ser e os entes, desviando-se do pensamento autêntico do Ser para uma reflexão centrada nos entes.” Destaca ainda “a transmissão desse esquecimento desde os pré-socráticos até filósofos como Nietzsche, identificando Leibniz como um pensador que tocou na essência do Ser, mas cuja indagação, embora acertada, não foi capaz de reorientar a filosofia.” O objetivo, segundo Ubirajara Júnior, consiste em examinar o pensamento de Heidegger, destacando sua demarcação e originalidade em relação aos filósofos precedentes, e ressaltando suas contribuições à contemporaneidade. “A metodologia empregada envolveu a definição do escopo, centralizando a análise nas perspectivas filosóficas de Heidegger, desde o século VI a.C. até os dias atuais.” Tenho para mim que esse jovem estudioso de Heidegger terá justo e merecido reconhecimento da comunidade filosófica — não apenas no Recife.

Marcus Prado – jornalista 

O “efeito Angelina Jolie” – Siga: @historia_em_retalhos.

Em 2013, a atriz norte-americana Angelina Jolie veio a público comunicar que havia sido submetida a uma dupla cirurgia de mastectomia.

Mastectomia é a retirada completa da mama, o que inclui a pele, a aréola, a glândula mamária e o mamilo. Tudo.

Jolie justificou o ato como uma medida redutora de risco, após ter descoberto que era portadora de uma variante patogênica no gene BRCA1, que aumenta o risco de câncer de mama e de ovário.

A decisão da atriz de adotar uma medida tão drástica foi tomada após a realização do teste genético, visto que havia um forte histórico familiar: mãe, avó e tias maternas de Jolie tinham falecido de câncer de mama ou de ovário.

Só para vocês terem uma ideia: segundo o National Cancer Institute, pessoas com alterações no BRCA1 têm risco de 47% a 88% de desenvolver câncer de mama em algum momento da vida.

Em verdade, a atitude de Jolie acabou ajudando muitas mulheres.

Na época, a exposição do caso de uma figura mundialmente conhecida contribuiu para a popularização dos testes genéticos para câncer de mama, um fenômeno que ficou conhecido como “efeito Angelina Jolie”.

De fato, para alguém que vive da própria imagem, o ato revelou coragem e o sentimento de que nenhuma fama ou vaidade pode estar acima da própria saúde.

Por isso que digo a você que nos lê neste momento: não hesite em realizar os testes de prevenção.

A população feminina tem um risco de 7% de ter câncer de mama em algum momento da vida e a genética é um fator de risco muito importante.

Entre 5 e 10% dos casos de câncer em geral são causados por uma alteração genética herdada de um dos pais.

É o chamado “câncer hereditário”.

Tudo isso vale para nós, também, homens.

Vamos nos cuidar, gente. 🌹

Uma quarta-feira de paz a todos!
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Maria Carolina – direto de Brasília……

Fruto da sua dedicação e do seu empenho, no sentido da materialização dos seus sonhos, Maria Carolina de Araújo Lima, após  prestar concurso público, tomou posse, dias atrás, em Brasília, para ocupar o cago de Procuradora da Fazenda Nacional.

Filha do amigo Jonas José de Lima, a nova servidora pública federal se junta a um seleto grupo  de antonenses que despacha direto da  Capital federal. À jovem procuradora federal, Maria Carolina,  descortina-se um novo ciclo de vida profissional. Boa Sorte!

Meia Maratona da Vitória – Voto de Aplauso – vereador Everaldo Arruda.

Proposto pelo vereador Everaldo Arruda e aprovado pela unanimidade dos vereadores presentes, na Sessão Ordinária, ocorrida na Casa Diogo de Braga,  no dia 24 de setembro, acusamos o recebimento do ofício 369/2025,  emitido pela  Câmara de Vereadores da Vitória de Santo Antão,  nos concedendo um  VOTO DE APLAUSO pela realização da Primeira Meia Maratona da Vitória, efetivada no dia 21 de setembro, com percursos de 21km e 10km, e que contou com mais de 400 atletas.

“Nós como representantes do povo vitoriense temos a obrigação de tornar público o reconhecimento daqueles que realmente contribui para o bem estar do nosso munícipio.”

 

Toda equipe organizadora do evento aproveita para agradecer a todos os parlamentares, sobretudo ao vereador Everaldo Arruda,  pelo reconhecimento do sucesso do evento e também  pela contribuição coletiva para o nosso município.

Eleições 2026: a encenação, o jogo e o teatro já foram devidamente alinhados……

Exatamente daqui a um ano, estaremos, novamente, sendo “convocados” às urnas: ELEIÇÕES GERAIS 2026. Estarão em jogo os cargos de presidente, governadores, senadores e deputados – e seus respectivos vices e suplentes. Por mais que o ambiente político brasileiro esteja insalubre, votar é sempre  um exercício de esperança.

Tomara que as discursões, debates e propostas dos candidatos a presidente não tomem um rumo infrutífero, como ocorreu nos últimos pleitos. Na qualidade de eleitor, precisamos espremer os postulantes, no bom sentido da palavra,  para extrair deles compromissos com o que realmente importa e que tenha relevância na vida das pessoas. Por exemplo: por qual motivo o Brasil pratica  uma das maiores taxas de juros do planetas,  e o que precisamos fazer para tê-las em patamares razoáveis? Imagino ser uma agenda importante e urgente……

Para a cadeira mais importante do Palácio do Campo das Princesas, ao que parece, as duas principais candidaturas já estão definidas. Raquel quer ficar e o João surge para  acalentar  o sonho do PSB de voltar. E será nessa esteira que as disputas proporcionais serão travadas, estado a fora…

Na nossa Vitória de Santo Antão, colégio eleitoral destacado em nosso estado, que tradicionalmente ocupa vários assentos no parlamento estadual e que no último pleito (2022) emplacou uma deputada federal, Iza Arruda, aos olhos dos mais atentos, os atores locais  já deram suas respectivas partidas da chamada pré-campanha.

Algumas candidaturas já são pensadas como certas: os deputados Joaquim Lira, Henrique Filho e Aglailson Victor. O ex-vereador André Carvalho e a do estreante, filho do prefeito Paulo Roberto, Túlio Arruda. Socorrinho da APAMI também é “time grande” nesse certame. Possivelmente outras candidaturas irão se apresentar, para  tentar surpreender.

No pleito imediatamente anterior,  as muitas candidaturas ao governo do estado acabou confundindo a cabeça do eleitor, no sentido do alinhamento político das forças locais. Mas em 2026, é possível dizer que essa questão estará mais cristalizada.

Até pouco tempo partidário da Governadora Raquel Lyra, o atual prefeito da Vitória, Paulo Roberto, já mudou de direção e marchará com o grupo do PSB. Ao que parece, as demais postulações,  seguirão abraçadas com a governadora e candidata à reeleição, Raquel Lyra.

 

Para concluir essas linhas genéricas, visando o pleito 2026, relacionadas aos atores antonenses, lembremos duas alterações,  no mínimo,  curiosas:

 

O grupo dos “Querálvares” abandonou o palanque da “Frente Popular” (aliados históricos), possivelmente, para  ganhar musculatura  eleitoral,  com os ventos que só  a ocupante de plantão do Palácio das Princesas pode oferecer.

Já o  prefeito Paulo Roberto, que antes jurava fidelidade ao deputado estadual Joaquim Lira, levantará outra bandeira.

Mas há quem diga que, em política,  as vezes,  se faz necessário dividir, no sentido da  ampliação e do avanço,  rumo ao desejado. A encenação, o jogo e o teatro já foram devidamente alinhados……

 

Este é Ruy Frasão Soares – por @historia_em_retalhos.

Como muitos de sua geração, Ruy viu os sonhos de sua juventude serem aniquilados pela violência e pela dor de uma ditadura.

Natural do Maranhão e o quinto de sete filhos de uma família pobre, sonhava formar-se em engenharia.

Com muita dificuldade, sua mãe conseguiu enviá-lo ao Recife, iniciando o seu curso na UFPE em 1961.

Tão logo chegou a Pernambuco, começou a participar da JUC (Juventude Universitária Católica), ingressando, posteriormente, na Ação Popular, organização de resistência à ditadura.

Em 1965, o regime militar determinou a mudança da Faculdade de Engenharia para o bairro do Engenho do Meio, local, até então, sem restaurante, biblioteca e mal servido por transportes.

Nesta época, já eleito representante estudantil, Ruy foi um dos líderes da resistência à mudança.

Mal sabia ele que este fato o acompanharia para sempre, porque a ditadura não o perderia mais de vista.

Ao se dirigir a um ponto de ônibus, após sair da faculdade, Ruy foi preso, sendo mantido incomunicável e submetido ao horror da tortura.

No ano de 1966, foi condenado a dois anos de reclusão, precisando entrar, de vez, na clandestinidade, quando fora expedido o seu mandado de prisão.

Para manter a família, passou a vender artigos de artesanato em feiras livres com a esposa Felícia.

Na manhã do dia 27 de Maio de 1974, Ruy foi preso, em plena feira de Petrolina/PE, por três policiais armados, que o espancaram, ameaçaram de morte e, contra a reação dos companheiros da feira que tentaram defendê-lo, foi jogado no porta-malas de uma caminhonete.

Suas últimas palavras foram: “avisa Licinha!”, sua esposa.

Ruy nunca mais foi visto.

Seu corpo jamais foi encontrado.

Sua família sequer pôde enterrá-lo.

Quando da prisão de um outro preso político, Alanir Cardoso, também em 1974, os torturadores apresentaram-lhe uma foto de Ruy.

Em tom de deboche, afirmaram:

“O comprido já virou presunto”.

Ruy Frasão dá o seu nome ao CIEP de Engenho do Mato, em Niterói/RJ.

Agradeço ao seguidor @wandeiltonflima por nos ter trazido a sugestão do tema.

À memória de Ruy Frasão, eu dedico este retalho de hoje.
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Dinheiro limpo em mãos sujas……

No fechamento das cortinas do último mês de setembro, a comissão mista do orçamento aprovou aumento volumoso no dinheiro reservado para o chamado fundo partidário, visando o ano de 2026. Aparentemente sem muita dificuldade, a matéria contou com o “empurrão” de políticos do governo e da oposição.

Particularmente falando, acredito no caminho em que as eleições devam ser financiadas pelo dinheiro público. Evidentemente que o valor, o formato e sua utilização racional, devam ser sempre objetos de ajustes e avaliações.

Levando em consideração a utilização desses recursos (fundo partidário), até aqui aplicados,   podemos observar que o problema maior não está no quanto e para quem foi destinado. Na verdade, na prática, quando esse dinheiro fica disponível nas contas bancárias dos partidos e este é repassado aos candidatos, o que normalmente acontece é de uma  flagrante  falta de critérios, racionalidade e um entendimento razoável  para o seu bom uso. Ou seja: a devida aplicação,  levando-se em consideração as boas práticas comerciais.

É verdade que as coisas, no sentido da fiscalização,  vem melhorando, mas ainda estamos muito distantes de um equilíbrio financeiro no processo eleitoral geral. Não precisa ser nenhum estudioso na matéria para se observar  que a corrupção e o “dinheiro vivo”  ainda se configuram nos principais “cabos eleitorais”  das nossas eleições gerais, sobretudos no que se refere às proporcionais, diga-se: para as assembleias estaduais e câmara federal….

Até parece que as eleições no Brasil é uma espécie de concurso, para ver quem consegue fazer mais “coisa errada”, tendo como ápice, o  prêmio do diploma das contas aprovadas….

 

Vida Passada… – Meira de Vasconcelos – por Célio Meira.

Em 1832, no Pilar, berço nativo do padre Albuquerque Melo, patriota da República de 1817, e de Diôgo Velho, visconde de Cavalcanti, que, 1870, governou Pernambuco, nasceu João Florentino Meira de Vasconcelos. Fez o curso de direito, na Faculdade do Recife, recebendo, em 1857, a láurea de bacharel. Diplomado, seguiu a magistratura, aceitando a promotoria de justiça de sua terra natal. Deu-lhe, mais tarde, o povo paraibano, em 1864, na Assembleia, uma cadeira de deputado. Exerceu em juizado de direito, no Ceará, e, nessa Província, escreve o eminente historiador Liberato Bittencourt, dirigiu o poderoso partido liberal.

Aposentado, iniciou-se na advocacia, militando, sempre, na política. Conseguiu eleger-se deputado geral, nas urnas paraibanas,  e aos 52 anos de idade, mereceu a honra de sentar-se na poltrona de senador do Império.

Ocupou, várias vezes, Meira de Vasconcelos, as colunas políticas dos jornais, defendendo, sem fraquezas, a bandeira do seu partido. Era espirito culto, e combativo. Na terra onde nasceu, e nos distritos eleitorais de sua Paraíba, foi, sempre, pelo caráter, e pela intrepidez das atitudes, figura de real prestigio. Era orador de linguagem elevada, e eloquente.

Governou, informam os biógrafos, a província de Minas Gerais, conquistando aplausos do povo das montanhas. E à hora, em que o estadista João Lustosa da Cunha, 2º marquês de Paranaguá organizou o ministério liberal de 3 de julho de 1882, aceitou, o paraibano de Meira de Vasconcelos, a pasta da marinha. Três anos mais tarde, a 6 de maio de 1885, voltou, Meira Vasconcelos, ao ministério. Coube-lhe dessa vez, a pasta do Império, no famoso gabinete chefiado por Saraiva.

Quando deixou a vida vertiginosa da política, nesse último posto, recolheu-se à vida tranquila do lar. E veio a República. Não aderiu ao regime democrático de 1889. Contava, Meira de Vasconcelos, 65 anos de idade. Servira à Pátria e ao Imperador. Não quis, porém, servir à revolução triunfante. Preferiu, aos novos combates, a tranquilidade, na derradeira etapa da sua passagem pela terra. Conservou, entretanto, até o último doa de vida, o amor à terra brasileira. E aos 69 anos de idade, no dia 10 de março 1892, no Rio de Janeiro, fechou os olhos, serenamente, iniciando a jornada do além-túmulo.

João Florentino de Meira de Vasconcelos pertence à galeria dos beneméritos da Pátria.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.