Instituto Histórico do Moreno – por Nozinho Neto.

Instituto Histórico de Moreno, completa um ano de fundação. Sob a coordenação do presidente Flávio Torres, e contribuição do também membro professor Felipe Cruz, o Instituto Histórico e Geográfico do Moreno, comemorou seu primeiro aniversário no dia 11 do mês em curso. A solenidade se deu na Câmara Municipal de Vereadores da cidade, onde se deu algumas homenagens, entre elas aos institutos da Vitória de Santo Antão e do Jaboatão dos Guararapes. Desejos votos de parabéns e vida longa a esse sodalício.

Jose Joaquim da Silva Neto (Nozinho Neto).

 

 

A copa roubada – @historia_em_retalhos.

Não é de hoje que regimes ditatoriais utilizam o esporte como uma ferramenta de propaganda política.

Neste nosso último retalho sobre a história das Copas, falaremos do mundial de 1978, vencido pela Argentina.

Até hoje, pairam fortíssimas suspeitas de que houve uma grande armação envolvendo os generais argentinos, com a complacência da FIFA, presidida pelo brasileiro João Havelange.

Em 1978, o país vizinho vivia uma sangrenta ditadura sob o comando do general Jorge Videla.

BR e ARG chegaram à semifinal do torneio e, como se igualavam em pontos, o saldo de gols seria o critério definidor da vaga na final.

O Brasil enfrentaria a Polônia e os argentinos iriam para o confronto com o Peru.

Em cima da hora, a FIFA mudou o horário da primeira partida, fazendo com que o Brasil tivesse que enfrentar a Polônia três horas antes do segundo jogo, de sorte que os anfitriões saberiam exatamente quantos gols precisariam fazer no Peru.

O Brasil bateu os poloneses por 3 a 1.

A ARG teria que vencer por mais de 3 gols.

O livro “Como eles roubaram o jogo” (D. Anthony) relata que o general Videla chamou o oficial da Marinha Carlos Lacoste e deu-lhe uma ordem: “garanta o resultado contra o Peru!”.

Lacoste contactou três oficiais que acompanhavam a seleção peruana e ofereceu entre 30 e 50 toneladas de trigo da ótima colheita que a Argentina fizera naquele ano.

Aí vem o detalhe: o Peru também vivia sob uma ditadura, comandada por Francisco Bermúdez.

Para o ditador peruano, o trigo seria muito mais importante do que um jogo, no qual a sua seleção já estava desclassificada.

Ou seja: o resultado não mudaria em nada o destino do Peru naquela copa.

Em 2018, Velásquez, ex-jogador do Peru, declarou que seis companheiros “se venderam”, incluindo o goleiro Ramón, que era argentino de nascimento.

Com todo o esquema montado, a Argentina fez sem muito esforço o largo placar de 6 a 0, classificando-se para a final e sagrando-se campeã do mundo.

O Brasil voltou com o honroso 3.° lugar, invicto e com a qualificação de campeão moral daquele torneio.

A quem interessar, recomendo “A Glória Roubada”, de Edgardo Martolio.

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Hexa – uma copa misturada……..

No contexto de uma “ressaca” eleitoral acirrada e polarizada, que ainda segue, aqui e acolá, mantendo alguns “focos de incêndios antidemocráticos”  de maneira geral, o brasileiro ainda não entrou no clima da sempre tão aguardada Copa do Mundo.

Copa do Mundo em novembro/dezembro………..? Muito estranho mesmo!  Responsável em “acender” o sentimento verde/amarelo nos torcedores canarinhos com campanhas publicitárias, músicas e demais recursos da comunicação de massa, a grande mídia nacional – até agora – não “encaixou” algo que tenha caído no gosto popular.

Outra coisa curiosa nessa pré-campanha de Copa do Mundo foi o mau uso político da camisa da nossa seleção brasileira. Isso deixou e deixará sequelas em parte dos torcedores que se mostram refratário a sua utilização como elemento de união nacional, algo quase obrigatório nesses momentos de campeonatos promovidos pela poderosa FIFA.

Tomara que os brasileiros, doravante,  encontrem  o “melhor ritmo” para curtirem essa Copa do Mundo em meio a tantos eventos com fortes simbologia, tais como: Black Friday, Papai Noel, Festividades Natalinas, confraternizações, Reveillon etc……

Brasil, em meio a tido isso, rumo ao HEXA!!!

Momento Instituto Histórico – Colégio Potencial

Tudo que é bom, pede Bis! O Colégio Potencial voltou a visitar o nosso museu na manhã da última sexta-feira! Desta vez, o colégio trouxe 43 alunos para vivenciarem esta incrível experiência.

E você ainda não agendou uma visita? Tá esperando o que? Entra em contato através do nosso Whatsapp (81 8880-1744). Estamos te esperando de portas abertas!

Instituto Histórico da Vitória 

Dia Nacional da Consciência Negra – por @historia_em_retalhos.

Aos 40 anos de idade, em 20 de novembro de 1695, na mata fechada entre as Serras da Barriga e Dois Irmãos, era morto Zumbi dos Palmares, líder quilombola símbolo da resistência negra no Brasil.

Decapitado e salgado, para retardar a putrefação, a sua cabeça foi entregue ao governador de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro, que ordenou a exposição de seu cadáver, como troféu, no pátio frontal da Igreja do Carmo, no Recife, para acabar com a lenda da imortalidade e servir de prova da consumação do massacre no Quilombo dos Palmares.

Por ser negro, não foi autorizada a entrada de seu corpo no templo, ficando os seus restos mortais expostos no pátio, até a completa decomposição.

A saga de Zumbi pela liberdade começou cedo.

Neto da princesa Aqualtune, trazida do Congo, e sobrinho do líder Ganga Zumba, o menino, que ganhou o nome de Zumbi em homenagem ao deus da guerra, nasceu livre na Serra da Barriga, atual município de União dos Palmares/AL.

Em 1630, quando Pernambuco vivia sob o domínio holandês, as fugas dos escravos intensificaram-se e Palmares, cercado de paliçadas, cresceu, chegando a ter mais de 20 mil habitantes, que sobreviviam da agricultura.

Em 1675, tropas de Manuel Lopes atacaram o quilombo, sendo Zumbi baleado duas vezes.

Resistiu e começou a virar lenda.

Discordou do tio Ganga Zumba, em 1678, quando este aceitou o acordo proposto pelo governador de Pernambuco, para transformar Palmares em uma vila.

O tio morreu, envenenado, e Zumbi assumiu o comando do quilombo e da luta pela liberdade dos negros.

Em 1691, à frente de mais de mil homens, Domingos Jorge Velho invadiu o mocambo do Macaco (sede do quilombo).

Ferido, Zumbi fugiu para Porto Calvo.

Dandara, a guerreira com quem teve três filhos, foi presa, preferindo a morte, jogando-se de um precipício.

Cada vez mais acuado, Zumbi entricheirou-se na Serra Dois Irmãos, porém, delatado pelo antigo companheiro Antônio Soares, foi morto.

Zumbi morreu, mas a sua luta permanece mais viva do que nunca.
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Professor Adão Barnabé – 53 anos de saudade……

Hoje –18 de novembro de 2022 -, exatamente hoje, realçamos os 53 anos da morte do eterno professor Adão Barnabé. Assim sendo, abaixo, reproduzimos homenagem prestada pelo Jornal O Arauto,  ocorrida no ano de 1971, por ocasião da passagem dos dois primeiros anos da sua partida.

No dia 18 do corrente, completou dois anos da passagem desta vida para a eternidade do inesquecível “gentleman” prof. Adão Barnabé dos Santos Cavalcanti. Não cessamos de recordar a figura profundamente humana do intelectual, artista, poeta e magnifico professor de inglês.

Faleceu no mês dedicado aos mortos, quando as almas sensíveis choram seus entes queridos. Porém a mais alvissareira e confortadora esperança é que existe uma vida após a morte. Os que crêem  nesta verdade e que tem fé no Salvador haverão de se encontrar na vida eterna. Esta foi a experiência do Rei Davi quando faleceu o seu filho que estava doente: “Vivendo ainda a criança, jejuei e chorei, porque dizia: Quem sabe se o Senhor se compadecerá de mim e continuará viva a criança?  Porém, agora que é morta, porque jejuaria eu? Poderei eu fazê-la voltar? Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim”. ( II Samuel 12:22,23)

A vida começa com a morte. Aquêle que vive em Deus sabe que viverá para sempre. Temos, portanto, a esperança de gozamos ainda do convívio de Adão Barnabé  que foi excelente pai, bom esposo, ótimo colega e companheiro.

Ele conhecia profundamente as sagradas escrituras. Possuía a Bíblia Sagrada em vários idiomas. Acreditava nas verdades reveladas e em Deus.  A nossa esperança é que êle esteja com Deus, a quem êle chamava de “ O Bom Deus”.

Neste mês de segundo aniversário de sua partida para o além  túmulo, prestamos justa homenagem àquele que merece toda nossa admiração.

Editorial do Jornal O Arauto. 

Um Rei e a ditadura – por @historia_em_retalhos.

Ídolo do Atlético Mineiro, o craque Reinaldo sempre comemorava os seus gols de braços erguidos e punhos cerrados, reproduzindo o gesto do movimento Panteras Negras, que lutava contra o racismo nos EUA.

O ato incomodava a ditadura militar brasileira.

Convocado para a Copa de 1978, aos 21 anos, o atacante foi explicitamente “recomendado” a não fazer o gesto durante a competição.

Antes do embarque para a Argentina, o general Ernesto Geisel reuniu-se com os jogadores e a comissão técnica.

Ao ver Reinaldo, o ameaçou em tom imperativo: “quem cuida da política é a gente, você cuida de jogar futebol”.

Naquela copa, a Argentina estava mergulhada em uma sangrenta ditadura e toda a seleção brasileira era comandada por militares, desde o técnico, Cláudio Coutinho, até o presidente da CBD, Heleno Nunes.

Mas o Rei tinha uma personalidade forte e não costumava curvar-se ao autoritarismo.

No dia 03 de junho, o Brasil estreava na competição contra a Suécia.

A seleção saiu perdendo, mas, com um gol de Reinaldo, empatou a partida.

Após um breve momento de hesitação, não teve jeito: Reinaldo repetiu o gesto e ergueu o punho cerrado (foto).

O camisa 9 protagonizava um ato de resistência política em pleno solo argentino, em uma ditadura que matara milhares de pessoas, não seguindo a “recomendação” que recebera no Brasil.

Por sua altivez, Reinaldo pagou um preço alto.

Sem explicações, foi sacado do time e não voltou mais, sendo substituído por Roberto Dinamite.

Anos mais tarde, revelou que recebera durante aquela copa um envelope com informações sobre a Operação Condor, uma aliança entre ditaduras sul-americanas para perseguir opositores.

Atônito e sem reação, entregou o documento ao amigo Gonzaguinha, assim que retornou ao Brasil.

A perseguição ao craque foi impiedosa.

Passou a sofrer todos os tipos de ataques e linchamentos morais, inclusive, quanto à sua sexualidade.

Quatro anos mais tarde, Telê Santana não o levou para a Copa de 82.

O Rei terminou a carreira, precocemente, aos 29 anos.

Uma coisa, porém, é certa: jamais conseguiram calá-lo.

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Momento Instituto Histórico – Escola Mundo Encantado.

Alunos do ensino fundamental da Escola Mundo Encantado vieram conhecer o nosso museu. O interesse despertado nas escolas em conhecer o nosso IHGVSA demonstra a sede por conhecimento cultural e histórico de nosso povo. Venha você também nos visitar e proporcionar essa experiencia para seu alunado!

Instituto Histórico da Vitória.

A República e o militarismo – por historia_em_retalhos.

“Liberdade, liberdade!
Abre as asas sobre nós”

O samba-enredo campeão da Imperatriz Leopoldinense, em 1989, homenageou os 100 anos da proclamação da República no Brasil.

Porém, eu trago hoje a seguinte indagação: teria sido a proclamação da nossa República um ato épico e revolucionário?

Com toda a vênia, entendemos que não.

Em verdade, a própria monarquia brasileira já apresentava sinais de esgotamento.

Apesar de ter a simpatia de boa parte da população, Dom Pedro II estava doente e desgastado.

Comprou briga com o alto clero da Igreja Católica, ao manter-se aliado à maçonaria, bem assim bateu de frente com alguns setores do Exército, com a aplicação de penas de censura.

Paralelamente, crescia a classe média formada por profissionais liberais e comerciantes, que reivindicavam maior participação nos assuntos políticos.

Para além dessas questões, porém, dois pontos foram fulcrais.

Primeiro, que, com a assinatura da Lei Áurea, os barões do café, insatisfeitos com a perda da mão de obra escrava, também se sentiram traídos pela coroa.

Segundo, o descontentamento dos militares, desde o fim da Guerra do Paraguai, que se consideravam injustiçados e buscavam tomar mais espaço no poder.

O mais intrigante, todavia, é que a República foi proclamada pelo marechal Deodoro da Fonseca, monarquista convicto e de lealdade declarada a Pedro II, a quem devia, inclusive, favores.

Como a gota d’água, espalhou-se que o governo tinha ordenado a prisão de Deodoro.

Convencido de que esse boato seria verdadeiro, Deodoro juntou as tropas e proclamou a República em 15 de novembro de 1889.

E assim nasceu a nossa República: uma intervenção militar, sem nenhuma participação popular.

Para o historiador Frank D. McCann, “a intervenção militar na política e na sociedade é sinal de fraqueza tanto do Estado como da sociedade”.

Sobral Pinto também faz uma análise interessante.

Segundo ele, o fato de a nossa República ter sido proclamada por militares os faz sentirem-se, até hoje, como os verdadeiros “donos da República”.

Vale a reflexão.

Valeu, gente!

Um bom feriado a todos!
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Uma crônica, uma fotografia e várias histórias………

Navegando nas esquecidas águas da historiografia local, nesse final de semana, acabei ressignificando um registro fotográfico que possuo há mais de 5 anos – inclusive já postado aqui no blog,  noutra ocasião.  Lendo uma crônica do ex-prefeito Manoel de Holanda, escrita há mais de meio século, descobri que a garotinha da (desta) fotografia é a imortal da AVLAC  – Academia Vitoriense de Letras, Artes e Ciência – Marie Cavalcanti.

Pois bem, por ocasião da comemoração do jubileu de prata do nosso Colégio Municipal 3 de Agosto, em que ocorreu uma justa homenagem póstuma ao professor Adão Barnabé (seu pai), a referida crônica, nas entrelinhas, realça o descerramento da fotografia “feito por sua filha pequenina”. Automaticamente: matei a charada.

De pronto, recortei o texto e enviei para a colega acadêmica Marie. Quase que no mesmo instante a mesma respondeu-me: “que maravilha.  Lendo pela primeira vez”. Indagada se lembrava do dia respondeu que sim, dizendo possuir a fotografia do referido dia comemorativo e que iria me enviar.

Resumo da ópera: um texto que retrata passagem importante da vida de uma pessoa – ignorado por ela mesma (Marie) – foi “descoberto”. Para mim, além da alegria do  enriquecimento do acervo afetivo da colega, um registro fotográfico “mais robusto”. Pesquisa histórica as vezes é assim: a gente vai beber um copo com água e encontra um oceano…..

Assembleia Constituinte – por Siga: @historia_em_retalhos.

Na madrugada do dia 12 de novembro de 1823, há exatos 199 anos, temendo que o poder da Assembleia Constituinte ameaçasse o seu reinado, Dom Pedro I ordenou que o Exército invadisse o plenário.

O brigadeiro José Manuel de Morais entrou à frente de sua tropa, com um decreto em mãos.

Assinado pelo imperador, o texto dizia:

“Havendo eu convocado como tinha direito de convocar a Assembléia Geral no ano próximo passado (…) Hei por bem, como imperador e defensor perpétuo do Brasil, dissolver a mesma Assembléia e convocar uma outra”.

O episódio ficaria conhecido como a “Noite da agonia”.

Os membros da Assembleia, que se preparavam para redigir a primeira Constituição brasileira, resistiram por horas, mas não conseguiram evitar a dissolução do grupo.

Muitos deputados, incluindo o Patriarca da Independência, José Bonifácio, foram presos e depois deportados.

Dias depois, o imperador reuniu dez cidadãos de sua confiança.

A portas fechadas, escreveram a primeira Constituição do Brasil independente, publicada no ano seguinte.
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Fonte: @ronaldohistoriador

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REI DO MARACATU PERAMBUCANO DE BAQUE SOLTO – por Marcus Prado.

REI DO MARACATU PERAMBUCANO DE BAQUE SOLTO, o mais antigo de PE. Pedi que ele se concentrasse por instantes, pensamento voltado para as suas entidades de outros planos, antes de entrar na brincadeira, e assim permaneceu. Me deu a oportunidade única de uma imagem fotográfica num MARACATU. Dedico essa foto ao saudoso amigo RÊNÊ RIBEIRO (Fundaj) e à memória do antropólogo ROGER BASTIDE. Foto de Marcus Prado batida hoje na Fundaj.

Marcus Prado – jornalista. 

“Curiosidades Antonenses” foi o título da palestra de hoje no IFPE – Campus Vitória.

Com robusta programação que incluiu palestras, apresentações culturais, minicursos e oficinas  a 1ª Semana das Graduações do IFPE  – Campus Vitória de Santo Antão teve inicio na última segunda-feira (07) e seguiu até hoje, sexta-feira (11). O evento, segundo os organizadores, cumpriu sua missão com êxito.

Tendo como tema “Curiosidades Antonenses”,  fui convidado pela referida instituição para proferir palestra de encerramento do evento.  Com a “casa cheia” e um público majoritariamente formado por jovens nos propomos apresentar uma “cidade pouco conhecida”, ou seja:  o seu passado, algumas curiosidades na chamada “linha do tempo” e como dialogar com tudo isso nos dias atuais. 

Lastreada em 12 fotografias e um pequeno filme de 57 segundos de duração “navegamos” por 60 minutos,  no sentido da importância dos monumentos e pelas circunstâncias em que os prédios históricos foram construídos. Com linguagem simples e objetiva, de maneira geral, procuramos aproximar as pessoas da rica história local. Acredito haver contribuído positivamente com o evento e para o possível despertar da plateia, no chamado pertencimento.

Maradona e as Malvinas – por historia_em_retalhos.

Recentemente, a camisa usada por Diego Maradona no jogo contra a Inglaterra na Copa do Mundo de 1986 foi leiloada pela casa de leilões Sotheby’s.

A peça, que tinha como lance inicial o valor de US$ 5,2 milhões, acabou arrematada por US$ 9,3 milhões (o equivalente a R$ 44,5 milhões), tornando-se, assim, a maior venda de um artigo esportivo da história.

Naquele jogo, Maradona marcou os dois gols contra a Inglaterra (o famoso gol “Mano de Dios” e aquele que é considerado o mais bonito da história das Copas, em que ele driblou quase todo o time inglês).

Uma das narrações mais famosas do gol, de Victor Morales, pergunta aos gritos:

“De que planeta você veio? Para deixar pelo caminho tantos ingleses…”.

A peça permaneceu durante 35 anos com o ex-meio-campista inglês Steve Hodge, que trocou de camisa com Maradona ao término da partida.

Para além do brilho e do talento de Diego Maradona, porém, a importância daquele jogo para o povo argentino teve uma razão histórica: a partida aconteceu quatro anos após a Guerra das Malvinas entre Argentina e Reino Unido.

O conflito terminou com uma derrota humilhante da Argentina, morrendo 649 soldados e três civis, mais do que o dobro dos britânicos.

A noção de que os ingleses usurparam um território argentino e de que o país teve os seus direitos soberanos violados por uma potência estrangeira é profundamente arraigada na sociedade argentina até hoje.

Em verdade, Maradona sintetizou toda a revanche que a Argentina esperava dar à Inglaterra, desde as Malvinas.

E o craque não tinha o menor pudor em ser esse porta-voz de seu povo, dentro das quatro linhas e fora delas.

Se observarmos, em diversos momentos da história, o esporte ultrapassa as competições e reflete o contexto geopolítico de sua época, para o bem ou para o mal.

Muito da idolatria que o povo argentino guarda para com Maradona, até hoje, deve-se a esse fato: Diego personificou o sentimento do seu povo.
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Carta de Navegação Cultural para o Governo do Estado (1ª parte) – por Marcus Prado.

Para uma talvez proposta de ação cultural na área de governo, nesta hora de mudanças da autoridade governamental em Pernambuco, dentre as imagens possíveis para traduzir o sentido de um plano, o mais comum, eu teria por base, (se fosse consultado pela senhora Raquel Lyra, governadora eleita), o que venho defendendo há muitos anos neste Diario: o valor do patrimônio cultural, no sentido coletivo, para memória e identidade do povo. Da necessidade constante e insistente de protegê-lo, das ações preservacionistas a serem exercidas sobre os bens nas modernas sociedades. Para Daniele Canelo, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, PUC Minas, que conhece a realidade cultural de Pernambuco, a literatura latino-americana coloca as políticas de difusão de democratização da cultura e as de democracia cultural como os modelos clássicos da ação do Estado no campo da Cultura. “As políticas de identidade e patrimônio, em todas as suas abrangências, aparecem muito antes das políticas contemporâneas de produção e difusão cultural.”  A herança coletiva do passado junto com seus monumentos. Trata-se de um capítulo que não tem merecido em nosso estado, do Palácio do Governo, o merecido apreço. Eu diria: o devido mérito do respeito. Estou me referindo às ações mais elementares.

Tenho para mim que a questão do Patrimônio Histórico Cultural Edificado e Intangível deve aparecer na escala do primordial para abertura de qualquer Carta de ideário e metas de políticas de fomento cultural, para um projeto de Governo, sem nenhuma variante ideológica. Sem ele, estando em risco, sem uma política séria de preservação, sem um projeto ativo, constante, competente, de educação patrimonial, apoiado pelo Iphan, ouso dizer que é impossível falar de projetos culturais para os nossos dias, para políticas de produção e difusão cultural, ainda que nelas se incorporem outras mais complexas.

Embora correndo o risco de ser incompleto e omisso neste esboço de Carta de sugestão, dada a limitação de espaço, serei sintético, com o foco no que acho, para um início, exequível e viável, não um projeto, mas uma espécie de Carta de navegação, uma mirada horizontal, um mapa temporal, resumido, que sugere medidas, rotas e caminhos possíveis para almejar objetivos e metas claramente definidas e construídas. Que garanta, sem nada de abstrato, a sustentabilidade das ações dos setores envolvidos. Garantir, aumentar e legitimar os recursos financeiros para a Cultura deve ser o que mais se almeja num projeto de governo voltado para o setor.

Prevejo, como uma das prioridades, entre outras que esboço no próximo artigo, um Projeto que esteja sempre pronto e possa enfrentar, com coragem, serenidade, preparo e imaginação criadora, os cortes de verbas para pagamento de dívidas ou para equilibrar orçamentos, que sempre recai, historicamente, sobre as áreas indispensáveis ao processo de inovação e desenvolvimento socioeconômico: a Cultura. Um fenômeno (falha de bom planejamento) recorrente não só em Pernambuco, a começar pelo governo federal.  Se a cultura, num formato consistente, flexível e profundamente democrático não for tratada apenas como mais uma das obrigações de Estado, não desanimo, mantenho o meu otimismo na possibilidade de uma boa governança para o setor. Reivindico a criação de agências compartilhadas de cultura, se possível,  em todos os municípios do estado, aliadas à transversalidade das políticas públicas culturais, ligadas ao caráter transversal das artes, necessariamente em todas as suas expressões, essencialmente democráticas e participativas, pernambucanas, de alma e vigor pernambucanos. Que a sua prática circule sem limites, insisto em dizer, da Praça do Campo das Princesas, indo até a Praça da Matriz da cidade sertaneja de Afrânio, a última do mapa de Pernambuco, chegando à Praça Flamboyant, do arquipélago de Fernando de Noronha.

Para a sua prática ser ampla, forte, dinâmica, ativa, orgânica, colaborativa, criativa e transformadora de realidades sociais e colocada em prática, a ação governamental deve incluir não apenas os órgãos de cultura, mas representantes presenciais  de outras políticas públicas que têm interface com a política cultural, tais como: educação, comunicação, turismo, ciência e tecnologia, meio ambiente, esporte, saúde, segurança pública, desenvolvimento econômico e social,  implementação do plano setorial de economia da cultura e de indicadores que permitam avaliar a participação do setor cultural no PIB do estado. O governo terá a oportunidade de resguardar o Setor Cultural e Criativo, estimulando o vigor econômico e social das áreas que promovem bem-estar e gera retorno financeiro e de imagem, apoiando medidas que beneficiem o conjunto por inteiro da população.

Marcus Prado – jornalista. 

Saldanha, o João Sem Medo – por @historia_em_retalhos.

Ninguém questiona que a seleção brasileira de 1970 foi o melhor time da história das copas.

O escrete tinha Pelé, Tostão, Jairzinho etc. jogando em alto nível e com um futebol arrebatador.

Há um lado desse episódio, porém, que precisa ser enxergado: por trás daquele timaço, houve um personagem que foi intencionalmente apagado da história.

Estamos falando de João Saldanha, o principal responsável pela montagem daquele time.

Antes do torneio, a seleção não apresentava um bom futebol e surgia o receio de que não se classificaria.

Acima da média, Saldanha já era conhecido como cronista esportivo e treinador do Botafogo.

Porém, trazia algo inusitado: era um militante de esquerda e fazia oposição aberta ao regime militar.

Em 1969, o Brasil amargava o pior período da ditadura e estava sob o comando do general Médici, fã de futebol.

O convite para Saldanha treinar a seleção partiu do diretor da CBD Antônio do Passo, sem consultar o governo.

De logo, disse João:

“Meu time são 11 feras dispostas a tudo. Irão comigo até o fim. Para a glória ou para o buraco”.

Em 6 jogos, 6 vitórias nas eliminatórias.

O Brasil atropelou os adversários.

Embora no ano seguinte o desempenho tenha caído, os resultados animaram a torcida e o time estava pronto para o mundial.

Eis que se chegou a março de 1970.

A três meses da copa, a surpresa: Saldanha era demitido.

Muito se polemizou, mas todos concordavam que para a ditadura seria inadmissível ver um militante de esquerda voltar do México com a Jules Rimet nas mãos.

João não tinha medo.

No exterior, aproveitava a condição de técnico da seleção e denunciava a repressão no Brasil.

Uma das várias versões foi a de que Médici queria a convocação do atacante Dadá Maravilha.

Fato ou boato, a história chegou até ele, que deu a conhecida resposta:

“O presidente organiza o ministério, eu cuido do time”. 

Acabou substituído por Zagallo, que pouco mexeu na seleção, ficando com a glória do tricampeonato.

O gaúcho morreu em 1990, aos 73 anos, sem nunca ter o reconhecimento devido.

Pela coragem, Nelson Rodrigues o apelidou de João Sem Medo.
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Uma oportunidade para mudar de vida……

Um conjunto de situações nos impulsiona à vida sedentária.  A mais comum e “mentirosa” desculpa todos já conhecem bem: “falta de tempo”.  Com efeito, noutra ponta, através das mais diversas plataformas de comunicação, somos estimulados ao consumo dos alimentos processados (saborosos) que são desaconselhados por todos os médicos e nutricionistas.

Nesse contexto, somos obrigados a tomar uma atitude, sobretudo àquelas pessoas que já ultrapassaram a emblemática marca do meio século de vida. Praticar atividade física regularmente é algo imperativo e deve ser colocado na ordem do dia.

Aos que se enquadraram no “figurino” do texto segue a provocação em forma de desafio:  que tal, na qualidade de atleta,  participar da 2ª edição da Corrida e Caminhada da Vitória? Será que num era esse “empurrão” que estava lhe faltando?

Pois bem, anote e “salve a data”:  domingo,  23 de abril (2023) em nossa cidade. Um programa para toda família….

Vamosimbora!!!