Natal dos meus tenros anos – Por Fausto Agnelo (pseudônimo do Prof. José Aragão) – 1939

A ação impiedosa do tempo destrói todas as obras humanas de modo tão sutil que nós mesmos somos, sem o pressentirmos, os agentes e pacientes dessas informações.

Dir-se-ia que no campo espiritual existem sedimentos iguais às que se verificam no terreno material.

As gerações sucedem-se deixando camadas sobre camadas de ideias e sentimentos que se concretizam em atos e costumes e marcam a mentalidade de cada época do espírito humano.

Os povos de formação definida, já chegados à maioridade racial, evoluem lentamente, são, por índole, conservadores, de modo que, entre eles, os costumes e as tradições nacionais sobrevivem às gerações.

Nos países novos, etnicamente em gestação, pontos de convergência das migrações de outros povos, é o próprio movimento da população que produz a renovação contínua, incessante e rápida dos costumes com a introdução de usos estranhos e a imitação dos figurinos estrangeiros.

É o que sucede com o Brasil, notadamente depois que os modernos inventos encurtaram as distâncias e nos fizeram vizinhos dos Estados Unidos e da Europa.

Só assim se explica a metamorfose da vida brasileira, hoje com aspectos e modalidades bem diferentes, quando não opostos aos de 20 ou 30 anos atrás.

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Vieram-me à mente essas lucubrações ao meditar sobre o Natal que conheci nos meus tenros anos, cheio de encanto e suavidade.

O Natal do lares enfeitados, onde se reuniam famílias e se formava ambiente de intensa alegria, vivendo os moços, os velhos e as crianças momentos de verdadeira felicidade, ao som do harmônio e da flauta, à mesa frugal, ou nos salões onde se achava o presépio armado e adrede preparado para receber a visita do pastoril elegante.

O Natal dos carros de bois rangendo saudosamente pelas estradas, conduzindo as famílias dos engenhos que vinham “à rua” para ouvir a Missa do Galo.

O Natal das barraquinhas aristocráticas, cercadas de cadeiras para as famílias, donde mocinhas feiticeiras trocavam olhares discretos com os moços janotas da cidade, que se desmanchavam em amabilidades e tudo faziam para enviar uma prenda à sua predileta.

O Natal em que se ouvia o canto pausado do Glória a Deus nas alturas, por ocasião da missa tradicional, a que o povo assistia com o máximo respeito e silêncio religioso.

Natal dos fandangos, das lapinhas vistosas, dos presépios animados.

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Hoje, o Natal está desfigurado.

Sente-se que desapareceram o misticismo, a poesia, a beleza mágica de outrora.

É um Natal frio, vário, sem o encanto de outras eras.

É que as aspirações, os sentimentos, as ideias de hoje são bem diferentes dos que formavam o ambiente de nossa infância.

Tudo passa sobre a Terra.

Prof. José Aragão
Sob o pseudônimo de Fausto Agnelo.
Texto publicado no Jornal O Vitoriense, 31 de dezembro de 1939.

Claudia Leitte e o racismo religioso – por @historia_em_retalhos.

De forma até agora inexplicável, a cantora Claudia Leitte passou a modificar a letra da canção “Caranguejo” quando está nos palcos diante de seu público.

Convertida ao neopentecostalismo desde 2014, surpreendentemente, a cantora não tem mais pronunciado o nome de Iemanjá, a orixá das águas.

Em vídeos que viralizaram na internet, ao invés de cantar “Saudando a rainha Iemanjá”, letra original da canção, a artista aparece cantando “Só louvo meu rei Yeshua” (Jesus em hebraico).

Cada um tem a sua crença e o Estado brasileiro consagra a liberdade religiosa plena, que deve ser sempre respeitada, porém alguns questionamentos são inevitáveis.

Sinceramente, o que seria hoje de Claudia Leitte se não fosse a cultura afro-brasileira que a projetou como artista?

Esqueceu-se a cantora de que o Axé, ritmo que lhe deu fama e muito dinheiro, tem a sua origem nos rituais das religiões de matriz africana?

É justo apagar e desconsiderar os fundamentos da Axé Music e, principalmente, a força espiritual dos orixás, após deles apropriar-se culturalmente, durante tantos anos, fazendo sucesso e fortuna?

Por que no Brasil tudo que é de origem negra e africana é silenciado?

Importantíssimo centro da cultura afro-brasileira, Salvador já foi chamada até de “Roma Negra”, “Roma Africana” e “Meca da Negritude”.

Até hoje, apesar da enorme repercussão, a cantora não deu uma única declaração sobre o tema e diz que manterá a agenda regular de shows.

“Caranguejo” é uma composição de Alan Moraes, Durval Luz e Luciano Pinto, que também estão sendo desrespeitados na medida em que estão tendo a sua obra modificada sem autorização.

Em verdade, Claudia Leitte desonra o gênero musical que a fez conhecida.

Para quem não lembra, em 2022, ela postou um vídeo em que aparecia um abajur em forma de arma e uma bíblia.
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Pluralidade e diversidade das revistas culturais.

Entre os meus hábitos de leitura há um interesse pelas revistas culturais, quase todas de livre acesso em suas mediações virtuais. Não é de hoje que tenho compartilhado a importância dessas publicações.

Escolho as revistas que trazem contribuições culturais claramente definidas para o cenário artístico, literário e intelectual, além de frequência e constância em sua publicação, que promovem vitalidade, visibilidade e diversidade temática. Começo pela Colóquio/Letras, da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa).

De caráter ensaístico e admitindo pluralidade de pontos de vista, quer artigos de investigação, quer leituras críticas da atualidade editorial, a Colóquio publica inéditos de poesia e ficção de autores contemporâneos, consagrados e jovens.

Elogio a escolha do escritor Arnaldo Saraiva (Universidade do Porto), ao analisar autores pernambucanos. Juntos, os seus escritos nessa revista (e no famoso “Jornal de Letras”/Lisboa), dariam um bom conjunto de artigos em livro impresso.

O poeta e escritor português radicado em Olinda, José Rodrigues de Paiva, ex-professor da UFPE, tem publicado desde 1986 artigos de sua autoria nessa revista, que, por sua atualidade, deveriam ser reunidos em livro.

Nos 100 anos do Manifesto do Surrealismo de André Breton, a revista, na sua mais recente edição, publica um conjunto de artigos sobre o movimento na França e em Portugal. ((())) Art In America (NY) é elogiada por trazer extenso noticiário, fartamente ilustrado, sobre o que há de mais contemporâneo nos EUA nas artes plásticas. A revista é editada por curadores de museus, críticos de arte de boa formação acadêmica, historiadores de arte. A Revista de Estudos Culturais e a Revista Literatura e Sociedade, ambas da Universidade de São Paulo, são talvez as indicações mais acadêmicas de todas.

A Revista Caderno de Letras, publicação do Centro de Letras e Comunicação e do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de Pelotas-UFPel, está entre as que recomendo. ((())) No site da Fundação Guggenheim (NY/Bilbao), o leitor terá acesso a publicações mensais que apresentam obras de artistas famosos, que revolucionaram a história da arte. ((())) Julgamentos qualitativos são difíceis de fazer, mas julgo The Poetry Review (Londres), a melhor trimestral de poesia do mundo.

Desde que foi fundada em 1912, tem sido espaço tanto de poetas renomados internacionalmente, quanto emergentes e novatos. ((())) Zum é a melhor revista brasileira dedicada à Fotografia. Traz o selo de qualidade do Instinto Moreira Sales (RJ) e é nacionalmente reconhecida pela qualidade de seu conteúdo. ((())) Nouvelle Revue Française (Paris) foi mensal por muitos anos, mas atualmente é trimestral. Os textos que a compõem têm valor pela sua qualidade literária, independentemente do gênero – ficção, ensaio, reportagem. ((())) As Revistas Continente e Pernambuco (Cepe) têm sido reconhecidas pelo que evidenciam sobre a pluralidade da cultura e das artes não só pernambucanas. ((())) Por fim, “Ciência & Trópico, da Fundaj, destaca-se pelo que contribui para a divulgação de pesquisa nas áreas de Ciências Humanas e Ciências Sociais.

Marcus Prado – jornalista. 

Pitú transforma latinhas em “calendário da resenha” para 2025.

A PITÚ já começa o ano com resenha, fazendo contagem regressiva para os feriados, feriadões e sextas-feiras de 2025. É celebrando o que estar por vir, que a embalagem da sua tradicional lata de cachaça silver de 350 ml, a famosa “branquinha”, estampa o “calendário da resenha”, mostrando que 2025 promete. Serão 52 sextas-feiras, 09 feriados em dias úteis e 5 feriadões pra ninguém reclamar de garganta seca.

Os consumidores da cachaça e os colecionadores das já tradicionais latinhas temáticas se liguem, porque as gôndolas dos mercados nos principais pontos de venda do produto em todo Brasil, começam a receber as três milhões de unidades das latas com as embalagens especiais de Réveillon. Quem assina a criação das artes é a agência Ampla Comunicação.

A “brincadeira” deste final de ano estampada nas latinhas é um estímulo para que as confraternizações não se limitem a esse período. A ideia da PITÚ é proporcionar momentos de alegria, descontração e leveza entre amigos e familiares nas viradas de ciclo, sempre com muito bom-humor e resenha. Com um lembrete desses em cada latinha que abrir, não tem pituzeiro que não cole essa agenda na parede de casa e na mente.

Todos os anos a PITÚ aposta na criação de embalagens personalizadas, e de campanhas e ações de entretenimento que têm o grande diferencial de cativar, fidelizar e estreitar o relacionamento com os apreciadores da cachaça. Então, já é tradição. O brinde da virada será com responsabilidade, otimismo e as resenhas da Pitú espalhadas por todo o País.

Papai Noel – por @historia_em_retalhos.

Por que Papai Noel tornou-se o protagonista de uma data que não é dele?

A história explica.

A figura de Papai Noel foi inspirada no bispo Nicolau, que viveu na Turquia, no século IV.

Nicolau costumava ajudar quem estivesse em dificuldades financeiras, colocando um saco com moedas nas chaminés das casas.

A sua transformação em símbolo natalino, porém, espalhou-se pelo mundo, quando se percebeu que a tradição do velhinho entregando presentes potencializaria o comércio durante o mês de dezembro, cabendo ao cartunista Thomas Nast, no ano de 1881, criar a “marca” Papai Noel.

Em verdade, o bispo Nicolau foi visto como uma peça de marketing, com nítidos propósitos mercadológicos.

Essa opção puramente comercial foi, paulatinamente, ofuscando a figura de Jesus Cristo, o real protagonista do dia 25 de dezembro.

Filho de imigrantes perseguidos, nascido em meio aos animais, amigo dos leprosos, das prostitutas e dos mendigos, e com um discurso que incomodou os poderosos do seu tempo, Jesus passou a não atender aos interesses do capitalismo ocidental, por uma razão muito simples: o revolucionário homem de Nazaré propunha a divisão com os pobres.

Nada mais na contramão de um mundo egocêntrico, consumista e desigual.

Devolver a Cristo a condição de protagonista do dia de seu próprio nascimento parece-nos ser a melhor trilha para equilibrar a relação entre os povos e difundir a paz.

Mais Cristo e menos Papai Noel é o que desejo a todos vocês.

Um feliz Natal, gente!
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Vida Passada… – Frei Paulo de Santa Catarina – por Célio Meira

Em 1574, através da informação do erudito historiador Elísio de Carvalho, na selvagem Marins dos Tabajaras, ou na silenciosa Olinda, ao amanhecer do século XVII, ao dizer de Sebastião Galvão, nasceu d. Paulo de Moura,  filho de s. Felipe, capitão-mór e governador de Pernambuco. Nobre e poderoso,  casou-se d. Paulo com a prima Brites de Melo, formosa olindense. E dêsse matrimônio,  nasceu Maria, encantadora flôr de Olinda, que tivera, órfã de mãe, meninice triste, sem carinho, e mocidade feliz, em Portugal, onde se educou e casou com  p “Fidalgo de Mendonça Furtado, alcaide-mór  de Mourão, comendador da Vila Franca de Xira e governador Mazagão”.

Viúvo, quando não fazia, ainda, três anos de casado, sentira, o nobre d Paulo de Moura, que se apagara, na vida mundana a estrêla de sua jornada. Procurou apagar, então, na solidão do claustro, na oração da penitência e no silêncio, a lembrança amável da inditosa companheira. E amortalhou-se, jovem e forte, renunciando a glória das armas e a riqueza das cortes europeias, num hábito de frade da ordem de São Francisco de Assis.

Devotado ao serviço de Deus, deixou a terra natal, a Olinda, de sua Brites e sua Maria pequenina, e atravessou o Atlântico, para viver, sofrer e morrer, na terra portuguesa. Foi guardião de seu convento, e, mais trade, dirigiu uma província franciscana.

E Maria, a filha única daquele que, no século, se chamou D. Paulo de Moura, foi a bisavó de Sebastião José de Carvalho e Melo, o famoso Marquês de Pombal, em cujas veias correu, impetuoso, sangue brasileiro, sangue pernambucano, sangue olindense. E no alto posto de provincial, morreu, esse frade bondoso, a 3 de fevereiro de 1693, ou aos 119, se veiu, ao 84 anos de idade, se nasceu em 1574, e de quem se conhece, apenas pelas notas históricas, o famoso “Sermão das Chagas de Cristo”, pregado no Mosteiro de Lorvão.

Teve, na terra, frei Paulo, vida tranquila. A dor que feriu, em Olinda, o peito do potentado, se transformou, na lama do frade, à luz radiosa do santuário, numa graça do céu.

Frei Paulo de Santa Catarina é uma figura abençoada por deus, na história famosa da Ordem dos Franciscanos.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

A ditadura e o “Forró Cheiro do Povo” – por @historia_em_retalhos.

O ano era 1978.

Naquele momento, havia uma campanha por parte do regime militar para popularizar o nome do general João Baptista Figueiredo à sucessão de Geisel, chamando-o de “João do Povo”.

Ex-chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), Figueiredo foi abordado por um jornalista no interior de São Paulo no dia 21 de agosto daquele ano.

O rapaz indagou ao general se ele estava gostando do “cheiro do povo”, após ser escolhido pela cúpula militar como o candidato oficial da Arena.

Truculento e sem nenhuma preocupação com a repercussão das suas palavras, Figueiredo soltou a seguinte frase:

“Prefiro o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo”.

A colocação reverberou bastante no país inteiro, dando ensejo a uma resposta muito inteligente e bem humorada por parte da oposição à ditadura em Olinda/PE.

A juventude reuniu-se e criou no Clube Atlântico (foto) o “Forró Cheiro do Povo”, em uma sátira à afirmação de Figueiredo, sendo um sucesso de público nas noites olindenses.

Era casa cheia!

Convenhamos: nada melhor do que o bom humor para combater a prepotência.

#ditaduranuncamais.

Uma semana abençoada a todos!

Ps.: em outubro daquele ano, Figueiredo “disputou” a eleição indireta no Congresso Nacional e “venceu” a chapa do MDB, encabeçada por Euler Bentes e Paulo Brossard.
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Carnaval 2025: Elminho e o seu ET afetivo!!!

Com encontro marcado para o sábado, 1º de março de 2025, a Agremiação Carnavalesca “Etsão” já segue anunciando mais uma grandiosa apresentação em nossa festa maior.

Carregado de alegria e entusiasmo o “Etsão” renderá uma homenagem para lá de simbólica. Elmo Carneiro Filho, mais conhecido por Elminho, principal figura da agremiação, desde a sua fundação, receberá as melhores energias do espaço sideral, trazidas pelo seu ET afetivo.

Não se avexe, não se iluda: o CARANAVAL 2025 TÁ CEHGANDO!!!

Câmara da Vitória: protagonismo não é o seu forte!!!

Por entender que o nosso gentílico (vitoriense) não contempla sua finalidade, isto é: não nos identifica geograficamente de maneira única, resolvi,  em minha passagem pela tribuna da Câmara da Vitória, por ocasião do recebimento da honrosa condecoração (Título de Cidadão),  deixar  como sugestão à Casa, a adoção de um segundo gentílico, ou seja: “antonense”.

Aliás, é bom que se deixe bem claro: eu não inventei nada! Apenas, na qualidade de estudioso e pesquisador da história local, encontrei nos livros, revistas e jornais da nossa cidade autores –  proeminentes da nossa terra – explicando os motivos pelos quais devemos ser identificados como antoenses. Dentre os quais, destaco o nome do Nestor de Holanda. Uma espécie de “embaixador das artes”  da Vitória de Santo Antão. Nestor foi série “A” em tudo: na música, na literatura, na prosa, no jornalismo  e, sobretudo, na melhor imagem dos “Holanda” da nossa terra.

Pois bem, em ato contínuo, o vereador Doutor Saulo confeccionou um projeto (135/2024) e submeteu-o aos pares, no sentido da sua aprovação. Antes, porém, o referido edil, achando-me capaz,  pediu-me para comparecer à Câmara, no sentido de explanar sobre o projeto.  E assim eu fiz, na Sessão do dia 04 de dezembro. .

Com efeito, na tarde de ontem (11), após um novo convite do Doutor Saulo, juntamente com o presidente do Instituto Histórico e o diretor de patrimônio, Pedro Ferrer e Fernando Nascimento, respectivamente, acompanhei a votação do tal projeto (135/2024),  no Plenário da Câmara. Saldo geral: Projeto Reprovado!

Como todos sabem, o vereador André de Bau continua hospitalizado e se recuperando de enfermidade.  Os vereadores Carlos Henrique, Marcone da Charque, Gold do Pneu e Romero Queralvares não compareceram à Sessão de ontem (11). Lourinado Junior, na qualidade de presidente interino, só votaria em caso de empate.

Pois bem, dos 19 vereadores, apenas 13 se manifestaram   em plenário,  sobre o referido projeto que, sem prejuízo ao gentílico já existente (vitoriense), se aprovado, possibilitaria, também,  o uso do gentílico “antonense” de maneira oficial.

Dois vereadores votaram pela aprovação do Projeto: Doutor Saulo e André Carvalho. Três, sem manifestação oral,   optaram pela abstenção. Foram eles:  Novo da Banca, Beto de Bigode e Felipe Cezar. Sobre suas respectivas atitudes – participação passiva – só os mesmos poderão  emitir algum juízo de valor, até porque, como já falei,  eles não se pronunciaram,  elencando os motivos pelos quais não deram suas respectivas opiniões.

Dos oito vereadores que votaram contra o projeto, em que, se aprovado, oportunizava os conterrâneos a escolherem qual gentílico gostaria de usar,  seis não se pronunciaram. Apenas apertaram o  play no  botão do “não”. Foram eles: Edmilson de Várzea Grande, Josias da Militina, Celso Bezerra, Jota Domingos, Biu de Genário e  David Frutas.  Filosoficamente falando,  é  bom que se diga,  em debates, em todo silêncio há sempre um ato de inteligência. Ou seja:  quando calamos para não dialogar com os tolos ou quando estamos cientes de que não temos preparo para discutir sobre a matéria em tela. No último exemplo,  o “sim” ou o “não”  é o que menos importa.

Já os outros dois parlamentares que votaram  pelo “não”, mas que se pronunciaram  pelos microfones – Marcos da Prestação e Mano Holanda –, através dos seus argumentos, tecnicamente falando,  posso dizer que não acrescentaram absolutamente nada de  proveitoso  ou enriquecedor  ao  debate proposto. Falas que se configuraram numa espécie de “conjunto vazio”. 

Com relação às argumentações do vereador Marcos da Prestação, com quem tenho uma relação respeitosa, ficou difícil de aferir o seu  confuso entendimento,   pois o mesmo disse que o projeto “não traz mudança e ao mesmo tempo traz”. Disse, entre outras coisas, haver se aconselhado pela internet, com os seus seguidores para abalizar o seu voto.  Aliás, isso é algo  importante para todo político. Mas vale lembrar, também, que nas redes sociais existe “entendido” para tudo:  de parto de raposa à efeito colateral de vacina. E certamente,  há de ter,  também,   entre os seguidores do vereador Marcos da Prestação,  “entendido” para assuntos relacionados a gentílico e  filologia.

Já o vereador Mano Holanda, na sua fala,  em defesa do “não”, entre outros argumentos, se socorreu do fato  de nunca haver tido algum problema em ser vitoriense de Pernambuco. É possível, então,  que ele tenha viajado pouco para fora do nosso estado,  diferentemente  do do seu parente ilustre, Nestor de Holanda.

Esse,  nativo da terra de Santo Antão,  mas que circulava com desenvoltura pelo Rio de Janeiro, “dialogava” com o  Brasil e o mundo e estava sempre conhecendo  pessoas cultas de todo  território nacional,  foi uma das figuras de destaque que mais defendeu, nos seus diversos espaços de comunicação, à adoção do gentílico antonense. É possível, inclusive,  que o vereador Mano Holanda não tenha herdado dos “Holanda” o  salutar hábito da leitura, pois o mesmo,  aparentemente, desconhece até a obra do seu mais ilustrado  parente.

Nas imagens acima, apenas para ilustrar, seguem algumas citações,  entre tantas emitidas pelo versátil Nestor de Holanda, que insistentemente pugnavam pelo gentílico antonense, justamente por compreender que o “vitoriense” não nos contemplava, o que  ocorre até os dias atuais.  Na mesma direção, mas com outra sugestão e entendimento, também emitiu parecer o sempre respeitado editor do jornal “O Lidador”, José Miranda, quando sugeria o “santonese”.

Portanto,  para encerrar esse relato em que de maneira despretensiosa,  desinteressada e abreviada  contribui  para o melhor entendimento da história da nossa cidade, com a minha sugestão e explicação, quero acreditar  que o  “sim” ou  o “não” da Câmara, nesse momento, em nada muda à essência  dos fatos. Na qualidade de comunidade, continuamos capengas no que se refere ao nosso gentílico oficial. Quem sabe, numa outra legislatura, com parlamentares mais preparados e afeiçoados à leitura, não tenhamos um novo gentílico (antonense), ou mesmo a própria população, através do “costume da língua falada” num  proclame o “antonense”,  para sermos, definitivamente,  identificados  de maneira única e exclusiva. Isto é: Antonense das terras da Vitória de Santo Antão!!!”

Veja a Sessão completa aqui:https://www.youtube.com/live/tOA4lOz8OOA?si=JCo_R1vhXjpPhUof

Jorge Lafond – por @historia_em_retalhos.

Jorge Luiz Souza Lima, o Jorge Lafond, foi um comediante e bailarino, com estilo próprio, talento e muita presença de palco.

Decidiu adotar o sobrenome artístico “Lafond” em homenagem à atriz Monique Lafond, de quem era fã.

Preto, pobre e homossexual, precisou aprender cedo a enfrentar as barreiras do preconceito.

Aos 6 anos, já tinha a consciência de que era homossexual, escondendo dos pais essa condição.

Movido pelo sonho, estudou balé e, depois, teatro na UERJ.

Foi como bailarino que o artista começou a engrenar na carreira.

Fez parte do corpo de bailarinos do Fantástico, para, depois, estourar no Jô Soares, nos Trapalhões e na “A Praça é Nossa”.

Seu personagem principal era quase uma caricatura de si mesmo: Vera Verão.

Consolidado e com o trabalho reconhecido, Jorge talvez já não esperasse sentir de forma tão forte o impacto da indiferença e da crueldade das pessoas.

Mas isso aconteceu e foi no programa de Gugu Liberato.

No dia 10.11.2002, participava de uma competição integrando o time feminino.

Como de costume, a competição seria interrompida para dar lugar a uma atração musical e seria retomada depois.

Era normal que as equipes permanecessem no palco e até dançassem ao lado do convidado.

Porém, o convidado do dia, o padre Marcelo Rossi, fez uma exigência inusitada, com a conivência de Gugu: Lafond teria que ser retirado do palco.

Supostamente, o padre não queria estar no mesmo ambiente do comediante.

Sem reação, Lafond recebeu a orientação para retirar-se, enquanto o religioso apresentava-se.

Assim que o padre saiu, a produção tentou convencê-lo a voltar, mas ele não quis.

Já não dava mais.

Humilhado, voltou para casa.

O impacto foi muito grande, porque, além de tudo, ele era admirador do padre.

Coincidência ou não, uma semana depois, ele foi internado com complicações cardíacas.

Em 11.01.2003, após o agravamento do quadro, o comediante morreu, aos 50 anos, vítima de um infarto.

Nunca se saberá o grau de relação entre essa atitude do religioso e a morte de Lafond.

Porém, uma coisa é certa: mesmo que causada por outras razões, a sua morte foi, no mínimo, precipitada pelo preconceito.
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O Retábulo de Joana Carolina visto por 12 artistas pernambucanos – por Marcus Prado.

Poeta Mauro Mota, juiz de direito José Albino de Aguiar, Osman Lins, Professor Aragão – foto: Raminho Fotógrafo.

“Não é a própria realidade o resultado de uma interpretação?” (Hans-Georg Gadamer/Verdade e Método, volume 2, pág. 391)

O tema que inspirou a exposição “O Retábulo de Lins” (Museu do Estado de Pernambuco – 10 de dezembro de 2024 a 12 de janeiro de 2025), a dimensão estética da sua construção, teve como ponto de partida o conto “Retábulo de Santa Joana Carolina” integrante do livro “Nove, Novena”, de Osman Lins, publicado pela editora Companhia das Letras (1966).

A curadora da exposição, professora Elizabeth Hazin (UnB), mestra em Literatura Comparada, por muitos considerada uma das melhores estudiosas da obra desse autor, diz que a exposição faz conexões entre o texto literário e outras áreas artísticas, “a partir de uma abordagem transdisciplinar”.

Doze artistas plásticos pernambucanos “aliados a possíveis caminhos para as particularidades do texto” carregado de alta densidade poética foram convidados a traduzir em telas os doze “mistérios” que compõem o “retábulo” da personagem Joana Carolina. Os artistas escolhidos: Antônio Henrique Wanderley, Álvaro Caldas, Clerston de Andrade, Fabíola Pimentel, Jessica Martins, Maurício Arraes, Rikia Amaral, Roberto Ploeg, Romero de Andrade Lima, Tereza Perman, Timóteo, Vânia Notaro. Cada obra deveria ser executada em idênticos suportes de tela/painel, nas medidas de 1,20, por 0,80, no sentido vertical, não podendo ser abstrata, sendo obrigatório um conteúdo religioso, “para justificar a união dos doze trabalhos em um único retábulo”.

O primeiro da lista, Antônio Henrique Wanderley, escolheu o sétimo “Mistério”, talvez o mais desafiador do conjunto. “Os meus elementos estavam todos ali: Na parede do fundo, como elemento decorativo, um quadro oval emoldurado com um vidro frontal. A imagem, provavelmente uma estampa religiosa, extraída de algum cartaz da igreja, ou mesmo de uma “folhinha”, como se chamam os calendários pendurados nas paredes como enfeite, apresenta uma comovente cena doméstica de uma Madona sentada junto ao leito da filha, a quem vela e cuida de uma enfermidade, medicando-a com elixires caseiros, xaropes, emplastros e clisteres, preparados com as ervas e plantas do pequeno quintal”. O detalhe da folhinha do segundo plano, citado por Henrique Wanderley, me faz lembrar o quadro do genial pintor flamengo Jan van Eyck, “O Casal Arnolfini”, pintado em 1434: os detalhes de objetos simbólicos na parede de fundo, que se valorizam em amplitude e enigmas. A obra exibe o casamento do então rico comerciante Giovanni Arnolfini com Giovanna Cenami. (Galeria Nacional, Londres).

Do programa da exposição, no dia da abertura, consta uma apresentação da Orquestra de Câmera Criança Cidadã e um desfile de moda de Eliane Mello, estilista de Vitória de Santo Antão, com uma coleção inspirada em Osman Lins.

Marcus Prado – jornalista

1ª Corrida PSVA aconteceu domingo, no Pátio da Matriz.

Em sua primeira edição, aconteceu, na manhã do domingo (08) a Corrida de Rua PVSA, promovida pela Polícia Penal, vinculada ao Presídio da Vitória de Santo Antão.

O evento teve como ponto de concentração, partida e chegada o Pátio da Matriz. Em 6km de trajeto, o conjunto de atletas percorreu várias ruas centrais da cidade.  Ao final, frutas foram servidas a todos participantes. Aos que chegaram nas 3  primeiras colocações – masculino e feminino – troféus foram ofertados. Uma Boa Promoção!!!

AVLAC – último encontro do ano…..

Na manhã do domingo (08), em sua sede, no “Sobradinho”, localizado no bairro da Matriz, a AVLAC – Academia Vitoriense de Letras, Artes e Ciência – promoveu seu último encontro ordinário de 2024.

Na ocasião, além da pauta,  o presidente, professor Serafim Lemos, anunciou a programação do entidade para o ano vindouro. Em ato contínuo parte do grupo – “Imortais” –  seguiu para o Restaurante Carnes & Galetos,  para um almoço de confraternização de fim de ano.

Reginaldo Veloso – por @historia_em_retalhos.

Este é o ex-padre Reginaldo Veloso, símbolo da luta contra o autoritarismo durante a ditadura militar brasileira.

Altivo, sempre lutou contra a ortodoxia da igreja conservadora, ligada às estruturas de poder, aos senhores de engenho, aos políticos e aos militares.

Entendia que a igreja deveria abraçar pensamentos mais voltados para os pobres, para os camponeses e para as comunidades, defendendo que os trabalhadores não deveriam apenas obedecer, mas serem também agentes de transformação.

Após a publicação pela CNBB do documento “Eu ouvi os clamores do povo”, o regime militar passou a perseguir de maneira mais contundente os religiosos ligados à Arquidiocese de Olinda e Recife comandada por Dom Hélder Câmara.

Em 16 de junho de 1973, militares realizaram uma incursão na paróquia da Macaxeira e sequestraram o padre Reginaldo Veloso, que teve os seus olhos vendados e foi deixado apenas de cueca em uma jaula de dois metros quadrados.

Ao longo daquele dia, Dom Hélder e Dom José Lamartine rodaram os hospitais e foram até o IML, procurando pelo colega, que acabou solto ao final do dia.

Em 1978, Reginaldo tornou-se pároco da Paróquia Nossa Senhora do Morro da Conceição, passando a viver no morro.

Ali, aprofundou a sua atuação por uma igreja mais voltada para o povo: organizou associações comunitárias, liderou o movimento Terra de Ninguém, aproximou a Igreja Católica das religiões de matriz africana e até das pessoas sem religião.

Isso incomodou os conservadores.

Com a renúncia de Dom Hélder, em razão da idade, em 1985, a igreja mandou para o Recife o novo arcebispo, Dom José Cardoso Sobrinho.

Poucos lembram, mas, na eleição para governador de 1986, o novo arcebispo, seguindo a linha da ala conservadora da Igreja, manifestou apoio ao candidato José Múcio, desejando fazer uma clara contraposição à Ação Católica Operária (ACO), que declarara abertamente apoio ao ex-exilado político Miguel Arraes.

Após fechar o Seminário Regional Nordeste 2 e o Instituto de Teologia, Cardoso passou a expulsar padres engajados nas comunidades eclesiais de base e nas pastorais sociais.
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Logo após a Festa do Morro do ano de 1989, expulsou padre Reginaldo da paróquia e suspendeu a sua ordenação de padre, fazendo-o perder a batina.
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Após isso, vários embates sucederam-se entre a comunidade do morro e o arcebispado, tendo o seu ápice acontecido em outubro do ano de 1990.
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Naquela ocasião, a comunidade realizou uma ciranda, afirmando que não entregaria a chave da Igreja.
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De repente, o mais improvável: balões de gás hélio surgem no céu com a chave da igreja amarrada.
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Foi uma cena muito bonita e simbólica, que até hoje é lembrada pela comunidade do morro.
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A polícia acabou por arrombar o templo e processar o padre Reginaldo, além dos fiéis Helena Lopes e Josenildo Sinésio.
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Padre Reginaldo Veloso morreu no ano de 2022, mas a sua luta e a sua história jamais foram esquecidos no Morro da Conceição.
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Os 120 anos do Anjo da Vitória – a medalha do evento é uma Joia Histórica!!!

Monumento apreciado pelo gosto popular da nossa cidade, o Anjo da Vitória chegará em 2025 comemorando os seus 120 anos de surgimento. Inaugurado em 27 de janeiro de 1905, o mesmo é uma perene homenagem à vitória alcançada, em 03 de agosto de 1645, no Monte das Tabocas, em cima dos invasores holandeses.

Em décadas passadas, a cidade nutria o argumento de que no dia em ele tocasse sua trombeta o mundo se acabaria. Muitas crianças, do tempo pretérito, o temia mais dos que os castigos reais…..

Pois bem, quando maloqueiro, apesar de haver sido criado pelas bandas da Matriz, também andei “incomodando” o Anjo. Vez por outra, subia na sua base de cimento e tijolo.

Ao lado do meu pai, Zito Mariano, e de outras figuras importantes do nosso torrão, participei das festividades do seu Centenário, ocorrida em 2005.

Noutra ocasião, o mesmo (Anjo) também foi o tema central do desfile da nossa agremiação carnavalesca. Nessa homenagem, ocorrida em 2015, festejamos, inclusive com música,  composta por Aldenisio Tavares,  os seus 110 anos.

Uma década se passou e agora, em 2025, a 4ª Edição da Corrida e Caminhada da Vitória, evento por  nós promovido, irá celebrar, em suas medalhas e troféus, a passagem dos 120 anos do nosso “Anjo da Vitória”.

Portanto, aos atletas que irão participar da 4ª edição da Corrida da Vitória, na qualidade de  corredor ou caminhante, os mesmos terão direito a levarem para casa uma MEDALHA que se configura numa verdadeira JOIA HISTÓRICA.

Para participar, basta se inscrever no site ou presencialmente,  na Loja Monster Suplementos. Viva os 120 anos do Anjo da Vitória!!!

 

Gentílico Antonense: a Câmara de Vereadores segue discutindo e analisando!!!

Por ocasião do evento na Câmara de Vereadores da nossa cidade – Vitória de Santo Antão -, ocorrido em 08 de novembro de 2025, em que fui condecorado com o honroso Título de Cidadão Vitoriense, no meu momento de fala na tribuna, além de contar um pouco da história da minha família e agradecer aos parlamentares, principalmente ao vereador Doutor Saulo, pela indicação, também deixei uma sugestão ao Poder Legislativo. Ou seja: à inclusão do gentílico “antonense” à disposição dos  conterrâneos.

Naquela ocasião, inclusive, fiz uma pequena explicação técnica e historiográfica sobre o termo “vitoriense” e “antonense”.

Pois bem, em ato contínuo, dias depois, o vereador Doutor Saulo produziu um projeto e apresentou aos pares à inclusão do  gentílico “antonense”, sem prejuízo aos já existente. Isto é: “vitoriense”.

Assim sendo, na manhã de ontem (04) o referido parlamentar entrou em contato, convidando-me para fazer, à tarde (15h), na Sessão Ordinária da Casa,  uma pequena explanação na tribuna,  sobre o termo – antonense –  ao conjunto de vereadores, no sentido de ampliar e tirar dúvidas sobre o tema aludido, ou seja: o gentílico antonense.

Sem titubear, até porque o tema é relevante e merece a maior atenção de todos nós, compareci, no horário determinado, à Câmara e usei a tribuna para mais uma explicação. Após o “meu tempo de fala”, acompanhado atentamente pela maioria dos vereadores presentes, o presidente interino, vereador Lournaldo Junior, comunicou que o  tema segue sendo  debatido com os pares.

Abaixo, segue, o vídeo completo da reunião da Câmara que consta as minhas considerações sobre o tema: gentílico antonense.

Aqui:https://www.youtube.com/watch?v=bg2w2Lzre3g

 

Girafa 2025 – Vem Com Tudo!!!

Em clima de euforia, pela passagem dos seus 75 anos de fundação, a diretoria da Agremiação Carnavalesca “A Girafa” vem veiculando, nas mais variadas plataformas de comunicação,  mensagem de Boas Festas e  um Ano Novo com muita paz e alegria aos vitorienses e, sobretudo, aos girafeiros.

Na referida peça publicitária a diretoria também garante que para o carnaval 2025 o “pescoção” vem com tudo!!! Não é novidade para ninguém que na terra de José Marques de Senna a Folia de Momo se configura na mais festejada manifestação popular. Registros históricos apontam que desde as primeiras décadas,  da segunda metade do século XIX,  os antonesnes já se manifestavam através das suas respectivas agremiações carnavalescas. Atualmente, com 75 anos de história, “A Girafa” é uma das mais  expressivas e simbólicas  agremiações dos nosso carnaval. 

DR. AMAURY DE MEDEIROS: UM REVOLUCIONÁRIO DA MEDICINA – por Ronaldo SOTERO

Em um dia 3 de dezembro de 1928, falecia prematuramente, no Rio de Janeiro, aos 34 anos, o médico recifense, nascido no bairro de Parnamirim, em 7 de dezembro de 1893, DR. AMAURY DE MEDEIROS.

Aluno do Ginásio Pernambucano, formado em medicina no Rio de Janeiro.
Em 1917 chefiou os serviços da Cruz Vermelha Brasileira.

Convidado pelo sogro, na época o governador de Pernambuco, Sérgio Loreto para ocupar a diretoria do Departamento de Saúde e Assistência do Estado, procedeu uma revolução na medicina, saúde e higiene do estado. Mudou o sistema de atendimento de saúde na capital e interior. Reformou o Hospital Oswaldo Cruz e o Hospital da Tamarineira. Pioneiro na criação da inspetoria de profilaxia da tuberculose, anexando-a as áreas de saneamento rural no combate à malária, febre amarela, varíola e peste bubônica.

Teve passagem na vida pública como deputado federal. Passou a residir no Rio de Janeiro em 1927.

Propôs a criação do Ministério da Saúde e Assistência. É lembrado em Recife pelo Cisam. No Derby, uma rua o homenageia com seu nome. As cidades de Garanhuns, Gravata também o lembram com ruas.

Morto em acidente aéreo no Rio de Janeiro em 3 de dezembro de 1928, a bordo do avião que iria homenagear o Pai da Aviação, Santos Dumont (1873-1932) na chegada ao Brasil, jogando flores no convés do navio.

A fatalidade que levou precocemente esse verdadeiro revolucionário da medicina pernambucana não encerrou seu legado. Que seu exemplo inspire os novos profissionais e os veteranos de sua verdadeira razão de ser: a vida!

Ronaldo Sotero

Sessão no Senado – por @historia_em_retalhos.

4 de dezembro de 1963.

Aparentemente, aquele seria apenas mais um dia normal de sessão no Senado Federal.

Um episódio fatal, porém, marcaria para sempre aquela data.

Os senadores Arnon de Mello (foto), pai do ex-presidente Fernando Collor, e Silvestre Péricles (foto), ambos originários de Alagoas, desentendiam-se com frequência, numa tentativa de medir forças para ver quem era mais influente no estado natal.

A troca de farpas era frequente e o presidente da casa já dava sinais de preocupação com o clima de tensão.

Naquele dia, Arnon abriu os trabalhos com a seguinte frase:

“Senhor presidente, com a permissão de Vossa Excelência, falarei de frente para o senador Silvestre Péricles, que me ameaçou de morte”.

Esta provocação foi a senha para o início do conflito.

Silvestre não aceitou o desaforo e atacou verbalmente Arnon, que, enfurecido, sacou o seu revólver Smith Wesson 38 e disparou várias vezes.

Nenhum dos tiros atingiu Silvestre, que conseguiu jogar-se no chão e rastejar entre as poltronas com a sua arma em punho.

Lamentavelmente, os tiros tiveram um destinatário que não tinha nada a ver com a história.

Dois projéteis atingiram o senador José Kairala (foto), que chegou a ser socorrido, mas que não resistiu e morreu.

Pressionados pela opinião pública, os parlamentares aprovaram, por 44 votos a 4, a prisão dos dois colegas.

No entanto, menos de seis meses depois, tanto Arnon quanto Silvestre foram inocentados pelo Tribunal do Júri de Brasília.

A vítima Kairala, de apenas 39 anos, substituia, transitoriamente, o senador José Guiomard.

Eram as suas últimas horas no exercício da função, pois devolveria o cargo no dia seguinte ao titular.

Ele foi baleado na frente do filho, da esposa e da mãe, que haviam ido prestigiá-lo no seu último dia de trabalho.

Definitivamente, a mistura de violência e política é um desastre para a sociedade e só serve para dinamitar os alicerces da democracia.

Este crime prestou-se para os defensores do Golpe de 1964 o invocarem como uma justificativa, sob o argumento de que se vivia uma grave crise democrática com o fim do diálogo saudável entre os políticos.
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A 4º Corrida e Caminhada da Vitória homenageia a passagem dos 120 anos do Anjo da Vitória.

4ª Corrida da Vitória – 27 de abril de 2025.
Corrida 7km – Caminhada 3km – Concentração às 6h – Largada às 7h.
PREMIAÇÕES
Troféu – 1º ao 5º colocado – masculino e feminino.
Categorias: Geral – Local e Faixa Etária –
Primeira faixa etária: até 39 anos.
Segunda faixa: dos 40 aos 49 anos.
Terceira faixa: dos 50 aos 59 anos.
Quarta faixa: dos 60 aos 69 anos.
Quinta faixa: dos 70 em diante.
Troféu – Maior equipe (grupo) local e visitante.
OBS: NÃO HAVERÁ PREMIAÇÃO EM DINHEIRO!
Inscrições on-line: www.uptempo.com.br
Inscrições para grupos: 81-9.9420.9773
Inscrição presencial: Loja Monster Suplementos – Rua Valois Correia – 96 – Matriz – Vitória.
Valor da Inscrição no 1º lote
Kit completo – corrida ou caminhada – R$ 95,00
Kit sem a camisa – corrida ou caminhada – R$ 80,00