Crise financeira e ilusões – por Sosígenes Bittencourt.

Quando eu ouço falar em crise financeira, só penso numa série de palestras que tratam de 3 ilusões extremamente eufóricas, mas que exigem limites: a paixão, o dinheiro e o poder. Observe o ensaio sobre as palestras, resumido por Renato Janine Ribeiro:

Vamos falar de pelo menos três ilusões: uma foi a dos valores vazios, que a crise depreciou, ao preço de inúmeras falências; outra é a do amor-paixão, que nos faz atribuir todas as perfeições a uma pessoa que, obviamente, não pode ser tanta coisa assim; e a ilusão do poder, que nos engana sobre os outros: quem manda sente vaidade, quem o cerca o bajula. Ora, nosso mundo não consegue um entusiasmo que não seja eufórico. Mas um entusiasmo assim é ilusório. É possível viver sem ilusões? Penso que não é mais esta a questão, e sim: É necessário viver com menos ilusões.

Mas, sobre a questão financeira, em rápidas pinceladas, Renato fala sobre “como que menos é mais e como que mais é menos”. E vira-se para a plateia, assegurando que muitos dos que ali estão, estariam gastando muito mais do que o necessário para sobreviver. Depois, que era preciso certas perdas, certos prejuízos, para uma retomada de vida mais consistente, onde o menos seria mais, depois que o mais passou a ser menos. Isso não só serve para a Europa, que vive uma crise, considerada por Delfim Neto como antiga, mas para as pessoas de um modo geral.

Econômico abraço!

Sosígenes Bittencourt

Jorge Costa: um antonense que não esquece sua terra!!!

Na qualidade de antonense que se aventurou e venceu em terras alhures sublinhamos nome do amigo Jorge Costa. Foi o conteúdo do nosso jornal eletrônico, apesar de pertencermos a gerações distintas – ele com 77 anos e eu com 51 – que proporcionou o nosso contato – inicialmente  eletrônico  e, posteriormente, pessoal.

Nosso primeiro contato físico, por assim dizer, aconteceu em setembro de 2017,  por ocasião da 2ª Festa da Saudade. Ele é um sujeito de bem com a vida. Atleta, dançarino e bem articulado no trato com as pessoas. O Jorge é do tipo de  camarada que ganha e  ocupa os espaços de maneira ecológica, ou seja: naturalmente.

Recentemente, após receber o vídeo oficial da 4ª Festa da Saudade, ocorrida no Clube Abanadores “ O Leão”, no último dia 24 de agosto, o mesmo me ligou para confirmar, juntamente com a sua esposa Ângela,  a  presença na 5ª Festa da Saudade, que acontecerá no próximo ano – em 22 de agosto de 2020.

Entre outras coisas, disse-me ele: “Pilako, reserve minha mesa!! Já me programei para viajar ao meu Pernambuco e para minha Vitória de Santo Antão  justamente no mês de agosto,   para poder participar dessa festa. Quero dar-lhe um abraço fraterno e rever os conterrâneos”.

Na oportunidade da ligação telefônica, aproveitei para agradecer sua animação e, sobretudo, pela sua disposição. Estampo aqui, mais uma vez, meu preito de gratidão ao casal amigo pela atenção de sempre!!!

Momento Cultural: APENAS SEU HERÓI – por Heitor Luiz Carneiro Acioli.

Minha querida, sei que não sou nenhum super herói, não possuo a força, a velocidade e a resistência do super-homem, tampouco sei usar habilidades sobrenaturais como as do professor astro. Também não posso ficar fixo em lugares impossíveis, nem lançar teias pelos meus dedos como o homem aranha. Não posso me transformar como o marciano a liga da justiça, mas espero que me permitas ser não o super-herói, mas apenas seu herói.

(Meus Jeito em Versos e Prosas –
Heitor Luiz Carneiro Acioli – pág. 04).

Acreditar – por Sosígenes Bittencourt.

Acreditar em Deus e na Imortalidade da Alma não faz mal a ninguém, é lucro certo. Fé não é acreditar em algo que você não vê, é acreditar em algo que você sabe. Eu não vejo o outro lado do mundo, mas sei que ele existe. É noite, mas creio na aurora. Sejamos otimistas, cultivemos bons pensamentos, boas ideias, para que os nossos sentimentos sejam bons. Amar o belo enche de beleza nosso coração. Sejamos sábios, buscando compreender o que somos para melhor percepção do que temos. Reciclemos o ódio e a inveja, posto que ódio e inveja são lixos mentais, sejamos garis de nossas emoções. Estudemos nossos desejos antes de buscar a concretização de nossos sonhos. Vamos juntos, a reciprocidade facilita a busca, funda a compreensão, educa para o amor.Pensemos no que pensamos, pois o sentido da vida está no que pensamos da vida.

Filosófico abraço!

Sosígenes Bittencourt

Desastre ambiental: um jogo de interesse que vai além da sujeira do óleo!!

Não sem sentido, nos primeiros séculos da primeira metade do milênio que se foi outro dia, havia a crença de que existia um “grande buraco” no “final” do mar e que “monstros marinhos” engoliam as  embarcação,  com gente e tudo que estivesse dentro, se os mesmos se aventurassem a desafiar o limite da linha da visão.  O tempo passou e aquilo que na história chamamos de período das “grandes navegações” mostrou que todo esse temor não passava de “verdades inventadas”.

Apenas a título de curiosidade realcemos, então,  que nesse início do século XXI, nos primeiros passos do terceiro milênio, por assim dizer, já estamos programando turismo em Marte mesmo sem conhecer o universo que existe no fundo dos oceanos.

Pois bem, nas últimas semanas fomos todos impactados pela notícia de mais um desastre ambiental. A bola da vez, por enquanto, estão sendo as praias do litoral nordestino. Além de toda questão relativa à sustentabilidade – tema central quando se fala em futuro  do planeta – para a nossa região  a faixa de areia, agregada ao tempo firme a ao mar quente, configura-se numa das maiores e mais importantes fonte de renda da população.

Diz um adágio popular: “na guerra do rochedo com o mar quem se lasca é caramujo”. Nessa questão, se bem observado, como quase tudo, o cidadão comum encontra-se num meio de um fogo cruzado de informação. Um jogo de interesse –  que só interessa aos políticos e aos negócios que os cercam – tem atrapalhado ainda mais à solução dessa problemática :

Primeiro: o governo federal e as forças armadas não querem admitir publicamente que somos vulneráveis,  no que se refere à “soberania territorial”. Ora!! Como é que não se sabe o que acontece nas águas brasileiras? Quantos navios entram e saem das nossas águas? Se já chegaram à conclusão de que o produto tem origem na Venezuela porque, então, não se questionar isso diretamente aos imputados? Tudo isso é muito estranho….

Segundo: diz repeito ao “terrorismo” veiculado na chamada grande imprensa para os riscos de contaminação aos que, voluntariamente, estão ajudando. Ora!! Tenho a absoluta certeza de que é muito mais barato distribuir equipamento de segurança para os voluntários fazerem o trabalho do que se contratar empresas especializadas para colocar a “mão na massa”. Até porque o serviço de limpeza é relativamente simples.

Parece-nos que os gestores das cidades atingidas, juntamente com os respectivos governadores,  estão querendo pegar no dinheiro federal – em caráter de urgência – para utiliza-lo de maneira menos rigorosa, em função da calamidade – algo já previsto na lei.

Nessa história, não existe santo. Com boa intenção, apenas os voluntários que,  de maneira altruísta, encontram bons motivos para mergulhas nessa cruzada ambiental. Pelo menos, estão fazendo a sua parte na tentativa de  deixar um mundo melhor para seus filhos netos…

Fim de Semana Cultural: PUNHADO DE TERRA (poesia) – Por Inam Albuquerque.

Pequena vila, grande cidade histórica
felizarda em nascer em solo tão gentil
pequeno grão de areia em mapa à retórica
madeira de foto, matas, rios – Brasil.

Com tabocas simples em montes lutamos
três raças unidas nos auxiliando, morrendo
liberdade se formando, nos irmanando
o porvir se fez com lutas, brilhando.

Cidadãos de elite: Aragão, Peixe, Holanda, Xavier
– Taboquinhas, Cana Verde, Boi Carrasco, Camelo e Leão
troças, maracatus tradicionais, e “ferve”
quem não te ama de todo coração?

Tapacurá – recreio de muita gente, infantil
tabocas onde o sangue banhou do Norte o Leão
engenhos, cultura, Diogo Braga, céu de anil
meu punhado de terra, Vitória de Santo Antão.

Inam Albuquerque

Poesia publicada no livro Antologia da Poesia Vitoriense – 1843 – 1992,
editado por Júlio Siqueira

Carta do meu avô a seus filhos – por Sosígenes Bittencourt.

Vitória de Santo Antão, 1 de Novembro de 1957.

Meus filhos Sóflocles, Sócrates e Simônides,

Sentindo-me irremediavelmente doente, peço-lhes, paternalmente, receber e cumprir os meus últimos conselhos. Procurem seguir, sempre, a diretriz da honra e do dever, procurando trabalhar, dignamente, em benefício próprio e da família. Auxiliem-se mutuamente, em caso de necessidade, vivendo em harmonia, unidos, pois a união é uma força indestrutível. Saibam, sempre, desculpar e perdoar ofensas. O perdão não humilha; ao contrário, dignifica. Ouçam os conselhos de sua mãe, a quem tudo devem. Os conselhos maternos devem ser ouvidos e acatados. Detestem bebidas alcoólicas. O álcool conduz ao crime e à miséria: é o maior inimigo da humanidade.

Seu pai,
Felippe Bittencourt

Sosígenes Bittencourt