ORA PRO NOBIS – por Sosígenes Bittencourt.

A Paróquia de Santo Antão, na Terra da heroína Mariana Amália, pastorada pelo menino do fotógrafo Sebastião Verçosa, Pediatra, Dr. Fernando Verçosa, esbanjando mira, perante a Domus Dei, imponente, circunspecta, vitalizada, pelo manto clarividente da luminosidade alva, no Pátio da Matriz, em Vitória de Santo Antão, PE.
Ora pro nobis!
Sosígenes Bittencourt

PROCRASTINAÇÃO – por Sosígenes Bittencourt.

O que levaria um juiz a amolegar um Processo de um miserável, anos a fio, à espera de um advogado cujo réu não pode contratar?

Eu testemunhei o sofrimento de um ajudante de pedreiro que foi preso, espancado e comeu dois anos de cadeia, acusado de participar do roubo de uma moto, comprovadamente, inocente. Depois que foi solto por uma advogada que se compadeceu do seu lamentável estado, a vítima da (in)Justiça teve receio de entrar com pedido de indenização, acreditando que iria ser executado. Uma imoralidade!

O filosofo grego Platão afirmava que “O Processo é a mais excelente das tragédias.” Ou seja, porque se dedica mais às formalidades do que aos aspectos substantivos, promovendo a infame longevidade.
Procrastinado abraço!

Sosígenes Bittencourt

EU E LINDA BLAIR – por Sosígenes Bittencourt.

Linda Blair foi a menina mais bonita que eu vi no cinema. Transformaram-na na menina mais feia que eu vi no cinema.

Passei noites me acordando, mais impressionado com a sua beleza do que com a feiura da personagem.

Linda foi a mais linda assombração que me assustou.

Esta é a atriz de cinema Linda Blair. De tão linda, eu a desejaria até endemoniada.

Meu Deus me perdoe!

Sosígenes Bittencourt

E POR FALAR EM TRISTEZA – por Sosígenes Bittencourt.

Eu sou meio ruim de tristeza. Pelo contrário, carrego uma certa alegria n’alma que, muitas vezes, confundem com falta de seriedade. Porque o importante não é a tristeza que você sente, mas o que você pode fazer com a tristeza que sente. Tristeza longa, duradoura é depressão. É caso clínico. Eu prefiro a tristeza que é caso cínico. Dizia, o dramaturgo Nelson Rodrigues, que “não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos.”

Por exemplo, a tristeza, para mim, é motivo de literatura. Eu recebi um grande conselho do poeta alemão Wolfgang Goethe: Faz da tua dor um poema, e ela será suavizada.

Sosígenes Bittencourt

PAPEL DE ESCRITOR – por Sosigenes Bittencourt.

Escrever é um ato que se pratica sozinho, porém jamais solitário.
Todo ato intelectual é povoado daquilo que povoa a vida, do mito mistério que povoa o mundo.
O escritor vive escrevendo.
O escritor morre escrevendo.
Até quando dorme, sonha escrevendo.
Um olho aberto e outro fechado,
uma folha de papel e uma caneta ao lado.
Assim, anda vivendo,
Assim, vive andando,
meio sonhando, meio acordado.
Sosigenes Bittencourt

PENSANDO NA PRAÇA – por Sosígenes Bittencourt.

Este é o milênio da Solidariedade.
ou seremos soli(D)ários,
ou seremos soli(T)ários.

Deus fez o MUNDO para o homem viver,
o homem não entendeu, fez o IMUNDO.

Sem comédia, o homem sucumbe à TRAGÉDIA.
Com comédia, a tragédia vira TRAGICOMÉDIA.

Cuidar-se para achar-se belo é AUTOESTIMA.
Cuidar-se para ser achado belo é VAIDADE.
A Autoestima depende de nós.
A Vaidade depende dos outros.

Paixão é sentimento abdominal,
o cérebro não dá opinião.
Paixão é safadeza carnal,
abomina a intromissão da razão.

Sosígenes Bittencourt

NO TEMPO DE MINHA MOCIDADE – por Sosígenes Bittencourt.

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Período em que morei na Rua Martins Júnior, n° 40, popularmente conhecida como Rua de Otoni, Bairro da Matriz, em Vitória de Santo Antão.
Professor no Colégio Nossa Senhora da Graça, por indicação de prof. Pedro Moura, a convite de Madre Tarcísia, Dalka Pitanga de Mesquita.
Professor no Colégio Municipal 3 de Agosto, por indicação do Dr. Ubirajara Carneiro da Cunha, a convite do Bel. Mário Bezerra da Silva.
Cadeiras: Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Técnica de Redação.
Estudante na Escola Agrotécnica de Barreiros.
Estudante de Direito na Universidade Católica de Pernambuco.
Funcionário Público do INPS, por Concurso Público.
Criador da Revista Fragmentos.
Copydesk da Vitória Link, Provedor da Internet na cidade, a convite de Dr. Geraldo Guerra.
Atualmente, aposentado, cronista, memorialista e “conversólogo”.
Conselho: Leia em forma de oração. Sem leitura, não há salvação.
Sosígenes Bittencourt

A FELICIDADE – por Sosígenes Bittencourt.


A felicidade não é um grande evento que irá acontecer um dia. A felicidade é feita de momentos felizes. Portanto, a felicidade pode ser a qualquer momento, em qualquer lugar.

É ilusório pensar que trabalhamos a semana inteira para sermos felizes no domingo. A felicidade é uma alegria, uma emoção, um entusiasmo, logo, você não poderá ser feliz, a todo instante, senão você não perceberia a felicidade. Só existe felicidade porque existe ausência de felicidade, é a ausência que destaca sua presença.
Feliz Dia! Um abraço!

Sosígenes Bittencourt

MORTONAUTA – por Sosígenes Bittencourt.

Não só saber viver, mas saber morrer também é uma arte. Em Vitória de Santo Antão, tinha um sujeito tão pirangueiro que, ao falecer, a esposa resolveu dar-lhe um sepultamento digno de suas economias, comprando-lhe um suntuoso caixão. Quando o falecido ia, ali, pela antiga Rua da Paz, a bordo de sua urna funerária, resolveu recobrar os sentidos:

– Quanto custou este caixão, fulana? – perguntou a sua inconsolável esposa.
– Custou tantos e quantos, meu querido – respondeu-lhe, temerosa.
Aí, o ressuscitado “remorreu” para século sem fim, amém.

Sosígenes Bittencourt

Dra. ANA VERUSA CUNHA DE SOUSA – por Sosígenes Bittencourt.

(Parabenizando-a pelo transcurso de mais uma data natalícia)
Conheci-a no oitão da Igreja Matriz de Santo Antão, eventualmente, num Domingo, à noite, apropriado teatro para sua vocação religiosa, sua catolicidade teórica e praticante.
Animada, fluente na conversa, dissertava sobre assuntos mais diversos e manifestava o interesse por variedades, como tocar piano, falar duas línguas neolatinas: francês e italiano – e uma anglo-saxônica: inglês. Colecionadora de antiguidades, também versejava, embora não revelasse interesse de editar livro até então.
Na correnteza esperta do tempo, como no dizer do poeta Drummond, fomos consolidando amizade, fundada na preocupação intelectual com o Universo.

Pouco poderia imaginar que, lá adiante, tanto iria precisar de seus saberes científicos, médicos, como especializada em Endocrinologia, não obstante experiente em Clínica Geral, resgatando-me o ombro de uma dolorosa bursite e a vida do acometimento da Covid-19. Diagnóstico e medicação sem pestanejar, lépida, despachada, e combate efetivo das enfermidades. Uma eficiência, acendrada no conhecimento, adquirido com a aplicação da inteligência, ressaltando-lhe a Sabedoria. Como diziam os gregos: A Inteligência é uma faculdade humana, cuja virtude é a Sabedoria (Sofia).

Por tudo exposto, já não era sem tempo, manifestar o meu agradecimento pelas dádivas e fazê-lo em nome de minha cidade, pelo resgate de tantas vidas, ora acorrentadas a doenças, ora no limiar da morte, durante 16 anos e 11 meses de medicina horária, assídua em Vitória de Santo Antão.

Palmas e muito obrigado!
Muito obrigado!

Sosígenes Bittencourt

ENCONTRO CASUAL GRAMATICAL – por Sosígenes Bittencourt.

(Há 5 anos)
13 de novembro de 2019.

Encontrei-me, casualmente, com o curioso amigo Cristiano Pilako, na avenida 15 de novembro, em Vitória de Santo Antão, ladeado por minhas mãe, Damariz, e tia Ricardina, quando fui interpelado sobre uma dúvida na área da Língua Portuguesa.

Na realidade, a pergunta era a seguinte: quando se deveria usar “tem de” e “tem que”.
O uso correto, desde antigamente, é “tem de”, porque o “que” refere-se a um termo anterior, é pronome relativo. Como no exemplo: É possível que você tenha que me emprestar o carro hoje. (Observe que “tenha que” refere-se ao termo anterior “você” e indica uma possibilidade.)

Já, na oração, “A Prefeitura teve de indenizar os garis” – observe que “teve de” refere-se a um termo posterior “os garis” e indica obrigatoriedade ou necessidade. Compreende?

Agora, por causa do uso coloquial do “tem que”, praticado como uma anomalia gramatical prepositiva, foi absorvido como normal, não causando demérito a quem usa nem reprovando o incauto usuário.

Sosígenes Bittencourt

 

MOMENTO NA PIZZARIA CHAPLIN – Sosígenes Bittencourt.

(Há 12 anos)
Um dia, me perguntaram o que eu achava do FUTURO. Ao que respondi: – Só há um remédio para o futuro: a esperança.
– E o PASSADO, professor: – O passado pertence à memória, passado é sinônimo de lembrança.
– E o PRESENTE, amado mestre?
– O presente deve ser confeccionado com cuidado, para não termos que sofrer com sua recordação.
(A Pizzaria Chaplin era de propriedade de Maria Selma de Lima, a menina de Tracunhaém.)
Sosígenes Bittencourt

CASO DE NÃO SE CASAR – por Sosígenes Bittencourt.

Por que o senhor não se casou ainda?
Medo de ter que fazer feira e levar menino pra parque de diversão.

Por que o senhor não se casou ainda?
Porque só caso por amor.
E o senhor nunca amou?
Amei.
E por que não se casou?
Amei pouco.

Por que o senhor não se casou ainda?
Por ouvir conselho de quem se casou.

Por que o senhor não se casou ainda?
Porque já estou ficando velho.
E por que não se casou quando estava novo?
Era muito novo naquela época.

Por que o senhor não se casou ainda?
Por causa das outras.
Que outras?
Caso com uma? E as outras?

Sosígenes Bittencourt

PITACO ESPORTIVO – Sosígenes Bittencourt.

O Sport pisou na bola contra o América Mineiro. Deveria ter ingressado com todo o quadro titular disponível. Tanto que, só fez um gol quando os melhores vieram do banco para dar maior eficiência ao ataque, porém já era tarde.
O Sport está levando gol no contrapé, porque parte para cima com todo o elenco, deixando a defesa desguarnecida. O sistema já está manjado. Lisca, embora cheio de macaquice, não é tão inocente e aproveitou a vitória, para mangar da torcida rubro-negra presente e demonstrar a raiva que nutre pela passagem que teve, rápida e fracassada, pela Ilha do Retiro.
Sosígenes Bittencourt

ANOITECERES – SOSÍGENES BITTENCOURT.

ANOITECE EM VITÓRIA. Anoiteço em Vitória. Sou figura noturnal, viajante do ocaso, sonhador como o crepúsculo vespertino, morto de saudade como o final. De olhos vendados, conheço o cheiro dos bairros, dos becos, do meio do mato de minha cidade natal. O cheiro de fumaça, de mingau, de chuva. Sou todo olfato e lembrança. Conheço os trejeitos do meu lugar, os cabelos perfumados, os enxerimentos, o flerte e o gozo. Minha cidade é todinha uma mulher. Chamar-se-ia Vitória das Marias, Maria das Vitórias, tal como é.

ANOITECE EM VITÓRIA. Anoiteço em Vitória. Saio para passear, impregnado dos prazeres noturnos, das eras do meu tempo, que me viciam e me saciam. Minha cidade muda todo dia, mas não muda o meu sentimento, o fascínio elaborado pela memória, como quem ama o que odeia e odeia o que ama, num jogo de perde e ganha.

ANOITECE EM VITÓRIA. Sobretudo, anoiteço em Vitória. Enlouqueço em Vitória. Porque ninguém entende o que em nós nem conseguimos explicar. Vitória, meu berço e minha tumba. Minha alma noctívaga vai enredando sua história. O acaso me espreita, a surpresa me seduz, sua bruma, sua luz. Alucinações e desejos, rimas em ‘ina’, adrenalina, serotonina, dopamina. Ah! Vitória, dos meus idos e vindas de menino, minha menina!

SOSÍGENES BITTENCOURT