O Carnaval Voltou……..

Em condições normais, por assim dizer, sempre nas primeiras semanas do ano até o  final do Reinado de Momo priorizamos em nosso jornal eletrônico – Blog do Pilako – à chamada pauta carnavalesca. Disse “condições normais” porque justamente nos últimos dois anos, em função dos impedimentos pela pandemia da covid-19, o carnaval foi suspenso no Brasil inteiro e, em nossa “aldeia” – Vitória de Santo Antão – não foi diferente.

Assim sendo, doravante, na medida do possível, iremos procurar postar majoritariamente matérias atinentes a nossa festa maior, ou seja o “Carnaval Vitoriense”. Se possível, então, ajude-nos no enriquecimento  desse conteúdo enviando historias, curiosidade e fatos marcantes sobre nossas agremiações e outros acontecimentos carnavalescos. Chegou o tempo de aproveitar e compensar os dois anos que não “marcamos o passo” nas ruas da Vitória! O Carnaval Voltou! Vamosimbora….

CASO PLUVIOSO – por Sosígenes Bittencourt.


Esta tromba d’água diluviana ressuscita-me o Caso Pluvioso, do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. A chuva me irritava. Até que um dia descobri que Maria é que chovia. A chuva era Maria. E cada pingo de Maria ensopava o meu domingo. Chuvadeira Maria, chuvadonha, chuvinhenta, chuvil, pluvimedonha!

Chuvarada de Palmas e muito obrigado!

Sosígenes Bittencourt

Há 79 anos viramos Vitória de Santo Antão – Corrida Com História.

E na última atividade de física do ano (2022), juntamente com parte do grupo de corrida ao qual faço parte – Vapor da Vitória – resolvi produzir mais um “Corrida Com História”. Diferentemente do que muita gente imagina nosso lugar – próximo de completar 400 anos – nem sempre se chamou Vitória de Santo Antão. A partir de 1843 até o ano de 1943, ostentávamos,  por assim dizer,  o nome representativo de  “Cidade da Vitória”.

Por conta de uma determinação nacional,  cidades que possuíam  o mesmo o nome deveriam promover modificações, com prevalência para as mais antigas. Assim sendo, a capital do estado do Espirito Santo – Vitória –  permaneceu.

Após consultar popular, ocorrida durante o ano de 1943, o nome escolhido para representar o nosso lugar, a parti de 1º de janeiro de 1944, foi Vitória de Santo Antão. Ou seja: permanecia o vinculo com a “vitória” alcançada na épica Batalha das Tabocas acrescentando o “santo” que chegou com a nossa fundação, ocorrida em 1626.  Assim sendo, apenas há 79 anos somos Vitória de Santo Antão – Corrida Com História.

Veja o vídeo aqui: https://youtube.com/shorts/Rya8hhMcWs0?feature=share

2023: “motivação é uma porta que se abre por dentro”….

Chegamos para uma nova etapa do calendário. Com ela muitos planos e um conjunto de ações, que ainda está na fase do planejamento, nos impulsionam ao melhoramento pessoal e coletivo. Lembremos que “motivação é uma porta que se abre por dentro”. Assim sendo, desejamos a todos os internautas do Blog do Pilako um ano cheio de realizações. Vamosimbora….

21º Batalhão de Polícia promoveu o “Mérito Monte das Tabocas”.

Em clima de confraternização de final de ano, na noite de ontem (29), o 21º Batalhão de Polícia, sediado em Vitória, promoveu solenidade alusiva ao “Mérito Monte das Tabocas”. O encontro ocorreu no Clube Abanadores “O Leão”.

No evento, além de realçar em vídeo os números relativos às ações na circunscrição da corporação,  assim como outras atividades  voltadas ao contexto social, o ponto alto ficou por conta das condecorações –  “Mérito Monte das Tabocas” – aos militares que se destacaram ao longo do ano de 2022.

Liderado pelo Coronel Norberto Lima Garcez Júnior, que usou da palavra para, entre outras coisas,  agradecer aos companheiros de fardas e ao público em geral pela presença, a instituição também destacou e concedeu honrarias a um conjunto de parceiros e colaboradores. Irrigada com os tradicionais “comes & bebes”,  a festa também contou com animação da Banda Avalovara.

Na qualidade de convidado e agraciado com premiação, aproveito para agradecer a todos os organizadores do referido evento pela participação. 

 

Ciro de Andrade Lima – por Marcus Prado.

O saudoso médico Ciro de Andrade Lima e o neto dele, prefeito João Campos. Lembro-me de Ciro nas saudosas noitadas que tivemos no engenho Pombal, (Vitória de Santo Antão) com Ariano Suassuna, Zélia, padre Daniel Lima e Jairo de Andrade Lima. A última vez que vi Ciro foi perto de um Baobá plantado por ele em Pombal, que fotografei.

Marcus Prado – jornalista.

Ku Klux Klan (KKK) – por @historia_em_retalhos.

Ku Klux Klan (KKK) é o nome adotado por diversas organizações nos EUA que pregam a supremacia dos brancos, antissemitismo, racismo, anticatolicismo, anticomunismo, homofobia e nacionalismo.

O primeiro Klan surgiu no sul do país, em 24 de dezembro de 1865.

Frequentemente, essas organizações recorrem ao terrorismo, à violência e aos atos intimidatórios (como a queima das cruzes) para oprimir as suas vítimas.

Esses grupos foram organizados por veteranos do Exército Confederado dos EUA, que, depois da Guerra da Secessão, quiseram resistir à Reconstrução.

A organização adaptou rapidamente métodos violentos para conseguir a sua conclusão, contudo houve uma reação que, em pouco tempo, levou à sua derrocada, pois as elites do sul vieram para a Klan, em verdade, como pretexto para que as tropas federais permanecessem ativas naqueles estados do sul.

A KKK foi formalmente dissolvida em 1870, pelo presidente republicano Ulysses S. Grant, por meio da Lei de Direitos Civis 1871, conhecida como “A Lei da Ku Klux Klan”.

O grupo, porém, ressurgiu em 1915.

Seus membros opunham-se aos judeus, além de fazerem profunda oposição à Igreja Católica.

Naquela época, a organização adotou um traje branco padrão e usava palavras de código semelhantes às do primeiro Klan, além de ter adicionado os rituais de queima de cruzes (foto) e de desfiles.

Essa fase do grupo terminou em 1944.

A atual encarnação da Ku Klux Klan surgiu nos anos 50, após a promulgação da lei contra a segregação racial nas escolas públicas.

O grupo agia de forma violenta, cometendo assassinatos e atentados contra negros.

No fim dos anos 70, o grupo perdeu a força, pois os seus líderes tiveram que pagar grandes indenizações para as vítimas dos seus atentados.

Atualmente, a KKK não é considerada uma organização, mas um coletivo de grupos independentes espalhados pelos EUA.

A partir dos anos 90, organizações neonazistas acabaram absorvendo ex-membros da KKK, tirando a força da entidade original.

Campanhas recentes da Ku Klux Klan tinham como alvo a imigração ilegal e as uniões civis homossexuais.
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Fonte: @ronaldohistoriador
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A casa de Manuel Bandeira na Rua do Curvelo (RJ) – por Marcus Prado.

Vem do governo alemão um exemplo raro de tributo à memória de um grande escritor. O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, (1956-) assumiu o compromisso de adquirir, para fins culturais, as casas onde o Nobel Thomas Mann havia morado, na Europa e nos EUA, e assim o fez e cumpriu a intenção. TM é autor de obras que hoje fazem parte do cânone da literatura universal, como os romances A Montanha Mágica e Os Buddenbrook e as novelas Morte em Veneza e Tonio Kröger. Até o casarão da mãe do escritor, a brasileira Julia Mann (1851-1923), em Paraty (Rio de Janeiro), fazia parte cimeira do projeto, mas a transação, infelizmente, não foi aceita por seu atual proprietário, o navegador Amyr Klink. (Ele estava fora do Brasil quando estive em Paraty para uma entrevista sobre o assunto, havia deixado o irmão, que me recebeu num café da manhã, enfatizando a intenção do Amyr não se desfazer da casa).

Escrevo para dizer e muito a lamentar que a casa da Rua do Curvelo, 53, bairro de Santa Teresa, do poeta pernambucano Manuel Bandeira, onde ele viveu os anos mais difíceis e paradoxalmente criativos de sua vida, foi demolida. Ali, ele viveu modestamente durante quase 15 anos, pobre, doente, só, sem emprego, por conta de um montepio deixado por seu pai, algo como um salário mínimo na época.

No artigo “O diário de Gilberto Freyre”, Antônio Carlos Villaça conta que Gilberto Freyre, quando em viagem ao Rio, em 1926, “foi visitar Manuel Bandeira na Rua do Curvelo, 51”, (…) “lindo lugar, mas casa de pobre”. Nos breves cômodos do poeta, era num quarto que recebia as visitas. Apenas uma janela servia como mediação entre o espaço interno e o espaço externo da rua. A vida como um rio que passava e poderia ser vista da janela, sob a proteção das paredes da casa. Uma certa paisagem construída de forma subjetiva por ele, realizada por meio de um sentimento que só a poesia sabe dizer. Era com o sotaque das suas origens que inventava o seu miradouro. Tenho para mim que nenhum poeta de nosso idioma como esse pernambucano teria visto de uma simples janela as coisas, os seres, o panorama da existência, o mundo, as alegrias e as dores, a poética do cotidiano e as coisas efêmeras, a paisagem construída pela memória, que convém aos momentos raros da vida.

Arthur Miller (1915-2005) teve a sua “ponte” para ver o mundo. Para Manuel Bandeira bastou uma janela, sobre a qual, recentemente, uma máquina de demolição por implosão reduziu a cinzas. Tudo na hora durou um instante, “rugiu como um furacão”, como no seu poema As Cinzas das Horas (1917).

Foi nessa casa onde ele, morando apenas de um quarto, (o aluguel era sublocado) sob impacto de imensa nostalgia do passado do seu tempo recifense distante, já tuberculoso, teve a ideia de fugir de tudo o que lhe atormentava e escreveria um dos seus mais belos poemas de exaltação a essa cidade: “Vou-me embora pra Pasárgada/Lá sou amigo do rei/ Lá tenho a mulher que eu quero/ Na cama que escolherei/ Vou-me embora pra Pasárgada”. Ele sempre confessava gostar desse poema, porque via nele “em escorço” toda a sua vida. Porque lhe parecia que nele soubera “transmitir a tantas outras pessoas a visão e promessa” da sua adolescência no Recife. Um poema que faz parte da sua melhor Antologia Poética, de todas as Antologias da melhor literatura brasileira contemporânea. Um poema como o de Carlos Drummond de Andrade (l902-1987), Os Ombros Suportam o Mundo, (Sentimento do Mundo) síntese de sua vida e do seu tempo. Só por esse poema, não bastasse o vulto humano de Manuel Bandeira, essa casa deveria ser tombada, que jamais permitissem a sua demolição.

Faço daqui um apelo ao prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, (que já tem um interessante projeto de restauro de imóveis antigos) para que, em parceria com a Academia Brasileira de Letras, da qual Bandeira foi integrante, mande colocar no que restou da velha casa de Manuel Bandeira, uma placa alusiva ao mais importante morador daquele bairro e que foi um dos mais cariocas, amorosamente cariocas, dos poetas do seu tempo. A casa que foi, também, durante muitos anos, de Rachel de Queiroz.

Marcus Prado – jornalista.

O massacre de Serra Pelada – por @historia_em_retalhos.

A mina de Serra Pelada, no Pará, ficou conhecida como o maior garimpo a céu aberto do mundo.

Aquele lugar, que remetia ao sonho de poder e fama, atraiu milhares de aventureiros, a partir do início da década de 80, compondo a imagem de um formigueiro humano, em um vaivém frenético, em busca da fortuna instantânea.

No auge da produção (1982/1986), cerca de 120 mil pessoas viveram em Serra Pelada.

Para trás, porém, ficou o legado de degradação ambiental, omissão do poder público, impunidade, miséria e violência.

Foram muitos os massacres naquela região (sendo impossível contabilizar o número de corpos), mas o mais sangrento deles aconteceu em 1987.

Naquele ano, a mobilização dos garimpeiros que reivindicavam caminhões e tratores para o rebaixamento da grande cava ganhou força em 27 de dezembro, quando uma enorme assembleia de trabalhadores foi realizada.

Parte deles, cerca de 4 mil, seguiu em transportes particulares até Marabá, coordenados por Jane Rezende, a primeira mulher líder de garimpo no Brasil.

Como não foram atendidos pelas autoridades do estado, interditaram o acesso à ponte sobre o Rio Tocantins, impossibilitando a passagem das locomotivas da Companhia Vale do Rio Doce, grande interessada na área.

A chacina ocorreu em 29 de dezembro.

Por volta das sete da noite, 500 homens da PM armados de fuzis e metralhadoras encurralaram os garimpeiros de um lado da ponte, enquanto a tropa do Exército fechou a outra cabeceira.

As vozes foram abafadas a tiros e bombas de gás lacrimogênio.

Dezenas tombaram ali mesmo.

Outros tiveram os corpos pisoteados por aqueles que tentaram escapar na escuridão.

Houve, ainda, aqueles que se jogaram do alto do vão central, de altura superior a 75m, caindo sobre pedras no leito do rio.

O número oficial de mortos e desaparecidos foi de 79 pessoas, mas se fala em até 133 vítimas.

A mesma estratégia da PM do Acre voltou a ser repetida, anos mais tarde, nos massacres de Eldorado dos Carajás (1996) e de Pau d’Arco (2017).
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FALECIMENTO DE CARLOS ASSIS – por Sosígenes Bittencourt.


A vida é feita de tempo e daquilo que fazemos com o tempo que temos. Ademais, morreremos. Contudo, uma vez vivos no mundo, não tem mais jeito, o jeito que tem é viver. Agora, amigo Carlos Assis, és detentor de um segredo só a ti revelado. Um dia, fostes como nós somos; um dia, seremos como tu és. E segue-se um mistério profundo, nunca mais retornaremos a este mundo.

Até breve! Requiescat in pace!

Sosígenes Bittencourt

Irmãs Mirabal – por @historia_em_retalhos.

Essas são as Irmãs Mirabal: Pátria, Minerva e Maria Teresa.

Essas três mulheres foram assassinadas, no dia 25 de novembro de 1960, pelas forças de repressão da ditadura do presidente dominicano Rafael Trujillo (1930-1961).

O fato culminou na criação do “Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher”, instituído pela ONU, na data da morte das irmãs.

Desde sempre, as três irmãs abraçaram a luta contra a ditadura de Trujillo como uma missão de vida.

Ao longo dos anos, foram presas, torturadas e violentadas, mas se recusaram a desistir da missão de restaurar a democracia e as liberdades de seu povo.

Enquanto estudava, Minerva descobriu que o pai de uma amiga havia sido morto por se opor ao regime.

Tal evento tornou-se um catalizador para a sua luta política.

O governo de Trujillo silenciava a oposição e caçava dissidentes, sendo marcado por corrupção e nepotismo.

As irmãs de Minerva, então, decidiram segui-la: primeiro, Maria Teresa.

Depois, Pátria, que aderiu após testemunhar um massacre durante um retiro religioso.

Unidas, Minerva, Maria Teresa e Pátria reuniram um grupo dissidentes e fundaram o “Movimento Revolucionário 14 de Junho”.

Em 25.11.1960, Pátria, Minerva e Maria Teresa estavam retornando para a província de Salcedo, quando foram abordadas por um grupo de homens de Trujillo.

As irmãs foram levadas para o meio do mato, onde foram estranguladas e espancadas até a morte.

Os corpos foram recolhidos e colocados nos jipes, na tentativa de fazer com que as suas mortes parecessem um acidente.

Estava claro que não fora um acidente e o assassinato das irmãs gerou uma enorme comoção no país e no mundo.

Neste ano, o CNJ liderou a campanha de “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”, relembrando a trajetória das Irmãs Mirabal.

Um aspecto importante: havia, ainda, uma quarta irmã, Dedé Mirabal.

Esta viveu até os 88 anos e criou a “Fundação Irmãs Mirabal”, para manter o legado de suas irmãs.

Dizia Dedé:

“Quando me perguntam o porquê de eu não ter sido assassinada, sempre respondo: para que eu pudesse contar a verdade”.

A quem interessar, recomendo “Las Mariposas: Hermanas Mirabal”. 🎥
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