Na tarde de ontem (28) estive no Colégio 3 de Agosto para efetuar o pagamento (R$ 35,00) referente à taxa de adesão do Jantar Comemorativo (70 anos) promovido pela Comissão dos Ex-Alunos. Para maiores detalhes sobre o evento, click aqui.
Pois bem, passar pelo portão, caminhar pelos corredores e chegar até a secretaria do nosso Colégio 3 de Agosto -para um ex-aluno que se preza – não deixa de ser, indiscutivelmente, voltar ao passado. Estudei nesse EDUCANDÁRIO (como chamava o saudoso Mário Bezerra) parte do primário e todo ginasial.
Poderia, portanto, descrever em detalhes, cada parte daquele lugar. Sala de aula, nomes de inúmeros colegas, histórias vivenciadas com os mestres, brincadeiras, curiosidades e até temores, quando passávamos pela “inspeção” rigorosa do nosso eterno Diretor Mário Bezerra. Sobre broncas e elogios (raros), dirigido a nós, pelo “temido” diretor, poderia escrever aqui, trinta dias sem parar.
Certa vez, quando a camisa do fardamento ainda era de tecido branco com botão e bolso estampando o escudo do colégio, no início do ano letivo (década 80) cheguei a frequentar a primeira semana sem o devido fardamento. Nessa ocasião, na hora do recreio, notei que Doutor Mário observou-me com bastante atenção.
Depois de retornar à sala de aula, eis que chegou uma das suas auxiliares, perguntando quem era Cristiano Vasconcelos. Ao levantar o braço, pediu-me para acompanhar-lhe até a secretaria, pois, Doutor Mário queria falar comigo. Temeroso, lembro que ainda cheguei a perguntar: “o que ele quer falar comigo?” Como resposta, disse a pessoa com ar de espanto: “não sei”.
Pois bem, ao chegar à secretaria, para minha surpresa e ao mesmo tempo alívio, encontrei Doutor Mário Bezerra sorridente, calmo e tranquilo, de um jeito que nunca havia visto. Ele pediu para que eu ficasse em pé, ao lado dele, e chamou outras pessoas, não lembro, mas suponho que fossem professoras e funcionárias do Colégio.
Passei, naquela ocasião, uns dez minutos parado, estático – tipo aquela brincadeira de “Mandraque 1, 2, 3″ – enquanto eles olhavam minha camisa, faziam os seguintes comentários: “essa gola fica muito elegante – esse tipo de tecido deve ser muito caro – é muito prático – branca com detalhes na cor vinho, combinando com a calça, fica bonito e etc”.
Ao final, Doutor Mário, com um semblante de satisfação, de quem havia tomando uma decisão importante, pediu-me que trouxesse, no outro dia, aquela mesma camisa e que deixasse na secretaria, pois ela iria servir de base para a mudança o fardamento. No ano seguinte, a camisa da farda do Colégio 3 de Agosto passou a ser de malha branca com detalhes – punhos e gola em “V”- na cor vinho e o escudo pintado no peito, do mesmo lado que havia a marca na minha camisa (ADIDAS). Esta, portanto, é uma das histórias vivida por mim no nosso Colégio Municipal 3 de Agosto que chega, aos seus 70 anos de existência, como um verdadeiro SANTUÁRIO DE RECORDAÇÃO E PERTENCIMENTO DE UMA PARCELA CONSIDERÁVEL DA POPULAÇÃO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO.