Vida Passada… – Pinto Junior – por Célio Meira

Na paróquia recifense do Pôço da Panela, onde veiu, ao mundo, naquela casa de 7 janelas, o lírico Maciel Monteiro, e onde morou, dilatados anos, o democrata José Mariano, João José Pinto Junior, a 2 de fevereiro de 1832, no dia de Nossa Senhora da Saúde. Em junho desse ano, frei José Damásio, abade da Igreja de São Bento, o fez cristão, à pia batismal da igreja de São Sebastião, na terra olindense. E aos 18 anos, matriculou-se, o jovem Pinto Junior, na Faculdade de Direito de Olinda, recebendo, no Recife, em 1855, a carta de bacharel, pertencente à turma de Salustiano Orlando de Araújo Costa, o grande Orlando, do Código Comercial. Diplomado, abriu banca de advogado, e defendeu tese, ao lado de Liberato Barroso, ilustrado cearense, nascido no Aracati.

Exerceu o cargo de juiz municipal, na comarca do Recife. Inscreveu-se, em 1858, conta um “admirador”, em excelente biografia, num concurso, na Faculdade de Direito. Foram companheiro de Pinto Junior, nessa formosa batalha de inteligência e cultura, João Capistrano  e Aprígio Guimarães. Pinto Junior alcançou o 1º lugar, e Capistrano o 2º, que obteve a nomeação. No ano seguinte, voltou Pinto Junior, ao lado de Aprígio e de Pinto Pessoa, a pleitear a cadeira, na velha escola. Coube-lhe, ainda, a vitória, no primeiro plano. Não viu realizado, dessa vez, o sonho alcandorado. E entrou no 3º concurso. E com a mesma classificação, foi nomeado lente substituto, a 20 de agosto de 1859. Tinha 27 anos. Era o triunfo.

Em 1870, deu-lhe, o governo, a cadeira de professor catedrático de Direito Romano. E em 1855, agraciou-o, a Corôa, com o título de conselheiro. Jornalista, colaborou, em 1857, na “Regeneração”, à tribuna desassombrada de Jerônimo Vilela de Castro Tavares e, em 64, no  “Liberal”, a trincheira de Cunha Teixeira, servindo,  patrioticamente, às ideias dos liberais “históricos”. Fundou, e dirigiu a “Revista de Instrução Pública de Pernambuco”. E entre os nobres fundadores da “Sociedade Propagadora de Instrução Pública”, foi, Pinto Junior, a alma e o cérebro.

Escreveu, Pinto Junior, o “Curso Elementar de Direito Romano”, livro precioso, àquele tempo, e recomendado aos estudantes de São Paulo, por Américo Brasiliense, grande romanista. Dirigiu, duas vezes, interinamente, a Faculdade de Direito. Jubilou-se, em 1891, e morreu, dois anos depois, aos 61 anos de idade.

Professor de Direito, idolatrado pela mocidade acadêmica, homem de coração, no dizer de Clóvis Bevilaqua, paladino da instrução pública, defensor das tradições históricas do torrão nativo, pertence, Pinto Junior, à galeria dos pernambucanos preclaros. Seu nome, graças a Deus, tem resistido à ação destruidora do tempo. Está gravado na fachada de uma Escola, no Recife. E,  a mocidade de saia amarela e de blusa branca, na Escola Normal Pinto Junior, tem, na sua jornada, um destino histórico – o de glorificar a memória do Mestre.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

André de Bau: todos na torcida pela mais rápida recuperação…….

É com apreensão e esperança que familiares, amigos, eleitores, correligionários e o “mundo político” local acompanham o estado de saúde do vereador e atual presidente da Câmara, André Saulo, popularmente conhecido por André de Bau.

Articulado e bem quisto por atores políticos das mais variadas linhas ideológicas,  André, após AVC, segue internado em UTI,  sob os cuidados rigorosos das equipes médicas, na cidade do Recife.

Todas orações seguem no sentido da sua mais rápida recuperação……

Poesia de Deborah Brennand inspira exposição de arte – por Marcus Prado.


É notório que a curadoria no contexto das artes visuais consiste de uma cadeia de complexas etapas, desde a concepção até a finalização: a multiplicidade de linguagens, a inserção da obra no espaço, a relação entre obra e espectador. Não há diferença de rigores, competência, escolhas, diálogo entre artistas e mediação cultural com o público, bom gosto da primeira à última etapa.

Uma das etapas primordiais, além de uma qualificada e bem produzida curadoria, é o Catálogo de apresentação, não só pela excelência gráfico-visual, mas pela qualidade do texto, que determina, entre as demais etapas, o sucesso de uma amostra. Dou como exemplo o Catálogo da monumental exposição “O Tesouro dos Reis. Obras-primas do Terra Sancta Museum”, da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 2023). Elogiado por sua primorosa edição de texto e qualidade gráfica de altíssimo nível, o catálogo mostra como foi o esforço da diplomacia internacional para a produção da rica amostra. O projeto, que durou cinco anos para a sua inauguração na Fundação lisboeta, destaca obras artísticas de ourivesaria, têxteis e mobiliário reunidos durante séculos para o culto e ornamentação da Basílica do Santo Sepulcro e de outras igrejas supervisionadas pela Custódia da Terra Santa, localizada na Cidade Velha de Jerusalém. As peças são únicas no mundo.

Neste final de 2024, como é tradição todo ano no Espaço Brennand (Avenida Domingos Ferreira, 274) numa iniciativa de Neném e Maria Helena Brennand, filhas de Francisco, vemos mais uma exposição de sua Galeria, composta de obras do patrono e de artistas do acervo: João Câmara, Roberto Ploeg, Reynaldo Fonseca, Zè Cláudio, Antônio Mendes, Álvaro Caldas, Lula Cardoso Ayres, Siron Franco, Marlene Almeida (Galeria Marco Zero), Clara Moreira (Galeria Amparo 60), Monica Piloni (Galeria Número). “Sem baixar a vista”, poema antológico de Deborah Brennand, é o tema do Espaço Brennand 2024

O texto de abertura é de autoria da professora doutora Virginia Leal (UFPE). Ela escolheu como epígrafe as palavras de Georges Didi-Huberman, filósofo, historiador da arte, professor da École de Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, também com experiência de curadoria (Centro de Arte Contemporânea do Museu da Universidade Nacional Três de Fevereiro – Muntref). A infinidade de possibilidades que o artista contemporâneo traz dentro de si, acha-se resumida nas palavras da mestra, doutora em Semiótica e Linguística pela USP/Université Paris X, Virginia Leal, ao opinar sobre as peças em exibição que vai fechar com chave de ouro o calendário artístico de 2024 nesta capital

Ao longo das suas edições o Espaço Brennand tem se consolidado no cenário artístico do Recife. Um espaço de “partilha do sensível” (pastage du sensible), como vejo no filósofo e exegeta da obra literária, Jacques Ranciére.

Marcus Prado – jornalista

A história de Alcides do Nascimento – por @historia_em_retalhos.

A história de Alcides do Nascimento: o jovem negro e periférico que se tornou um símbolo para vestibulandos pobres.

Filho da ex-catadora de lixo Maria Luiza do Nascimento, o jovem Alcides conseguiu ser aprovado em primeiro lugar da rede pública no vestibular da UFPE para o curso de biomedicina (2007).

A Rede Globo captou ao vivo o momento em que mãe e filho comemoravam emocionados a divulgação da lista dos aprovados (foto).

Foi uma linda cena de superação pessoal, protagonizada por dois atores que costumam ocupar espaços secundários e subalternos em um país marcado pelo passado perverso da escravidão.

A luta incansável da ex-catadora para educar o seu filho chegou a ser matéria do Fantástico.

Maria Luiza puxava a sua carroça para garantir a alimentação de Alcides, que almoçava a quentinha levada pela mãe encostado na parede de uma biblioteca do Recife.

Porém, esta história de vitória diante das adversidades terminou com um final terrível.

O triunfo heróico de Alcides e de sua genitora foi violenta e covardemente interrompido.

Em 5 de fevereiro de 2010, o criminoso João Guilherme Nunes, detento fugitivo da Penitenciária de Itamaracá, procurava por um vizinho de Alcides, na comunidade onde moravam, a Vila Santa Luzia, no bairro da Torre.

Não localizou o vizinho e indagou a Alcides por seu paradeiro.

Alcides não soube informar.

Nas palavras do próprio João, “para não perder a viagem”, matou Alcides com dois tiros na cabeça, em frente à casa onde residia.

João foi condenado a 25 anos de prisão.

A mãe de Alcides processou o Estado de Pernambuco, invocando a omissão do ente público no seu dever de garantir a segurança.

Após 7 (sete) anos, o TJPE negou o pedido de indenização de Maria Luiza.

Alcides foi morto aos 22 anos e estava prestes a se tornar um biomédico.

Particularmente, foi uma das histórias de superação e dor mais trágicas que já vi na vida.

Alcides do Nascimento dá nome à Escola Técnica Estadual de Camaragibe/PE e à biblioteca do Campus IFPE do Cabo de Santo Agostinho/PE.
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Um cordel para chamar de meu – presente de “Seu” Zito da Galileia.

Muito conhecida no Nordeste brasileiro a literatura de cordel é uma arte da cultura popular da nossa gente. Seu conteúdo, como se diz, tem de tudo um pouco e agrada aos “gregos e troianos”.

Toda vez que o senhor Zito da Galileia, membro efetivo da Academia Vitoriense de Letras, Arte e Ciência, se apresenta com um dos seus (cordel),  eu sempre falo: se eu soubesse fazer cordel eu seria muito amostrado….– acho espetacular…..

Pois bem, fruto da sua generosidade e admiração por minha pessoa, por ocasião da solenidade em que fui condecorado com o Título de Cidadão Vitoriense (Antonense), ocorrida na Câmara de Vereadores da Vitória, no último dia 08 de novembro, ele (Zito) subiu à tribuna para homenagear-me com alguns versos. Depois, em particular, me disse: “quando soube, estava muito em cima, mas vou fazer um cordel completo para você”.

Pois bem, na última terça-feira (19), no evento em que o nosso Instituto Histórico comemorou mais um aniversário de fundação (74 anos), o mesmo me presenteou com cordel. Ou seja: com um cordel inteiro dedicado a mim.

Evidentemente que agradeci pelo presente e pela honraria. Em breve, estarei postando aqui no blog o seu conteúdo. Obrigado “Seu” Zito da Galileia…….

 

 

a Missa dos Quilombos – por @historia_em_retalhos.

22 de novembro de 1981.

Naquele dia, a chamada ala progressista da Igreja Católica promovia no Pátio do Carmo, centro do Recife, um pedido de desculpas em celebração ao povo preto, na chamada Missa dos Quilombos.

Evento de suma importância histórica, mas às vezes esquecido, a Missa dos Quilombos lançou uma luz sobre as raízes do racismo e sobre a resistência do povo negro.

A celebração foi presidida por um dos poucos bispos negros do Brasil, naquele momento, o mineiro Dom José Maria Pires, arcebispo da Paraíba (“Dom Pelé”).

Ao seu lado, o anfitrião Dom Hélder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife, que propôs o desafio de realização do ato.

No comando musical, uma das mais elevadas expressões do talento, sensibilidade e criatividade da música brasileira: Milton Nascimento.

Milton estava ao lado de Dom Pedro Casaldáliga e do poeta Pedro Tierra. A escritora Inaldete Pinheiro integrava os grupos de dança de matriz africana.

Em um ambiente ainda opressivo de uma ditadura militar já em declínio e pelas mãos de uma instituição ainda muito conservadora (a Igreja Católica), Dom José Maria Pires afirmou com muita coragem que a igreja historicamente “frequentou mais a Casa Grande do que a Senzala”.

“A igreja não estava com os negros e hoje parece que começa a estar. Começa a nos querer bem, a respeitar a nossa cultura e não tratá-la mais como grosseira superstição”, afirmou.

Do Vaticano, viera a odem de interdição ditada pela Congregação da Doutrina da Fé, dirigida pelo cardeal Joseph Ratzinger, proibindo sumariamente a missa como uma celebração da eucaristia.

No Recife, os jornais estampavam: “Missa Negra, coisa de satanás, profanação do culto sagrado promovida por Hélder Câmara, o bispo dos comunistas”.

Mas chegaram tarde.

Cerca de 8 mil pessoas lotaram o Pátio do Carmo.

“Claro que dirão, Mariama, que é política, que é subversão, que é comunismo. É Evangelho de Cristo, Mariama”, exaltou Dom Helder Câmara.

Apesar de desconhecida da maioria, a Missa dos Quilombos contribuiu decisivamente para consolidar o 20 de Novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra, instituído pelo Movimento Negro Unificado, em 1978.
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Solenidade de aniversário dos 74 anos de fundação do Instituto Histórico da Vitória.

Na noite da terça-feira (19), véspera do feriado, o Instituto Histórico e Geográfico da Vitória promoveu Sessão Solene para comemorar os seus 74 anos de fundação. O evento ocorreu no Teatro Silogeu José Aragão.  A recepção aos convidados ocorreu nas dependências da “Casa do Imperador”.

Na programação, além de uma explanação e uma sequência de fotografias expostas no telão, o presidente da entidade, professor Pedro Ferrer, falou sobre o dia da Consciência Negra.

Na sequência, houve tomada de posse de novos sócios e condecorações. Dois sócios, Cristiano Pilako e Jones Pinheiro,  foram agraciados com o Diploma e a  Medalha dos 70 anos do Instituto Histórico.

A referida condecoração –  Diploma e Medalha dos 70 anos do Instituto – foi uma das ações programadas pelo Instituto para o ano de 2020 que foi interrompida pelos efeitos restritivos causados pela pandemia da Covid-19.

O evento contou com a presença de diversas autoridades, convidados e familiares dos homenageados.

Uma noite queirosiana no Recife – por Marcus Prado

Durante mais de uma década o escritor português Eça de Queiroz (1845-1900) foi o mais lido no Brasil, rivalizando com Machado de Assis. Eça está entre os deuses do Olimpo da língua portuguesa. Machado é visto como o patrono da literatura brasileira.Neste país, no século 19, a paixão por Eça de Queiroz deu origem a um neologismo criado por Monteiro Lobato: “Ecite”, que designa um sentimento de fascínio e simpatia pela “escrita eciana”.

No Recife, pode ser vista a única Praça, no Brasil, com o nome de Eça de Queiroz (Bairro da Madalena). Nesta capital, o autor do “Crime do Padre Amaro” inspirou os famosos Jantares Ecianos (1988), que se transformariam na Sociedade Eça de Queiroz, marcando época na vida cultural da cidade. Para cada jantar temático era escolhido um cardápio especial inspirado na obra de ficção de Eça. Foram grandes inspiradores do movimento os escritores Paulo Cavalcanti e Dagoberto Carvalho Júnior.

Tornaram-se referências as obras desses autores sobre as relações de Eça de Queiroz com o Brasil. A notícia de que “aquele pobre homem de Póvoa de Varzim”, chegará ao Panteão Nacional de Portugal, em dezembro, instituição que acolhe e homenageia as pessoas mais importantes da história daquele país, motivou a ideia de reunir em jantar eciano, por adesão, os leitores pernambucanos do escritor português. O evento se dará no restaurante Adega (Clube Português), no próximo dia 05 de dezembro, às 20 horas. Na oportunidade, o escritor e fundador da Sociedade Eça de Queiroz, Dagoberto de Carvalho Júnior, conhecido no mundo lusófono por suas pesquisas sobre a vida e a obra de Eça de Queiroz, será homenageado.A culminância da noite lítero-gastronômica se dará com um pronunciamento do poeta, ensaísta e professor José Rodrigues de Paiva (UFPE) sobre o trabalho de Dagoberto no Movimento confrádico queirosiano do Recife e o espírito universalista de Eça de Queiroz.

Dagoberto de Carvalho é autor de “Eça de Queiroz – Retratos de Memória e A Cidadela do Espírito – considerações sobre a Arte Sacra em Eça de Queiroz”, “Da boa mesa com Eça de Queiroz”. Os sabores da mesa de Eça de Queiroz, narrados na sua obra de ficção, ganham nos livros de Dagoberto conhecimento e encantamento. Foi no Diario de Pernambuco que o movimento eciano nesta cidade teve, desde o começo, uma pauta notável de colaboração e parceria.

O tema começou a evidenciar-se na década de oitenta do século passado, em Lisboa. Foram pioneiros da confraria no Recife: Paulo Cavalcanti e Ofélia Cavalcanti, Dagoberto de Carvalho e Cristina Carvalho, José Rodrigues de Paiva e Arlene Paiva, Mauro e Marly Mota, Gladstone Vieira Belo e Ana Lúcia, Zuleide Duarte, Jordão Emerenciano, Fernando Freyre e Cristina, Silvio Neves Baptista, Magnólia Cavalcanti, Alfredo Xavier Pinto Coelho Affonso, Lucila Nogueira, José Quidute, Maria de Lourdes Hortas, Lourdes Sarmento, Ângela Lins, Jorge Peixoto, Lucia Nery da Fonseca, João Bosco, Pelópidas Silveira, Hélio Coutinho, Silvio Pessoa, Esmeralda Camacho, Laura Areias, Joel Pontes, Marco Aurélio de Alcântara.

Marcus Prado – jornalista.

“Ainda Estou Aqui” – vale a penas assistir……

Na noite do sábado (16), conforme havia me programado, sentei em uma das confortáveis poltronas  do cinema do shopping local para assistir a mais recente produção nacional: “Ainda Estou Aqui”.

Nem de longe sou crítico qualificado da sétima arte. Mas posso dizer que, diferente do que já havia escutado,  o referido filme não é um convite à militância política de quem é simpático aos movimentos esquerdistas. Não! O filme é uma espécie de “documentário”,  retratando  vivências  de uma família que foi impactada pelo regime político de época (1970).

No bojo das informações cinematográficas, sobretudo para os que já passaram do meio século de vida, a película também atua no quesito “destravamento” da memória às coisas da vida do cotidiano de quem foi criança daquele recorte temporal.

Portanto, recomendo esse filme. O mesmo não é “propriedade”  de quem é de “direita ou esquerda”.

Precisamos agregar  informações  que possam nos enriquecer e acrescentar, sempre, no sentido do mais amplo conhecimento,  para uma melhor avaliação do tempo pretérito na conjugação do tempo presente, visando as  melhoras  escolhes  para o tão sonhado tempo futuro.

SAUDOSA AMIGA – por Marcus Prado.

MINHA CARA e SAUDOSA AMIGA Bella Karacuchansky Jozef professora e crítica literária brasileira. Ela era considerada uma das maiores especialistas em literatura hispano-americana do Brasil.

Trocamos durante anos vasta correspondência sobre autores espanhóis de nosso interesse.

Na foto, Bella Josef, comigo, o poeta e acadêmico Mauro Mota, ex-diretor do DIÁRIO, escritor Marcos Madeira (ABL) e o romancista e escritor Raimundo Carrero, na época editor da primeira página do DIÁRIO DE PERNAMBUCO. A foto foi batida na redação do DP.

Marcus Prado – jornalista 

Ação extremista: mais um fato ocorrido para lamentarmos…….

Através da ampla divulgação nos principais veículos de imprensa o País, na noite de ontem (13),  tomou conhecimento dos fatos lamentáveis ocorridos  na Praça dos Três Poderes, em Brasília, por volta das 19:30h, em que  um cidadão,  de 59 anos,  protagonizou uma manifestação com  explosivos. O mesmo, que faleceu no local, chamava-se Francisco Wanderley Luiz,  era do Estado de Santa Catarina. As autoridades estão investigando o caso.

Eventos de ordem extremista, nos quatro cantos do mundo,  infelizmente, não é uma novidade. No Brasil, convenhamos, não é algo muito comum. Mas já fomos obrigados a conviver com vários.

Esse tipo de fenômeno – ações extremistas –, no meu modesto entendimento, é algo tão complexo, face ao contexto dos eventos, que não me cabe, aqui, tentar explicar, analisar ou mesmo descrevê-lo.

O fato é que em terras tupiniquins, de uns tempos para cá,  esses fenômenos  (ações extremistas) estão ocorrendo com mais frequências ou mesmo com menos tempo entre um e outro. Enquanto sociedade, precisamos  ficar atentos!!!

Realizado individualmente, como ocorreu ontem (13) e também no caso da “facada em Bolsonaro”, o fato é que movimentos extremistas na direção de quem quer que seja é, também, um duro golpe na sociedade e, sobretudo, à dignidade humana.

Esse é um tipo de fenômeno – ações extremistas –  que desafia não só o equilíbrio da vida coletiva planetária  como também o entendimento do grande mistério,  por trás da vida de cada  individuo.  Eis um desafio perene à vida humana…..

Cidadão Vitoriense (Antonense) – o meu discurso…..

Por ocasião do recebimento do nosso Título de Cidadão Vitoriense (Antonense), concedido pela Câmara de Vereadores da Vitória, indicado pelo vereador Doutor Saulo Albuquerque, abaixo, segue, na íntegra, nosso discurso. 

Na qualidade de pesquisador, especialmente  pesquisador da história local, faço questão de contextualizar esse momento.

Mas antes, gostaria de agradecer à Câmara de Vereadores pela honraria, em votação unânime do conjunto desta legislatura, e em especial ao vereador e amigo Saulo Albuquerque pela iniciativa da proposta,  hoje, aqui,  materializada em Sessão Solene.

Ao término deste ato cívico, sairei por aquela porta mais forte, para seguir  caminhando na mesma trilha, na mesma direção, só que agora de “papel passado”, devidamente formalizado, tal qual o destemido conterrâneo, Pedro Ribeiro da Silva, quando,  em 1710, marchou  na direção do  litoral para escrever seu nome,  com letras garrafais,   na Guerra dos Mascates.

Esse,  é o sentimento reinante.

Continuar construindo  e edificando o que existe de mais sublime à relação que liga o sujeito ao local que vive, até porque, como está escrito na página principal do meu blog, desde o inicio do seu funcionamento há mais de 13 anos:   “O Centro do Meu Mundo é a Minha Cidade”.

Pois bem, e  o que significa contexto,  esse termo tão importante para a ciência que estuda a história?

Contexto, entre outras definições,  é a inter-relação de circunstâncias que acompanham um fato ou uma situação.

Neste caso em tela, primeiro,  vamos ao fato:

O fato casual que desencadeou esse momento solene,  neste Poder Legislativo,  não tem muita distância temporal. Ocorreu há pouco mais de meia dúzia de meses,  no Pátio da Matriz, em um  encontro ordinário entre membros do grupo que autointitulou-se  “Missão Cultural”.

“Do nada”, como diz os mais jovens,  surgiu um papo, que nem lembro exatamente como começou, quando,  da parte do amigo Paulo Lima, saltou uma frase em minha direção,  que  terminava com um  misto de  exclamação e interrogação: “quer dizer que você não nasceu em Vitória….?”

Sem pestanejar, o mesmo arrematou:  “daria  um bom título de cidadão vitoriense……”

Em rápidas palavras, na ocasião exposta, expliquei as condições e os motivos pelos quais nós –  meus irmãos e eu – não nascemos em terras antonenses.

Eis que,  tempos depois, numa manhã qualquer,  telefonou-me  o amigo e parlamentar desta “Casa do Povo”, Doutor Saulo Albuquerque,  perguntando se eu estava em meu escritório. Com minha afirmativa, em ato contínuo, com toda educação que exala da sua essência, tornou-me a perguntar   se naquele momento ele   poderia ir ao meu encontro. Sem pestanejar, disse sim!

Logo em seguida, em  uma clássica visita de médico cirurgião – objetiva e rápida -,  sem rodeios e delongas, após os cumprimentos protocolares, foi direto ao ponto: você  aceitaria ser condecorado com um título de cidadão vitoriense?

Por dois motivos primários, não poderia eu, de maneira alguma, negar  essa  honrosa condecoração, mesmo achando, em silêncio,  naquele momento,  que a mesma poderia gerar-me  uma espécie de “cidadania ao quadrado”.

Antes do doutor Saulo concluir sua indagação, com relação à minha permissão,  para seguir com os protocolos  necessários  neste parlamento, lembrei da satisfação do nobre doutor, por ocasião do recebimento do seu título de cidadão antonense, quando reuniu, em ato festivo,  realizado no Clube Abanadores “ O Leão”, além de familiares e amigos, os “gregos e troianos” do mundo político contemporâneo,  da terra desbrava pelo português Diogo de Braga.

Como disse, dois motivos primários não davam-me o direito de negar  tal honraria.

O primeiro,  por se tratar do Doutor Saulo,  uma pessoa com a qual sempre tive a melhor das relações.

O segundo,  por ser algo muito importante para qualquer pessoa, sobretudo para os que conhecem a gênese, os efeitos e os desdobramentos  dessa verdadeira celebração,  no sentido da  inclusão cívica.

Pois bem, e aqui estou nesta tribuna,  vivenciando o tempo presente desse  momento único.

Contudo,  não  posso  deixar de lembrar que a minha mãe, Anita Garilbaldi  Melo de Vasconcelos Barros, que também foi condecorada com um título de Cidadã Vitoriense, no início da década de 90.

O referido título para “Dona” Anita, minha mãe, fora uma indicação do então vereador José Luís Ferrer que, com sua esposa, Lêda,  também participavam  do Lions Clube das Tabocas,  juntamente com meus pais. .

Dona Anita não gostava da exposição da vida em sociedade. Nunca gostou de badalações e não carregava em si a chama acesa da fogueira das vaidades.

Aliás, por coincidência, vale lembrar, presenciei o momento em que o portador da Câmara chegou a nossa residência  para entregar a correspondência,  dando conta da aprovação do já mencionado  título.

Detalhe: diferente de mim, ela não havia sido consultada com antecedência. Tudo resolvido e combinado entre o referido parlamentar e o meu pai, “Seu” Zito Mariano.

Ao abrir a correspondência, ela não gostou do conteúdo. Deu brabo: disse que não iria receber coisa alguma.  Que não havia feito nada para merecer  aquele título.

 Semanas se passaram e, como dizia meu pai, ela  amansou.

Agradeceu a Zé Luís, participou da solenidade, leu um bonito discurso e ainda contou com a presença de todas suas irmãs, que vieram do Recife para prestigiar aquele auspicioso  momento,  inclusive, uma delas, Adir,  muito doente, já em fase terminal.

Essas seriam, portanto, as primeiras considerações que gostaria de compartilhar com todos vocês.

Em ato contínuo, doravante,  por conta deste título, terei que responder  a um sem número de pessoas a seguinte pergunta: e tu num nascesse em Vitória não foi?

Não esqueçamos que para uma boa resposta,  sempre que  possível, precisamos contextualizar os acontecimentos.

Nesse caso, faz-se  necessário buscar nossas  origens familiares para um completo esclarecimento sobre a minha relação com Vitória de Santo Antão.

 Aliás, permitam-me:

Não vou perder essa  oportunidades para uma  rápida introdução à história do nosso torrão.

Por ocasião da sua fundação, em 1626,  chamada de  “Cidade de Braga”,  depois “Povoado de Santo Antão da Mata”, mais adiante,  Freguesia de Santo Antão, Vila de Santo Antão, Cidade da Vitória e, só a partir de 1º de janeiro de 1944, Vitória de Santo Antão, ou seja: só há pouco mais de 80 anos é que ostentamos o nome atual – Vitória de Santo Antão.

Explicando, então,  nossas origens familiares:

Por parte de pai, precisamos ir até à localidade do Caricé, atualmente já  bem urbanizada.  Na segunda metade do século XIX, viveu, lá,  o casal José Mariano da Silva e Francisca Isabel de Barros. Que foram os pais do meu avô paterno, José Mariano de Barros, “Seu” Zezé Mariano. Que foi casado com Laura de Lemos Vasconcelos que teve sua  origem familiar nas terras do Engenho São Francisco.

Zezé e Laura,  pai e mãe, respectivamente do meu pai, José de Vasconcelos Barros ( Zito Mariano).

Papai  nasceu no dia 25 de junho de  1928, exatamente numa das casas que circunda a atual Praça Severino Ferrer de Moraes, localizada no bairro da Matriz.

Na nossa ancestralidade  materna, temos origens plantadas  lá no Engenho Arandú, do meu trisavô, Coronel Manuel Carneiro de Freitas, pai e sogro, respectivamente, dos meus bisavós, Maria José e Antônio, que se uniram em um amor proibido numa noite enluarada do mês de abril de 1880.

Desse matrimonio, inicialmente proibido,  entre Antônio e Maria José, nasceram três filhos. O caçula deles, veio ao mundo exatamente  no dia 23 de março de 1895, em um prédio que servia de comércio e moradia para a  família, na Antiga Rua José Leite, número 02, na localidade que hoje conhecemos como Cabanga.

O meu avô materno,  ganhou projeção  na nossa cidade e fora dela, como Doutor Célio Meira.  Ele foi casado  com  a minha avó materna,  Alzira Valois, filha de tradicional família antonense, que contraíram matrimônio em 20 de janeiro de 1919.

Dessa união, 1 filho e 8 filhas (uma de criação). Dentre as  quais, minha mãe, Anita Garibaldi Melo de Oliveira Valois que nasceu na cidade do Recife, em 03 de junho de 1932.

José de Vasconcelos Barros, Zito Mariano e Anita Garibaldi, começaram a namora num baile  de carnaval, no Clube “ O Leão” e após 5 anos de namoro e 5 de noivado, se casaram num sábado, 21 de maio de 1955, na Igreja Matriz da Boa Vista, na cidade do Recife.

Dessa união matrimonial, nasceram 11 filhos:

Pela ordem: José, Josenita, Célio, Geraldo, José Mariano, Lauro,  Eliane, Luciana, Alzira, Laura e Cristiano, esse que vos fala. Dos 11 filhos, 8 estão vivos.

Precisamos, mais uma vez, contextualizar, essa narrativa. Isto é:

Os  motivos  pelos  quais, nossos pais, com raízes familiares profundas na Vitória de Santo Antão, como vimos anteriormente,  tomaram a difícil decisão de não terem seus filhos nascendo no solo mãe.

Por ocasião do nascimento do primogênito, José, que foi o primeiro e único filho a nascer na residência da família, à época, localizada à Rua Horácio de Barros, no 113, exatamente no dia 25 de março de 1956, num sábado que antecedia à celebração católica do  Domingo de Ramos, um fato trágico marcou e  mudaria, definitivamente, a história  da vida familiar, do casal Zito e Anita.

Ele, o nosso irmão, José, fora sepultado no dia seguinte ao seu nascimento. Dois motivos, supostamente,  teriam motivado sua prematura  morte:

O primeiro, teria sido  uma queda, sofrido por minha mãe,  dias antes do parto.

O segundo, a não assistência adequada da parteira que foi obrigada  a se  dividir  entre dois partos,  simultâneos,  em endereços diferentes: O de  Mamãe e o da professora Inês Bandeira.

Traumatizado e assustado, logo no nascimento do primeiro filho, o casal,  Zito e Anita, juntos, decidiram que o nascimento dos próximos filhos aconteceriam  na cidade do Recife.

Esse trágico acontecimento familiar e os seus desdobramentos, portando, foram  os motivos  pelos  quais, meus irmãos e eu, não nascemos em Vitória:  somos todos recifenses de nascimento.

Eu, o mais novo de todos,  assim como a maioria dos meus irmãos, nasci no coração da Cidade do Recife, numa  maternidade, localizada na Avenida Conde da Boa Vista.

Nascido em 26 de dezembro de 1967, desde os tempos da tenra idade, habitei o universo da Vitória de Santo Antão,  de fisionomia cinzenta, com muitas ruas  centrais ainda de chão batido e pouco iluminada, mesmo no entorno da Igreja Matriz de Santo Antão.  Meu universo inicial foi a Avenida Silva Jardim se prolongando, mais adiante, ao Pátio da Matriz.

Meu mundo consumidor de criança se limitava a dois pontos comerciais: a venda de Luizinho e à Lojinha de “Seu” Pedro. Ambos numa circunscrição territorial num raio de 100 metros  de distância da casa de número 209, da Avenida Silva Jardim.

Com minhas irmãs e um conjunto de vizinhos,  de  idade semelhante, escalamos todos os galhos das árvores dos nossos quintais. Sou de um tempo, muitos aqui lembram bem, das brincadeiras coletivas e  presenciais.

Invariavelmente, após o jantar, o nosso playground se materializava na hoje movimentada e frenética,  Avenida Silva Jardim. Detalhe:   sem sermos incomodados pelo vai e vem dos  carros. Motocicleta, naquela época, bem diferente de hoje, era assemelhado a um bicho de 7 cabeças.

Em compensação, naquele tempo, assistíamos com certa frequência,  as “touradas da Espanha” em plena via pública, quando um “boi brabo”, prevendo sua hora derradeira,  teimava em não seguir obedecendo aos seus algozes, no caminho para o matadouro local.

Tive o privilégio de ocupar  a Praça Dom Luiz de Brito, naquele tempo ainda de chão batido,  como espaço  para a hora do recreio, uma vez que os meus primeiros contatos com  as letras ocorreram  na Escola da Professora Regina – prédio vizinho ao Clube Leão.

Após a Primeira Eucaristia, ocorrida na Matriz de Santo Antão, no dia 09 de novembro de 1976, sob a liderança do sempre respeitado Padre Renato da Cunha Cavalcanti, na qualidade de aluno, também ocupei, por mais de uma vez, o palco do auditório do Colégio Nossa Senhora das Graças para as sempre prestigiadas apresentações festivas, principalmente, do dia das mães.

No Colégio Municipal 3 de Agosto, além de estudante por vários anos, fui atleta campeão de handebol,  quando ainda pertencia à categoria dos que possuíam  menos de uma dúzia de anos.

Subir e descer o nosso tradicional trepa bode e remendar, às escondidas,  os trejeitos do sempre temido Doutor Mário Bezerra eram as grandes transgressões comportamentais daquele recorte temporal.

De posse da primeira bicicleta, de marca Caloi, na cor vermelha e de ano 1979, os horizontes territoriais, locais,  para exploração foram demasiadamente  dilatados.

Não irei, evidentemente, revirar os arquivos de criança que estão guardados nas muitas gavetas da memória, para não me alongar,   mas poderia descrever, com riqueza de detalhes, cada palmo que descobri na minha Vitória de Santo Antão, até dos “pecados” celestiais quando, por traquinagem mesmo, apagava as velas,  fixadas  pelos fiéis católicos,  em devoção,  nas caixas das almas espalhadas,  e ainda entupia, com pedras, os espaços dedicados à oferta em moedas.

Desde sempre, gostei  de participar das atividades coletivas:  quermesses  religiosas, Natal, Ano Novo, Carnaval, São João, jogos estudantis, feira de ciência, futebol nos campos de peladas, rachas de bicicleta e tudo mais que se tinha direito de fazer.

 O que dizer,  então, das aventuras com destino ao Monte das Tabocas, nas solenidades cívicas do dia 3 de agosto?

Dos tempos de jovem,  o desejo  de participação seguiu no mesmo ritmo, imbuído do mesmo sentimento. Os exemplos  de casa, dos meus pais e dos meus irmãos mais velhos apenas endossava o nosso envolvimento  com as atividades sociais e coletivas. Como diz o pensador: “ a palavra convence, mas o exemplo arrasta”.

Ao  ingressar no conjunto da vida dos  adultos, à qual, diferente do mundo encantado e lúdico das  crianças, sonhador e aventureiro da juventude,  ninguém mais poderá  agradar a todo mundo, até porque a vida adulta se configura numa espécie de “estrada de conflitos” em que  devemos evitar os trechos em contramão, sempre  respeitar a sinalização vigente, não permanecer por muito tempo nos  caminhos indesejados, quando necessário manobrar,  no limite da segurança,  o comportamento e mudar  rapidamente   na iminência de uma colisão fatal para continuar viajando no transporte coletivo do mundo da  existência, no sentido do  trajeto sinuoso e misterioso, de forma suave, natural, equilibrada e  definitivamente edificante e profícuo, sempre guiado pelo farol do ineditismo, pois, nessa viagem, nunca haverá de ter um caminho que nos leve ou nos coloque no ponto da partida.

E é nesse mundo, dos adultos, que tomo a decisão de casar com Soraya de Melo Breckenfeld,  em 08 de abril de 2000, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, localizada no bairro de Água Branca para, juntos,  confeccionarmos  o maior de todos os patrimônios: nosso filho Gabriel, hoje,  com pouco mais de  21 anos.

Com o imperioso amadurecimento,  novas definições são necessárias. Definições profissionais, nova configuração  familiar, novos  ciclos de  amizades,  posições políticas em sintonia com  o que verdadeiramente se pensa  e ainda, dialogar com uma sociedade gigante, vulnerável  a  todos os tipos de questionamentos,  aos  quais,  de uma forma ou de outra,  temos  obrigação de prestar contas , principalmente aos inquisidores, cada vez mais implacáveis que se apresentam de forma remota, através dos algoritmos,  muitas vezes manipulado pela  chamada IA – ou seja: Inteligência Artificial do mundo virtual, irreversivelmente, doravante,   mais real e presente no nosso cotidiano.

Mas se aqui estou, nesta casa que representa a pluralidade do pensamento político democrático da nossa cidade, sendo condecorado com um Título  Honroso, é porque imagino que seja merecedor,  possivelmente pela nossa efetiva  contribuição enquanto cidadão, chefe de família, profissional de várias atividades laborais, pelo sentimento altruísta na direção das  várias entidades sem fins lucrativos e pelo legado que continuamos a  construir,  naquilo que chamamos de Educação Patrimonial.

No nosso jornal eletrônico, intitulado Blog do Pilako, por exemplo, desde o início da sua operação até os dias hoje,  já postamos mais de 29 mil matérias com conteúdo genuinamente antonense.  Esse legado não é promessa, ele já existe e já está disponível na internet,   gratuitamente,  a  todas as pessoas.

Inclusive, permitam-me dizer:  é o espaço  virtual mais indicado pelos professores quando se tratada de conteúdo e  conhecimento  da historiografia local.

No nosso projeto “Corrida Com História”, algo sus generis no planeta terra, é algo que, concretamente,  desperta e transforma   nas pessoas  de todas as idades,  à percepção e o   interesse pelos  fatos locais e pela história dos nossos antepassados.

Com alegria, entusiasmo e verdade adaptamos a linguagem, muita vezes  densa  e enfadonha dos livros de história,  para uma  comunicação rápida, alegre, curiosa e objetiva, justamente para despertar o interesse dos que nutrem pela cidade o sublime sentimento de pertencimento.

Indiscutivelmente, o nosso projeto, num só tempo,  esportivo e educativo é  aprovado pela  cidade inteira e  desejado e cobiçado  alhures.

Pensar coletivamente, na prática,  se configura em  colocar-se  entre todos.  É  um estilo de vida que vai  muito além do interesse das conveniências, das  retóricas rebuscadas e midiáticas. Pensar coletivamente é sempre ter, concretamente, o desejo de contribuir.

E é  nesse sentido contributivo, que gostaria, com a permissão dos parlamentares desta Casa,  de deixar, aqui, enquanto estou recebendo esta importante comenda, que retrata um momento ímpar  da minha existência,  uma sugestão que julgo, pela sua magnitude  histórica,  ser um projeto não apenas de um vereador, mas do conjunto deste parlamento, que hoje se utiliza deste prédio histórico que, diga-se de passagem, possivelmente é a única edificação do nosso torrão  que deu guarida aos  três poderes  constituídos, ou seja:   Poder  Executivo, Poder Judiciário e  Poder Legislativo, em tempos  distintos, valendo salientar.

Com relação à sugestão, refiro-me  ao nosso gentílico. Mas o que vem a ser gentílico?

Gentílico é um termo utilizado para designar o nome dado aos habitantes de uma determinada localidade, seja ela uma cidade, estado, país ou região. É uma palavra que deriva do latim “gentilis”, que significa “relativo a uma mesma família ou povo”. O gentílico é uma forma de identificar e diferenciar as pessoas de acordo com sua origem geográfica, sendo um elemento importante para a construção da identidade cultural de um local.

Pois bem, sermos identificados, apenas por vitorienses, não nos define com precisão, cabendo  perguntar: você é  vitoriense de que estado?

Portanto, este Poder Legislativo, verdadeiro e legítimo espaço de representação da nossa gente, instalado no contexto da elevação à categoria de “Vila” – Vila de Santo Antão, em maio de 1812, poderá  nos presentear, se assim achar conveniente,  por ocasião da passagem dos 400 anos de nossa fundação, que acontecerá em 17 de janeiro de 2026, ao acrescentar, de maneira oficial o nosso segundo gentílico, o  Antonense, este,  sim! Uma representação única e indubitável que expressa, verdadeiramente, as nossas origens.

Portanto, ao final dessas  minhas palavras, espero haver conseguido transmitir, de maneira plena, minha satisfação. Minha alegria e também a história dos meus ancestrais que, como já falei, tem raízes profundas fincadas nessa circunscrição territorial que hoje chamamos de Vitória de Santo Antão –  que também ostenta, com orgulho,  o título de  Capital da Zona da Mata.

Com ou sem “cidadania ao quadrado” ,  o fato é que, agora, através do “papel passado”, sou, indiscutivelmente vitoriense, e/ou antonense.

Certamente, Doutor Saulo, se meu pai, Zito Mariano estive ainda no mundo dos vivos, estaria feliz pela sua indicação e pela aprovação deste reconhecimento,  pela Câmara. Mas não poderia deixar de dividir com minhas irmãs e meus irmãos esse reconhecimento, pois assim como eu, todos nasceram na cidade do Recife, mas foram e são atores importantes, cada qual no seu quadrante,  na construção e engrandecimento do nosso lugar.

Uma sociedade não se constrói apenas com sonhos, projetos e palavras. Aos olhos da história, por compreender, construir e usar essa ferramenta da ciência de maneira tão vibrante e responsável,  espero que o meu esforço , no sentido da construção  e edificação coletiva,  seja  útil  a todos:

Aos mais velhos e aos mais jovens, mas sobretudo aos que ainda irão nascer.  Até porque, permitam confidenciar-lhes: sou uma espécie de obra de mum mesmo!

Concluo esta fala,  lembrando as palavras do ativista social  e jornalista  antonsense,  Gomes Silvério,  que trazia,  sempre no  alto da primeira página do seu jornal, “O Liberal Victoriense”,  de 1869,  a seguinte frase:  “QUANDO A LIBERDADE PERIGA, TODO CIDADÃO DEVE SER UM REVOLUCIONÁRIO”.

 

Clarice Lispector e Leopoldo Naschibin – por Marcus Prado.

Clarice Lispector e Leopoldo Naschibin: “Os impossíveis do Recife”
“(…) São sorrisos felizes, nós sorríamos (..)” José Rodrigues de Paiva: “O breve fulgor do tempo”.

Um menino e uma menina que chupavam balas na sala de aulas fazendo barulhos viveram um tempo maravilhado no Recife, na mesma cidade, na mesma época (1927-1930), estudantes das mesmas escolas (Escola João Barbalho/Ginásio Pernambucano), bancas de estudo sempre juntas: Clarice Lispector (1920-1977) e Leopoldo Naschibin (1922-1993). Embora dotados de inteligência invulgar, detentores das melhores notas nas classes por onde passavam, tornaram-se conhecidos pelas traquinagens e ruídos que construíam sempre juntos. Acontece que as professoras e os diretores desses colégios colocavam sempre nas cadernetas de disciplina a sentença sem pena: “eles são impossíveis!” Quando se encontravam, já adultos, havia uma senha no aperto de mãos e nos abraços: “Os impossíveis”. Clarice, às vezes “chorona” na escola, tinha necessidade do ombro do colega que não faltava, também, nos instantes em que o lúdico ia ao quase inimaginável. Numa crônica de Jornal, depois publicada no livro “Todas as Crônicas” (2020), Clarice conta como conheceu Nachbin, uma amizade que não ficaria perdida nas dobras do tempo e dos ventos da memória. Um dia após se conhecerem, eram “os dois impossíveis da turma”.

Apesar de dois anos mais novo, ele se tornaria seu protetor, conta a escritora no texto, intitulado “As grandes punições”, sobre o seu “mau comportamento”. “Passamos o ano ouvindo nossos dois nomes gritados pela professora – mas, não sei por que, ela gostava de nós, apesar do trabalho que lhe dávamos. Separou nossos bancos inutilmente, pois Leopoldo e eu falávamos lá o que falávamos em voz alta, o que piorava a disciplina da classe. Depois passamos para o primeiro ano primário. E para a nova professora também éramos os dois alunos impossíveis. Tirávamos boas notas, menos em comportamento.” As impressões da infância de Clarice no Recife e nas praias de Olinda, até os 15 anos, ”os mais felizes da sua vida”, são as que mais aparecem em seus contos, obra-prima em nosso idioma,

Os dois se separaram no quarto ano do primário, quando Clarice mudou de escola e se reencontraram no Ginásio Pernambucano. “Foi como se não nos tivéssemos separado. Ele continuou a me proteger.” Juntos até quando saiam roubando flores dos jardins das casas de classe alta do bairro da Boa Vista. Clarice Lispector seria considerada uma das escritoras mais importantes do Brasil, traduzida em vários idiomas e a inspirar numerosas teses acadêmicas. Leopoldo Nachbin seria mundialmente conhecido no campo da matemática avançada. Ficou conhecido pelo “Teorema de Nachbin” e teve uma trajetória marcada por ineditismos. Foi professor em renomadas universidades pelo mundo, com destaque para o Institut des Hautes Études Scientifiques (IHES), as Universidades de Paris VI, Chicago, Oxford, Lisboa e Pisa. Deviam. errar de propósito para serem os “impossíveis da turma”. O filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard (1813-1855), quando jovem estudante, não fez por outra. Foi também um “impossível” na sala de aula.

Marcus Prado – jornalista

Meu Título de Cidadão Vitoriense – Antonense……..

Na noite da sexta-feira (08), aconteceu,  no Plenário da Câmara de Vereadores da nossa cidade a Sessão Solene em que fui condecorado com o Título de Cidadão Vitoriense (Antonese). Com aprovação unânime pelo conjunto do parlamento, a indicação foi do vereador Doutor Saulo Albuquerque.

Em minha fala, na tribuna da Casa Diogo de Braga,  procurei  dividir o tempo em quatro momentos distintos: inicialmente, expliquei  como Doutor Saulo tomou conhecimento que  eu não havia nascido em Vitória. Num segundo momento, revelei nossas raízes familiares, partindo do meu trisavô materno, “Senhor” do Engenho Arandú (século XIX). Na terceira parte, fiz um rápido retrospectivo da minha relação com a cidade, desde os temos de criança. E para fechar, lancei, ao parlamento, uma semente, num sentido da geminação do um gentílico (Antonense) único e  sintonizado com a história do nosso lugar. Veja, aqui, o evento completo:

https://www.youtube.com/live/Mug3xaIHc-A

Diante dos familiares, das pessoas amigas e de alguns atores políticos locais, agradeci pela consideração,  em dividir, comigo,  aquele momento único. Amanhã, postarei, na íntegra, aqui no blog, o meu discurso.

“A República é filha de Olinda” – por @historia_em_retalhos.

“A República é filha de Olinda”.

Quem nunca despertou atenção para este verso do hino de Pernambuco?

A história explica!

10 de novembro de 1710.

Há exatos 314 anos, no Senado de Olinda (correspondente à Câmara de Vereadores atual), o militar, político e senhor de engenho Bernardo Vieira de Melo (foto) fazia ecoar “o primeiro grito da República” do Brasil e das Américas.

A data é de inegável importância histórica, mas traz consigo controvérsias.

Aconteceu no contexto da chamada Guerra dos Mascates, conflito marcado pela rivalidade entre senhores de engenho “brasileiros” (de Olinda) e comerciantes “portugueses” (do Recife).

A decadência do preço do açúcar no mercado internacional levou a aristocracia rural olindense a endividar-se com os comerciantes (mascates) do Recife, que detinham o monopólio do comércio em Pernambuco.

Fala-se que, criando a República, Vieira de Melo buscava, em verdade, ver-se livre de suas dívidas.

É bem possível (e até provável) que essa tenha sido a sua motivação, porém, independente dessa circunstância, o fato é que o brado foi um ato concreto e pioneiro, sendo considerado precursor dos movimentos libertários no Brasil.

E o detalhe: isso aconteceu cerca de 70 anos antes da Revolução Francesa e 60 anos antes da Independência dos EUA.

É por essas e outras que agora você vai lembrar deste ato de vanguarda a cada vez que ouvir o toque do hino de Pernambuco.

“A República é filha de Olinda!”

Bom domingo, gente!
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Título de Cidadão Vitoriense – hoje, às 19h, na Câmara de Vereadores.

Hoje, sexta-feira (08), às 19h,  estarei sendo agraciado, no Plenário da Câmara de Vereadores da nossa cidade, com um Título de Cidadão Vitoriense.  A referida honraria, que foi uma indicação do vereador Doutor Saulo e aprovada pelo conjunto dos parlamentares, é um reconhecimento bastante expressivo.

Todos nós, filhos e filhas do casal,  Zito e Anita, não nascemos em Vitória de Santo Antão. Uma fatalidade, por assim dizer, ocorrida em 1956,  fez nossos pais tomarem tal decisão.

Por ocasião da nossa fala, na tribuna da Câmara, hoje, irei relatar, entre outras coisas, nossas origens familiares, começando a partir do meu trisavô materno. Segue o convite oficial: estejam todos convidados para a Solenidade.

Por que Rua Quarenta e Oito? – por @historia_em_retalhos.

E qual a relação desta via com o mangueboy Chico Science?

Vamos lá!

A designação “48”, gente, é uma referência direta ao ano de 1848, ano em que eclodiu, no Recife, a famosa Revolução Praieira, há exatos 176 anos, em 7 de novembro de 1848.

Na área onde hoje passa a rua, um grupo de revolucionários costumava reunir-se no local conhecido como “Sítio do Feitosa”.

Tudo começou com a criação do chamado “Partido da Praia”, de inspiração liberal e federalista, em contraposição ao controle do poder local nas mãos das duas famílias dominantes: os “Cavalcanti” e os “Rego Barros”.

Do lado destes últimos, os conservadores, também chamados de “gabirus”, estava o Diário de Pernambuco.

Do lado dos praieiros, o Diário Novo, cuja tipografia ficava na Rua da Praia (daí a origem do nome).

Em suma, os praieiros queriam uma nova Constituinte.

Lutavam pelo voto livre e universal, pelo fim dos latifúndios, pela liberdade de imprensa e pela extinção do poder moderador, além da nacionalização do comércio varejista, que estava nas mãos dos portugueses.

A gota d’água para a eclosão do movimento foi a destituição do presidente da província, Chichorro da Gama, que combatia o poder dos gabirus.

Contando com aproximadamente 1.500 combatentes, os praieiros decidiram atacar o Recife.

No confronto, perderam 500 homens.

O governo central, então, propôs anistia para pôr fim ao movimento, o que não foi aceito.

Os líderes Borges da Fonseca e Pedro Ivo decidiram resistir, sendo derrotados em 1849 e 1850, respectivamente.

A derrota dos praieiros representou uma demonstração de força de Pedro II, que, após 1850, experimentou um período de estabilidade política e econômica.

Assim como a Rev. de 1817, que recebeu a influência da Rev. Francesa, a Praieira também teve a inspiração daquele país. 🇫🇷

Em 1848, acontecia na França a chamada “Primavera dos Povos”, que deu origem à 2ª República Francesa.

Mas… e o mangueboy?

Em 1994, o nosso Chico Science compôs a canção “A Praieira”, trazendo o fato histórico ao conhecimento da juventude.

É por essas e outras que eu “vou lembrando a revolução”!

Valeu, moçada!
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Vida Passada… – Pelino Guedes – por Célio Meira

O eminente fundador da Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, narra um historiador, nasceu, em 1858, na antiga vila de També de Nossa Senhora do Destêrro, no extremo norte do Estado de Pernambuco. Chamou-se Pelino Joaquim da Costa Guedes. Deixando, na juventude, o torrão nativo, o jovem tambeense para a capital do Estado de São Paulo, onde se matriculou na Faculdade de Direito, recebendo, depois de um curso brilhante, a carta de bacharel.

Pertenceu à imprensa paulista. Filiado às correntes caudalosas da abolição da escravatura negra e da propaganda republicana, colaborou Pelino Guedes, informa Sebastião Galvão, no  “República”, e mais tarde, na “Gazeta da Tarde” e no “Ipiranga”, dando mostras de um espirito vivo e penetrante. Exerceu, também, na gloriosa terra bandeirante,   o magistério. Ensinou o vernáculo, na cátedra da Escola Normal. E, no Rio de Janeiro, anos depois, a cadeira de pedagogia.

Mereceu, Pelino, a honra de ser o secretário de José Joaquim Seabra, ministro do Interior e Justiça, no governo do Conselheiro Rodrigues Alves, iniciado a 15 de novembro de 1902. E deixando o elevado posto de confiança de secretário do preclaro baiano, que é uma relíquia da República e da Pátria, conquistou, pelo caráter e pela inteligência, o cargo de diretor da secretaria do Ministério da Justiça.

Jornalista, professor e poeta, publicou,  Pelino Guedes, “Nuvens Esparsas”. Foi o livro de versos se sua mocidade. Era na poética, um emotivo. Há, na sua lira, influência de Castro Alves. Celebrizou-se sua poesia A Vida e o Túmulo, em oitavas veementes, destacando-se o verso:  – Da sepultura no marmóreo chão -, que é o último, repetido, de todos as estrofes. Dedicou-se, também, esse ilustrado filho da tristonha També, às pesquisas históricas, traçando a biografia do marechal Carlos Machado Bittencourt, o intimorato e malogrado ministro da guerra do presidente Prudente de Morais.

A fundação daquela Faculdade, na terra carioca, foi, porém, a glória de Pelino Guedes, falecido numa cidade de Minas Gerais, no dia 1º de fevereiro de 1919, na véspera do seu aniversário natalício. Completaria, no dia seguinte, 61 anos de idade.

Está gravado, o nome desse nortista, na história do magistério do Distrito Federal e de São Paulo. E Também, sem grave injustiça, não pode esquecê-lo. Haverá, na terra tambeense, uma rua, ou uma escola municipal, que relembre, à geração nova, o nome, a vida e a obra  de Pelino Guedes? Se não há, é chegado o tempo da reparação.

Povo que não conhece seu passado, não tem direito ao respeito dos homens do futuro.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

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