PÁTIO DA MATRIZ – por Sosígenes Bittencourt.

Para o meu gosto, minha memória, este é o cartão postal de Vitória de Santo Antão, berço da catolicidade, no tempo de medo de pecado e fé na salvação da alma. Aqui, aprendi a conjugar o verbo Amar, no Presente do Indicativo, no quintal da Domus Dei, recitado pela professora Luzinete Macedo – impecavelmente fardada e explicativa, um alumbramento pedagógico na Escola Paroquial.
Aqui, experimentei meu primeiro frisson, na aurora da puberdade, a cabeça tombada no colo da namorada, para sarjar espinha com a confluência das unhas. Doce japonês, algodão-de-açúcar, cavaquinho, as cocadas de dona Isabel, cachorro-quente, com hífen e carne de boi de verdade.
Aqui, bebi cerveja, quebrando caranguejo a martelo de pau em Festa de Natal. Enfilerei-me nas esquinas das calçadas, para assistir ao desfile dominical das meninas.
Hoje, inventei de nomear A Corriola, sem lenço nem documento, em meio a uma patota de saudosistas sexa-septu-octogenária da Mátria de Mariana Amália.
Sosígenes Bittencourt

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