Quarteto de homossexuais no tempo do ronca.

Avelon, Vavá, Nildo e Brigite (da esquerda para a direita). 

Isso foi no tempo que se podia vaiar homossexual. No entanto, ninguém matava homossexual. O termo homofobia não havia nascido, e a turma que transava de costas vivia mais sossegada.

O mundo era outro mundo, pois o ódio não se traduzia necessariamente em agressão física e homicídio. As pessoas não dispunham de tanta informação quanto hoje, mas eram mais pacatas, mais tementes a Deus. O trabalho era glorificado, os ricos trabalhavam mais do que os pobres. Hoje, o pobre quer ser rico às custas do crime.

Quem mata homossexual, não é homofóbico nem heterossexual, é ASSASSINO. Quem mata homossexual, mata um idoso, mata uma criança, mata um negro, um branco. É preciso focar no aspecto substantivo do crime e não perder tempo com o rito processual, que é “a mais excelente das tragédias”, como concluía Platão (428-348 a. C.)

Brigite era o mais conhecido, o mais saliente e festejado dos homossexuais. Vi-o vaiado, nas ruas, diversas vezes. Contudo, ouvi dizer que quem o deformou, de uma surra, foi o próprio irmão.Brigite me parecia um animal sem maldade e me despertava uma certa misericórdia. Talvez, pela rígida educação que tive, orientado a respeitar as pessoas.

Sosígenes Bittencourt

São Pedro – por Sosígenes Bittencourt

São Pedro, segundo a tradição, teria morrido em cerca de 67 d.C., e foi um dos doze Apóstolos de Jesus.

O seu nome original não era Pedro, mas Simão. Cristo apelidou-o de Petros – Pedro, nome grego, masculino, derivado da palavra “petra”, que significa “pedra” ou “rocha”.

Jesus ter-lhe-ia dito: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e o poder da morte não poderá mais vencê-la.

Pedro tem uma importância central na teologia católico-romana. É considerado o príncipe dos apóstolos e o fundador, junto com São Paulo, da Igreja de Roma (a Santa Sé), sendo-lhe reconhecido ainda o título de primeiro Papa.

PAPA quer dizer: Pedro Apóstolo, Príncipe dos Apóstolos.

Sosígenes Bittencourt

A vida e o artista – por Sosígenes Bittencourt.

A vida é um espetáculo sem revisão, é acontecendo. É o gerúndio que nos oferece a sensação da vida presente, a sensação de duração: nascendo, vivendo, morrendo.

Estar vivo é como não ter mais jeito, o jeito que tem é viver.

O artista é um sonhador que tem a coragem de fuxicar os seus sonhos. Sobretudo, uma técnica de revelar os seus sonhos. Às vezes, com uma caneta, com um pincel, uma requinta, um cinzel.

Quando a beleza passa na frente do poeta, o resultado é poesia.

Sosígenes Bittencourt

MEDO DE VIAJAR DE AVIÃO E OUTROS MEDOS – por Sosígenes Bittencourt.

Estava folheando revistas, de madrugada, e dei de cara com o termo científico que designa o medo de viajar de avião. Você acredita? Duvido que você soubesse que medo de viajar de avião chamava-se PTESIOFOBIA. Anota e põe na carteira para se amostrar por aí.

Numa das viagens que fiz, vindo de Fortaleza, estava ao lado da asa, minha colega só falava na Eternidade e o avião balançava mais do que um barquinho de papel numa bacia d’água. E quem danado ia à cabine? Como a viagem era curta, entornei duas latinhas de cerveja e guardei a vontade de ir ao WC para o aeroporto dos Guararapes.

Mas, medo é medo. O pior é a fobia, que é o medo patológico. Você vê chifre em cabeça de cachorro e teme o que não lhe faria o menor mal. Eu tinha um tio que tinha um medo irracional de gatos. Tomava todas, adorava “gatinhas”, enfrentava um homem, mas temia um gatinho enroscado no sofá. Depois que descobri o termo que designa este pânico, também nunca mais esqueci: AILUROFOBIA. E o mais pitoresco é o medo de ter medo, a tal da FOBOFOBIA. Quem vive lendo, de madrugada, descobre cada coisa danada.
O meu pai era capaz de arrodear um quarteirão para driblar uma rã. Se minha mãe vir uma barata, é capaz de derrubar o prédio para matá-la. Quer dizer, você não tem medo de arriscar a vida para matar aquilo que não significa nenhum risco de morte.

Toda vez que falo de medo de avião, lembro-me de Ariano Suassuna. Perguntado sobre o que achava quando um avião caía, respondeu: – “Eu não fico impressionado quando um avião cai, eu fico impressionado como é que ele sobe.”
Em suma, a humanidade deveria ter medo da depredação do meio ambiente, do desemprego e da pobreza, que transmitem doença e geram violência, isso sim.

Sosígenes Bittencourt

SÃO JOÃO – NO TEMPO DE EU MENINO – por Sosígenes Bittencourt.

Das três maiores festas anuais, o São João é a mais singela e tradicional. O Ano Novo nos trespassa de tristeza, porque sugere a contagem do tempo e amontoa os mortos. Abrimos álbum de retrato e botamos pra choramingar. O Carnaval é uma festa perigosa, de extravasar frustrações. O pessoal só falta correr nu pela rua. 

O São João é uma festa mais pacata, que relembra nossas tradições mais atávicas, nossas raízes culturais. Lembro-me do São João das ruas sem calçamento. O mundo parecia um terreiro só. As mulheres cruzavam as pernas, enfiavam as saias entre as coxas, para ralar omilho e o coco, enquanto os homens plantavam o machado nos toros de madeira para fazer as fogueiras. À tardinha, a panela virava uma lagoa de caldo amarelo onde fervia o maná das comezainas juninas. A meninada ensaiava o jeito de ser homem e mulher. De chapéu de palha, bigode a carvão e camisa quadriculada, era quando podíamos chegar mais perto das meninas sem levar carão nem experimentar a sensação de pecado. O coração se alegrava quando sonhávamos com a liberdade de adultos que teríamos um dia. Batia uma gostosíssima impressão de que estávamos bem próximos de fazer o que não podíamos fazer. Os ensaios de quadrilha relembravam a tristeza do último dia. Pois um ano durava uma eternidade, as horas eram calmas, podíamos acompanhar a réstia do sol e contar estrelas. Pamonha, canjica e pé de moleque eram tarefas de dona de casa prendada, de quem o marido se gabava. Tudo era simples e barato, ninguém enricava com a festa. A novidade era a radiola portátil, e os conjuntos eram pobres de tecnologia, mas os instrumentos ricos de som e harmonia, manuseados com habilidade e gosto, na execução do repertório da festa do milho. Quando São Pedro se ia, ficava um aroma de saudade na fumaça das derradeiras fogueiras e no espocar dos últimos fogos.

Sosígenes Bittencourt

O JOGO DO BICHO E O FGTS – por Sosígenes Bittencourt.

O Jogo do Bicho parece ser a coisa mais honesta do mundo. Desonestos são nossos sonhos. O Jogo do Bicho é um serviço de mais garantia do que o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Desonesto é sonhar com cobra e dá jacaré.

Um dia, eu sonhei com DOIS CAVALOS. Mandei a empregada jogar, ela embromou, perdeu o cambista. De tarde, deu 44 e 43 nos dois primeiros prêmios. Ou seja, os dois CAVALOS que a BURRA deixou de jogar, pois iria ganhar uma gorjeta.

Minha avó dizia que a gente só deveria jogar quando SONHASSE ou VISSE um bicho? Certa vez, eu perguntei a minha avó: – Vovó, sonhar com bicho é possível, mas a senhora já viu um elefante no corredor de sua casa?

Sosígenes Bittencourt

SOBRE A BREVIDADE DA VIDA – por Sosígenes Bittencourt.

O ser humano é um animal sem solução. Ele tem sempre a impressão de que há algo de errado consigo mesmo. Sobretudo quando submetido à angústia de que a morte é o horizonte da vida.

Todo ser humano tem um livro escrito na memória que vai folheando, folheando… Às vezes, desprende um aroma. É o passado intrometendo-se na vida da gente, o passado sempre presente. O passado que se alonga, e o futuro que vai se tornando cada vez mais curto.

A brevidade da vida relembra o poeta romano Horácio (65 – 8 a.C.), agoniado com a fugacidade do tempo: Eheu! fugaces labuntur anni!: Ai de nós! os anos correm céleres.

Tudo que nos mantém vivos, nos mata. Sem o oxigênio, morreríamos; por causa do oxigênio, morreremos. Sem colesterol, morreríamos; por causa do colesterol, morreremos. Se não comêssemos, morreríamos; porque comemos, morreremos. Tudo que nos faz viver corrói a vida. Tudo que auxilia na vida, auxilia na morte.

O filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976) referiu-se ao tempo de vida: Um minuto de vida é idade suficiente para morrer.

Efêmero abraço!

Sosígenes Bittencourt

Conversão e Separação – por Sosígenes Bittencourt.

Nunca me esqueço da conversa que tive com um mototaxista. Ele me contou que não conseguia se libertar de sua mulher. Quanto mais ela pintava miséria com ele, mais o escravizava. Até de faca já havia sido agredido, levou esculhambação na Delegacia, vivia bêbado, teve que tirar o baço, uma verdadeira infelicidade, porém danado de enrabichado por ela. A Carteira Profissional do sujeito era borrada de sangue, de um pega pra capar lá na rua onde a jararaca morava.

Foi, foi, foi, até que, um dia, resolveu se CONVERTER. Engoliu corda de uma amiga e foi parar na Igreja. Chegou todo acanhado, com a mão no bolso, a cabeça baixa, olhando de bandinha, parecendo um matuto. Poucos dias depois, debaixo de oração, ouvindo o nome de Jesus, quando olhou para a mulher, enxergou o DEMÔNIO.

Contou que, apesar de tudo, ainda tentou levá-la para a Igreja, mas a camarada rejeitou o convite:

– Vamos para a Igreja, Fulana, em nome de Jesus! Deixa de tua cachorrada.

Não teve jeito. Estava acabado o casamento. Descobrira, então, que não havia relacionamento, coisa nenhuma, era tudo artimanha do SATANÁS.

Sosígenes Bittencourt

RODOVIÁRIA E POESIA – por Sosígenes Bittencourt.

Rodoviária, para mim, é recanto poético.
Lugar de saudade em tom patético.

Uma menina pequena, um idoso,
Um saquinho de pipoca, um Mané Gostoso.

Um bêbado a chorar,
debruçado numa mesa de bar.

Uma esperança ao amanhecer,
Uma lembrança ao anoitecer.

Bate sempre uma saudade no ar.
Uma saudade da vida vivida que nunca mais será.

Sosígenes Bittencourt

O DESEJO E A DOR – por Sosígenes Bittencourt.

Passamos a vida, submetidos a duas experiências básicas: o desejo, que busca a satisfação, e o afeto que busca evitar a dor. Mas, como evitar a dor, se desejo é vida, e a vida impõe limite aos desejos?

A dor física é uma ruptura, algo que rompe, dói. Uma faca que nos corta a pele, um órgão doente que precisa ser extirpado. Esta dor, nós sabemos teoricamente como resolver. A dor psíquica é uma dor de amor, ou seja, algo que nos desorganiza psiquicamente. É um rompimento com algo que tínhamos ou desejamos e nos falta. É uma dor interior, que nos encarcera, e o mundo desaparece.

Sosígenes Bittencourt

O FURUNFAR DE NAJILA E NEYMAR – por Sosígenes Bittencourt.

 


A questão é que Najila e Neymar queriam manter concurso carnal ou congresso sexual, mas Najila queria ser estuprada com preservativo. Não queria contrair neném nem doença venérea, preservando o assoalho uterino de geração e aparelho geniturinário de infecção.
Como Neymar é muito vexado, deu um drible em Najila e começou a furunfar.

Era o Escudo de Marte perante o Espelho de Vênus em natural confrontamento.
Depois, descobriu que fez um gol contra. Levou tapa de mulher, torceu o tornozelo e foi prestar depoimento, arrimado a muletas e a bordo de cadeira de rodas. Terminou Najila levando fama de prostituta de alto coturno, e Neymar, fama de rico abestalhado, bom de bola, mas sem juízo, ou seja, mau da bola. 


A mídia enche-se de assunto, deitando falação aos ouvidos curiosos e olhares pidões do mundo, dos esquimós da Groenlândia aos pigmeus bayaka da República Centro-Africana, num júri popular universal sobre assunto tão banal.


Sosígenes Bittencourt

Recordar é Viver: No tempo de eu menino – por Sosígenes Bittencourt.

Dentre as figuras lendárias e bizarras das quais tive notícias e algumas conheci, em Vitória de Santo Antão, espero que alguém relembre MANÉ CAPÃO, MÃO DE ONÇA, CAFINFIM, PAPA-RAMA, DIDI DA BICICLETA, BIU LAXIXA E O CORCUNDA ANÍBAL.

MANÉ CAPÃO tinha os trejeitos de um primata. Haja vista que andava de pernas arqueadas, pendendo para os lados, erguendo a cabeça e fazendo bico com a beiçola. Às vaias e insultos que recebia, respondia na pedrada. Não é preciso dizer que lascou cabeça de gente, estilhaçou vidraças e botou muito sujeito pra correr. Recordemo-lo. Penso que quem o insultava era pior que ele.

MÃO DE ONÇA nunca deu um soco num atrevido para não vê-lo estatelado no chão. PAPA-RAMA brigava com 4, na braçada. Parecia um viking. DIDI DA BICICLETA tinha o corpo fechado, porque a caixa dos peitos era rendada de tiros sem ter baixado à sepultura.CAFINFIM dava óleo queimado para os presos beberem, e BIU LAXIXA era tão doido que, quando corria na frente, ninguém corria atrás. E ainda tinha FERRO, um negão que dava beliscão em menino.

Não sei quem se lembra, mas eu conheci a figura cinematográfica do CORCUNDA ANÍBAL. Andava pelas ruas resmungando e exalando um nauseante aroma de pão e banana, como se fosse um personagem de filme de terror. Aníbal tinha o hábito de apalpar  o seio das mulheres, o que o tornava mais apavorante. Não sei do que morreu nem exatamente quando, o que lhe empresta uma feição misteriosa e hugoana, à la O Corcunda de Notre Dame.

Sosígenes Bittencourt

São Pedro – por Sosígenes Bittencourt.

São Pedro, segundo a tradição, teria morrido em cerca de 67 d.C., e foi um dos doze Apóstolos de Jesus.

O seu nome original não era Pedro, mas Simão. Cristo apelidou-o de Petros – Pedro, nome grego, masculino, derivado da palavra “petra”, que significa “pedra” ou “rocha”.

Jesus ter-lhe-ia dito: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e o poder da morte não poderá mais vencê-la.

Pedro tem uma importância central na teologia católico-romana. É considerado o príncipe dos apóstolos e o fundador, junto com São Paulo, da Igreja de Roma (a Santa Sé), sendo-lhe reconhecido ainda o título de primeiro Papa.

PAPA quer dizer: Pedro Apóstolo, Príncipe dos Apóstolos.

Sosígenes Bittencourt

O erótico e o pornográfico – por Sosígenes Bittencourt

Esta é uma foto postada num site erótico japonês. Longe de ser uma imagem pornográfica, sugere o mais inebriante erotismo. De tão sugestiva, serviria até para enfeitar uma mensagem natalina, pela expressão angelical da menina. Nela, cabem todos os pensamentos. O erotismo difere da pornografia porque permite pensar. A pornografia é a degradação do nu, o erotismo é a sugestão do prazer. Um verdadeiro espetáculo!

Erótico abraço!

Sosígenes Bittencourt

RECORDAR É VIVER – HOMENAGEM AO PROFESSOR ADÃO BARNABÉ – por Sosígenes Bittencourt.

Esta semana, recebi honroso convite para assistir a Recital em homenagem ao meu ex-professor de inglês Adão Barnabé na Academia de Letras, Ciências e Artes da cidade. Infelizmente, não pude me fazer presente, uma vez acometido de dengue, este mal nosso de cada dia, protagonizado pelo “odioso do Egito”.

O convite veio-me pela destra do seu filho mais novo, Paulo Barnabé. Obsequioso, à minha porta, à Hora do Ângelus.

Adão era casado, salvo engano, com dona Matilde e residia à rua Melo Verçosa, ao lado da casa onde morou Dr. Laércio, depois o comerciante José de Lemos, hoje Pronto Socorro da Vitória. Deu-se na década de 60.

Eu também morava no mesmo endereço, apelidado de Rua do Colégio das Freiras. Eu era aluno de Adão Barnabé, no Colégio Municipal 3 de Agosto, e o encontrava logo cedinho, comprando pão na venda de Valfrido Ferreira Chaves, popularmente conhecido como Fiduca, recentemente falecido aos cem anos de existência.

Ademais, o que me lembra Adão são suas aulas de Inglês no primeiro andar do Colégio Municipal à Praça Leão Coroado. Minha memória olfativa reproduz o cheiro do Café São Miguel, e a auditiva, o apito do trem.

Adão era um homem de estatura mediana, magro, desdentado, andar claudicante e gostava de bebericar aguardente. Empunhava um apontador e impunha respeito. Não me recorda uma brincadeira. O livro era Quick and Easy, se não me esqueço, da pianista e professora Cordélia Canabrava Arruda. Até poucas décadas, eu recitava a lição The Old Cat (O Velho Gato) da inicial maiúscula ao ponto final. Não obstante, me recorda um trechinho, referente ao gato, que dizia assim: it could not bite and it could not run quicly because very old (Ele não podia morder e não podia correr porque estava muito velho). Referia-se ao gato, talvez, em relação ao rato.

Conta-me Paulo que Adão falecera em 1969, ano anterior ao seu nascimento, dele Paulo, que veio à luz em 1970.

O enterro do lente saiu da rua Capitão Mateus Ricardo, lamuriado por amigos e alunos, pervagando ao Cemitério São Sebastião.

Ainda agora, Requiescat in Pace

Sosígenes Bittencourt

Renovação e Esperança – por Sosígenes Bittencourt.

Que, em tempo de Renovação e Esperança,
o passado sirva de exemplo na construção do Futuro e na preservação da .
Façamos um bom Presente para não termos tristes recordações.
Relembremos as vezes que vencemos as adversidades.
Acostumados a cair é que aprendemos a nos levantar.
O que é bom para depressão é Organização.
Criador do Universo nunca nos despreza
quando nos infunde a capacidade de discernir
entre o Bem e o Mal.

Sosígenes Bittencourt