
Inauguração da Vila Cohab – ano não registrado – entre outros o prefeito Nô Joaquim – arquivo do Instituto Histórico.


Inauguração da Vila Cohab – ano não registrado – entre outros o prefeito Nô Joaquim – arquivo do Instituto Histórico.


Esta é Zuleika Angel Jones, estilista brasileira que ganhou fama internacional por sua costura, ficando conhecida como Zuzu Angel.
No ano de 1971, o Brasil vivia o ciclo chamado “Anos de Chumbo” e a vida de Zuzu sofreu uma reviravolta.
O seu filho Stuart foi sequestrado e nunca mais visto.
Zuzu recebeu o relato de pessoas que viram a prisão, tortura e morte de Stuart e passou a denunciar no exterior as circunstâncias do assassinato de seu filho.
Usou da projeção alcançada por seus desfiles para fazer com que as denúncias chegassem à imprensa estrangeira, contribuindo para o desgaste da ditadura nacional.
A partir de 1975, começou a ser mais monitorada e a receber ameaças de morte.
Cerca de um ano depois, em 14 de abril de 1976, Zuzu faleceu, aos 53 anos, vítima de acidente automobilístico.
A versão oficial foi a de que o carro teria saído da pista e batido no viaduto, tudo confirmado pelo médico, à época.
Chegou-se a divulgar que a estilista teria ingerido bebida alcoólica, havia dormido ao volante ou que o carro teria problemas mecânicos.
A partir da análise no corpo de Zuzu, em 1996, e da reunião de testemunhos importantes, como o de Lourdes Lemos, que comprovou a revisão de seu veículo, bem assim o de Marcos Pires, que viu o acidente da janela de seu apartamento, as coisas começaram a mudar.
Uma das principais provas foi produzida pela CNV, no depoimento do ex-delegado Cláudio Guerra, no qual o agente identificou a presença do coronel do Exército Freddie Perdigão e afirmou ter ouvido do próprio Perdigão que ele havia participado do atentado que vitimou Zuzu.
Na verdade, o carro de Zuzu foi encurralado na saída do túnel Dois Irmãos, o que provocou a colisão contra a proteção do viaduto, fazendo com que o automóvel despencasse do barranco.
Pouco antes de falecer, a estilista enviou uma carta ao amigo Chico Buarque, na qual dizia:
“Se eu aparecer morta por acidente, ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho”.
Chico enviou 60 cópias dessa carta à imprensa, mas nada foi publicado.
Fica a certeza: a pior das violências será sempre aquela praticada pelo próprio Estado.
#ditaduranuncamais
.
.
Siga: @historia_em_retalhos
https://www.instagram.com/p/DIbC_g5xoia/?igsh=MXIzaGE4YXMydzVoZg%3D%3D



Os afetos podem tudo, mas os afetos não podem tudo. Por quê? Porque os afetos movem nossas ações, mas nossas ações esbarram em limites. O inteligente não é livrar-se do afeto, é preservá-lo, admitindo os limites. Os limites são exatamente para a preservação dos afetos.
Afetuoso abraço!
Sosígenes Bittencourt


Organizado por um grupo de torcedores apaixonados pelo Sport Clube do Recife, no domingo (13), “o carnaval do Sport” ganhou as ruas da nossa cidade, para comemorar mais um título de “Campeão Pernambucano”. Em 2025 chegou para sua 45ª conquista.
Após concentrar no bairro do Livramento, com comes e bebes, seguiram, “puxados” pelo Trio Pileque II, que garantiu a folia, animados por várias atrações locais. Na ocasião da passagem pelo Pátio da Matriz, realizamos um pequeno registro. Veja o vídeo:


Este é Carlos Alexandre Azevedo, o prisioneiro político mais jovem a ter sofrido tortura física durante a ditadura militar no Brasil.
Prepare o seu estômago.
Carlos tinha apenas 1 ano e 8 meses quando foi trancafiado na sede do DEOPS, em São Paulo.
Seus pais, o jornalista e cientista político Dermi Azevedo (foto inferior) e a pedagoga Darcy Azevedo, eram acusados pelo regime de dar guarida a militantes de esquerda ligados à ala progressista da Igreja Católica.
O bebê foi capturado no dia 15 de janeiro de 1974, quando estava sob os cuidados de uma babá.
O seu pai já estava preso desde a madrugada do dia 14, quando a equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury chegou à casa em que a sua mãe estava abrigada, em São Bernardo do Campo, levando o bebê.
Os policiais derrubaram a porta e um deles, irritado com o choro do menino, que ainda não havia sido alimentado, atirou-o ao chão, provocando ferimentos em sua cabeça.
No DEOPS, Carlos ficou nas mãos do torturador Sérgio Fleury.
Foi torturado com pancadas e choques elétricos na frente da mãe, para fazê-la falar, passando mais de quinze horas sofrendo as sevícias da tortura.
Ainda menino, sofria alucinações nas quais ouvia o som dos trens que trafegavam na linha ferroviária atrás da sede do DEOPS, onde foi torturado.
O trauma trazido da infância deixou sequelas psicológicas que ele carregou pelo resto da sua vida.
Em 2010, o Estado finalmente o reconheceu como uma vítima da ditadura.
Na época, em entrevista à revista IstoÉ, ele revelou sofrer de depressão e de fobia social crônica, que trazia desde a infância.
Preso aos antidepressivos e antipsicóticos, o mais jovem torturado do Brasil vivia recluso, sem amigos, nem emprego.
Atordoado e sem prumo, suicidou-se em 2013, aos 40 anos de idade.
Ditadura mata.
E não pense que isso não seria problema seu porque acontecia apenas com “pessoas de esquerda”.
Muitas pessoas eram torturadas para dar informações sobre alguém que eventualmente conheceu, mesmo não tendo nenhuma atuação política.
A quem interessar, recomendo o livro “Travessias torturadas”, de Dermi Azevedo.
Um bom sábado, gente.
.
Siga: @historia_em_retalhos
https://www.instagram.com/p/DIWI1pUxPIs/?igsh=ejQ1MTdkMmV0cm55



O dia 5 de novembro de 1866 surgia em nossa cidade o primeiro jornal, “O Vitoriense”. Seu criador, Antão Borges. Filho de Paulo Borges Alves e de Antônia Borges Cunha, nasceu o menino Antão em setembro de 1844. Remarque-se que Antão tinha quinze anos por ocasião da visita da Família Imperial. Essa visita marcou seu espírito.
É lugar comum os biógrafos afirmarem que seus biografados eram alunos dedicados, inteligentes, que tinham pendores pelas artes e a que a veia poética aflorava em todos seus escritos.
Com Antão Borges, não quero cair nesse lugar comum. Antão Borges provou seu amor às letras, quando ainda jovem, já casado, com apenas 22 anos, juntou uns trocados e partiu para Recife para as compras.
O que pretendia comprar aquele jovem?
Compras, nada comum, a um jovem de sua idade e de sua época, que procuraria por uma cartola, uma bengala de marfim, um broche de ouro para gravata, sapatos italianos, lenços de seda…
E que compras tão curiosas foram essas?
Uma impressora e tipos tipográficos. Seu sonho de adolescente tomava forma, imprimir um jornal. Um jornal com oficina própria, independente. A estrada de ferro ainda não existia. Tudo transportado em lombo de burro.
No dia 5 de novembro de 1866 fazia Antão Borges circular na Vitória “O Vitoriense”. Seu pequeno jornal era um semanário noticioso e comercial, custando a assinatura anual 12 contos de reis. Em 1870 substituiu “O Vitoriense” pelo “Correio de Santo Antão” que permaneceu no prelo até 1875. No ano seguinte voltou a imprimir “O Vitoriense”. Sua edição foi interrompida com a partida de Antão Borges, em 1878, para Glória do Goitá, onde foi exercer o cargo de Tabelião Público. Quando ainda residente na Vitória ocupou uma cadeira na Câmara Municipal pelo Partido Liberal.
Na cidade da Glória do Goitá continuou sua lida jornalística. Tratou de montar sua pequena tipografia e publicou no dia 8 de fevereiro de 1879 “O Goitaense”, primeiro jornal da cidade, periódico imparcial que tinha como um dos seus objetivos alfabetizar a população. Do seu casamento com Antônia Donata teve vários filhos, entre eles o coronel Antão Borges Júnior, coletor fiscal e prefeito da Glória do Goitá nos anos 1920-1924.
Antão Borges, o bravo vitoriense, falecido em agosto de 1918, na cidade da Glória do Goitá, deixou-nos um magnífico legado. Só os iniciados na cultura vitoriense têm a sensibilidade de conhecer o extraordinário trabalho realizado por Antão Borges Alves e os benefícios à cultura vitoriense, atrelados à criação do “O Vitoriense”.
Pedro Ferrer – presidente do IHGVSA.



Rua Dr. José Augusto (hoje, próximo da APAMI) – vista parcial do bairro do Cuzcuz – ano não registrado.


Foi na Escola Municipal Manoel Fortunato, à época, funcionando na Rua Primitivo de Miranda, que a então jovem Jadenise Macêdo, na qualidade de professora, pisou numa sala de aula pela primeira vez.
Esses primeiros passos, que mudou a sua vida para sempre, ocorreram em 09 de abril de 1965, há exatos 60 anos.
Competente, aplicada e determinada, a mesma trilhou carreira exitosa no mundo da educação. Como se diz na linguagem popular: “fez de um tudo”. Atuou nas mais diversas engrenagens do magistério: ensino primário, secundário e superior. Também atuou na área administrativa. Na área privada, empreendeu e venceu. Sempre com os pés fincados na arte do educar.
O tempo passou e o nome profissional incorporou ao pessoal – “Professora Jadenise”. Hoje, nos parece ser tão apropriado que chegamos a pensar que a grafia profissional “consta”, desde sempre, em sua certidão de nascimento.
A professora Jadenise Macêdo é um exemplo a ser seguido por todas as pessoas que sonham em trilhar uma carreira de sucesso no magistério.
Portanto, hoje, 09 de abril de 2025, marca a passagem dos 60 anos do ponto de partida da sua vida dedicada à educação.
Assim sendo, destacamos um pouco da sua trajetória no nosso Projeto Cultural/Esportivo – Corrida Com História. E para finalizar, não seria nenhum exagero ratificar: Professora Jadenise Macêdo se configura num verdadeiro Patrimônio Vivo da Educação Antonense.
Veja o vídeo aqui:https://youtube.com/shorts/qkyMu1cHnFc?si=Pap5t9I2xPHWZwtS


Reproduzido do acervo pessoal de Luís Boaventura de Andrade, enviado pelo amigo Helder Sóstenes.


Isso foi no tempo que se atacava fralda com broche. Depois, lavava-se a fralda com Sabão Jabacó, pendurava no arame e passava a ferro de carvão.
Uma vez, um professor exigente sentou-se num restaurante pertinho da Mesbla, em Recife, e pediu uma Brahma Chopp, estupidamente gelada, e dois ovos cozidos. A garçonete, recém-contratada, querendo mostrar bom atendimento, logo perguntou: – O senhor usa sal nos ovos?
Aí, o professor, insuportavelmente, caxias, implicou: – Não, garota, uso Talco Johnson.
O castigo pelo desaforo foi ter que deglutir os ovos sem sal e perder a garçonete de vista.
Sosígenes Bittencourt


Encerramento das Inscrições – 4ª Corrida e Caminhada da Vitória
As inscrições para a 4ª edição da Corrida e Caminhada da Vitória estão oficialmente encerradas!
Queremos agradecer a todos que se inscreveram e confiaram no nosso evento! Muito obrigado pela confiança e apoio!
É uma alegria ver Vitória de Santo Antão se movimentando com tanta energia e disposição!
Nos encontramos no dia 27 de abril para celebrar, juntos, esse momento especial!
Preparem-se para um dia de muita saúde, esporte e superação!
Até lá!
Organização da Corrida da Vitória

Isso foi no tempo da lancheira. Se levássemos pão com banana e uma garrafinha d’água, o pão era de trigo sem bromato de potássio, a banana sem agrotóxico, e a água, potável. Manteiga Turvo era comida de luxo. Ovo de galinha séria e leite de vaca decente. Nunca mais eu vi um maracujá-açu nem uma laranja-de-umbigo.
Antigamente, um pão com manteiga satisfazia; hoje, come-se um boi, e a barriga vazia. Havia paz, havia digestão, as horas eram silenciosas, as tardes calmas. e o corpo nutria-se da alma.
A minha memória olfativa pode reproduzir o cheiro dessa lancheira. A lancheira não tinha pilha, não falava nem acendia uma luzinha. Nós é que a iluminávamos com nossa poesia. Isso foi no tempo que menino brincava com o brinquedo, não via o brinquedo brincar.
Reminiscente abraço!
Sosígenes Bittencourt



Vista panorâmica da Vitória – parte central – DO ALTO DO RESERVATÓRIO – ao fundo, no canto esquerdo, Igreja da Matriz de Santo Antão . Ano não registrado.


Aconteceu na manhã do domingo (06), em sua sede, localizada no bairro da Matriz, mais uma reunião da AVLAC – Academia Vitoriense de Letras, Artes e Ciência. Na ocasião, o presidente da instituição, professor Serafim Lemos, anunciou, entre outras informações, a programação da defesa acadêmica dos membros da entidade.
Em seguida, os acadêmicos presentes usaram da palavra para realçar trabalhos e conteúdos envolvendo as letras e as artes.


O ano era 1977.
Naquela década de 1970, o ator Mário Gomes, à época com 24 anos, despontava como um galã promissor nas telenovelas brasileiras.
Um fato, porém, marcou para sempre a sua carreira.
Em março de 1977, circulou na imprensa a notícia de que o artista havia sido internado em um hospital com uma cenoura entalada em seu ânus.
O fato jamais aconteceu, mas foi capaz de causar um estrago enorme na carreira do ator, que nunca mais conseguiu dissociar a sua imagem do episódio da cenoura.
Por onde andava, Mário era alvo de chacotas, sendo chamado de “cenourinha”, “pernalonga” etc.
Segundo o próprio ator declarara ao podcast “Cara a Tapa”, a informação foi espalhada pelo diretor de TV Daniel Filho, que queria manchar a sua imagem após Mário engatar um namoro com Betty Faria, a qual acabara de se separar de Daniel para assumir o romance com Mário.
O real motivo, portanto, foi ciúme.
Daniel Filho jamais se pronunciou sobre o assunto.
“Tentaram me matar, me tirar de cena”, afirmou Mário Gomes.
De fato, não é de hoje que mentiras e desinformações maldosas são capazes de causar estragos de proporções incalculáveis.
.
.
Siga: @historia_em_retalhos
https://www.instagram.com/p/DIGhKPOx2wg/?igsh=cGNkODZxNXp5d3h1
