Minha fantasia – por Sosígenes Bittencourt.

Minha fantasia é barata, porque é natural. Não precisa de patrocínio ou investimento, a natureza já se encarregou de me fantasiar. Embora, sem neto ainda, sou o avô das meninas, sobretudo das solteironas casadoras e separadas esperançosas. A música que canto nos ambientes por onde passo é a modinha de finado Capiba, MODELOS DE VERÃO.

Quanta mulher bonita
tem aqui neste salão
parece até desfile de modelos de verão
até as viuvinhas do artista James Dean
vieram incorporadas
hoje a noite está pra mim!
Eu daqui não saio,
eu não vou embora,
tanta mulher bonita
e minha mãe sem nora.

Sosígenes Bittencourt

Domingo de Carnaval em Vitória.

Música “DOMINGO DE CARNAVAL EM VITÓRIA” – Composta por Guilherme Pajé – voz Izaldo Silva. A música faz parte do CD VITÓRIA É TODA CARNAVAL – Sucessos do Carnaval da Vitória – produzido por Aldenisio Tavares e Cristiano Pilako para o carnaval de 2005, uma coletânea de músicas gravadas por blocos e clubes carnavalescos.

Domingo de Carnaval em Vitória – na voz de Izaldo Silva

Aldenisio Tavares. 

Em breve, a música nova da SAUDADE, homenageando os 70 anos do Instituto Histórico, estará na rua!!!

Sintonizando, há vários anos consecutivos, o tema carnavalesco da SAUDADE com uma comemoração marcante da nossa cidade, em 2020,  a “bola da  vez” será o nosso Instituto Histórico, em virtude da passagem do seu aniversário de 70 anos de fundação.

Assim sendo, na noite de ontem (06), juntamente com o produtor cultural Samuka, o compositor Aldenisio Tavares e o cantor Jack Farra participamos da gravação da nova música da SAUDADE –   alusiva ao tema 2020 –   ocorrida no SPG Studio.

Em breve, após os retoques necessários, a canção será divulgada. Para o momento, apenas uma “amostra grátis” do clima de alegria e entusiasmo de todos que lá estavam. Veja o vídeo.

CARNAVAL E CARNAVALIZAÇÃO – por Sosígenes Bittencourt.

Você pode brincar Carnaval, não pode carnavalizar a vida. Carnaval é uma festa, não é uma lei, é escolha, não é obrigação. Brincar Carnaval não significa impor seu ritmo, sua vontade à vontade dos outros, submeter os demais aos seus caprichos.

O Carnaval teve origem na Grécia, foi adotado pela Igreja Católica e popularizou-se na Europa sem nenhuma correlação com pornografia. Pornografia é desrespeito e sempre será. Você não pode extrapolar os limites de sua liberdade ao ponto de atropelar o direto do seu semelhante. Ninguém pode estar obrigado a ouvir tudo que você queira dizer ou fazer em qualquer lugar ou a qualquer momento. Sequer uma Música Clássica. Se você desfilasse tocando Bach ou Beethoven, não estaria cometendo uma pornografia, mas estaria obrigando o seu semelhante a ouvir aquilo que ele não queria.

Respeito ao próximo deve ser coisa ensinada na tenra idade e vivenciada no dia a dia. Respeito quando é imposto, mediante punição, é sinal de que as pessoas não foram educadas para respeitar. Por isso, tanta estranheza. Proibir pornografia não tem a ver com CENSURA, tem a ver com RESPEITO. Zelar pela educação das crianças é questão até de Saúde Pública.

É que a Imoralidade no Brasil foi dessubjetivada, passando a fazer parte de nossa cultura. Por isso, tanto arrepio mediante sua proibição.

Sosígenes Bittencourt

Histórias do Carnaval Antonense: o horário “maluco” dos Monges!!

De maneira original, a Agremiação Carnavalesca Companhia dos Monges em Folia alardeia que, na noite do sábado de Zé Pereira, precisamente,  às 21:32h terá inicio o seu desfile. Não existe nenhum registro, até agora, que o horário oficial não tenha sido “mais ou menos ”  cumprido.

 Essa peculiaridade, por assim dizer, surgiu logo no primeiro desfile da agremiação por sugestão do amigo Zé Carlos da Gráfica. Na cabeça do dele, que mais perece um papa-figo de antigamente, o horário seria uma  “jogada de marketing” para “chamar” a atenção dos foliões.

Dizia ele: “doido, com esse horário maluco todo mundo vai perguntar se vai sair na hora mesmo e também quem inventou essa besteira”. Resumo da ópera: até um relógio “gigante”, marcando a hora 21:32h,  a diretoria mandou confeccionar.

Alcimar soltou voz………

Mesmo em tempos carnavalescos não podemos perder a oportunidades de escutar e reverenciar uma das vozes mais talentosas da nossa terra. O forrozeiro Alcimar, comandante da Banda Nordestino do Forró, em recente encontro no Studio do amigo Samuka, soltou a voz para lembrar que as nossas raízes musicais tem espaço no coração do povo nordestino nos 365 dias do ano. Valeu Alcimar!!!

 

TEMPO DE MISERICÓRDIA – por Sosígenes Bittencourt.

De tanto botar o cavalo atrás, Trump terminou assassinando Soleimani. Diz que foi para acabar a guerra. Dá a impressão de que é mentira, foi para provocar mais guerra. Eu não sou religioso, mas Deus me livre que Deus não exista. Karl Marx dizia que “a Religião é o ópio do povo.”

É melhor ter a Religião como ópio do que acreditar em Donald Trump e Qasem Soleimani.
Se acreditar em Deus é estar iludido, acreditar nos Xerifes do mundo é a suprema desilusão. A desilusão é a inscrição do Portal do Inferno de Dante: “Ó, vós que aqui entrais, perdei toda esperança.” Não, a vida não pode ter o fim da Divina Comédia. Deus nos defenda!

Misericordioso abraço!

Sosígenes Bittencourt

Histórias do Carnaval Antonense: O dia em que O LEÃO foi enterrado pelo CAMELO.

Sempre que tenho oportunidade de falar, repito: não sou velho, mas carnavalescamente falando vivi o restinho de tudo aquilo que hoje só habita nas paredes da memória dos mais velhos. Vivi o mela-mela, o corso –  com suas “batidas” automobilísticas, as disputas das orquestras, os belíssimos carros alegóricos, os animados bailes de sede, os concorridos ensaios de rua na Pitú-lanches, as comissões com livro de ouro debaixo do braço e porque não dizer, entre outras coisas: o restinho da rivalidade entre LEÃO e o Camelo.

Deixei, a propósito, o tema RIVALIDADE por último, para justamente, narrar um acontecimento, ocorrido na terça-feira de carnaval 1991, onde nós, “camelistas” liderado pelo então Presidente Joel Neto, protagonizamos cenas de um carnaval, cujo o “oxigênio”, como já falei, se socorria na RIVALIDADE.

Muito bem, vamos à história:

Ano de 1991, noite de terça-feira de carnaval. Ao chegar, por volta das 19h na sede do Clube Vassouras “O CAMELO”, juntei-me aos companheiros da jovem diretoria e fui logo  recebendo o recado: “Joel Neto quer falar com a gente, ele tá aí com uma novidade”.

Naquela ocasião os “coroas” do Camelo, presentes ao desfile foram: Elias Ramalho, Dodó da Gamela, Berilo, Miro Caboclo e “jogando” no time intermediário (meia idade”) Joel Neto. Os mais jovens eram: Fernando, Puã, Alexandre da Gamela, Edalvo, Léo, Murilo, Mano do Cartório, Clodoaldo, Silvio de Velho da Pitú e Eu.

Pois bem, naquele ano, salve engano, estava completando uma sequência de três anos, consecutivos sem o desfile do Leão no carnaval da Vitória. Joel Neto, que ainda gosta da “cachorrada”, aproveitando essa “turma Jovem” e empolgada, disse que só iríamos saber da novidade quando chegássemos na casa de Miro Caboclo, localizada na Rua Imperial (Matriz).

Durante o percurso, o nível de ansiedade da turma jovem só fez aumentar, todos se perguntavam: “que “diabo” de novidade é essa que Joel Neto tem para nos contar?”

Em certo momento, fomos convidados a entrar na casa de seu Miro, lá,  tomamos cada qual umas três lapadas de uísque e,  só assim, a tal novidade foi revelada.

Joel Neto tinha mandado confeccionar uns roupões pretos com desenhos e máscaras de caveiras e uma pequena  alegoria, para ser carregada nas mãos, que revelava a figura de um LEÃO –  feio e fraco –  quase morto.

Assim sendo, quando saímos da casa de seu Miro, fantasiados de CAVEIRAS, carregando nos braços aquele LEÃO quase morto, a “galera” do Camelo foi ao delírio e  o desfile ganhou uma nova empolgação. Assista o vídeo:

Após contornamos a Praça da Matriz, propositadamente,  paramos em frente a sede do  Clube Abanadores o LEÃO, ao som de  uma marchas fúnebre,  e fizemos o enterro simbólico do Clube Abanadores O LEÃO. Em certo momento algumas pessoas, mais empolgadas, começaram a chutar a porta do clube. Nesse instante, Joel Neto, com sua autoridade de presidente, controlou a situação.

Saímos,  então, “cantando vitória” no retorno a nossa sede, localizada no bairro do Livramento e,  até chegar lá, o pau cantou em cima da “alegoria” do Leão quase morto.

Uma semana depois do enterro simbólico, quando passei pela calçada da casa do senhor Zé Lourenço,  na Matriz,  torcedor “fervoroso” do Clube Abanadores O Leão,  disse-me ele: “filho de Zito, vem cá. Eu vi você chutando a porta do Leão, vou dize a seu pai, ele não vai gostar de saber disso não viu!!”.

Bem, confesso que fiquei meio “cabreiro”. Mas, caso papai viesse a me reclamar, a resposta já estaria  na ponta da língua: “foi Joel Neto que inventou tudo isso”.

Pelo sim, pelo não, acho que seu Zé Lourenço falou com papai, mas como Seu Zito Mariano era  CAMELO de coração, no fundo, no fundo, acho até que ele tenha  gostado da nossa, digamos assim, transgressão carnavalesca. Histórias do carnaval……..