Momento Cultural: Bolso de Menino – por ALBERTINA MACIEL DE LAGOS

Profª Albertina Maciel de Lagos

(Jogralizado para o “Dia da Criança” por uma comissão de professores da Secretaria de Educação e Cultura)

– Olá, meu petiz, peralta vadio
esculte uma cousa, chegue-se a mim…
– Por que está a enumerar
e, cuidadoso a guardar
tanta bugiganga
no seu bolso de “menino levado”,
que só faz diabruras
de ninguém poder mais suportar?
esvazie o seu bolso.
Quero ver
o que, com tanto egoísmo
colecionou
e nele guardou!
– O gente!…
o senhor é fiscal
para me “correr”?
não fiz nenhum mal
para assim proceder.
– Não, meu petiz,
apenas quis
que você mostrasse os brinquedos
que o seu bolso contém,
porque fazendo,
recordo, agora,
o tempo de outrora
quando, como você
era eu menino, também.
– Não se zangue, por isso, amiguinho,
é, com ansiedade
que, movido pela Saudade,
quer ver, se os brinquedos seus
são iguaizinhos aos que foram meus.
– pois bem, velho amigo do papai,
ser feita, agorinha, vai
a sua vontade…
e, aqui, em suas mãos,
o meu bolso de menino
tão traquino,
recheiado de brinquedos
que, só pra você, vou contar
e enumerar

1º) Repare bem: um bonito pinhão
que jogo, sem canseira,
com afiada ponteira, (joga o pinhão)…
e que, de tanto rodar e zunir (apara-o),
fazendo: zum… um… um… um!
parece até dormir,
e, como gente, sonhar, sonhar!

2º) A atiradeira!…
Chi!… com um seixinho
marco o alvo tão certinho
que na escapa
num tremendo: “bateu, morreu! (atira)

3º brinquedo, meu velho
bolinhas de gude!…
ah! nem é bom falar
nas frequentes jogadas
nas calçadas! (joga um instante)

4º) Agora vem o realejo!…
outro brinquedo não vejo,
mais divertido,
que faça sambar
e até rebolar
a meninada
desenfreiada! (toca e samba)

5º) tampinhas de garrafas!…
Com elas faço rodas de carrinhos
que se põem a locomover
em disparada a correr (mostra e movimenta um)
6º) brinquedo: – caixa de fósforos para acender
(acende depressa um fósforo)
– Um perigo!… (grita a mamãe
Com fogo, menino, não se deve brincar
porque um incêndio pode lavrar!

7º) Agora é a vez do apito!…
Lá, em casa, fica tudo taciturno
quando, imitando o Guarda Noturno,
resolvo, então,
sem a devida licença esperar,
apitar, apitar, apitar, assim: (apita forte)
(Continuando a esvaziar o bolso):
– “O restinho nada vale”
filme quebrado
ponta de lápis,
caixa vazia…
– Pronto! Eis, meu amigo,
um bolso recheiadinho
de menino levadinho!
– Então, ficou satisfeito?…
– Mas… que vejo?!… Que é isto?!…
Por que, meu amigo está chorando…
e as lágrimas, assim, enxugando?!…
– E que, também, fui criança,
e, não me sai da lembrança
o tempo que,
como você,
meu petiz,
fui puro, bom,
alegre e feliz!
(SILENTE QUIETUDE – ALBERTINA MACIEL DE LAGOS – pág. 45 a 47).

O Tempo Voa: Peleda entre amigos

Arquivo Joel Neto

Joel Neto Carneiro Ou turma boa quantos momentos especiais amiga Maria Das Graças Arruda da Silva estes que estão de pé na foto da esquerda para direita Edmundo,Jaiminho, Amauri, Paulo Coelho, Humberto,Joel Neto,Ritinha e Valdemar Lino Chaves, na parte de baixo o primeiro não lembro o nome,logo depois Rinaldo,Fernando Freire, Roberto Sotero,Constantino Maranhão e Jorge.