6 de maio e o Mestre Aragão……

No conjunto das datas marcantes,  amanhã, 06 de maio, também sublinha um recorte temporal  importante do nosso lugar.  Foi a partir de 6 de maio de 1843 que fomos condecorados com o título honorífico de “cidade”.

Quando aprofundamos à leitura e o entendimento da sequência de “vida” da nossa aldeia, iniciada com a chegada do português Diogo de Braga, em 1626, logo entenderemos que o processo de mudança, ocorrido no mês de maio de 1812, quando deixamos a condição de “Freguesia” e viramos “Vila”  foi, indiscutivelmente,  o momento que causou  mais impacto  e transformação na comunidade antonense. Diferentemente do ocorrido no bojo do 06 de maio de 1843.

Nesse contexto, na qualidade de comunidade, deixamos de “receber ordens” de Olinda e passamos, de fato, a tomar conta do nosso próprio destino. Passamos a criar nossas  leis e assim alinhavarmos  e costurarmos o futuro que,  naquela ocasião,  já se avizinhava como próspero.

Comemorar, amanhã, a passagem de mais um 6 maio (182 anos)  é importante por vários motivos: pelo simbolismo que a data carrega e também por oportunizar uma abertura de dialogo com nós mesmos (comunidade), no sentido do autoconhecimento.

A comemoração da data 6 de maio, que poderia ser esquecida como tantas outras passagens importantes da nossa história, possivelmente só entrou no “radar” da cidade  justamente por conta do  6 de maio de 1943 (centenário), pois,  naquela ocasião,   encontrava-se sentado na cadeira de prefeito um sujeito verdadeiramente sensível  aos fatos históricos e, assim sendo, cuidou em dá relevo a passagem,  promovendo um grande evento na cidade. Esse prefeito foi José Aragão. Viva o 6 de maio! Viva o Mestre Aragão!!!

Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão – por @historia_em_retalhos.

3 de maio de 2003, Ipojuca, Pernambuco.

Naquele dia, as jovens Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão, ambas com 16 anos, passavam o fim de semana na casa de um amigo, na Praia de Serrambi, litoral sul de Pernambuco.

Após um passeio de lancha até o Pontal de Maracaípe, elas se separaram dos outros jovens e foram andar sozinhas pela praia.

Ao retornarem ao local, constataram que o grupo já havia retornado com a lancha para Serrambi.

Então, decidiram voltar e conseguiram uma carona até as imediações do trevo de Porto de Galinhas, onde pegariam uma condução.

Desde então, desapareceram.

Amigos procuraram, mas disseram não ter encontrado nenhuma pista.

Dez dias depois, o empresário José Vieira, pai de Tarsila, encontrou os restos mortais das adolescentes em um canavial, em Camela, distrito de Ipojuca.

As investigações conduzidas pela Polícia Civil apontaram os irmãos kombeiros Marcelo José de Lira e Valfrido Lira da Silva como os responsáveis pelo crime.

Entre as provas, objetos encontrados no local do crime e na kombi de Marcelo, como fio de nailon, barbeador (da mesma marca e cor usado pelo kombeiro) e fios de cabelo que se assemelhavam aos das vítimas.

Três testemunhas afirmaram ainda terem visto as vítimas pedir carona na Praia de Porto de Galinhas.

Mas o resultado foi contestado pelo Ministério Público de Pernambuco. O então promotor de Ipojuca, Miguel Sales, falecido em 2014, pediu novas diligências três vezes, colocando em xeque as investigações, que acabaram nas mãos da Polícia Federal.

Marcelo e Valfrido Lira chegaram a ser presos, denunciados e julgados pelo crime, mas foram absolvidos em júri popular em 2010.

Em 2018, o caso transitou em julgado no Superior Tribunal de Justiça.

Mais de duas décadas depois, esta triste história segue sem esclarecimento.

Hoje, ambas estariam com 38 anos de idade.

Quem matou as adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão?

.
.Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/DJMPrzURpRm/?igsh=YTNjdnN2cnloaXdi

Vitória: o tabuleiro político para 2026 já começou a remexer-se!!!

Em ano pré-eleitoral, bem distante da atenção da expressiva parte do eleitorado, os políticos correm para ajustar “sua respectivas pistas”, rumo ao pódio eleitoral, neste caso em tela, 2026.

Mudanças a partir de Brasília, no que se refere aos rumos partidários, por essência, espaços federativos, tem a capacidade de “remexer” o tabuleiro político na província. Exemplificando: quem estava alinhado ao campo “X” passar a ser obrigado a se abraçar com o campo diametralmente oposto.

Com efeito, Pernambuco já começou a viver esse clima. Até a chamada “janela partidária”, que só acontecerá no inicio de 2026, muitos acordos serão quebrados. Outros refeitos e muitos outros, nunca antes  imaginados, entrarão na ordem do dia.

Vitória de Santo Antão, que não se configura numa “ilha eleitoral”,  já começou a vivenciar os efeitos colaterais das decisões que tiveram  como epicentro a Capital Federal.

Por aqui, para 2026, rolará muitas imagens  novas.  Bem diferentes daquelas fotografias  de 2022. Aliás, em função das conveniências, vale sempre lembrar: na política,  não existe espaço para amadores……

Redemocratização – por @historia_em_retalhos.

Era o ano de 1981.

Naquele momento, o Brasil caminhava a passos lentos para a redemocratização do país.

Ao assumir o poder, em 1979, Figueiredo deu continuidade ao distensionamento político iniciado por Geisel, gerando inconformismo nos setores mais radicais do regime e nos órgãos de informação e repressão da ditadura, como o CIE, o SNI e o DOI-Codi.

Para estes órgãos, o fim da ditadura representaria, também, o fim de suas próprias existências e os seus membros receavam um possível revanchismo por parte da oposição democrática, caso esta assumisse o poder.

Então, a lógica era simples: era interessante para estes setores que a “esquerda” voltasse a se envolver na luta armada, de modo a justificar o acionamento de mais repressão política.

Na falta de um perigo real, valia tudo, inclusive, forjar ameaças para fundamentar uma volta à repressão e, dessa forma, dar-se maior importância aos órgãos de segurança.

Foi assim que, na noite do dia 30 de abril, durante as comemorações do Dia do Trabalhador, no Riocentro, onde se apresentavam artistas como Elba Ramalho e Gonzaguinha (foto), duas bombas foram levadas ao local, em um carro Puma GTE, com o objetivo de promover uma tragédia e imputá-la às organizações de esquerda, pondo fim ao lento processo de abertura política.

Algo inesperado, todavia, aconteceu.

Uma falha não premeditada comprometeu os planos.

Com o evento já em andamento, uma das bombas explodiu prematuramente dentro do carro onde estavam o sargento Guilherme Pereira e o capitão Wilson Machado, no estacionamento do Riocentro, matando o sargento e ferindo gravemente o capitão.

Todas as tentativas de encobrir o fracasso da operação e culpar as organizações de esquerda foram frustradas.

Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade concluiu que o atentado fez parte de uma ação articulada do Estado brasileiro.

Ao fim, o episódio tornou-se um marco da decadência e do esgotamento do regime militar no Brasil, que daria lugar, quatro anos mais tarde, ao restabelecimento da democracia no país.

Jamais aceitemos revisionismos históricos de ocasião.

Um povo que não conhece a sua história está fadado a repeti-la.
.
.
Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/DJGyQLDR7zu/?igsh=MTJtZjBwdzQ3Y3BzMw%3D%3D

Vida Passada… – Osvaldo Cruz – por Célio Meira.

Na zona leste da terra paulista, naquela cidade antiga de S. Luiz de Paraitinga, onde o escritor Francisco de Assis Barbosa viu, e exaltou, “velhos sobrados coloniais no páteo da matriz”, nasceu, no ano de 1875, Osvaldo Gonçalves Cruz. Muito Jovem, aos 20 anos de idade, conquistou, no alvorecer da República, a carta de doutor em medicina. Inteligentíssimo, e estudioso, dedicou-se, com divina esperança de alcançar vitórias, à microbiologia e à anatomia patológica. E não se enganou, o intimorato bandeirante. Batalhou, corajosamente, como um guerreiro antigo, e venceu.

Osvaldo Cruz, em 1901, combatei a peste bubônica, extinguindo-a. Obteve, a esse tempo, os primeiros aplausos do governo e os agradecimentos do povo. E dois anos mais tarde, no governo de Rodrigo Alves, o preclaro paulista, o cientista Osvaldo Cruz, de 31 anos de idade, iniciou a maior, e mais luminosa batalha de sua carreira pública, atacado, de frente, a febre amarela, cheio de fé, e de energia. A luta fio tremenda. Surgiram obstáculos, guerrilhas da população, injurias, mas, o sábio, apoiado pelo poder público, não recuou da ação titânia e benfazeja. Extinguiu a febre. Saneou a capital da República.

Deve-se-lhe a fundação do Instituto de Manguinhos, hoje Osvaldo Cruz. Esse Instituto é, na América do Sul, um estabelecimento modelar, e de inestimável serviço, à causa pública. Aconselhou, ao povo, o uso da vacina contra a varíola, em 1904, e a mocidade desavisada das escolas, levou o povo a rebeldia.

Representou o Brasil, em 1907, num congresso de Higiene, em Berlim, alcançando, escreve um biografo, a medalha de ouro, oferecida pela imperatriz da Alemanha. Era essa medalha, nesse congresso doa sábios, a maior distinção. Exerceu, por algum tempo, o governo, na prefeitura de Petrópolis. E moço ainda, antes dos 40, com a cabeça “empoada precocemente pelo tempo”, na observação de Afrânio Peixoto, pertenceu à Casa dos 40 imortais, ocupando a cadeira nº 5, patrocinada por Bernardo Guimarães , e onde se sentou o doce Raimundo Correia, o poeta do “Mal Secreto”.

E, aos 45 anos, a 11 de fevereiro de 1917, morreu Osvaldo Cruz. Finou-se, nesse dia, o “marechal” da medicina brasileira, que sustentou, sem tremores, mil batalhas memoráveis nos pântanos e nos charcos de uma cidade. Nessas refregas, Osvaldo não ceifou criaturas. Destruiu “mosquitos”, para salvar uma população inteira.

Se há embaixadores, na terra, inspirados pela sabedoria divina, foi Osvaldo Cruz, um Embaixador de Deus.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

Experimento social com o público da 4ª Corrida da Vitória – por João Vicente Neves Baptista.

As conversas dos outros e o experimento social.

Vou começar confessando logo: tenho o terrível vício de querer ouvir as conversas dos outros. Adquiri essa curiosidade mórbida frequentando lugares onde se bebe, sem ser bebedor. Melhor explicando: embora o efeito da bebida alcoólica não me caia bem, o que me fez desistir de ser um boêmio – passo uma noite inteira com duas ou três doses de whisky bem diluído em água – eu simplesmente adoro frequentar os ambientes onde se consome a “água que o passarinho não bebe”, quais sejam, os bares, os eventos musicais e toda sorte de comemorações.

Nesses lugares, os que bebem se divertem bebendo, e tendo, uns com os outros, conversas de bêbado, aquelas que permeiam o vasto campo compreendido entre ‘parto de raposa’ e ‘atracamento de navio’, isso sem contar as confissões, os desastrosos e desnecessários sincericídios, as mentiras e as megalomanias.

Mas a minha praia é outra; eu gosto de ouvir, interpretar e me divertir com essas conversas, principalmente havidas entre pessoas que não conheço. Funciona mais ou menos assim: fingindo participar da minha roda, fico sorrindo e balançando a cabeça como quem concorda com tudo o que ali se diz, enquanto minha mente e ouvidos estão concentrados em conversas paralelas, onde se está debatendo os mais variados assuntos, sendo mais corriqueiros os singelos bate-papos sobre fatos engraçados, as fofocas bestas e aquelas indefectíveis mentiras, onde homens contam vantagens sobre, por exemplo, seu desempenho sexual. Mas também já cheguei a ouvir conversas intrigantes como a combinação para prática de um crime, revelação de um segredo irrevelável e até confissões acerca preferências sexuais bizarras e nojentas.

Mas foi aqui em Vitória de Santo Antão que ouvimos eu e Lari – minha mulher, a quem, como um traficante malvado, incuti o mesmo vício –, uma tese debatida numa roda de bêbados, na qual se afirmara com toda convicção, que o povo dessa terra era em sua maioria desonesto. Os bêbados defendiam tal absurdo com exemplos burros, generalizando atitudes de um e de outro, que na cabeça deles, serviam para comprovar tal disparate,

Intrigados, chegamos a abordar tal assunto com outras pessoas, e chegamos a ouvir quem confirmasse tal característica, o que sempre rechaçamos com a veemência de uma mãe que defende um filho de uma acusação maldosa.

Vieram a calhar recentemente, duas reportagens onde se apresentavam curiosas práticas comerciais:  uma quitanda na beira de uma estrada de terra, no interior do estado do Mato Grosso, onde um agricultor expunha frutas e hortaliças, indicando os respectivos preços e disponibilizava uma balança, uma calculadora e uma caixa de madeira contendo moedas e cédulas de baixo valor, para que o cliente escolhesse a mercadoria e ele mesmo pesasse, calculasse, pagasse o valor, e eventualmente recolhesse o próprio troco; e outra sobre idêntica prática, feita por comerciante de pedras semipreciosas, que ficavam expostas sobre um enorme tabuleiro, salvo engano no Rio Grande do Sul.

Em ambos os empreendimentos, era quase nula a ocorrência de furtos ou outras formas de desonestidades por parte dos clientes, o que de certa forma comprovava o que sempre defendemos: os desonestos compõem a exceção, uma ínfima minoria e não o contrário, como gostam de defender os maledicentes, acometidos da famosa síndrome do vira-lata, que é aquela estranha e nociva mania de denegrir a imagem do seu próprio povo, com a convicção de que a grama do vizinho é e sempre será mais verde que a sua.

Então tivemos a ideia de replicar as práticas desses comerciantes aqui na nossa cidade, e escolhemos a 4ª corrida da Vitória como palco do experimento. Na véspera do evento, fomos à praça do Livramento, escolher o local onde colocaríamos, pelo preço de R$ 4,00, cocos verdes, gelados e já preparados pelo nosso habilidoso caseiro para serem facilmente abertos, disponibilizaríamos canudos, um fura-coco, um caixa com moedas e cédulas pequenas para troco e um ‘QR code’ para pagamento via pix. Lá estando, avistamos o organizador do evento, o famoso jornalista e historiador Pilako, de quem nos aproximamos, nos apresentamos, e quem não só nos ouviu com toda atenção, como ficou entusiasmado com a nossa iniciativa, e com enorme simpatia e prestatividade deu suas sugestões e indicou um local para instalarmos nosso quiosque – construído horas antes do evento, por mim mesmo, utilizando madeira de descarte encontrada pelas ruas e ferramentas de hobby.

As 4:45 da manhã, do domingo 27/04, atrasados e sob os justos protestos do nosso novo amigo, a quem havíamos prometido chegar as 3, nos encontrávamos montando o quiosque, encimado por uma placa improvisada onde se lia: “a verdadeira honestidade acontece quando ninguém está olhando”, o nome da barraca, “PEGUE & PAGUE”, e outras sinalizações indicando as instruções, o valor, o QR CODE, e ainda a seguinte advertência: “sorria, você está sendo filmado pela sua consciência”.

Às 5:20, tudo montado, nos afastamos e deixamos o baile seguir. E qual o foi o resultado? Às 8:35, os 80 cocos se venderam sós. E o melhor: não só inexistiu um único caso de desonestidade, como o valor arrecadado foi superior aos R$ 320,00 que seriam resultantes dos 80 cocos a R$ 4,00 cada, o que atribuímos a eventual não recolhimento dos trocos pelos clientes.

Confirmada nossa tese com muita alegria, decidimos, eu e Lari, repetir a empreitada nos próximos eventos e escolher alguma entidade para receber o valor arrecadado, como forma de agradecimento a essa maravilhosa cidade onde acreditamos que a esmagadora maioria da população é de pessoas honestas e dignas, e onde desde 2016, sem titubear, escolhi para viver até o fim da vida.

João Vicente Neves Baptista, ou Joca, 46, é advogado com 20 anos de experiência, integrante da quarta geração de um tradicional escritório de advocacia centenário, iniciado pelo seu bisavô, sediado em Recife e atuante na área de direito empresarial. É casado há 6 anos com Larissa Arruda, 26, empresária e futura nutricionista, com quem reside no Sítio Palmeira Imperial, pequena propriedade rural na região de Terra Preta, onde o casal comercialmente cria peixes, porcos e carneiros e cultiva plantas e árvores exóticas.

Voltando às atividades e rotineiras….

E foi com o som do canto dos pássaros que aprontamos a estrutura de 4ª Edição da Corrida e Caminhada da Vitória. Hoje, segunda-feira (28), seguimos operando, no sentido do fechamento do evento.

Promover eventos não é  tarefa das mais fáceis, sobretudo quando estamos falando de evento na rua, com um dinamismo e uma movimentação própria. Mas, ao final, deu tudo certo!

Voltando às atividades  rotineiras….

Revolução dos Cravos – por @historia_em_retalhos.

“Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
Ainda guardo renitente
Um velho cravo para mim”

“Tanto Mar”, canção de 1978, foi gravada por Chico Buarque em homenagem à Revolução dos Cravos, movimento armado que pôs fim ao regime fascista salazarista, no dia 25 de abril de 1974, em Portugal. 🇵🇹

O período da história portuguesa conhecido como “salazarismo” teve o seu início em 1933, com a ascensão ao poder de Antônio de Oliveira Salazar.

Inspirado no fascismo italiano, Salazar estabeleceu um regime autoritário-ditatorial, pautado na censura, repressão, exílios e guerras coloniais.

Em 1968, Salazar sofreu um derrame e foi substituído por Marcello Caetano, que prosseguiu com a política autoritária.

O isolamento político, a decadência econômica e os desgastes com as guerras coloniais foram o pano de fundo para a formação de um movimento de resistência ao salazarismo.

Em 09.09.73, surge o MFA – Movimento das Forças Armadas, em oposição à ditadura, o qual, no ano seguinte, reúne-se e decide derrubar o governo de Caetano.

Em 25 de abril, às 00h:20min, a transmissão pelo rádio da música “Grândola Vila Morena” foi a senha utilizada para anunciar o início das operações militares, deflagrando a rebelião.

E qual a razão do nome “cravos”?

Em verdade, a revolta aconteceu praticamente sem resistência.

Caetano rendera-se no mesmo dia, seguindo para o exílio no Rio de Janeiro.

Diante disso, a população saiu às ruas para comemorar, entregando flores de cravos aos soldados, que as colocavam nos canos de seus fuzis, tornando, assim, a flor símbolo e nome da Revolução.

As principais conquistas do 25 de abril podem ser resumidas nos chamados “3 D’s”:

– Democratizar,

– Descolonizar e

– Desenvolver.

O reconhecimento da independência de Guiné-Bissau, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Angola foi um reflexo direto do movimento.

Para a nossa alegria, o perfume dos cravos portugueses atravessou o Atlântico e também chegou no Brasil, influenciando no processo de redemocratização do país e, mais tarde, na promulgação da Carta Cidadã de 1988…

Dedico este retalho de hoje à memória de dona Fátima Azevedo.
.
.
@historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/DI3XqBQxbVZ/?igsh=bWp5c242M3kwY2tt

4ª Corrida da Vitória: Rock In Roll na dose certa!

Prepare-se para um domingo de pura vibração, emoção e superação!
A 4ª Edição da Corrida  e Caminhada da Vitória  vem aí. E dessa vez, com uma energia ainda mais poderosa!

Além do esporte, vai ter rock’n roll de primeira  com a galera incrível do @projetorockclube,  mandando ver no som e levantando a vibe!

Anota aí:
Domingo, 27 de abril 
Corre, caminha, vibra e curte muito rock com a gente!

Posto Indígena Guido Marliére – por @historia_em_retalhos.

Em 1969, a ditadura militar brasileira mandou construir no antigo Posto Indígena Guido Marliére, no município de Resplendor/MG, um presídio só para indígenas: o Reformatório Agrícola Krenak.

Para lá, passou a enviar indígenas acusados de “causar problemas”, sem nenhuma acusação formal ou direito de defesa.

Era um autêntico regime de exceção, inexistindo garantias processuais, tipos penais ou sentenças definidas.

Segundo relatório da Comissão da Verdade de Minas Gerais, o Reformatório Krenak recebia indígenas de todo o país e dizia “reeducá-los”, mas, na verdade, funcionava como uma prisão para aqueles acusados de vadiagem ou que resistiam às expulsões de suas terras.

Comandado por um militar, o Capitão Manoel Pinheiro, o reformatório era um espaço de violações de direitos humanos, trabalhos forçados, torturas e terror.

Os indígenas que cometessem faltas eram brutalmente reprimidos e punições como chicotadas e confinamento em solitárias eram frequentemente aplicadas.

A proibição de falar o seu próprio idioma também era uma regra no reformatório.

Proibindo os Krenak de falarem a sua própria língua, buscava-se, em verdade, o apagamento gradual de sua identidade cultural, no processo denominado de genocídio cultural.

A negação de identidade dos indígenas foi uma estratégia muito utilizada no Brasil por fazendeiros.

Primeiro, negava-se a sua identidade cultural.

Depois, alegava-se a extinção daquele povo, para, por fim, tomarem-se as suas terras.

Um outro detalhe é que a detenção não tinha prazo definido, durando o tempo que os militares julgassem adequado.

Por isso, muitos sustentam que os indígenas estavam em um verdadeiro campo de concentração, em um regime jurídico paralelo.

Em 1972, o Reformatório Krenak foi fechado em Resplendor, sendo todos os presos transferidos para a Fazenda Guarani, em Carmésia/MG.

Em 02.04.2024, a Comissão de Anistia concedeu a 1.ª reparação coletiva da história do Brasil ao povo Krenak.

Ao final da análise, o presidente da Comissão, Eneá de Stutz, ajoelhou-se e pediu desculpas aos indígenas em nome do Estado brasileiro.

Perdão, povo Krenak.

Lembrar para nunca mais repetir.
.
.
Siga: @historia_em_retalhos

4º Edição da Corrida e Caminhada da Vitória: o dia “D” tá chegando….

E no feriado de ontem (21) teve  alinhamento com parte da equipe da organização da 4º Corrida e Caminhada da Vitória. A contagem regressiva já começou…

O evento, que congregará 1000 atletas, já se configura num do mais importantes movimentos do esporte amador da Vitória de Santo Antão e de cidades circunvizinhas.

Anota aí:
📅 27 de abril de 2025
📍 Vitória de Santo Antão
🛣️ Percurso de 7 km

Prepara o tênis, aquece o corpo e vem com a gente fazer história mais uma vez!
Vai ser lindo demais!

HOUVE UM TEMPO, LEMBRO BEM DELE…. – por Lucivanio Jatobá.

Em que a Semana Santa era um período de extrema tristeza, pois trazia à tona o sofrimento e o assassinato de Jesus Cristo. A partir da Quarta-feira Santa, e sobretudo entre a Quinta e a Sexta-feira ( santas), as rádios de Pernambuco, sem exceção, só tocavam musica clássica até a meia noite do Sábado de Aleluia.

As igrejas católicas ficavam sombrias, com os santos e santas envolvidos por um tecido roxo. Havia ainda pelas ruas das cidades a Procissão do Senhor Morto, uma procissão muito triste, que era iniciada por um som ritmado de uma matraca. Os sinos das igrejas ficavam tocando incessantemente, emitindo um som fúnebre.

Agora, vive-se um tempo de absoluta indiferença ao sofrimento e ao absurdo assassinato de Jesus Cristo. Um feriado prolongado permanece. E é usado para se tomar cachaça, ouvir “bregas” imorais e etc e tal… Sinceramente, deveria ser abolido o feriadão da Semana Santa. Os verdadeiros cristãos fariam as suas orações em igrejas ou praças públicas. Lembrariam da Paixão de Cristo. Feriado agora para quê, mesmo? Para alimentar o quê, mesmo? A fé? Que fé?

Lucivanio Jatobá

Corrida da Vitória – entrega dos kits….

ATENÇÃO, ATLETAS!
A Retirada do Kit da 4ª Corrida da Vitória está chegando! Confira todos os detalhes para garantir o seu:

📍 Local:
Loja Joelma Sports

📌 Endereço:
Rua Doutor Aluísio de Melo Xavier, 75 – Centro
Vitória de Santo Antão – PE

🗓 Dias e horários de entrega:
* Quinta-feira (24/04) – ⏰ das 9h às 17h
* Sexta-feira (25/04) – ⏰ das 9h às 17h
* Sábado (26/04) – ⏰ das 9h às 12h

⚠️ Importante:
* Levar CPF e comprovante de inscrição
* Para retirar o kit de outro atleta, é necessário apresentar cópia da inscrição e dos documentos pessoais
* 🚫 Não haverá entrega de kits no dia do evento!

Desejamos a todos uma excelente prova!
BOA PROVA!
Vamos com tudo!

Organização

São João – Por Célio Meira (em 1977)

Crônica publicada na Revista do Instituto Histórico e Geografico da Vitória de Santo Antão – Vol. 7º – em 1977.

SÃO JOÃO – Meu pai, falecido há 30 anos, gostava da festa de Santo Antônio. Adorava festejos de São João. Era devoto fervoroso de taumaturgo de Lisboa de Pádua, que pregara os peixes. Acendia velas no santuário, nas noites de 23 e 24 de junho, iluminando a estampa colorida de Batista.

Parece que estou a vê-lo, quando era menino, no quintal de nossa casa, na rua do Meio, ensinando-me a fazer fogueira de barrica. Enchia-se uma barrica velha de lenha seca e ateava-se fogo com papeis embebidos em álcool ou querosene. Subiam as labaredas, ouviam-se estálidos da lenha, e, decorrido pouco tempo, tudo era braseiro. Retirávamos tições, e quando a cinza os cobria, nós os soprávamos, a plenos pulmões, até que o fogo se tornasse vermelho.

Começava, então, o brinquedo de fogos. Acendiam-se as “estrelinhas”, queimavam-se os “mosquitos” e besouros “quebra-canela”, soltavam-se, com a mão a tremer, “pistolas” de quatro e cinco “balas”, “rodinhas” presas com um alfinete numa flecha, “chuveiros de ouro e prata” e “cartas” de traques debaixo de latas e panelas. Riscavam-se caraduras encarnado e verde e ajeitava-se a subida de balões de papel, para que, aos caprichos do vento, eles cabeceassem, sem destino, dentro da alvoroçada noite sanjoanesca. Nas ruas e nas praças prosseguiam, fagulhantes, batalhas de busca-pés. Chegavam, amortecidos, na cidade, estrondos de bacamartes, disparados nas propriedades agrícolas.

Nestes últimos tempos, no São João da minha terra, depois de olhar fogueiras sem mamoeiro “macho”, sem cordões de bandeiras de papel; de conversar com meia dúzia de pessoas do meu tempo de rapaz, e de espiar gente moça e desconhecida a dançar, nos clubes, procuro repousar o espírito, nas horas de silêncio. E na meditação, parece que estou ouvindo, a descer de mundos siderais, a voz amada do meu pai:

 – Está muito diferente o São João da nossa terra. Já não existe a casa onde, no quintal, fazíamos fogueira de barrica. Não maldigas os tempos novos: são passagens renovadas da vida, são as leis divinas na evolução do mundo.

Célio Meira – escritor. 

Zuleika Angel Jones – por @historia_em_retalhos.

Esta é Zuleika Angel Jones, estilista brasileira que ganhou fama internacional por sua costura, ficando conhecida como Zuzu Angel.

No ano de 1971, o Brasil vivia o ciclo chamado “Anos de Chumbo” e a vida de Zuzu sofreu uma reviravolta.

O seu filho Stuart foi sequestrado e nunca mais visto.

Zuzu recebeu o relato de pessoas que viram a prisão, tortura e morte de Stuart e passou a denunciar no exterior as circunstâncias do assassinato de seu filho.

Usou da projeção alcançada por seus desfiles para fazer com que as denúncias chegassem à imprensa estrangeira, contribuindo para o desgaste da ditadura nacional.

A partir de 1975, começou a ser mais monitorada e a receber ameaças de morte.

Cerca de um ano depois, em 14 de abril de 1976, Zuzu faleceu, aos 53 anos, vítima de acidente automobilístico.

A versão oficial foi a de que o carro teria saído da pista e batido no viaduto, tudo confirmado pelo médico, à época.

Chegou-se a divulgar que a estilista teria ingerido bebida alcoólica, havia dormido ao volante ou que o carro teria problemas mecânicos.

A partir da análise no corpo de Zuzu, em 1996, e da reunião de testemunhos importantes, como o de Lourdes Lemos, que comprovou a revisão de seu veículo, bem assim o de Marcos Pires, que viu o acidente da janela de seu apartamento, as coisas começaram a mudar.

Uma das principais provas foi produzida pela CNV, no depoimento do ex-delegado Cláudio Guerra, no qual o agente identificou a presença do coronel do Exército Freddie Perdigão e afirmou ter ouvido do próprio Perdigão que ele havia participado do atentado que vitimou Zuzu.

Na verdade, o carro de Zuzu foi encurralado na saída do túnel Dois Irmãos, o que provocou a colisão contra a proteção do viaduto, fazendo com que o automóvel despencasse do barranco.

Pouco antes de falecer, a estilista enviou uma carta ao amigo Chico Buarque, na qual dizia:

“Se eu aparecer morta por acidente, ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho”.

Chico enviou 60 cópias dessa carta à imprensa, mas nada foi publicado.

Fica a certeza: a pior das violências será sempre aquela praticada pelo próprio Estado.

#ditaduranuncamais
.
.
Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/DIbC_g5xoia/?igsh=MXIzaGE4YXMydzVoZg%3D%3D

Carnaval do Sport ganhou as ruas no domingo…..

Organizado por um grupo de torcedores apaixonados pelo Sport Clube do Recife, no domingo (13), “o carnaval do Sport” ganhou as ruas da nossa cidade, para comemorar mais um título de “Campeão Pernambucano”. Em 2025 chegou para sua  45ª conquista.

Após concentrar no bairro do Livramento, com comes e bebes, seguiram, “puxados” pelo Trio Pileque II, que garantiu a folia, animados por várias atrações locais. Na ocasião da passagem pelo Pátio da Matriz, realizamos um pequeno registro. Veja o vídeo:

Carlos Alexandre Azevedo – por @historia_em_retalhos.

Este é Carlos Alexandre Azevedo, o prisioneiro político mais jovem a ter sofrido tortura física durante a ditadura militar no Brasil.

Prepare o seu estômago.

Carlos tinha apenas 1 ano e 8 meses quando foi trancafiado na sede do DEOPS, em São Paulo.

Seus pais, o jornalista e cientista político Dermi Azevedo (foto inferior) e a pedagoga Darcy Azevedo, eram acusados pelo regime de dar guarida a militantes de esquerda ligados à ala progressista da Igreja Católica.

O bebê foi capturado no dia 15 de janeiro de 1974, quando estava sob os cuidados de uma babá.

O seu pai já estava preso desde a madrugada do dia 14, quando a equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury chegou à casa em que a sua mãe estava abrigada, em São Bernardo do Campo, levando o bebê.

Os policiais derrubaram a porta e um deles, irritado com o choro do menino, que ainda não havia sido alimentado, atirou-o ao chão, provocando ferimentos em sua cabeça.

No DEOPS, Carlos ficou nas mãos do torturador Sérgio Fleury.

Foi torturado com pancadas e choques elétricos na frente da mãe, para fazê-la falar, passando mais de quinze horas sofrendo as sevícias da tortura.

Ainda menino, sofria alucinações nas quais ouvia o som dos trens que trafegavam na linha ferroviária atrás da sede do DEOPS, onde foi torturado.

O trauma trazido da infância deixou sequelas psicológicas que ele carregou pelo resto da sua vida.

Em 2010, o Estado finalmente o reconheceu como uma vítima da ditadura.

Na época, em entrevista à revista IstoÉ, ele revelou sofrer de depressão e de fobia social crônica, que trazia desde a infância.

Preso aos antidepressivos e antipsicóticos, o mais jovem torturado do Brasil vivia recluso, sem amigos, nem emprego.

Atordoado e sem prumo, suicidou-se em 2013, aos 40 anos de idade.

Ditadura mata.

E não pense que isso não seria problema seu porque acontecia apenas com “pessoas de esquerda”.

Muitas pessoas eram torturadas para dar informações sobre alguém que eventualmente conheceu, mesmo não tendo nenhuma atuação política.

A quem interessar, recomendo o livro “Travessias torturadas”, de Dermi Azevedo.

Um bom sábado, gente.

.
Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/DIWI1pUxPIs/?igsh=ejQ1MTdkMmV0cm55

 

CORRIDA COM HISTÓRIA – Professora Jadenise Macêdo – 60 anos na Educação!

Foi na Escola Municipal Manoel Fortunato, à época,  funcionando na Rua Primitivo de Miranda, que a então jovem Jadenise Macêdo, na qualidade de professora,  pisou numa sala de aula pela primeira vez.

Esses primeiros passos, que mudou a sua vida para sempre, ocorreram  em 09 de abril de 1965, há exatos 60 anos.

Competente, aplicada e determinada, a mesma trilhou carreira  exitosa no mundo da educação. Como se diz na linguagem popular: “fez de um tudo”. Atuou nas mais diversas engrenagens do magistério: ensino primário, secundário e superior. Também atuou na área administrativa. Na área privada, empreendeu e venceu. Sempre com os pés fincados na arte do educar.

O tempo passou e o nome profissional incorporou ao pessoal –  “Professora Jadenise”.  Hoje,  nos parece ser tão apropriado que chegamos a pensar que  a grafia profissional  “consta”,  desde sempre,  em sua  certidão de nascimento.

A professora Jadenise Macêdo é um exemplo a ser seguido por  todas as pessoas que sonham em trilhar  uma  carreira de sucesso no magistério.

Portanto, hoje, 09 de abril de 2025, marca  a passagem dos 60 anos do ponto de partida da sua vida dedicada à educação.

Assim sendo, destacamos um pouco da sua trajetória no nosso Projeto Cultural/Esportivo – Corrida Com História. E para finalizar, não seria nenhum exagero ratificar: Professora Jadenise Macêdo se configura num verdadeiro Patrimônio Vivo da Educação Antonense.

Veja o vídeo aqui:https://youtube.com/shorts/qkyMu1cHnFc?si=Pap5t9I2xPHWZwtS

4ª Edição da Corrida e Caminhada da Vitória: inscrições encerradas!!!

Encerramento das Inscrições – 4ª Corrida e Caminhada da Vitória

As inscrições para a 4ª edição da Corrida e Caminhada da Vitória estão oficialmente encerradas! 

Queremos agradecer a todos que se inscreveram e confiaram no nosso evento! Muito obrigado pela confiança e apoio!
É uma alegria ver Vitória de Santo Antão se movimentando com tanta energia e disposição!

Nos encontramos no dia 27 de abril para celebrar,  juntos,  esse momento especial!
Preparem-se para um dia de muita saúde, esporte e superação!

Até lá!
Organização da Corrida da Vitória

Reunião ordinária da AVLAC…..

Aconteceu na manhã do domingo (06), em sua sede, localizada no bairro da Matriz, mais uma reunião da AVLAC – Academia Vitoriense de Letras, Artes e Ciência. Na ocasião, o presidente da instituição, professor Serafim Lemos, anunciou, entre outras informações, a programação da defesa acadêmica dos membros da entidade.

Em seguida, os acadêmicos presentes usaram da palavra para realçar trabalhos e conteúdos envolvendo as letras e as artes.